Os Melhores de 2016 pela Cripta do Trevas! |
Olá,
Guardiões da Cripta
Mais
um ano se passou, mais uma lista atrasou, hehehehe
Bem,
passei janeiro e fevereiro chafurdando nas listas de sites e pessoas em busca de
discos obscuros. Confesso que caso não o tivesse feito, meu Top 20 de 2016
teria ficado bem empobrecido.
E não é por falta de material, não. Foi o primeiro ano em que utilizei ativamente o Spotify, e com ele e o The Metal Club, consegui ter alcance a uma penca de discos quase impossíveis de serem encontrados fisicamente. Devo ter escutado cerca de 200 trabalhos, uns 100 deles resenhados na Cripta.
2016
foi tão bom em lançamentos de rock pesado que minha lista original para essa
postagem contava com 30 discos. Abri mão de coisas como os novos do Testament, Kvelertak, Temperance Movement, Claustrofobia, Killswitch
Engage, Deftones...mas o fiz para que o texto ficasse menos longo.
Mas
ainda assim ficou beeeem longo. Dividirei a postagem em duas partes. Na
primeira, farei um apanhado de diversos pontos de 2016. Na segunda parte consta
a lista do Top 20.
Comentem,
critiquem, desenvolvam vossos vocabulários chulos, só lembrem de deixar minha
progenitora fora dessa. Divirtam-se!!!
Saudações
metálicas!
Trevas
MELHORES (E PIORES) DE
2016 – Parte I:
Por
Trevas
Decepção e Bomba
Decepção e Bomba? Opeth e Metallica cabem aqui? Bom, decepção a gente só tem quando se espera
algo de alguma coisa ou alguém. Não é o caso, parei de me importar com o Opeth tem tempo e Metallica nunca me interessou. E, convenhamos, por mais mequetrefes
que soem os novos discos, estão longe de poderem ser considerados bombas.
Decepção tive quando escutei o novo projeto dos mestres Hank Shermann e Michael Denner. Os caras tiveram a infeliz ideia de contratar para os
vocais Sean Peck, o Ripper Owens sem pedigree, que tem tempos
infla minha bolsa escrotal com o genérico Cage.
Bom, Sean parece ter se empolgado ao
fazer um som com os tiozões do Mercyful
Fate, nos presenteando com a
performance vocal mais irritante desde a estreia de Jim Gillette. Some os
maneirismos para lá de Over de nosso
amiguinho à um punhado de faixas burras do naipe de Son Of Satan e temos o disco mais
decepcionante que escuto em eras. Mas, por pior que seja Masters of Evil, ele em nada se compara a The Astonishing, do Dream Theater. Os nerds estadunidenses encapsulam tudo o que há de pior no Prog Metal, mas dessa vez se superaram: 130 minutos de puro
exibicionismo com barulhinhos de robôs e melodias insípidas que contam uma
história tão desinteressante e genérica que se trocássemos os robozinhos por
dragões, teríamos um disco do Rhapsody.
E tome tiruliruli-tirulirulu-pim-pom-tum. O treco é tão absurdamente ruim que a
melhor música dentro as 34(!!!!), the
Gift Of Music, não serviria
nem de lado B de single do Rush atual. Bisonho!
Denner/Shermann + Dream Theater - why, Lord, whyyy??!?!?! |
Revelações:
Ok, ok. Podem me
xingar. Mas o combo britânico de Classic/Hard Rock que o queridinho do The Voice Nathan James montou promete, e muito. O
primeiro disco do Inglorious pode
não ter reinventado a roda, mas promete fazer a alegria dos fãs de Rainbow e seus derivados pelos anos que
virão. O mesmo pode ser dito dos espanhóis do Lords Of Black. Não os caras não nasceram em
2016, mas a escolha de seu vocalista, Ronnie
Romero, para o posto de nova aposta
de Blackmore no retorno improvável
do Rainbow fez com que os caras
ganhassem uma exposição gigantesca. Uma baita banda a ser espiada no futuro! E
coloco aqui um supergrupo também – Last
In Line. O combo montado por Vivian
Campbell e Vinny Appice chutou
bundas com seu debut. E para provar que não foi acidente, já anunciaram o
lançamento do segundo rebento. Aqui no Brasil, fui surpreendido pelo trio Chronicode, que lançou meio que na
surdina seu Shapeshifter, mostrando
que Mari Figueiredo é uma das melhores vozes da nova cena brasuca. Com boas
músicas guiadas pelas guitarras afiadas de Julia
Pombo e Celo Oliveira e uma
baita produção, esse projeto é mais uma promessa tupiniquim de alta qualidade!
