quarta-feira, 1 de março de 2017

Os Melhores de 2016 - Pela Cripta do Trevas!

Os Melhores de 2016 pela Cripta do Trevas!
Olá, Guardiões da Cripta

Mais um ano se passou, mais uma lista atrasou, hehehehe

Bem, passei janeiro e fevereiro chafurdando nas listas de sites e pessoas em busca de discos obscuros. Confesso que caso não o tivesse feito, meu Top 20 de 2016 teria ficado bem empobrecido.

E não é por falta de material, não. Foi o primeiro ano em que utilizei ativamente o Spotify, e com ele e o The Metal Club, consegui ter alcance a uma penca de discos quase impossíveis de serem encontrados fisicamente. Devo ter escutado cerca de 200 trabalhos, uns 100 deles resenhados na Cripta.

2016 foi tão bom em lançamentos de rock pesado que minha lista original para essa postagem contava com 30 discos. Abri mão de coisas como os novos do Testament, Kvelertak, Temperance Movement, Claustrofobia, Killswitch Engage, Deftones...mas o fiz para que o texto ficasse menos longo.

Mas ainda assim ficou beeeem longo. Dividirei a postagem em duas partes. Na primeira, farei um apanhado de diversos pontos de 2016. Na segunda parte consta a lista do Top 20.
Comentem, critiquem, desenvolvam vossos vocabulários chulos, só lembrem de deixar minha progenitora fora dessa. Divirtam-se!!!

Saudações metálicas!
Trevas


MELHORES (E PIORES) DE 2016 – Parte I:
Por Trevas


Decepção e Bomba
Decepção e Bomba? Opeth e Metallica cabem aqui? Bom, decepção a gente só tem quando se espera algo de alguma coisa ou alguém. Não é o caso, parei de me importar com o Opeth tem tempo e Metallica nunca me interessou. E, convenhamos, por mais mequetrefes que soem os novos discos, estão longe de poderem ser considerados bombas. Decepção tive quando escutei o novo projeto dos mestres Hank Shermann e Michael Denner. Os caras tiveram a infeliz ideia de contratar para os vocais Sean Peck, o Ripper Owens sem pedigree, que tem tempos infla minha bolsa escrotal com o genérico Cage. Bom, Sean parece ter se empolgado ao fazer um som com os tiozões do Mercyful Fate, nos presenteando com a performance vocal mais irritante desde a estreia de Jim Gillette. Some os maneirismos para lá de Over de nosso amiguinho à um punhado de faixas burras do naipe de Son Of Satan e temos o disco mais decepcionante que escuto em eras. Mas, por pior que seja Masters of Evil, ele em nada se compara a The Astonishing, do Dream Theater. Os nerds estadunidenses encapsulam tudo o que há de pior no Prog Metal, mas dessa vez se superaram: 130 minutos de puro exibicionismo com barulhinhos de robôs e melodias insípidas que contam uma história tão desinteressante e genérica que se trocássemos os robozinhos por dragões, teríamos um disco do Rhapsody. E tome tiruliruli-tirulirulu-pim-pom-tum. O treco é tão absurdamente ruim que a melhor música dentro as 34(!!!!), the Gift Of Music, não serviria nem de lado B de single do Rush atual. Bisonho!

Denner/Shermann + Dream Theater - why, Lord, whyyy??!?!?!

Revelações:

Ok, ok. Podem me xingar. Mas o combo britânico de Classic/Hard Rock que o queridinho do The Voice Nathan James montou promete, e muito. O primeiro disco do Inglorious pode não ter reinventado a roda, mas promete fazer a alegria dos fãs de Rainbow e seus derivados pelos anos que virão. O mesmo pode ser dito dos espanhóis do Lords Of Black. Não os caras não nasceram em 2016, mas a escolha de seu vocalista, Ronnie Romero, para o posto de nova aposta de Blackmore no retorno improvável do Rainbow fez com que os caras ganhassem uma exposição gigantesca. Uma baita banda a ser espiada no futuro! E coloco aqui um supergrupo também – Last In Line. O combo montado por Vivian Campbell e Vinny Appice chutou bundas com seu debut. E para provar que não foi acidente, já anunciaram o lançamento do segundo rebento. Aqui no Brasil, fui surpreendido pelo trio Chronicode, que lançou meio que na surdina seu Shapeshifter, mostrando que Mari Figueiredo é uma das melhores vozes da nova cena brasuca. Com boas músicas guiadas pelas guitarras afiadas de Julia Pombo e Celo Oliveira e uma baita produção, esse projeto é mais uma promessa tupiniquim de alta qualidade! 

