Curtas: Pretty Maids, Tygers of Pan Tang, Diamond Head, Armored Saint |
Pretty Maids - Kingmaker |
Pretty
Maids – Kingmaker (Cd-2016)
Algo
Morno no Reino da Dinamarca
O 15º disco de
estúdio dos prolíficos dinamarqueses, 4º no curto período de 5 anos – uma
raridade em tempos de download ilegal - traz a mesma fórmula que a banda vem
lapidando desde meados dos anos 1990: Pitadas de Power Metal europeu em
meio a melodias que não ficariam nem um pouco deslocadas em um trabalho de AOR. Some-se a isso uma produção
moderna, com importante uso de teclados nos arranjos e uma ou outra balada
incidental farofenta e você tem um diagrama de todos os lançamentos recentes
dos caras. O fato é que a fórmula, quando funciona, como na faixa título, é
irresistível. E ninguém soa como os cabruncos.
O problema é que para
funcionar bem, toda a perfeição dos músicos e da produção do sempre competente Jacob Hansen tem que vir acompanhados de canções marcantes. E, embora Kingmaker não tenha nada em seus quase
cinquenta minutos de duração que ofenda os ouvidos, também passa longe de gerar
músicas passíveis de integrar o repertório ao vivo do Pretty Maids. Enfim, um
disco competente, mas que passa longe dos melhores momentos de uma banda única.
Talvez seja hora de desacelerar na quantidade de lançamentos e atentar para o
padrão de qualidade.
NOTA:
7,30
Pontos
positivos: produção caprichada
Pontos
negativos: falta algo à boa parte do material
Para
fãs de: Eclipse, Scorpions
Classifique como: Power Metal+AOR
Power Farofa Dinamarquesa |
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Tygers of Pan Tang |
Tygers
Of Pan Tang - Tygers Of Pan Tang (Cd-2016)
O
Bonde Do Tigrão
Fóssil vivo da NWOBHM, o Tygers of Pan Tang escolheu não nomear seu quinto rebento desde o retorno à ativa
(em 1999). Quando uma banda lança um disco homônimo a essa altura da carreira,
geralmente o faz com a intenção de mostrar ao mundo um suposto renascimento. E
é mais ou menos o que temos aqui. Não, os caras não reinventaram seu som, ainda
temos aqui aquela mistura de Hard
com um Heavy Metal tipicamente britânico, mas cara, a inspiração estava em alta.
Que o diga a abertura, com Only the Brave, facilmente uma das melhores músicas de 2016.
A formação atual traz apenas o
guitarrista Rob Weir dos primórdios, mas está longe de ser um catadão sem
personalidade. O vocalista Italiano Jacopo
Meille já acompanha Weir desde 2004, e a despeito de soar
meio irritante em discos anteriores, simplesmente detona aqui. Outro que já
está na banda tem muito tempo (desde 2002, para ser mais preciso) é Craig Ellis (batera), que forma uma ótima cozinha com Gavin Gray (baixo). Outro destaque fica para o excelente Micky Crystal, que debulha solos e riffs de primeira. Musicalmente temos
faixas que equilibram muito bem o Hard/Heavy (a já citada Only the Brave, Never Give
In e Do It Again – todas muito
boas) e outras mais festivas, como a contagiante Glad Rags, a bela Praying For a Miracle e o cover bacana
para I Got The Music In Me (Kiki Dees Band). A banda
estava com a mão tão boa que, até mesmo quando arriscou uma balada xarope tipicamente
anos 1980 (The Reason Why), o fez
muito bem. Ao final dos 45 minutos do disco homônimo, fiquei com a certeza de
estar diante de um dos melhores trabalhos da longa carreira dos britânicos. Só
dispenso o grunhido tosco de tigre após a última música, que me deu um baita
susto. Excelente!