Inglorious, Lords Of Black, Last In Line e Chronicode - gratas surpresas! |
Capas do Ano!
Ah,
tá, ninguém mais compra mídia física. Foda-se! Ninguém liga mais para arte
gráfica. FODAAAAAA-SEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu ligo. Engole o choro!
Olha, ainda que o
declínio da vendagem das mídias físicas seja uma infeliz realidade, ele não
afetou tanto assim a qualidade das artes gráficas dos lançamentos mundo afora não.
Muito provavelmente por que as ferramentas hoje são muito mais acessíveis aos artistas
de plantão. Escolhi aqui quatro capas que considero das mais belas que vi esse ano.
Brotherhood of the Snake, do Testament, pode ter falhado em me conquistar como o fizeram os
lançamentos dos caras desde The Gathering. Mas a arte de capa do
Israelense Eliran Kantor (Satan, Crowbar, Kreator) ficou excelente, casando bem
com as paranoias conspiratórias das letras do disco.
O Tamuya Thrash Tribe explora
em suas letras um pouco de nossa história. E também toca em temas para lá de
pesados, como o silencioso genocídio de nossos índios. E dificilmente uma arte
de capa poderia se mostrar mais concisa e impactante do que a que adornou The Last Of The Guaranis. Um Forte e
belo trabalho da artista plástica Isabelle
Araujo.
O Metal extremamente técnico e espacial dos estadunidenses do Fallujah geralmente vem adornado por
artes de capa belíssimas e etéreas, e em Dreamless
não foi diferente: cortesia de Peter
Mohrbacher, especialista em ilustrar
versões bem diferentes para as entidades que chamamos de “Anjos”.
Os noruegueses do Kvelertak
decidiram abandonar as artes de temática pagã do excelente John Baizley (líder do Baroness), mas o renomado ilustrador Arik Roper (que além e artes para outras mídias já pintou coisas para Black Crowes, Sleep e Cathedral) nos presenteou com uma bela
ilustração Old School para o Night Traveller (com a corujinha mascote da
banda à tiracolo) do título em norueguês.
Testament, TTT, Fallujah e Kvelertak - belos trabalhos de arte gráfica |
Shows:
A
oferta de shows pelo Brasil em 2016 foi bastante boa. Os preços, nem tanto.
Aqui na Cripta vocês puderam ler relatos de alguns convidados ilustres sobre o
primeiro Hell In Rio, sobre a primeira
turnê do Iron Maiden depois da recuperação de Mr. Bruce Dickinson, além da
passagem marcante do Sisters Of Mercy
pelo Rio. Pude assistir a uma penca de shows em 2016, vários deles memoráveis (Soilwork, Candlemass, Halestorm, Kamelot, Exciter/Sacred Reich), mas dentre todos, os que mais
me marcaram foram os shows de dois combos teutônicos (7x1?):
A)
O verdadeiro massacre sonoro que a nova encarnação do Accept propiciou no Imperator,
em Abril. Arrisco a dizer que os caras estão melhores hoje do que em seus
tempos áureos. Um show de metal sem frescuras, apenas a banda e sua música.
B) Bem diferente da
minha escolha seguinte: o apoteótico show do Rammstein encerrando o primeiro Maximus Festival. Um show
de tanto poder de fogo musical e visual que é capaz de tornar uma apresentação
do Kiss algo mambembe e
desinteressante. Simplesmente o melhor espetáculo audiovisual que a cena do
rock pesado já criou. Inesquecível.
Pôster do primeiro Maximus |
O que esperar de 2017?
