Metalmorphose - Ação e Reação (Cd-2017) |
Metalmorphose - Ação e
Reação (Cd-2017):
Sentando A Pua!!!!
Por
Trevas
Os
pioneiros do Metal Carioca parece que resolveram mesmo recuperar o tempo
perdido. Após passar quase duas décadas afastada da cena, desde seu retorno (em
2008) a Metalmorphose vem soltando
lançamentos em profusão. Coletâneas, discos e DVDs ao vivo e, mais importante,
trabalhos de estúdio – enfim a banda vai engrossando, com qualidade, sua discografia.
Uma Longa Gestação
Lançado dia 02 de
março somente nas mídias digitais, com previsão de lançamento em Cd pela Dies Irae em abril, Ação e Reação teve uma longa gestação. Sua
produção começou pouco depois do lançamento de Fúria dos Elementos (ver Resenha da Cripta),
ainda em dezembro de 2015. A gravação ocorreu nos estúdios HR e Naked Butt, sob a batuta de Gustavo Andriewiski, mesma parceria que a banda utilizou com sucesso nos
dois discos pós retorno. Outra parceria que se repetiu aqui foi com o
ilustrador Victor Santiago,
responsável pela arte de capa de Fúria
dos Elementos e que aqui se superou, trazendo uma bela imagem de um combate
aéreo – clara referência à faixa de trabalho, A Cobra Fumou. A formação é a mesma que gravou o disco anterior: Tavinho Godoy na voz, André Bighinzoli no baixo, PP Cavalcante
e Marcos Dantas nas guitarras e o rinoceronte branco André Delacroix na
bateria. Entretanto, pouco antes do
lançamento do disco, foi anunciada a saída de Tavinho, que desde 1983 é o responsável pelos microfones da banda.
A separação, amigável, foi sacramentada em um show comemorativo apresentando o
mais longo repertório que a banda já tocou ao vivo.
Metalmorphose: PP, Bighinzoli, Tavinho, Delacroix e Dantas |
Ação e Reação – Faixa por
Faixa:
1.
Bala Perdida – levada contagiante à lá Motörhead,
com um riff na cara. Letra que exprime bem o medo que contagia nosso cérebro
numa grande capital como o Rio de Janeiro. Há momentos de destaque em separado no
arranjo para a bateria de André Delacroix e o baixo de André Bighinzoli. O Refrão é grudento e deve funcionar bem ao vivo, mas por
algum motivo não me conquistou.
2.
Solução: Cadenciada. Gang Vocals? Bacana! Linhas de guitarra e voz matadoras. Não
lembro de ter ouvido cowbell na banda no passado, e a novidade se encaixou
muito bem. Toques de rock moderno no refrão, que é grudento (me lembrou
estilisticamente o disco Live to Win
do Paul Stanley, que adoro) - excelente.
3.
Ação e Reação: Rolo compressor na bateria de Delacroix, que segundo consta, pela primeira vez usou bumbo duplo
nas gravações do disco. Riffs com cara de Accept,
em uma improvável e bem-vinda versão Brasuca, com direito a Gang Vocals de
novo, gostei disso! O solo com referência a Grieg ficou realmente muito bom. Clássico pronto!
4.
Princesa do Metal: Nascendo quase colada à faixa título, sua letra é uma
homenagem direta às moçoilas metálicas. Riff pesadão, refrão grudento e solos em
profusão, tudo com cara daquela era mais romântica do Metal tradicional – por
sinal, muito boa!
5.
Tudo na Vida Tem Seu Preço: Mais um bom refrão, ótimos solos, essa música, bem AOR, tem muita cara de rádio. Composta por Bighinzoli, que deixou o Brasil rumo à Itália pouco após findar as gravações das suas linhas de baixo, me lembrou algo que poderia fazer parte da fase Hard do Scorpions. Infelizmente as rádios já
não se interessam mais por rock.
6.
Liberdade: Aqui o disco ganha tons mais épicos, com a música composta por Roosevelt Bala (do Stress)
trazendo algo de velho oeste empoeirado. Guitarras dobradas à lá Maiden (em seus tempos áureos) –
cortesia de PP Cavalcante e Marcos Dantas - andamento empolgante. Pouco
provável que não venha a se tornar obrigatória nos shows vindouros.
7. A Cobra Fumou:
Primeira faixa de trabalho, composta por Marcos Dantas. Tivemos acesso a ela através do videoclipe (ver
abaixo), com imagens da Segunda Guerra. Outra que aposta em atmosfera épica e que remete ao Iron Maiden clássico. Na letra, uma singela e bem-feita (“Não Há Lourdinha à Matracar” é genial) homenagem
aos combatentes da FEB (Força Expedicionária Brasileira),
mais especificamente comemorando os 72 anos da batalha de Monte Castello, ao final
da Segunda Grande Guerra. Já não
era sem tempo, os suecos do Sabaton
já haviam prestado homenagem a nossos heróis e agora temos um hino em verde e
amarelo sobre esse importante episódio de nossa história. Absolutamente
emocionante.
8.
Prelúdio Metálico: Uma boa e curta faixa instrumental, que a banda executava ao vivo em seus shows na década de 1980. Bom riff e bons solos.
Imagino que poderia dar origem a uma música inteira.
9.
Viver Para Correr: Hardão com aquela letra que faz a felicidade dos
motociclistas. Grande interpretação do vocalista Tavinho Godoy.
10.
Menina Má: E André Delacroix ataca de novo de cowbell. Ouvi
um slide ali? Linha melódica que explora a sensualidade da letra. Por algum
motivo essa faixa me remeteu ao primeiro disco do Montrose ou os momentos mais Rockers da carreira solo do grande Sammy Hagar.
11.
Aquela Menina: Blues Rock na Metalmorphose?
Mais uma novidade. Encardida, traz aquelas letras bem típicas do Blues, com
direito a mulher atormentando o protagonista e a belos solos.
12.
Quem foi: Outra com um toque de modernidade. Direta e bacana, com uma boa
letra. Gostei da cara de jam no meio, lembrando o Thin Lizzy.
13.
Mate o Réu: A música que encerra a bolachinha é uma merecidíssima, vigorosa e
honrosa homenagem àquela que é tida como a grande pioneira do Metal Brasuca – Stress!!
Saldo Final:
Ação e Reação traz um punhado de grandes músicas que
varrem um vasto espectro musical dentro do Rock Pesado. Aqui cabe ressaltar o
belo trabalho de produção de Andriewiski,
que conseguiu equilibrar a diversidade do material do disco, dando igual
destaque a todos os instrumentos sem que com isso prejudique o desempenho de Tavinho Godoy, que faz em sua despedida sua melhor performance em estúdio.
Em suma, Ação e Reação é o melhor trabalho dos veteranos e tem tudo para angariar mais atenção e respeito ao Heavy Metal feito em nossa língua. Matador!
Em suma, Ação e Reação é o melhor trabalho dos veteranos e tem tudo para angariar mais atenção e respeito ao Heavy Metal feito em nossa língua. Matador!
NOTA: 9,11
Pontos
positivos: material variado e com grandes músicas
Pontos negativos: Bala Perdida definitivamente não me conquistou
Pontos negativos: Bala Perdida definitivamente não me conquistou
Para
fãs de: Riot, Iron Maiden, Stress, Salário Mínimo, Azul Limão
Classifique como: Heavy Metal
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