Fúria
Faroense
Por Trevas
Tão difícil quanto
tentar puxar pela memória alguma outra banda de Rock vinda das Ilhas Faroe é definir
exatamente a sonoridade do Týr. Geralmente
citado como parte da cena Folk Metal, o fato é que de disco em disco a
popularidade do quarteto foi se expandindo, e após uma bem-sucedida incursão
nos cobiçados festivais de verão Europeu, finalmente temos em mãos o oitavo
rebento dos caras, Hel.
Registro feito numa sauna gay Faroense? |
Gates Of Hel faz as vezes de
abertura. A sonoridade, pesada (dessa vez temos até guturais), trabalhada e
cristalina, nem de longe faz lembrar os pares da cena Folk. Com melodias intrincadas e grudentas e grande proficiência
técnica, remete bastante o auge da fase técnica do Rage. Mais precisamente a discos como Soundchaser e Unity. Só
que com toques épicos e um tempero próprio difícil de explicar. Talvez o fato
de algumas das canções (e letras) serem adaptações metalizadas de músicas
tradicionais faroesas explique um pouco esse “ar diferente”. Vai saber.
All Heroes Fall segue a toada Power com pitadas Progressivas e
melodias grudentas. O baixo de Gunnar
Thomsen (que também divide os
vocais) com excelente espaço na mixagem, achando criativamente seu espaço entre
as guitarras virtuosas (mas bem metal) do patrão (e vocalista) Heri Joensen e Terji Skibenæs. O baterista estreante Tadeusz Rieckmann faz seu papel com louvor, e a produção, quase toda
realizada em estúdios caseiros, impressiona. Tudo soa com muita pressão e
beleza.
A língua natal, sempre presente nos discos da banda, dessa vez dá as
caras somente nas baladas. A primeira delas, a exuberante Ragnars Kvæõi, agora sim
mostrando o propalado lado Folk dos
faroeses, prova que a escolha foi para lá de certeira.
E mesmo em momentos onde o Power
Metal praticado pelo quarteto
arrisca trilhar por demasiado a “Estrada Genérica”, o cuidado com as melodias e
com as inúmeras e para lá de bem-feitas convenções instrumentais e solos salvam
o dia, como em Garmr, Downhill Drunk, Fire And Flame e Far
From The Worries Of The
World. E as épicas Sunset Shore, King Of Time e Empire
Of The North e a Folk Álvur Kongur ajudam a variar
um pouco o cardápio num trabalho longo e para lá de homogêneo.
Veredito
da Cripta
Manter o interesse do ouvinte
por 70 minutos em um disco de estúdio é tarefa árdua para qualquer banda de
qualquer porte e estilo. E confesso que não costumo gostar de discos longos. Mas
eis que em Hel os Faroeses
conseguiram não só passar nesse teste como também produzir um dos trabalhos
mais bacanas de Power Metal de 2019.
NOTA: 8,77
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Gravadora: Urubuz Records (nacional)
Prós: Som cristalino, músicas intrincadas
e grudentas
Contras: um disco bem longo.
Classifique como: Power Metal com
elementos de Prog e Folk
Para Fãs de: Rage, Blind Guardian, Amorphis
Eu nunca tinha dado atenção a essa banda justamente por conta da coisa do folk metal, também muito pela temática (que acho meio boba, infantiloide, sei lá... tipo, prefiro livros, filmes e séries sobre o tema, sacumé?) e por não curtir o tal do "épico" quando relacionado ao metal. Tem também a citada "Estrada Genérica" em que o gênero é um verdadeiro saco de gatos.
ResponderExcluirPois bem, gostei das músicas que você postou aqui e despertou minha curiosidade, mesmo ficando com um pé atrás por conta do pezão que enfiam no power metal.
De qualquer maneira, valeu por mais essa, caro bugio trevoso>
Abração!!
ML
fala camarada!
ExcluirTenho tentado ouvir mais e me guiar menos pelas minhas pré-concepções em relação à algumas bandas e/ou estilos. E isso tem me rendido gratas surpresas.
Sobre o Týr eu realmente nem sabia bem o que esperar, mas peguei carona com um amigo e estava rolando um som dos caras. Achei bacana e resolvi parar para ouvir o disco que havia recém saído. Curti.
Abraço
T