Striker (Cd - 2017) |
Honrando a NWOTHM
Por
Trevas
Geralmente quando uma
banda que já tem alguns discos lançados solta no mercado um trabalho homônimo,
passa a ideia ou de que se trata de um disco definitivo, ou de que ele
representa uma reinvenção do que a banda fez até então. Lançado meio na
surdina, o quinto Full Length dos canadenses mais prolíficos
da NWOTHM me pegou de surpresa, e
pela arte de capa simples e bacana que remete a demo tapes de eras passadas,
imaginei que viria alguma coisa diferente por aí...
Apesar
da capa evocar os primórdios do Heavy
Metal, o som segue por uma vertente
anos à frente, quando a NWOBHM
resolvera americanizar seu formato consagrado para alçar maiores voos
comerciais. Longe de ser uma crítica, já que quando a fórmula funciona, rende
músicas fantásticas, como Former Glory, que abre o disco.
Aquela pegada à lá Anthrax
que permeou a já clássica Underground,
aparece aqui em Pass me By, mas
dessa vez errando feio o alvo. Desnecessária, ainda termina com uma emulação de
groove metal sem sal. Para nossa sorte o Metal “Final dos Anos 1980”
retorna com um tributo ao Lemmy
chamado Born To Lose (ver vídeo).
Cheating Death é uma curta instrumental que prepara o terreno para a ótima Shadows in The Night, com a guitarra frenética de Tim Brown, o baixo
pulsante de William Wallace e a bateria rolo compressor de Adam Brown ganhando seus momentos de
destaque. O vocal do ótimo Dan Cleary (que aqui também ataca de
produtor) está soando melhor que nunca, agora quase sem gritinhos desnecessários
e muito mais sólido e preocupado somente em criar boas melodias. A continuar
nessa evolução, Dan vai se firmar
soberano como o melhor vocalista dessa geração NWOTHM.
Blame Canada! Striker 2017 |
O
ano de 1988 aparece muito bem representado na ótima Rock the Night com suas 789 toneladas de reverb e seu grudento refrão. Over
The Top traz um pouco de modernidade à mistura, mas logo o ótimo refrão
nos transporta de volta ao passado. Freedom’s
Call, com sua levada de pirata, mantém o nível, que só cai um pouco com a Speed Metal (e pouco inspirada) Curse
of the Dead. Nem tudo funciona às mil maravilhas, entretanto. A produção de
Dan deixa o som um pouco saturado, algo
que nem a mixagem do famoso Fredrik Nordström conseguiu salvar. O estrago
só não é maior por que as músicas são no geral muito boas e a duração do disco
é de apenas 33 minutos. Na edição limitada temos duas faixas bônus. Uma cover
respeitosa e bacana para Desire, do Ozzy, e Heart of a Lion, lado B do Judas
Priest que ganha uma rendição bem fraca.
Saldo Final
Salvo
o problema com a produção, Striker,
o disco, é uma bela continuação do trabalho que os canadenses vem apresentando.
Longe dos exageros de outros colegas da NWOTHM,
Striker, a banda, vem se tornando
minha favorita da cena. Espero que no próximo disco os caras aliem suas ótimas
composições à experiência de um produtor que saiba trabalhar melhor seu som. Ainda
assim, um ótimo disco.
NOTA: 8,53
Lançamento: Avalon
(importado)
Pontos positivos: ótimos
solos e vocais, músicas contagiantes
Pontos negativos: a
produção deixou o som saturado demais.
Para fãs de: Cloven Hoof,
Iron Maiden, Riot
Classifique como: Heavy Metal
Muito bom...rsrs
ResponderExcluirO STRIKER é uma das minhas bandas preferidas da NWOTHM, porem, acho esse trabalho auto inritulaso, o menos inspirado.
Não que seja ruim, mas achei inferior aos anteriores.
Talvez, ainda precise forçar mais audições, mas por enquanto, penso assim, rsrsrs
Paulo
Fala, Paulo!
ExcluirEntão, fui esperando muito pouco do disco, pois já havia conversado contigo sobre ele. Mas eis que, para minha surpresa, gostei bastante. Achei melhor que o último, que demorou um bocado de tempo para me convencer, mas confesso que a produção deixou muito à desejar.
Abração
Trevas
Gostei das faixas q vc postou. Esse 'retorno' do heavy metal em sua forma mais tradicional tem rendido bons frutos, só espero q o futuro para essas novas bandas não seja igual ao de muitas antigas, q acabaram se tornando um pastiche de si mesmas ou, então, se embrenharam por caminhos, digamos assim, duvidosos.
ResponderExcluirE q sirva de combustível para as velhas bandas resolverem voltar às próprias raízes e deixar de lado o insosso heavy metal (e algumas de suas vertentes) q tem sido apresentado nos últimos anos (ou décadas, sei lá...).
Só pra finalizar, tô contigo quanto ao vocalista, de todos os melhores predicados ele parece já ter o mais difícil de se conseguir: identidade.
Valeu, mizifio!!
Marcello Lacerda
fala, Marcello!
ResponderExcluirEntão, adoro Heavy Metal e acredito que a variação que existe atualmente no estilo só traz coisas boas. Não vejo problemas com movimentos como a NWOTHM, mas assim como você colocou, acredito que deva existir um certo equilíbrio nessa adulação do saudosismo, senão as bandas se arriscam a virar caricaturas sem graça
Abraço
Trevas