Flyer do Show |
Olá, Guardiões da Cripta!
Mais um período de recesso não programado tomou conta deste Blog...
Mas como a gente tarda, mas não falha, setembro vem com uma avalanche de postagens!
A começar, nossos colaboradores e enVIADOS especiais, Freddy Krill e Claudia Sperotto conferiram uma noite arrasadora de Death Metal contando só com bandas brasucas, e vem aqui contar como foi!
Divirtam-se
Trevas
UMA
NOITE DE DEATH METAL SUBURBANO
Texto:
Freddy Krill.
Fotos:
Claudia Speroto.
A
noite de 18 de agosto passado ficará marcada como sendo aquela em que pude,
finalmente, conferir ao vivo e a cores uma apresentação do Torture Squad. A
veterana banda de SP, na ativa desde 1990, dividiu o palco do Planet Music, em
Cascadura (subúrbio do RJ) com outras três bandas: a paraibana Warcursed
e as cariocas Reckoning Hour e Hatefulmurder. As quatro estão realizando
uma inédita turnê conjunta, que passará por 23 estados brasileiros, em 25 shows,
ao longo de 31 dias! As quatro bandas viajam juntas em um tour bus, num formato que funciona na Europa e nos Estados Unidos
há anos, mas é inédito no país. No ônibus vão não apenas as bandas, equipes e
instrumentos, mas muito sangue nos olhos e garra para promover seus mais
recentes trabalhos, que incluem os recém lançados “Stages Of Death” do
Warcursed, “Red Eyes” do Hatefulmurder e “Far Beyond Existence” do
Torture Squad. Mas calma, que até chegarmos lá, muita coisa ainda há por ser
dita...
(1)
Sobre
a casa: Não conhecia a NOVA Planet Music (muito menos a “velha”), conforme
indicado logo na entrada. A abertura das portas (marcada para as 21h) deu
aquela atrasada de praxe, mas nada que incomodasse. Ao adentrar o recinto, a
ordem foi reconhecer o local e identificar os melhores pontos para ver os shows:
para este escriba, já meio rodado, o ambiente me pareceu algo mesclado entre o
finado Garage e o Teatro Odisseia. Segundo sua página no Facebook (https://www.facebook.com/planetmusicrj/),
a casa passou por recentes reformas, que melhoraram principalmente o sistema de
som. E, de fato, o som mecânico estava bom, alto e bastante audível, sem
embolar. Bom prenúncio! As bandas tinham suas bancas para venda de CDs, camisas
e demais produtos oficiais, a preços bastante interessantes, e seus membros
circulavam com desenvoltura entre os presentes, tirando fotos e distribuindo
autógrafos com muita simpatia e nenhum estrelismo, algo infelizmente comum para
certos artistas inseridos na cena...
Sperotto e Krill: os repórteres de campo da Cripta! |
(1)
Sobre
os shows:
1.
Warcursed: Faltava pouco para as
23h quando a banda, diretamente da Paraíba, finalizou os acertos de som e começou
sua apresentação. Na ativa desde 2004 (quando iniciou os trabalhos como banda
cover de Megadeth), têm uma turnê europeia na bagagem e shows conjuntos com
medalhões do metal e hardcore brasileiros, como Ratos de Porão e Sepultura. Esta
era a única banda totalmente desconhecida por mim. De acordo com seu site
oficial (http://warcursed.com/site/),
a line-up atual é composta por
Luciano Miranda (Vocal/Baixo), Richard Senko (Guitarra), Eduardo Victor
(Guitarra) e Marsell Senko (Bateria). Contudo, quem cantou foi um guitarrista.
Por serem “estranhos”, não tenho como identificá-los... Sua discografia conta
com três álbuns: “Escape From Nightmare” (2012), “The Last March” (2014) e “Stages
Of Death” (2017), que teve o maior número de músicas apresentadas em um
set curto (de cerca de 45 minutos), mas que agitou bastante o público (ainda
reduzido), com algumas rodas sendo timidamente ensaiadas... Apostam num death
metal melódico, priorizando a técnica, sem abrir mão do peso e agressividade
característicos do estilo. Vale muito à pena uma conferida mais atenta em seu
trabalho. Além disso, é ótimo ver bandas de metal extremo formadas fora do eixo
RJ-SP! Ganham nota 8,5 com louvor!
Warcursed |
2.
Reckoning Hour: A primeira (e única)
vez em que os tinha visto fora no Festival Hell
in Rio, sob um dilúvio de cachorro beber água em pé! Claro que daquela vez isso
espantou o pequeníssimo público (não eu, que não sou feito de açúcar...) e
atrapalhou o show. Mas agora seria muito diferente... O quinteto do RJ,
originado em 2012 e formado por JP (vocal), Philip Leander & Lucas Brum
(guitarras), Johnny Kings (bateria) e Cavi Montenegro (baixo) soa como um
“ponto fora da curva” no estilo death metal, já que não usa dos tradicionais
vocais guturais, tão característicos. Ao contrário, abusa de muita técnica,
riffs quebrados e vocais limpos e melódicos. Mas é death metal, certo? Claro!
