Claustrofobia, Oceans Of Slumber, Trees Of Eternity, High Spirits |
Claustrofobia - Download Hatred (Cd-2016) |
Claustrofobia – Download
Hatred (Cd-2016)
Ódio Musicado
O sexto disco dos
paulistas do Claustrofobia começa de
forma avassaladora com a faixa título, que me remeteu aos bons momentos dos
mestres poloneses do Vader. A
produção absurda do britânico Russ Russell (que já trabalhou com nomes tão
variados quanto Napalm Death, New Model Army, Amorphis e...Evil
Scarecrow!?!?!?) só veio a melhorar o que já era bastante bom. São dez
faixas que alternam entre velocidade e brutalidade frenéticos (Blasphemous Corruption, My Own Victory) e peso mastodôntico cadenciado (Sinking, The Greatest Temptation). Temos ainda alguns convidados especiais, que
absolutamente não soam nada gratuitos (Shane
Embury, Andreas Kisser e Moyses Kolesne).
Tudo
aqui soa coeso e os 40 minutos de música passam voando numa audição brutalmente
agradável. Marcus D’Angelo achou um novo parceiro para
suas guitarras que estreou com o pé direito (Douglas Prado), e a
cozinha formada por Daniel Bonfogo e Caio D’Angelo é das
melhores do estilo no Brasil. Como grandes destaques, guardaria a faixa título,
a quebrada Inverted Faith e a absurda My Own Victory. A grande maioria do material
se encontra na língua de Shakespeare,
praticamente o idioma oficial do mundo do metal, mas a bolachinha se encerra de
maneira surpreendente com duas músicas em português, a virulenta Curva (com solo do onipresente Andreas Kisser) e a autoexplicativa Paulada
(bônus para a edição brasuca). Mais um grande disco do Claustrofobia!
NOTA:
8,36
Pontos
positivos: visceral e muito bem feito
Pontos
negativos: nada a destacar
Para
fãs de: Morbid Angel, Krisiun, Vader
Classifique como: Death Metal/Thrash Metal
Nossos amigos Claustrofóbicos |
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Oceans Of Slumber - Winter (Cd-2016) |
Oceans Of Slumber – Winter
(Cd-2016)
Ecletismo Sorumbático
Quando o Metal Progressivo dos Texanos do Oceans
of Slumber tomou de assalto meu aparelho de som, a primeira coisa que
saltou aos ouvidos foi a bela e poderosa voz de Cammie Gilbert, um
talento raro. A última vez que me mostrei tão impressionado com uma vocalista
nova foi quando ouvi Mlny Parzon do Royal Thunder pela
primeira vez. E se você já ficou desinteressado pela banda assim que citei
Progressivo, pode ficar tranquilo(a), Winter,
o disco, vai muito além da xaropagem masturbatória comum do estilo. O que temos
aqui é uma mistura de referências que vem de lugares tão distantes quanto Gothic Rock, Death Metal, Doom, Ambient, Folk, Rock Alternativo e tudo
o mais que existe no meio. Tudo feito de maneira tão sutil que os ouvidos nunca
ficam confusos. Duvida? Assista do vídeo da faixa título aqui embaixo.
Winter é um disco com belos momentos e ocasionalmente
bem original, mas está longe da perfeição. Batendo uma hora de duração, a
montanha russa de agressividade/calmaria (eles se saem muito melhor nos
momentos mais calmos, como a chata e pesada Apologue nos joga na cara) tende a enjoar um pouco. Dá a impressão que
a banda por vezes se perde na ambiência e relega a qualidade das composições a
um segundo plano. Não que não existam grandes composições, a doce Lullaby, a alternativa Suffer the Bridge (totalmente absolutamente
descaradamente Royal Thunder) e a já citada faixa título são
muito boas e a cover para Nights In White
Satin do Moody Blues ficou melhor
que boa parte das outras 789 releituras que a manjada música ganha anualmente.
Um disco muito bom de uma banda que, aparadas algumas arestas, ainda pode
brindar a gente com trabalhos imperdíveis no futuro.
