segunda-feira, 26 de junho de 2017

Striker – Striker (Cd-2017)

Striker (Cd - 2017)



Honrando a NWOTHM
Por Trevas

Geralmente quando uma banda que já tem alguns discos lançados solta no mercado um trabalho homônimo, passa a ideia ou de que se trata de um disco definitivo, ou de que ele representa uma reinvenção do que a banda fez até então. Lançado meio na surdina, o quinto Full Length dos canadenses mais prolíficos da NWOTHM me pegou de surpresa, e pela arte de capa simples e bacana que remete a demo tapes de eras passadas, imaginei que viria alguma coisa diferente por aí...




Apesar da capa evocar os primórdios do Heavy Metal, o som segue por uma vertente anos à frente, quando a NWOBHM resolvera americanizar seu formato consagrado para alçar maiores voos comerciais. Longe de ser uma crítica, já que quando a fórmula funciona, rende músicas fantásticas, como Former Glory, que abre o disco.






Aquela pegada à lá Anthrax que permeou a já clássica Underground, aparece aqui em Pass me By, mas dessa vez errando feio o alvo. Desnecessária, ainda termina com uma emulação de groove metal sem sal. Para nossa sorte o Metal “Final dos Anos 1980” retorna com um tributo ao Lemmy chamado Born To Lose (ver vídeo).





Cheating Death é uma curta instrumental que prepara o terreno para a ótima Shadows in The Night, com a guitarra frenética de Tim Brown, o baixo pulsante de William Wallace e a bateria rolo compressor de Adam Brown ganhando seus momentos de destaque. O vocal do ótimo Dan Cleary (que aqui também ataca de produtor) está soando melhor que nunca, agora quase sem gritinhos desnecessários e muito mais sólido e preocupado somente em criar boas melodias. A continuar nessa evolução, Dan vai se firmar soberano como o melhor vocalista dessa geração NWOTHM.


Blame Canada! Striker 2017


O ano de 1988 aparece muito bem representado na ótima Rock the Night com suas 789 toneladas de reverb e seu grudento refrão. Over The Top traz um pouco de modernidade à mistura, mas logo o ótimo refrão nos transporta de volta ao passado. Freedom’s Call, com sua levada de pirata, mantém o nível, que só cai um pouco com a Speed Metal (e pouco inspirada) Curse of the Dead. Nem tudo funciona às mil maravilhas, entretanto. A produção de Dan deixa o som um pouco saturado, algo que nem a mixagem do famoso Fredrik Nordström conseguiu salvar. O estrago só não é maior por que as músicas são no geral muito boas e a duração do disco é de apenas 33 minutos. Na edição limitada temos duas faixas bônus. Uma cover respeitosa e bacana para Desire, do Ozzy, e Heart of a Lion, lado B do Judas Priest que ganha uma rendição bem fraca.


Saldo Final

Salvo o problema com a produção, Striker, o disco, é uma bela continuação do trabalho que os canadenses vem apresentando. Longe dos exageros de outros colegas da NWOTHM, Striker, a banda, vem se tornando minha favorita da cena. Espero que no próximo disco os caras aliem suas ótimas composições à experiência de um produtor que saiba trabalhar melhor seu som. Ainda assim, um ótimo disco.


NOTA: 8,53


Lançamento: Avalon (importado)
Pontos positivos: ótimos solos e vocais, músicas contagiantes
Pontos negativos: a produção deixou o som saturado demais.  
Para fãs de: Cloven Hoof, Iron Maiden, Riot
Classifique como: Heavy Metal






4 comentários:

  1. Muito bom...rsrs
    O STRIKER é uma das minhas bandas preferidas da NWOTHM, porem, acho esse trabalho auto inritulaso, o menos inspirado.
    Não que seja ruim, mas achei inferior aos anteriores.
    Talvez, ainda precise forçar mais audições, mas por enquanto, penso assim, rsrsrs
    Paulo

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    Respostas
    1. Fala, Paulo!
      Então, fui esperando muito pouco do disco, pois já havia conversado contigo sobre ele. Mas eis que, para minha surpresa, gostei bastante. Achei melhor que o último, que demorou um bocado de tempo para me convencer, mas confesso que a produção deixou muito à desejar.
      Abração
      Trevas

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  2. Gostei das faixas q vc postou. Esse 'retorno' do heavy metal em sua forma mais tradicional tem rendido bons frutos, só espero q o futuro para essas novas bandas não seja igual ao de muitas antigas, q acabaram se tornando um pastiche de si mesmas ou, então, se embrenharam por caminhos, digamos assim, duvidosos.
    E q sirva de combustível para as velhas bandas resolverem voltar às próprias raízes e deixar de lado o insosso heavy metal (e algumas de suas vertentes) q tem sido apresentado nos últimos anos (ou décadas, sei lá...).
    Só pra finalizar, tô contigo quanto ao vocalista, de todos os melhores predicados ele parece já ter o mais difícil de se conseguir: identidade.
    Valeu, mizifio!!
    Marcello Lacerda

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  3. fala, Marcello!
    Então, adoro Heavy Metal e acredito que a variação que existe atualmente no estilo só traz coisas boas. Não vejo problemas com movimentos como a NWOTHM, mas assim como você colocou, acredito que deva existir um certo equilíbrio nessa adulação do saudosismo, senão as bandas se arriscam a virar caricaturas sem graça
    Abraço
    Trevas

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