Então tem aquela agressividade que identifica o estilo, com certeza! Por volta
de 00:05h iniciaram seu show, baseado em seus lançamentos “Rise Of The Fallen” (EP
2013) e o full-length “Between
Death And Courage” (2016). Tocaram por cerca de 45 minutos, para um
público maior e mais insano, com diversos mosh-pits
sendo abertos ao longo de sua apresentação. Recomendo que você, leitor, caso
ainda não os conheça, corra atrás de seu trabalho e shows (de acordo com sua
página do Facebook: https://www.facebook.com/reckoninghour/,
vão se apresentar no Odisseia em 14 de outubro próximo). A nota para seu show
fica num honesto 9,0!
Reckoning Hour |
3.
Hatefulmurder: Iniciaram seu set por
volta de 1:05h. Essa foi minha terceira apresentação, depois do Hell in Rio e do Teatro Odisseia
(abrindo para o saravá metal do Gangrena Gasosa) e, de longe, a melhor delas!
Cada vez mais coesos e precisos, Angélica Burns (voz), Renan Campos (guitarra),
Felipe Modesto (baixo) e Thomás Martin (bateria) fazem do Hatefulmurder uma das
bandas mais agressivas do cenário death metal brazuca! Os guturais da bela
ruiva Angélica são assustadores! – ainda mais que logo depois ela está falando
normalmente, com uma voz calma e melodiosa (COMO ELA FAZ ISSO?) – aliados ao
duo de guitarra e baixo que sustentam as músicas sem cansar. Quanto ao batera,
um caso à parte! Fuja daquela visão estereotipada de bateristas que parecem
gorilas bombados. Ele é magro, mas senta a marreta “dicumforça”, como diria um
velho camarada... Apresentando seu novo CD “Red Eyes” (RECOMENDO!),
tocaram por cerca de uma hora, sem piedade! A quantidade de pessoas na pista
usando camisas da banda dá a mostra de quanto estão conquistando novos – e
velhos – fãs! E não é pra menos: o show é violento, direto e sem concessões! Rodas
bem intensas se abriram ao longo do show, que durou pouco mais de uma hora. Não
perca a chance de vê-los ao vivo! Nota 9,5.
Site: http://hatefulmurder.com/.
Hatefulmurder |
4.
Torture Squad: Chegamos então à
“cereja do bolo”... Soube da existência da banda através do extinto “MusiKaos”
da TV Cultura (apresentado por Gastão Moreira), em uma apresentação demolidora,
lá por volta de 2000/2001. Desde então, aquela vontade de ver um show deles. Em
2012, perderam o vocalista de longa data (Vitor Rodrigues). Daí viraram um
trio, lançaram um CD (fraco) em português, logo após o guitarrista/vocalista
André Evaristo saiu e ficou a dúvida: resistiriam? A resposta veio com o
recrutamento de dois novos membros: Mayara “Undead” Puertas (voz, ex-Necromesis)
e Rene Simionato (guitarra, ex-Em Ruínas e Guillotine). E, meus amigos, o que
dizer? Uma banda BRUTAL se refez, emergindo das aparentes cinzas para seu
absoluto lugar de destaque na cena metálica nacional! Aliados à nova dupla, os
membros de longa data Castor (baixo) e o rolo compressor Amilcar Christófaro
(bateria). Por volta de 2:30h iniciaram o massacre, impiedoso e brutal, divulgando
seu novo CD “Far Beyond Existence”. Não há dúvida de que os guturais
assustadores de Mayara são um caso à parte (e, de novo, logo depois ela fala
calma, pausadamente e com voz doce, como se despejar aquela sequência de urros
fosse algo natural... – COMO ELA FAZ ISSO?, parte 2). Como este era o show que
estava seco por ver, colei no palco (os outros assisti do balcão,
confortavelmente sentado – sim, estou velho para essas coisas de show de
metal...) e pude ver uma apresentação soberba, com DEZ... NOTA DEZ! Cada
pedrada melhor que a outra! Por volta das 4h terminou o arregaço, e fomos
embora exaustos, mas absolutamente certos de que participamos não apenas de uma
celebração death metal, mas da reafirmação de que o Rio tem SIM uma cena metal
forte e participativa, especialmente no subúrbio!
Torture Squad |
P.S.:
Não tenho como listar as músicas apresentadas nos quatro shows. Aliado ao fato
de que os set-lists não foram divulgados, não consigo identificar (com todo o
respeito às bandas, estilo e fãs troo-die-hard) os títulos naqueles montes de
“uuuuuurrrrrgggghhhssssss”, “uuuuaaaahhhhhsss” e congêneres...
That’s all, folks!
Thanx, Don Trevas!
Freddy Krill
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