NOTA:
8,14
Pontos
positivos: belos vocais e belos momentos
Pontos
negativos: os belos momentos por vezes se diluem em composições não tão boas
Para
fãs de: Royal Thunder, The Gathering, Pain Of Salvatiom
Classifique como: Prog Metal
Cammie e sua trupe |
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Trees Of Eternity - Hour Of the Nightingale (Cd-2016) |
Trees Of Eternity – Hour Of
The Nightingale (Cd-2016)
Enya Goes Doom
E por falar em clima
soturno e bela voz feminina, esse é o ponto de partida desse Trees Of Eternity, projeto
capitaneado pelo guitarrista do Swallow
the Sun - Juha Raivio - e pela vocalista Sul-Africana
radicada na Suécia, Aleah Stanbridge. Mas se a história do Oceans Of Slumber é de uma banda com um
futuro em aberto, aqui resta a tristeza. O projeto nasceu de uma colaboração de
Aleah para uma música de um dos
discos do STS. Raivio resolveu experimentar algumas alternativas à música e
descobriu que a jovem vocalista tinha uma gama de ideias que permeavam o Doom e a New Age sombria. Raivio e Aleah lançaram uma demo em 2013 com o embrião do que seria o
primeiro disco. Um contrato com uma gravadora britânica alavancou a parceria e
assim Hour foi composto. Mas quis o
destino que Aleah nunca chegasse a
ver seu sonho realizado: em abril de 2016, um agressivo câncer pôs fim à vida
da talentosa cantora.
A
gravadora então perdeu o interesse no desenvolvimento do projeto, mas lançar Hour Of The Nightingale se tornou uma questão de honra
para Raivio, e em novembro de 2016 o
disco viu a luz do dia, lançado por um pequeno selo finlandês. O que escutamos
aqui é a mistura exata entre Doom/Gothic Metal e...Enya! A voz sussurrante
e bela de Aleah faz das sorumbáticas
My Requiem e Eye Of The
Night verdadeiras odes ao lado
sombrio do mundo. A bela Condemned to Silence
é engrandecida pela presença da voz de Mick
Moss, do Antimatter. A Million Tears tem um quê de My Dying Bride. Já a faixa título combina luz e sombra de maneira perfeita
com pitadas de Ennio Morricone. A ótima The Passage carrega mais
um pouco no Doom Metal, como o faz também o matador
encerramento com Gallows Bird, contando com a voz imponente de Nick Holmes (Paradise Lost). Uma belíssima homenagem póstuma
a um talento que nos deixou cedo demais. Altamente recomendado!
NOTA:
9,06
Pontos
positivos: belos vocais e clima sombrio e denso
Pontos
negativos: é um disco bem atmosférico e lento, não deve agradar aos amantes da
velocidade
Para
fãs de: My Dying Bride, The Gathering
Classifique como: Doom Metal, Gothic Metal
Trees of Eternity - Raivio na extrema esquerda, Aleah ao centro. RIP |
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High Spirits - Motivator (Cd-2016) |
High
Spirits – Motivator (Cd-2016)
Exército
de Um Homem (Com Mullets) Só
Motivator é o terceiro disco de estúdio do grupo estadunidense
High Spirits. O som aqui é bastante calcado numa mistura do Heavy Metal da primeira metade dos anos 1980 com algo de AOR. Após uma rápida introdução instrumental
somos arremessados a boa Flying High. This Is The Night segue com guitarras que remetem a Thin Lizzy e Foghat e linhas melódicas que não
ficariam estranhas nos momentos mais roqueiros dos discos do Foreigner ou Journey. Já Reach for the Glory tem suas
guitarras iniciais chupadas de Aces High, com um refrão que esbarra no
brega. A produção tem a cara daqueles discos de 1978 a 1983 e salvo alguns
timbres nas guitarras que por vezes dão a impressão que algo está fora da
afinação, é tudo bastante bem feito.
E
aqui cabe uma curiosidade, embora a banda se apresente num formato de quinteto
ao vivo, aqui no estúdio é tudo executado pelo multi-instrumentista Chris Black, figura rodada na cena estadunidense. Do You Wanna Be Famous certamente
estouraria em alguma rádio rock nos idos de 1984. Haunted By Love é mais uma com aquela cara de
single-esquecido de 1984. Aliás, essa é a fórmula que se repete ao longo dos
parcos 29 minutos da bolachinha. Mas a despeito de ao longo do percurso
ficarmos com aquela impressão que as referências a faixas conhecidas de AOR e Metal beiram o plágio, é tudo tão incrivelmente bem feito e com um
ar descompromissado que não vale a pena se agarrar à rabugice. Um deleite para
os fãs daquela época em que as bandas da NWOBHM
e derivados começaram a polir um pouco mais seu som.
NOTA:
8,00
Pontos
positivos: parece um disco perdido de meado dos anos 1980
Pontos
negativos: parece um disco perdido de meado dos anos 1980
Para
fãs de: NWOBHM, em sua fase mais comercial
Classifique como: NWOBHM, em sua fase mais comercial
Chris Black, ou High Spirits...não, ele não tem Mullet... |
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