Do
Baú da Serpente Cansada
Por Trevas
O lançamento do 13º disco
de estúdio do combo multinacional capitaneado pelo lendário David Coverdale veio cercado de drama, qual uma novela mexicana. Coverdale alardeia aos quatro cantos
que esse seria o trabalho definitivo da banda. Coverdale fica muito doente. O lançamento é adiado por meses e
meses. Motivo? Não se sabe se foi exatamente a doença do líder do bando ou
alguma treta com a gravadora. Enfim, Flesh
& Blood é lançado. A capa, uma quase cópia da utilizada num Greatest Hits da banda na década de 1990. O que, confesso, me passou pouca
confiança no que viria dali.
Coverdale e seus Jedis |
Produzida por Coverdale, Hoekstra e Beach, com assessoria do engenheiro de som Michael McIntyre, a
bolachinha começa murcha, com Good To See
You Again remetendo a um pouco inspirado Lado B de Slide It In. Gonna Be Alright melhora um pouco a impressão,
mas logo somos arremessados na farofesca Shut
Up & Kiss Me. Um cacareco reminiscente da era Glam Metal tão genérico que chega a passar vergonha até diante dos
piores momentos do Slip Of The
Tongue, até então o pior disco da
história da banda. Assustador que tenha sido escolhida como faixa de trabalho.
Hey You é bem melhor, ainda que os vocais dos versos me lembrem demais
alguma outra música (não descobri qual, quem souber me avise). Bacana também é
a Thinlizzyana Always & Forever, que me pregou uma peça num Blind Ear que fiz para a
Roadie Crew (ainda a ser publicado). Coverdale
sempre foi um mestre na arte das baladas, mas aqui passa longe, muito longe de
acertar a mão. Difícil acreditar que When
I Think Of You e After All possam melar cuecas e/ou calcinhas em qualquer planeta
conhecido dessa galáxia.
Estou soando rabugento? Odiei o disco? Definitivamente não. Os músicos são
excelentes, sempre há algo para admirar aqui e ali, e Coverdale ainda soa bem em estúdio. Mas suas novas parcerias nas
composições passam longe de fazer justiça ao passado da banda. Beach e Hoekstra são grandes guitarristas, mas parecem atirar para todo o
lado nas músicas escritas, na maioria das vezes sem acertar os alvos
pretendidos. E nenhum deles consegue assumir o protagonismo como Guitar Hero no posto recém abandonado. Existem bons solos aqui, claro, mas
nada que mereça um carimbo de qualidade de gente do quilate de Sykes, Moody, Galley, Vai e Aldrich.
O disco segue com músicas medianas como Trouble Is Your Middle Name, Get Up e a faixa título. Tropeça ainda mais na melecosidade da já citada
After All. Mas tem também bons momentos, como em Well I Never (outra a invocar a transição dos
anos 1970 para os 1980, possivelmente a melhor do bando), a soturna Heart Of Stone (enfim uma boa
balada) e o fechamento inspirado com Sands
Of Time. Ainda assim, nenhuma delas parece fadada a se tornar
obrigatória nos sets dos shows vindouros. Enfim, Flesh & Blood é um daqueles trabalhos talhados
para serem ouvidos como música de fundo, em segundo plano. Uma confortável
colcha de retalhos que soa como uma compilação regravada de Lados B de eras
diferentes da gloriosa carreira de Coverdale
e sua trupe. (NOTA: 7,07)
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Gravadora: Hellion Records (nacional)
Prós: ótima produção, algumas boas faixas
Contras: parece um amontoado de Lados B de
diferentes fases da banda
Classifique como: Hard Rock, Classic Rock
Para Fãs de: Foreigner, Eclipse
Pela resenha, achei que a nota seria menor.
ResponderExcluirEu sempre tive muitas ressalvas não só com o Whitesnake, mas, principalmente, com o CoverDele - de uns bons tempos pra cá vem lutando bravamente com o Deep Purple pela insignificância de seus álbuns.
É claro que deve ter lá seus bons momentos, mas tenho certeza que, de maneira geral, é tão esquecível quanto qualquer dos últimos álbuns da banda.
Abração, mizifio!!
ML
Fala Lacerdão!
ExcluirNotas sempre tem, um lado subjetivo, nem as levo tão à sério assim. Mas mantenho pois sei que tem gente que nem lê a resenha, já vai direto para a nota hehehehehe
O uso da ferramenta de avaliação do The Metal Club me ajuda, mas tem seus senões.
Então, o disco está um pouco acima da mediocridade pois tem umas três ou quatro faixas realmente boas. Mas discordo sobre a obra atual da banda, considero Forevemore e Good To Be Bad melhores que coisas como Restless Heart e Slip Of The Tongue.
Grande abraço
T