Inglorious, Lords Of Black, Last In Line e Chronicode - gratas surpresas!
Capas do Ano!

Ah, tá, ninguém mais compra mídia física. Foda-se! Ninguém liga mais para arte gráfica. FODAAAAAA-SEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!!! 

Eu ligo. Engole o choro!

Olha, ainda que o declínio da vendagem das mídias físicas seja uma infeliz realidade, ele não afetou tanto assim a qualidade das artes gráficas dos lançamentos mundo afora não. Muito provavelmente por que as ferramentas hoje são muito mais acessíveis aos artistas de plantão. Escolhi aqui quatro capas que considero das mais belas que vi esse ano. Brotherhood of the Snake, do Testament, pode ter falhado em me conquistar como o fizeram os lançamentos dos caras desde The Gathering. Mas a arte de capa do Israelense Eliran Kantor (Satan, Crowbar, Kreator) ficou excelente, casando bem com as paranoias conspiratórias das letras do disco.

O Tamuya Thrash Tribe explora em suas letras um pouco de nossa história. E também toca em temas para lá de pesados, como o silencioso genocídio de nossos índios. E dificilmente uma arte de capa poderia se mostrar mais concisa e impactante do que a que adornou The Last Of The Guaranis. Um Forte e belo trabalho da artista plástica Isabelle Araujo.

O Metal extremamente técnico e espacial dos estadunidenses do Fallujah geralmente vem adornado por artes de capa belíssimas e etéreas, e em Dreamless não foi diferente: cortesia de Peter Mohrbacher, especialista em ilustrar versões bem diferentes para as entidades que chamamos de “Anjos”.

Os noruegueses do Kvelertak decidiram abandonar as artes de temática pagã do excelente John Baizley (líder do Baroness), mas o renomado ilustrador Arik Roper (que além e artes para outras mídias já pintou coisas para Black Crowes, Sleep e Cathedral) nos presenteou com uma bela ilustração Old School para o Night Traveller (com a corujinha mascote da banda à tiracolo) do título em norueguês.

Testament, TTT, Fallujah e Kvelertak - belos trabalhos de arte gráfica
Shows:
A oferta de shows pelo Brasil em 2016 foi bastante boa. Os preços, nem tanto. Aqui na Cripta vocês puderam ler relatos de alguns convidados ilustres sobre o primeiro Hell In Rio, sobre a primeira turnê do Iron Maiden depois da recuperação de Mr. Bruce Dickinson, além da passagem marcante do Sisters Of Mercy pelo Rio. Pude assistir a uma penca de shows em 2016, vários deles memoráveis (Soilwork, Candlemass, Halestorm, Kamelot, Exciter/Sacred Reich), mas dentre todos, os que mais me marcaram foram os shows de dois combos teutônicos (7x1?):

A) O verdadeiro massacre sonoro que a nova encarnação do Accept propiciou no Imperator, em Abril. Arrisco a dizer que os caras estão melhores hoje do que em seus tempos áureos. Um show de metal sem frescuras, apenas a banda e sua música.

B) Bem diferente da minha escolha seguinte: o apoteótico show do Rammstein encerrando o primeiro Maximus Festival. Um show de tanto poder de fogo musical e visual que é capaz de tornar uma apresentação do Kiss algo mambembe e desinteressante. Simplesmente o melhor espetáculo audiovisual que a cena do rock pesado já criou. Inesquecível.

Pôster do primeiro Maximus
O que esperar de 2017?