NOTA:
8,93
Pontos
positivos: Inspiração em alta, ótimos vocais, riffs e solos
Pontos
negativos: tem cara de anos 1980, se espera modernidade, nem passe perto
Para
fãs de: Saxon, Diamond Head, Def Leppard antigo
Classifique como: Power Metal+AOR
Bonde do tigrão geriátrico |
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Diamond Head |
Diamond
Head – Diamond Head (Cd-2016)
Diamante
Errante
Bem, repita aqui a
introdução da resenha acima. Temos um disco homônimo tardio de um dos baluartes
da NWOBHM. O Diamond Head hoje tem
seu nome marcado na história do Rock por sempre ser lembrado pelos
estadunidenses do Metallica como uma das suas principais influências nos
primórdios da banda. Mas, verdade seja dita, sua carreira nunca sobreviveu ao
peso de seu primeiro disco, o excelente Lightning
To The Nations. Essa é a
segunda tentativa de retorno da banda, com uma formação que traz apenas o
guitarrista Brian Tatler de seus primórdios, auxiliado
pelo baterista Karl Wilcox, que figurou na encarnação
noventista dos caras, além dos novatos Rasmus
Bom Andersen (voz), Andy Abberley e Dean Ashton (baixo).
Bones abre
o disco de forma vigorosa, mostrando um cruzamento da sonoridade NWOBHM com uma leve e bem-vinda
modernidade. Shout At The Devil tem um bom riff
prejudicado pela óbvia indução ao clássico homônimo do Motley Crue. A boa Set My Soul On Fire poderia até figurar
num disco do Audioslave, não fossem
os timbres e algumas sutilezas estilísticas. See You Rise tem aquela rifferama que cheira a AC/DC e bons vocais do competente, mas
algo comum, Rasmus Andersen. E talvez aí resida o único problema
do disco. É tudo bastante bem tocado, as músicas nunca ficam exatamente enfadonhas,
mas o todo carece de personalidade. Tudo soa comum como a voz de Rasmus. Se All The Reasons You Live é outra que bem poderia estar num disco do
Audioslave, Wizard Sleeve já é a
cara dos primórdios do NWOBHM e
talvez mais próxima do que se esperaria da banda. Outras, como Blood on My Hands, remetem ao mediano British Lion do Steve Harris. Ou seja, o ouvinte casual
provavelmente irá transitar pelas 11 músicas desse disco sem saber exatamente
quem diabos é o Diamond Head. Um disco correto, mas que passa
longe de ser essencial.
NOTA:
6,98
Pontos
positivos: muito bem produzido
Pontos
negativos: algo sem personalidade
Para
fãs de: British Lion, Audioslave
Classifique como: Heavy Metal
Diamond Head 2016 |
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Armored Saint - Saints Will Conquer |
Armored
Saint – Saints Will Conquer (Cd – 1988/2016)
Desenterrando
um Clássico
Saints Will Conquer é o Ep ao vivo que os estadunidenses do Armored Saint soltaram em 1988, registrando 7 faixas nos palcos da turnê de
Raising Fear, além de uma música de estúdio inédita. O clássico Ep foi recentemente relançado aqui no
Brasil pela Heavy Metal Rock, curiosamente pouco antes da banda lançar seu segundo disco ao
vivo na carreira. O material ao vivo da bolachinha é feroz e nada lapidado, e
aí reside seu principal charme: todas as versões aqui são superiores às originais
de estúdio, graças ao clima quase tosco e à velocidade acelerada das rendições.
Os gang vocals são
praticamente jogados nos microfones, John
Bush se preocupa muito mais com a
garra das interpretações do que com pormenores técnicos. David Pritchard, que
morreria dois anos depois, segura muito bem as guitarras sozinho. Gonzo
Sandoval e Joey Vera fazem uma cozinha de respeito, colaborando um bocado para o
impressionante peso do resultado final. A oitava faixa é uma até então inédita
sobra das gravações da primeira demo dos Saints,
datada de 1983. Um imperdível registro de uma era romântica da história do Heavy Metal.
NOTA:
CLÁSSICO DA CRIPTA
Pontos
positivos: energia pura, ótimas músicas
Pontos
negativos: deixa a gente querendo ouvir mais do show
Para
fãs de: Riot, Jag Panzer
Classifique como: Heavy Metal
Realce, reaaalce - Armored Saint 1987 |
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