Em termos de
lançamentos, 2017 começou com tudo! Kreator,
Pain Of Salvation e Sepultura já botaram suas garrinhas de
fora com dois discaços que em breve ganharão suas resenhas por aqui. Os
veteranos prometem muita coisa boa vindo por aí: Judas Priest, Metalmorphose e Deep Purple são alguns
dos “velhinhos” que já anunciaram novos trabalhos para esse ano. Ritchie Blackmore já avisou que uma segunda rodada de shows do Rainbow redivivo irá acontecer,
deixando um suspense em relação a um novo disco. O Megadeth finalmente conquistou seu primeiro Grammy, ainda que trolado
pela produção, que tocou uma música do Metallica
no momento do anúncio. E 2017 ainda promete ser o ano em que finalmente o Tool vai largar a preguiça de lado e
lançar seu primeiro trabalho em mais de 10 anos. Em relação a shows em nosso
território, Amon Amarth, Abbath, Lacuna Coil, Evanescence e Moonspell
já tem datas confirmadas. A promessa é de uma agenda ainda mais cheia e repleta
de grandes apresentações do que 2016. Enfim, o ano promete!
MELHORES DE 2016 – PARTE
II - TOP 20!!!
20. Witherscape - The Northern Sanctuary |
20. Witherscape – The Northern
Sanctuary
O projeto do criativo
sueco Dan Swanö com Ragnar Widerberg tem um pé na morbidez, mas com nuances Prog e
citações a quase todo e qualquer subgênero dentro do Heavy Metal, mas sem
perder uma inesperada veia pop.
19. Gus Monsanto - Karma Café |
19. Gus Monsanto – Karma Café
O primeiro disco solo
de um dos melhores vocalistas da história do rock pesado Brasuca é uma grata
surpresa: AOR/Hard recheado sensibilidade e boas ideias. Ah, e com um vocal de
primeira!
18. Lords Of Black - II |
18. Lords Of Black – II
Vocal de primeira é o
que encontramos nessa banda espanhola, que faz uma versão 2016 do som que o Rainbow imprimiu lá nos anos 1970. Não
à toa, Ronnie Romero foi escolhido vocalista do...Rainbow!
17. Ihsahn - Arktis |
17. Ihsahn – Arktis
O norueguês é
especialista em trabalhos que misturam zilhões de influências de tudo o que já
foi feito dentro do metal. Só que dessa vez ele conseguiu fazer isso de maneira
ainda mais acessível.
16. Blood Ceremony - Lord Of Misrule |
16. Blood Ceremory - Lord Of Misrule
Os canadenses fazem
um Occult Rock que bebe tanto de Jethro
Tull quanto de Black Sabbath e Coven. Os riffs monolíticos com nuances folk, flautas e a bela voz
de Alia O’Brien criam um clima único e sombrio.
15. Vader - The Empire |
15. Vader – The Empire
Não há nada de
necessariamente novo nos pouco mais de 30 minutos do novo disco dos mestres
poloneses do Death Metal. E nem precisa ter novidade
quando se faz um disco tão forte e vigoroso quanto esse.
14. Tygers of Pan Tang |
14. Tygers Of Pan Tang - Tygers
Of Pan Tang
Talvez o disco mais
improvável a figurar na minha lista. Os veteranos da NWOBHM tem mais cacos do que
clássicos em sua discografia, então esse ótimo disco homônimo certamente pode
figurar entre seus melhores trabalhos.
13. Last In Line |
13. Last In Line – Heavy Crown
Vivian Campbell
remonta a formação clássica que gravou Holy
Diver para honrar a memória do desafeto
Ronnie James Dio. Soa falso? Em
intenção, sim, mas que puta disco nasceu dessa ideia!
12. Purson - Desire's Magic Theatre |
12. Purson – Desire’s Magic
Theatre
Rosalie Cunningham,
o prodígio britânico que praticamente faz tudo nessa banda com nome de capeta,
muda a chave de seu som para algo mais psicodélico e menos sombrio, mas ainda
assim excelente.
11. Magnum - Sacred Blood, Divine Lies |
11. Magnum – Sacred Blood,
Divine Lies
Os veteraníssimos
britânicos, responsáveis por uma das sonoridades mais idiossincráticas da
história do rock, vivem um raro momento de criatividade tardia. Um dos melhores
trabalhos de sua extensa discografia.
