Battle Beast - Bringer of Pain (Cd-2017) |
Metal de Polainas
Por
Trevas
O Battle Beast foi montado na Finlândia em 2008, e o que a princípio era um
projeto sem grandes ambições envolvendo amigos de infância acabou por tomar
proporções inesperadas no ano de 2010. A banda não só ganhou uma importante
competição de bandas em sua terra natal, como simplesmente também levou o Wacken Metal Battle daquele
ano, o que garantiu imensa repercussão na grande mídia local e de quebra angariou
um belo contrato com uma gravadora. E mesmo após a saída de sua vocalista
original, o Battle Beast vem
mantendo uma agenda hercúlea, alternando entre turnês e lançamento de discos,
sendo Bringer of Pain o quarto em 6
anos. E parece que a fórmula tem funcionado, Bringer of Pain é o segundo disco dos finlandeses
a chegar ao topo das paradas em sua terra natal, e dessa vez eles chegaram
também ao Top 20 na Alemanha? Será que o mundo anseia tanto assim por calçar
polainas e bater cabeça? Vamos checar onde reside o charme dessa curiosa banda.
Finlandeses Bélicos, mas nada bestas |
Straight To the Heart, King For A Day, Bastard Son of Odin dão aquela sensação de que estamos vivendo
dentro de uma imensa compilação de trilhas sonoras dos filmes de ação toscos
dos anos 1980 (Ruas de Fogo e afins). Dá para imaginar David Hasselfoff
dançando essas músicas. Se esse é teu ideal de diversão, não terás motivos para
reclamar da bolachinha.
E não há nenhum problema em admitir que colocar Bringer of Pain para rodar é uma tremenda delícia.
É tudo muito bem feito, Noora Louhimo (que parece uma filha bastarda da Nina Hagen) tem uma voz rouca e poderosa,
que se encaixa bem tanto em baladas (Beyond
the Burning Skies, algo Nightwish)
ou nos números mais Hard (Familiar Hell), quanto em números agressivos, como a faixa título. A
produção, ao encargo do tecladista Janne
é de alto nível, lembrando um pouco a linha estilística seguida pelo Sabaton em discos recentes. E os
músicos, obviamente relegados a segundo plano, jogam para o time, Juuso Soinio e Joona Bjorkroth são efetivos nos riffs e
econômicos nos bons solos. Eero Sipila e Pyry Vikki fazem uma
cozinha que parece se inspirar na disco music, sem deixar o peso de lado. O
tecladista/produtor Janne Bjorkroth deixa seu instrumento lá em
cima na mixagem, mas isso faz bastante sentido dentro das ideias musicais da
banda.
Nem tudo funciona perfeitamente, é claro, a dance e breguinha chega a
lembrar aquelas atrocidades do Amaranthe
e Far From Heaven também não ajuda
em muito a manter a qualidade do disco, elevando a breguice para níveis que
fariam a Cher verter lágrimas de
glitter.
Nina Louhimo, ou seria Noora Hagen? |
Não fosse a produção, a faixa título pareceria algo que o Accept assinaria com galhardia, um
petardo metálico guiado pela velocidade, gang vocals e os vocais ferozes da
bolachuda Noora. Definitivamente o
grande destaque dentro das 10 faixas que compõe a edição normal, ao lado da
algo industrial Lost In Wars,
que traz um dueto bacana entre a vocalista e Tomi Joutsen, do Amorphis. A edição brasileira ainda
conta com 3 faixas bônus, todas legais e que facilmente poderiam trocar de
lugar com outras do repertório oficial.
Saldo Final
Cada
vez apostando mais na mistura Power/Hard/Pop, o Battle Beast
confeccionou um disco de audição agradável e para lá de divertido, chegando a
ser capaz de agradar até os Headbanger mais sisudos quando (ainda que
eventualmente) investem no peso.
NOTA: 7,77
Gravadora:
Shinigami Records (nacional).
Pontos
positivos: A bela voz de Noora e os refrães contagiantes
Pontos
negativos: a ideia diverte mas acaba por soar repetitiva
Para
fãs de: Sabaton, Accept, Amaranthe
Classifique como: Power Metal/Hard Rock
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