Flyer Digital do Show |
Excelente
Noite de Metal Moderno No Circo
Fotos, vídeos e texto por Trevas
Reckoning
Hour – Melodeath made In Brazil!
Na ativa desde 2011, o quinteto carioca
definitivamente foi uma ótima escolha para a abertura deste show. Com o palco
ornado com o belo backdrop da banda,
além de dois praticados laterais com arte gráfica correlata, o RH iniciou seu show pontualmente às
21:00, quando ainda havia pouco público. Mas o poderio do quinteto, que mostra em
eu som uma espécie de compêndio de tudo o que já se fez (e se faz) de bom
dentro do Melodic Death Metal, logo atraiu uma parcela bem razoável das pessoas que já se
encontravam na casa para a pista. O vocalista JP tem um gutural poderosíssimo (realmente impressionante!) e ótima
presença de palco (me parece que ainda há algo a evoluir nas linhas de voz limpas,
mas nada que comprometa), e seguiu comandando as ações, mas extremamente bem
assessorado por uma dupla de grandes guitarristas (Phil Leander e Lucas Brum) que atua de forma quase telepática. Some-se a isso uma
cozinha para lá de poderosa (Johnny Kings e Cavi Montenegro, com seu
baixo tão alto no mix que chegava a encobrir as guitarras) e ótimas músicas e
temos uma das melhores bandas da nova geração que já vi ao vivo. Uma pena que o
set durou apenas meia hora. Fui lá na banquinha e já garanti os dois lançamentos
da RH (um Ep e um Full Length) e uma camisa. Sensacional. (NOTA:8,50)
Reckoning Hour ganhando novos fãs |
In Flames
– Tocando Para Amigos
O palco repentinamente
toma nova forma, o backdrop gigante (e
clean) dos suecos é o único cenário, afora a bateria...nada de parede de amps,
tudo ligado em linha. E a banda sobe com dez minutos de atraso ao som de duas
faixas do novo disco, o controverso Battles
(e como essas músicas soaram melhores ao vivo, hein?). E controvérsia
parece ser uma constante na carreira do In
Flames, uma das bandas mais
influentes e polarizadoras de seu tempo. A mudança do Melodic Death Metal tipicamente sueco para uma
amálgama de heavy metal moderno que deve tanto a seu passado quanto ao Nu Metal
e Pop ainda é motivo de muita
rabugice na cena. Mas se você veio até aqui procurando alguém que alimente essa
gasta polêmica, veio ao lugar errado. O In
Flames de hoje é um monstro muito
diferente, e pudera, a banda que vemos no palco traz somente dois membros
originais (e dá até para discutir se realmente podem ser considerados “originais"):
o guitarrista tigrado Björn Gelotte e o vocalista com cara de
hipster do Leblon Anders Fridén. De resto, temos os novatos Bryce Paul (baixista) e Joe Rickard (bateria), além do já conhecido
guitarrista Niclas Engelin. E cara, como esse novo monstro
funciona bem.
In Flames deixando o Circo, ehr...em chamas? |
O público, apenas razoável, ficou impressionado com a qualidade sonora
da banda, que destilou uma penca de sons de seus discos mais recentes. Todas
devidamente cantadas e agitadas pelos ávidos fãs, que a cada intervalo
entoava um contagiante “olê, olê, olê,
In Flames, In Flames”. A banda retribuía com muito dinamismo e energia,
além de uma postura atípica. Anders interagia
com todos sempre de maneira calma e jocosa, muito longe da postura fodão
malvadão que muitos artistas do estilo destilam. Sempre bebendo ,ora cerveja ora um destilado que não consegui identificar, Anders
ainda aproveitou a execução e um número instrumental para consumir um fumígero
suspeito no backstage (visível de
onde eu estava), seguido pelo seu companheiro Björn. Enfim, o clima era tão agradavelmente descompromissado e
amistoso que em determinados momentos dava a impressão de estarmos assistindo a
uma banda de amigos. E a prova de que o público da banda renovou seu gosto
ficou latente ao percebermos que a dobradinha Moonshield/Jesters Dance (as únicas da fase MeloDeath executadas, se consideramos
que Only for The Weak já representa uma fase de
transição) teve recepção morna se comparada a músicas novas como The Truth e a derradeira The
End. A reclamar, apenas uma certa
queda de dinâmica das músicas do meio do set, mas a energia foi logo recuperada
na reta final, com a casa vindo abaixo em números como Deliver Us e The Quiet Place. Um show
matador! (NOTA:9,00)
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