sábado, 18 de fevereiro de 2017

Curtas: Vader, Axel Rudi Pell, Avenged Sevenfold, Crowbar





Curtas: Vader, Axel Rudi Pell, Avenged Sevenfold, Crowbar
Por Trevas

Vader - The Empire
Vader – The Empire (Cd-2016)

Death Imperial

Poucas bandas da idade da polonesa Vader (quase 3 décadas) podem se gabar de ter uma extensa discografia (só de estúdio são 14 discos) que prima por um incrível padrão de qualidade. Os caras simplesmente não tem disco ruim e The Empire está aí para esfregar isso na nossa cara. Se você já havia ficado feliz com a bifa na oreia que é Angels Of Steel, primeira faixa de trabalho, não terá do que reclamar do restante do disco. O que ouvimos aqui é um Death Metal Old School com os tradicionais elementos de Heavy Metal que o líder Piotr (responsável pelas guitarras e voz) sempre fez questão de imputar aos seus sons.


A produção, com imenso punch e ao mesmo tempo imprimindo uma qualidade sonora absurda em meio à desgraceira, merece destaque absoluto. A proficiência de Marek Pajak (guitarras), Tomasz Halicki (baixo) e James Stewart (bateria) junto ao patrão também é impressionante. Mas nem produção nem os músicos seriam suficientes para garantir um jogo ganho e o que realmente vale aqui são as músicas. Prayer To the God Of War carrega nas nuances mais heavy, já Genocidius é uma pedrada nos tímpanos. Feel My Pain é contagiante, e os 33 minutos da bolachinha se encerrariam com imensa ferocidade com a inspirada Send Me Back To Hell. Encerraria. Mas na edição brasileira ainda temos o Ep Iron Times incluso. Descartada a desnecessária repetição de Prayer... e Parabellum, cujas versões no Ep são as mesmas do disco, recebemos de presente duas covers: uma Piesc I Stal, que Piotr gravara em 2006 junto ao Panzer X, e uma respeitosa e matadora rendição para Overkill do...ah, nem preciso dizer, né? Padrão de qualidade Vader- Um puta disco, como sempre!  


NOTA: 8,91


Pontos positivos: visceral e muito bem feito
Pontos negativos: passa rápido demais
Para fãs de: Morbid Angel
Classifique como: Death Metal


Vader 2016 - Troo até a medula
_____________________________________________________________

Crowbar - The Serpent Only Lies
Crowbar – The Serpent Only Lies (Cd-2016)

A Serpente é só Tijolada

Logo no primeiro dos 45 minutos da bolachinha, mais especificamente na entrada da excelente Falling While Rising (ver vídeo), já sabemos o que esperar de Kirk Windstein e sua trupe – uma tijolada Doom/Sludge de respeito. O disco marca o retorno do baixista original após 16 anos de ausência, Todd Strange. O trabalho, 11º rebento do Crowbar, parece querer de certa forma reverenciar os primórdios da banda, quando Todd ainda arcava com os graves, carregando a mão no Doom mais classudo. Plasmic and Pure, por exemplo, é como uma encarnação zumbi do Black Sabbath. Mas as influências de hardcore não foram esquecidas, não. A rápida I Am The Storm é virulenta como pede o estilo.


A produção de Duanne Simoneaux, parceiro de longa data de Kirk (tanto no Crowbar quanto no Down), faz aquele equilíbrio preciso entre a sujeirada necessária para a massa sonora da banda e a clareza nos momentos mais trabalhados, como na excelente e Jerrycantrelliana Surviving The Abyss. A faixa título, que praticamente compila em seus parcos 4 minutos todas as características do Crowbar, já merece ganhar espaço nos sets vindouros. O disco tem lá seus momentos menos inspirados, mas não tem erro – se tua praia é um peso monolítico e sujismundo, vá na fé que tio Kirk sabe das coisas! Recomendo!


NOTA: 8,26


Pontos positivos: peso abissal
Pontos negativos: tem lá duas faixas mais marromenos no caminho 
Para fãs de: Down, Alice In Chains
Classifique como: Sludge, Doom

Pelas barbas do profeta! Kirk e sua trupe, 2016
__________________________________________________________


Axel Rudi Pell - Game of Sins
Axel Rudi Pell – Game Of Sins (Cd-2016)

Sessão da Tarde

Disco do guitarrista alemão Axel Rudi Pell é que nem filme da sessão da tarde: você geralmente já sabe o que vai acontecer, é clichê para cacete, mas ainda assim, dependendo do estado de espírito, pode divertir sem maiores problemas. Convenhamos, não ia ser agora, no 17º disco de estúdio, que a história iria mudar. A intro desnecessária está ali (dessa vez, com clima circense), a faixa de abertura que você jura já ter ouvido antes (Fire), também. Mas não vamos ser tão chatos, tem também um punhado de boas músicas.