Em termos de lançamentos, 2017 começou com tudo! Kreator, Pain Of Salvation e Sepultura já botaram suas garrinhas de fora com dois discaços que em breve ganharão suas resenhas por aqui. Os veteranos prometem muita coisa boa vindo por aí: Judas Priest, Metalmorphose e Deep Purple são alguns dos “velhinhos” que já anunciaram novos trabalhos para esse ano. Ritchie Blackmore já avisou que uma segunda rodada de shows do Rainbow redivivo irá acontecer, deixando um suspense em relação a um novo disco. O Megadeth finalmente conquistou seu primeiro Grammy, ainda que trolado pela produção, que tocou uma música do Metallica no momento do anúncio. E 2017 ainda promete ser o ano em que finalmente o Tool vai largar a preguiça de lado e lançar seu primeiro trabalho em mais de 10 anos. Em relação a shows em nosso território, Amon Amarth, Abbath, Lacuna Coil, Evanescence e Moonspell já tem datas confirmadas. A promessa é de uma agenda ainda mais cheia e repleta de grandes apresentações do que 2016. Enfim, o ano promete!


MELHORES DE 2016 – PARTE II - TOP 20!!!


20. Witherscape - The Northern Sanctuary

20. Witherscape – The Northern Sanctuary
O projeto do criativo sueco Dan Swanö com Ragnar Widerberg  tem um pé na morbidez, mas com nuances Prog e citações a quase todo e qualquer subgênero dentro do Heavy Metal, mas sem perder uma inesperada veia pop.


19. Gus Monsanto - Karma Café
19. Gus Monsanto – Karma Café
O primeiro disco solo de um dos melhores vocalistas da história do rock pesado Brasuca é uma grata surpresa: AOR/Hard recheado sensibilidade e boas ideias. Ah, e com um vocal de primeira!


18. Lords Of Black - II
18. Lords Of Black – II
Vocal de primeira é o que encontramos nessa banda espanhola, que faz uma versão 2016 do som que o Rainbow imprimiu lá nos anos 1970. Não à toa, Ronnie Romero foi escolhido vocalista do...Rainbow!


17. Ihsahn - Arktis
17. Ihsahn – Arktis
O norueguês é especialista em trabalhos que misturam zilhões de influências de tudo o que já foi feito dentro do metal. Só que dessa vez ele conseguiu fazer isso de maneira ainda mais acessível.


16. Blood Ceremony - Lord Of Misrule
16. Blood Ceremory -  Lord Of Misrule
Os canadenses fazem um Occult Rock que bebe tanto de Jethro Tull quanto de Black Sabbath e Coven. Os riffs monolíticos com nuances folk, flautas e a bela voz de Alia O’Brien criam um clima único e sombrio.


15. Vader - The Empire
15. Vader – The Empire
Não há nada de necessariamente novo nos pouco mais de 30 minutos do novo disco dos mestres poloneses do Death Metal. E nem precisa ter novidade quando se faz um disco tão forte e vigoroso quanto esse.


14. Tygers of Pan Tang
14. Tygers Of Pan Tang - Tygers Of Pan Tang
Talvez o disco mais improvável a figurar na minha lista. Os veteranos da NWOBHM  tem mais cacos do que clássicos em sua discografia, então esse ótimo disco homônimo certamente pode figurar entre seus melhores trabalhos.


13. Last In Line
13. Last In Line – Heavy Crown
Vivian Campbell remonta a formação clássica que gravou Holy Diver para honrar a memória do desafeto Ronnie James Dio. Soa falso? Em intenção, sim, mas que puta disco nasceu dessa ideia!


12. Purson - Desire's Magic Theatre
12. Purson – Desire’s Magic Theatre
Rosalie Cunningham, o prodígio britânico que praticamente faz tudo nessa banda com nome de capeta, muda a chave de seu som para algo mais psicodélico e menos sombrio, mas ainda assim excelente.


11. Magnum - Sacred Blood, Divine Lies
11. Magnum – Sacred Blood, Divine Lies
Os veteraníssimos britânicos, responsáveis por uma das sonoridades mais idiossincráticas da história do rock, vivem um raro momento de criatividade tardia. Um dos melhores trabalhos de sua extensa discografia.