10. Trees of Eternity - Hour of the Nightingale |
10. Trees Of Eternity –
Hour of the Nightingale
A Sul-Africana Aleah Stanbridge pode ter deixado cedo demais esse plano astral. Mas seu legado
musical, em parceria com Juha Raivio (do Swallow the Sun), viverá para sempre nesse belo e
tristonho disco.
09. Fallujah - Dreamless |
09. Fallujah – Dreamless
Robótico, etéreo e
extremamente técnico, o som dos estadunidenses é bem próprio. Para nossa sorte
também é pesado feito um mamute celestial. Estranho e muito criativo, um baita
disco de metal moderno.
08. Metal Church - XI |
08. Metal Church – XI
Outra surpresa vinda
de um grupo veterano. Mike Howe
retornou ao Metal Church e parece que os anos afastado da
cena fizeram muito bem ao vocalista uma ótima performance num disco recheado de
petardos para deixar a velha guarda de sorriso no rosto.
07. Khemmis - Hunted |
07. Khemmis – Hunted
Em Hunted, o Khemmis escreve um verdadeiro compêndio de quase tudo o que se pode
fazer dentro do Doom Metal. Épico, pesadíssimo e lento feito
uma tartaruga das galápagos com reumatismo.
06. Gojira - Magma |
06. Gojira – Magma
Composto em um longo
espaço de tempo onde a vida dos irmãos Duplantier
foi revirada de pernas para o ar, Magma
confirma a capacidade dessa banda francesa de compor discos que não se parecem
com nada que já tenha sido feito antes. Pesado, denso e ainda assim cheio de
sutilezas.
05. Blues Pills - Lady In Gold |
05. Blues Pills – Lady In
Gold
O combo multinacional
capitaneado pela bela vocalista sueca Elin
Larsson já havia apresentado uma
imensa gama de influências no som retrô de seu surpreendente debut. Mas no novo
disco foram ainda mais longe, mostrando que além de emular com precisão as eras
de ouro do Rock, são capazes também de compor belas músicas que grudam na nossa
cabeça.
04. Tamuya Thrash Tribe - The Last Of The Guaranis |
04. Tamuya Thrash Tribe –
The Last Of the Guaranis
Os cariocas nos
presentearam com um trabalho extremamente bem pensado, desde o conceito,
passando pela arte gráfica, composições e arranjos. Ah, e no meio disso tudo
tem peso, um puta peso, diga-se. Um dos melhores trabalhos de estreia de uma
banda brasuca em muito tempo.
03. Insomnium - Winter's Gate |
03. Insomnium – Winter’s
Gate
Puta merda, um
trabalho conceitual sobre uma história viking em uma única música dividida em
várias partes. Adornado por uma sonoridade que remete ao Melodic Death Metal. Isso pode prestar? Sim, e
como!!!!! Um trabalho quase perfeito.
02. Amon Amarth - Jomsviking |
02. Amon Amarth –
Jomsviking
Eita, mais um
trabalho conceitual envolvendo temática nórdica? Virou moda? Obviamente os
suecos do Amon Amarth são bem menos sutis que os colegas do Insomnium, mas ainda assim a história simples de Jomsviking é muito bem contada. E
musicalmente o disco é o melhor dos brucutus desde o perfeito Twilight Of The Thunder God.
01. Fates Warning - Theories Of Flight |
01. Fates Warning – Theories
Of Flight
Vejam só que
surpresa, um cara que adora desancar o Prog
Metal coloca justamente um dos
baluartes do estilo no topo de sua lista? Pois é. Mas não estamos falando de
qualquer banda, e sim de uma das pioneiras. E de longe a mais madura. E é
justamente por isso que o FW não cai
nas armadilhas de punhetagem explícita e arrogância intelectualoide que assolaram
e minaram o estilo. Não que não existam momentos de proficiência técnica que
esbarrem nisso por aqui, mas o que vem primeiro para Jim Matheos, Ray Alder e sua trupe é a música. E Theories Of Flight está repleto de boas canções,
excelentes melodias e peso, muito peso. Com dos melhores discos de uma longa carreira,
o Fates Warning angariou com sobras o topo de minha lista!
Trevas
ResponderExcluirPra variar lista de mariquinhas num tem Vektor, Sodom, Testament.
Te deixo passar pelo Amon Amarf que é da hora, valeu- Danilo