Game Of Sins é um ótimo exemplar do épico obrigatório dos caras, assim como When the World Says Goodbye. E Sons In the Night nos mostra que a banda até consegue ser vigorosa quando quer. Uma pena que eles ainda insistam nas baladas xaropescas de gosto para lá de duvidoso, como a irritante Lost In Love. O mais legal é que a edição nacional, cortesia da Shinigami, traz a excelente releitura para All Along the Watchtower (Bob Dylan, imortalizada pelo Hendrix). Dentro dos trocentos discos iguais do Axel Rudi pell, esse é da leva dos inspirados. Se você é fã, corra e garanta o seu.


NOTA: 8,04


Pontos positivos: mais do mesmo, mas inspirado
Pontos negativos: mais do mesmo 
Para fãs de: Rainbow, Heaven & Earth
Classifique como: Heavy Metal

Axel Rudi Pell - vale a pena ver de novo?
_______________________________________________________


Avenged Sevenfold - The Stage
Avenged Sevenfold – The Stage (Cd-2016)

Rumo às Estrelas

A banda que os Troozões amam odiar está de volta. E camaradas, vocês podem pensar o que quiser dos estadunidenses, mas os moleques tem colhões de aço. Peitando uma gravadora major, resolveram simplesmente fazer o que parecia impossível nos tempos de discos que vazam meses antes de ir ás prateleiras – lançaram seu novo álbum ás escuras, sem anuncio prévio. Para isso contaram com uma estratégia que envolveu a difusão de inúmeras notícias falsas pela internet, com participação ativíssima do colega e lutador de WWE Chris Jericho (Fozzy), que até mesmo criou um disco fictício apara a banda, Voltaic Oceans (nome adaptado de uma música do the Cult). A estratégia culminou na projeção do logo da banda em pontos diferentes das grandes cidades dos EUA e em um show em cima de um edifício. Durante o show os discos começaram a ser distribuídos às lojas, sem que ninguém se desse conta disso. A estratégia teve um resultado interessante. The Stage vendeu menos da metade do disco anterior na semana de lançamento (atingindo o primeiro lugar da mesma maneira), mas manteve a vendagem no topo por mais semanas do que o normal. De resto, The Stage traz como novidade a estreia de Brooks Wackerman (Bad Religion), na bateria, além de tratar de conceitos baseados em Inteligência artificial e astrofísica. Parece que a garotada cresceu, enfim.



The Stage, o épico que abre o disco e primeira faixa de trabalho, lida com a história de um homem que questiona os desígnios do universo e com a ideia de destino pré-determinado. Uma música excelente, repleta de belos solos e com uma interessante construção que leva a um desfecho apoteótico. Uma abertura incomum, mais um ponto para a audácia dos caras. Paradigm é outra excelente faixa, que mostra o distanciamento do caminho mais Old School do disco anterior, como comprova a não tão legal Sunny Disposition, com seus metais em meio ao caos. God Damn e Creating God são bons libelos antirreligiosos. Angels é uma bela balada, que não aprece chupada do Guns And Roses, vejam só. Simulation começa lenta e se desenvolve numa sequência de altos e baixos, de maneira a lembrar uma evolução dos sons que a banda fazia em City Of Evil. Higher é excelente e mostra o quanto Matt Shadows evoluiu como vocalista, soando bem mais versátil que em seus primórdios com aquele trinado anasalado. Roman Sky traz elementos orquestrais bem casados com a proposta viajante, que fez lembrar algo no novo Nightwish. Fermi Paradox pode ter momentos instrumentais inspirados, mas fica abaixo do restante do disco. E se iniciar um disco com uma faixa de 8 minutos já é meio esquisito, que tal fechar o mesmo com um épico de quase 16? Bom, Exist tem de tudo, solos impressionantes, passagens que remetem ao Metallica antigo, passagens vocais baladescas e discurso de Neil DeGrasse Tyson...certamente não é a obra prima que a banda imaginou, mas tem momentos interessantes. Em suma, um disco tão corajoso quanto a estratégia para seu lançamento. Bola dentro para o A7X!


NOTA: 8,17


Pontos positivos: ambicioso e muito bem tocado
Pontos negativos: um pouco longo demais 
Para fãs de: Iron Maiden, Killswitch Engage
Classifique como: Heavy Metal

Ax7 2016 - a molecada tá ficando cascuda
















Nenhum comentário:

Postar um comentário