terça-feira, 13 de junho de 2017

Curtas: Code Orange + Vírus + Rainbow

Curtas: Code Orange + Vírus + Rainbow
Olá, Guardiões da Cripta!

As Curtas da Cripta de hoje representam uma novidade aqui no Blog. Conforme a indústria musical sofre para encontrar alternativas à quase inexistente vendagem de material físico, torna-se cada vez mais comum para os artistas apostarem num formato que funcionou muito bem nos anos 1950/1960 – o Single. Como minha intenção é a de não perder nenhum lançamento das bandas que gosto, venho aqui pela primeira vez fazer avaliação de músicas nesse formato. Mais precisamente, trago aqui os dois primeiros singles do Rainbow redivivo e o fenomenal novo trabalho dos camaradas do Vírus.

Para fechar o trio de Curtas, temos também a primeira resenha para uma demo feita aqui na Cripta. Um caso bem especial, trata-se da banda de um amigo querido que tem muito tempo mora lá na terra do Schweinsteiger.

Espero que vocês curtam as novidades, uma ótima semana a todos!

Trevas  


Code Orange - Demo 02

Code Orange – Demo 02 (Demo - 2017)

Welcome to the Show!!!

Primeira demo a ser resenhada aqui na Cripta, Demo 02 é o novo cartão de visitas do combo alemão de Ingolstadt. Formado em 2007, o Code Orange não deve ser confundido com o grupo de Punk/Metalcore homônimo estadunidense que surgiria um ano depois. O som deles tem até pitadas de um Punk Rock em alguns momentos, mas o negócio aqui é um Hard Rock com doses de Heavy Metal.

Code Orange, o original.

Com nove faixas e pouco mais de 35 minutos, Demo 02 apresenta músicas gravadas em épocas e situações diferentes, o que gera também resultados diferentes. A visceral Welcome to the Show inaugura os trabalhos com um Sleaze contagiante guiado por bons riffs, uma cozinha bem rocker (ao encargo da baixista Pam Walter e do batera Benedikt Utz que funcionam sempre bem aqui), e um bom refrão que conta até com gang vocals muito bem encaixados. O vocalista, o Brasileiro Diego José de Calazans, encarna muito bem o estilo daquelas vozes do final dos anos 1980 aqui (soando até como o Axl Rose, em alguns momentos). Talvez seja um dos grandes destaques, junto com a paulada crítica de Blood, White and Blue, a contagiante Children of the Night e da virulenta Life’s A Bitch. Quando a banda flerta com o Punk, também diverte bastante, como nas urgentes Insecure e Sunny Days. O material apresenta uma qualidade de gravação bem bacana para uma Demo, no encarte constando agradecimentos aos engenheiros de som que ajudaram os teutônicos a obter o bom resultado.




Claro que nem tudo funciona à perfeição. Diego se sai muito bem quando canta agressivamente, mas nos vocais mais limpos ainda precisa encontrar sua voz e zona de conforto, indo muito bem em Children of the Night, nem tanto em The Capitulation e em An Angel Isn’t Better Than A Man, por exemplo. Os guitarristas Andre Eichmann e Alexander Mosen funcionam muito bem nas bases, com riffs inspirados e boas ideias, mas ainda precisam desenvolver melhor alguns solos. Mas são apenas detalhes, no geral a banda funciona muito bem e tem o que é mais importante, boas ideias...e determinação. Um promissor cartão de visitas, que venha logo o primeiro disco.






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Vírus - Povo do Céu 

Vírus – Povo do céu (Single – 2017)

Contágio Inspirador

Um dia considerada uma das mais promissoras bandas dentre as pioneiras do metal brasuca, a paulista Vírus parecia fadada a viver apenas na memória daqueles que bateram suas cabeças pela primeira vez diante de pérolas como Batalha no Setor Antares ou Matthew Hopkins no primeiro SP Metal. Por um longo tempo os únicos registros fonográficos da banda, datados de 1984, os dois sons clássicos ganharam companhia com a ótima Sacrifício, lançada meses atrás. E agora acabam de ganhar mais uma ilustre parceira.


Del Ciello, Piu e Flávio no Manifesto em 2017,  pelas lentes de Ricardo Ferreira (Roadie Crew)
Povo do céu, single produzido por Conrado Ruther e Luiz Fernando Vieira em conjunto com a própria banda, traz aquela sonoridade marcante e única daquelas duas faixas direto para 2017, mas com um belo toque setentista. O toque setentista, amplificado pelo estilo Blackmoriano de Fernando Piu, casa perfeitamente com a voz marcante de Flávio Ferb, que com brilhante interpretação de sua letra (evocando Erik Von Danniken) cria uma aura mística contagiante. Falei em contágio? Então, a cadenciada faixa faz justiça ao mote “Contagiometal” da banda, gruda no ouvido, contando com performances para lá de empolgantes do restante da banda, com RT Renato na guitarra, Lucio Del Ciello na bateria e Déio no baixo. E não posso deixar de mencionar a arte de capa do single, bonita demais e feita pelo próprio vocalista. Resta aos fãs do bom heavy metal em português torcer para que o primeiro disco da banda finalmente veja a luz do dia! Excelente! 



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Rainbow - I Surrender

Rainbow – I Surrender + Land Of Hope And Glory  (Singles - 2017)

Now What?!

Ok, ok, sei que tem muita gente me xingando por conta da resenha para o novo e horroroso disco do Purple. Entendam, se é ruim é ruim. E infelizmente isso vale para os primeiros lançamentos de estúdio do redivivo Rainbow. Blackmore continua imprevisível e lelé da cuca. O defendi quando ele optou por deixar o titio segunda divisão Joe Lynn Turner de fora da nova encarnação da banda, optando pela voz mais heavy metal do chileno Ronnie Romero. Uma voz muito mais voltada para o material da era Dio. Porra, aí vai Ritchie e resolve apresentar como primeira gravação da nova formação uma versão para a cover I Surrender, uma das mais xaroposas composições da fase mais xaroposa da banda. E o que é pior, a qualidade de gravação parece algo caseira, em especial o som da bateria e dos teclados. Ronnie se sai bem, assim como o patrão, mas sua escolha não faz muito sentido para esse tipo de som. Menos sentido ainda faz o segundo single, Land of Hope and Glory, uma versão instrumental modorrenta de um número clássico que sempre encerra as apresentações da banda, tocada no som mecânico. Nada que Blackmore não pudesse fazer rodeado de moças vestidas de fadas renascentistas junto ao Blackmore’s Night, o que é no mínimo, intrigante. Joe Lynn Turner deve estar se mijando de rir. E Blackmore, dentro de seu estranho senso de humor, talvez esteja rindo junto. Um péssimo recomeço.






















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