10. Trees of Eternity - Hour of the Nightingale
10. Trees Of Eternity – Hour of the Nightingale
A Sul-Africana Aleah Stanbridge pode ter deixado cedo demais esse plano astral. Mas seu legado musical, em parceria com Juha Raivio (do Swallow the Sun), viverá para sempre nesse belo e tristonho disco.


09. Fallujah - Dreamless
09. Fallujah – Dreamless
Robótico, etéreo e extremamente técnico, o som dos estadunidenses é bem próprio. Para nossa sorte também é pesado feito um mamute celestial. Estranho e muito criativo, um baita disco de metal moderno.


08. Metal Church - XI
08. Metal Church – XI
Outra surpresa vinda de um grupo veterano. Mike Howe retornou ao Metal Church e parece que os anos afastado da cena fizeram muito bem ao vocalista uma ótima performance num disco recheado de petardos para deixar a velha guarda de sorriso no rosto.

07. Khemmis - Hunted
07. Khemmis – Hunted
Em Hunted, o Khemmis escreve um verdadeiro compêndio de quase tudo o que se pode fazer dentro do Doom Metal. Épico, pesadíssimo e lento feito uma tartaruga das galápagos com reumatismo.


06. Gojira - Magma
06. Gojira – Magma
Composto em um longo espaço de tempo onde a vida dos irmãos Duplantier foi revirada de pernas para o ar, Magma confirma a capacidade dessa banda francesa de compor discos que não se parecem com nada que já tenha sido feito antes. Pesado, denso e ainda assim cheio de sutilezas.


05. Blues Pills - Lady In Gold
05. Blues Pills – Lady In Gold
O combo multinacional capitaneado pela bela vocalista sueca Elin Larsson já havia apresentado uma imensa gama de influências no som retrô de seu surpreendente debut. Mas no novo disco foram ainda mais longe, mostrando que além de emular com precisão as eras de ouro do Rock, são capazes também de compor belas músicas que grudam na nossa cabeça.


04. Tamuya Thrash Tribe - The Last Of The Guaranis
04. Tamuya Thrash Tribe – The Last Of the Guaranis
Os cariocas nos presentearam com um trabalho extremamente bem pensado, desde o conceito, passando pela arte gráfica, composições e arranjos. Ah, e no meio disso tudo tem peso, um puta peso, diga-se. Um dos melhores trabalhos de estreia de uma banda brasuca em muito tempo.


03. Insomnium - Winter's Gate
03. Insomnium – Winter’s Gate
Puta merda, um trabalho conceitual sobre uma história viking em uma única música dividida em várias partes. Adornado por uma sonoridade que remete ao Melodic Death Metal. Isso pode prestar? Sim, e como!!!!! Um trabalho quase perfeito.


02. Amon Amarth - Jomsviking
02. Amon Amarth – Jomsviking
Eita, mais um trabalho conceitual envolvendo temática nórdica? Virou moda? Obviamente os suecos do Amon Amarth são bem menos sutis que os colegas do Insomnium, mas ainda assim a história simples de Jomsviking é muito bem contada. E musicalmente o disco é o melhor dos brucutus desde o perfeito Twilight Of The Thunder God.



01. Fates Warning - Theories Of Flight
01. Fates Warning – Theories Of Flight
Vejam só que surpresa, um cara que adora desancar o Prog Metal coloca justamente um dos baluartes do estilo no topo de sua lista? Pois é. Mas não estamos falando de qualquer banda, e sim de uma das pioneiras. E de longe a mais madura. E é justamente por isso que o FW não cai nas armadilhas de punhetagem explícita e arrogância intelectualoide que assolaram e minaram o estilo. Não que não existam momentos de proficiência técnica que esbarrem nisso por aqui, mas o que vem primeiro para Jim Matheos, Ray Alder e sua trupe é a música. E Theories Of Flight está repleto de boas canções, excelentes melodias e peso, muito peso. Com dos melhores discos de uma longa carreira, o Fates Warning angariou com sobras o topo de minha lista!




Um comentário:

  1. Trevas
    Pra variar lista de mariquinhas num tem Vektor, Sodom, Testament.
    Te deixo passar pelo Amon Amarf que é da hora, valeu- Danilo

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