Curtas: Vader, Axel Rudi Pell,
Avenged Sevenfold, Crowbar
Por Trevas
Vader - The Empire |
Vader
– The Empire (Cd-2016)
Death
Imperial
Poucas bandas da idade
da polonesa Vader (quase 3 décadas)
podem se gabar de ter uma extensa discografia (só de estúdio são 14 discos) que
prima por um incrível padrão de qualidade. Os caras simplesmente não tem disco
ruim e The Empire está aí para esfregar isso na nossa cara. Se você já havia
ficado feliz com a bifa na oreia que é Angels
Of Steel, primeira faixa de trabalho, não terá do que reclamar do
restante do disco. O que ouvimos aqui é um Death
Metal Old School com os
tradicionais elementos de Heavy Metal que o líder Piotr (responsável pelas guitarras e voz) sempre fez questão de
imputar aos seus sons.
A produção, com imenso punch e
ao mesmo tempo imprimindo uma qualidade sonora absurda em meio à desgraceira,
merece destaque absoluto. A proficiência de Marek Pajak (guitarras),
Tomasz Halicki (baixo) e James Stewart (bateria) junto ao patrão
também é impressionante. Mas nem produção nem os músicos seriam suficientes
para garantir um jogo ganho e o que realmente vale aqui são as músicas. Prayer To the God Of War carrega nas
nuances mais heavy, já Genocidius é
uma pedrada nos tímpanos. Feel My Pain
é contagiante, e os 33 minutos da bolachinha se encerrariam com imensa
ferocidade com a inspirada Send Me Back
To Hell. Encerraria. Mas na edição brasileira ainda temos o Ep Iron
Times incluso. Descartada a desnecessária
repetição de Prayer... e Parabellum, cujas versões no Ep são as mesmas do disco, recebemos de
presente duas covers: uma Piesc I Stal,
que Piotr gravara em 2006 junto ao Panzer X, e uma respeitosa e matadora rendição para Overkill do...ah, nem preciso dizer, né? Padrão de qualidade Vader- Um puta disco, como sempre!
NOTA:
8,91
Pontos
positivos: visceral e muito bem feito
Pontos
negativos: passa rápido demais
Para
fãs de: Morbid Angel
Classifique como: Death Metal
Vader 2016 - Troo até a medula |
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Crowbar - The Serpent Only Lies |
Crowbar
– The Serpent Only Lies (Cd-2016)
A
Serpente é só Tijolada
Logo no primeiro dos
45 minutos da bolachinha, mais especificamente na entrada da excelente Falling While Rising (ver vídeo),
já sabemos o que esperar de Kirk Windstein e sua trupe – uma tijolada Doom/Sludge de respeito. O disco marca o retorno do baixista original
após 16 anos de ausência, Todd Strange. O trabalho, 11º rebento do Crowbar, parece querer de certa forma
reverenciar os primórdios da banda, quando Todd
ainda arcava com os graves, carregando a mão no Doom mais classudo. Plasmic
and Pure, por exemplo, é como uma encarnação zumbi do Black Sabbath. Mas as influências de hardcore não foram esquecidas, não.
A rápida I Am The Storm é virulenta
como pede o estilo.
A produção de Duanne Simoneaux, parceiro de longa data de Kirk (tanto no Crowbar
quanto no Down), faz aquele
equilíbrio preciso entre a sujeirada necessária para a massa sonora da banda e
a clareza nos momentos mais trabalhados, como na excelente e Jerrycantrelliana Surviving The Abyss. A faixa
título, que praticamente compila em seus parcos 4 minutos todas as
características do Crowbar, já merece
ganhar espaço nos sets vindouros. O disco tem lá seus momentos menos inspirados,
mas não tem erro – se tua praia é um peso monolítico e sujismundo, vá na fé que
tio Kirk sabe das coisas! Recomendo!
NOTA:
8,26
Pontos
positivos: peso abissal
Pontos
negativos: tem lá duas faixas mais marromenos no caminho
Para
fãs de: Down, Alice In Chains
Classifique como: Sludge, Doom
Pelas barbas do profeta! Kirk e sua trupe, 2016 |
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Axel Rudi Pell - Game of Sins |
Axel
Rudi Pell – Game Of Sins (Cd-2016)
Sessão
da Tarde
Disco do guitarrista
alemão Axel Rudi Pell é que nem
filme da sessão da tarde: você geralmente já sabe o que vai acontecer, é clichê
para cacete, mas ainda assim, dependendo do estado de espírito, pode divertir
sem maiores problemas. Convenhamos, não ia ser agora, no 17º disco de estúdio,
que a história iria mudar. A intro desnecessária está ali (dessa vez, com clima
circense), a faixa de abertura que você jura já ter ouvido antes (Fire), também. Mas não vamos ser tão
chatos, tem também um punhado de boas músicas.
Game
Of Sins é um ótimo exemplar do épico obrigatório dos caras, assim
como When the World Says Goodbye. E Sons In the Night nos mostra que a
banda até consegue ser vigorosa quando quer. Uma pena que eles ainda insistam
nas baladas xaropescas de gosto para lá de duvidoso, como a irritante Lost In Love. O mais legal é que a
edição nacional, cortesia da Shinigami,
traz a excelente releitura para All
Along the Watchtower (Bob Dylan,
imortalizada pelo Hendrix). Dentro dos
trocentos discos iguais do Axel Rudi
pell, esse é da leva dos inspirados. Se você é fã, corra e garanta o seu.
NOTA:
8,04
Pontos
positivos: mais do mesmo, mas inspirado
Pontos
negativos: mais do mesmo
Para
fãs de: Rainbow, Heaven & Earth
Classifique como: Heavy Metal
Axel Rudi Pell - vale a pena ver de novo? |
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Avenged Sevenfold - The Stage |
Avenged
Sevenfold – The Stage (Cd-2016)
Rumo
às Estrelas
A banda que os
Troozões amam odiar está de volta. E camaradas, vocês podem pensar o que quiser
dos estadunidenses, mas os moleques tem colhões de aço. Peitando uma gravadora
major, resolveram simplesmente fazer o que parecia impossível nos tempos de
discos que vazam meses antes de ir ás prateleiras – lançaram seu novo álbum ás
escuras, sem anuncio prévio. Para isso contaram com uma estratégia que envolveu
a difusão de inúmeras notícias falsas pela internet, com participação
ativíssima do colega e lutador de WWE
Chris Jericho (Fozzy), que até
mesmo criou um disco fictício apara a banda, Voltaic Oceans (nome
adaptado de uma música do the Cult). A estratégia culminou na
projeção do logo da banda em pontos diferentes das grandes cidades dos EUA e em um show em cima de um edifício.
Durante o show os discos começaram a ser distribuídos às lojas, sem que ninguém
se desse conta disso. A estratégia teve um resultado interessante. The Stage vendeu menos da metade do disco anterior na semana de
lançamento (atingindo o primeiro lugar da mesma maneira), mas manteve a vendagem
no topo por mais semanas do que o normal. De resto, The Stage traz como
novidade a estreia de Brooks Wackerman (Bad Religion), na
bateria, além de tratar de conceitos baseados em Inteligência artificial e astrofísica.
Parece que a garotada cresceu, enfim.
The Stage, o épico que abre o disco e
primeira faixa de trabalho, lida com a história de um homem que questiona os
desígnios do universo e com a ideia de destino pré-determinado. Uma música
excelente, repleta de belos solos e com uma interessante construção que leva a
um desfecho apoteótico. Uma abertura incomum, mais um ponto para a audácia dos
caras. Paradigm é outra excelente faixa,
que mostra o distanciamento do caminho mais Old School do disco
anterior, como comprova a não tão legal Sunny
Disposition, com seus metais em meio
ao caos. God Damn e Creating God são bons libelos antirreligiosos. Angels é uma bela balada, que não
aprece chupada do Guns And Roses,
vejam só. Simulation começa lenta e
se desenvolve numa sequência de altos e baixos, de maneira a lembrar uma
evolução dos sons que a banda fazia em City
Of Evil. Higher é excelente
e mostra o quanto Matt Shadows evoluiu como vocalista, soando
bem mais versátil que em seus primórdios com aquele trinado anasalado. Roman Sky traz elementos orquestrais bem casados com a proposta viajante,
que fez lembrar algo no novo Nightwish.
Fermi Paradox pode ter momentos instrumentais inspirados, mas fica abaixo
do restante do disco. E se iniciar um disco com uma faixa de 8 minutos já é
meio esquisito, que tal fechar o mesmo com um épico de quase 16? Bom, Exist tem de tudo, solos
impressionantes, passagens que remetem ao Metallica
antigo, passagens vocais baladescas e discurso de Neil DeGrasse Tyson...certamente não é a obra prima
que a banda imaginou, mas tem momentos interessantes. Em suma, um disco tão
corajoso quanto a estratégia para seu lançamento. Bola dentro para o A7X!
NOTA:
8,17
Pontos
positivos: ambicioso e muito bem tocado
Pontos
negativos: um pouco longo demais
Para
fãs de: Iron Maiden, Killswitch Engage
Classifique como: Heavy Metal
Ax7 2016 - a molecada tá ficando cascuda |
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