O
Feitiço do Mago Cansado
Por Trevas
Praticamente um
fóssil vivo, o Magnum é uma banda
única na história do rock. Formada na mítica Birmingham, cidade que nos deu Judas
Priest e Black Sabbath, em 1972,
fazia nos primórdios um som que mesclava Progressivo com Hard Rock (sensu década
de 1970). Vestiu lycra nos anos 1982 ao abraçar o AOR. Mas, diga-se, abraçar o AOR
de uma maneira única. Longe dos Foreigner
e Journey, o som do Magnum mantinha uma aura algo mística. Grosso
modo, é como imaginar Saruman e Gandalf fazendo sua visão do que
deveria ser o AOR depois de tragar
alguma estranha erva em seus cachimbos. Intragável para alguns? Fascinante para
outros tantos. O que não impediu a banda de sumir após patinar por um tempo no Mainstream. O retorno veio sem tanto
alarde, mas com um som mais maduro e equilibrado. Mantendo uma sucessão de
lançamentos em ritmo alucinante e vivendo um improvável segundo ápice em termos
de sucesso comercial, normal que o combo britânico solte aqui e acolá um
registro ao vivo, como que para ganhar fôlego (e manter o nome no mercado)
enquanto prepara um novo trabalho inédito.
Bob, Tony e seus amiguinhos |
E cá estamos, com o anacrônico lançamento de Live At The Symphony Hall em mãos.
Sim, pois é cada vez mais raro o lançamento de um disco ao vivo que não seja
mero efeito colateral do lançamento de um Blu-Ray ou DVD. E o que o novo disco traz de relevante? Bom, é o último a
contar com Al Barrow no baixo, que recentemente cedeu lugar a Dennis Ward após 18 anos de batalha junto aos colegas britânicos. E também
marca a estreia (em registros ao vivo) de Rick
Benton e Lee Morris (Ten, Paradise Lost, Marshall Law), respectivamente nos teclados/voz e bateria. De resto, temos
15 faixas, separadas em dois discos, totalizando quase 100 minutos do
tradicionalmente bacana show do Magnum.
O repertório está bem dividido entre números antigos e destaques da
bem-sucedida nova fase. Os estreantes fazem bonito, assim como o veterano ‘dono
da bola”, o classudo guitarrista Tony
Clarkin. O som é cristalino, cru
(duvido que existam muitos retoques) e com boa captação da plateia. Infelizmente
é justo num dos trunfos do som do Magnum
que a bolachinha acaba por pecar. O mago Bob
Catley, uma de minhas vozes
favoritas em todos os tempos, já viveu dias melhores. Longe de comprometer, sua
performance, com uma voz por vezes trêmula, também não faz com que as versões
de faixas para lá de comuns nos “ao vivos” anteriores (How Far Jerusalem, The Spirit, Vigilante) soem melhores aqui, mesmo
com tons mais baixos para acompanhar a idade do cantor. E, convenhamos, um
disco ao vivo cujas versões não fazem frente a suas contrapartes de estúdio ou
até mesmo com suas irmãs mais velhas de outros registros ao vivo, não tem muita
chance de vingar perante aqueles que não são meros fãs completistas de uma
banda.
Mas Live At The Symphony Hall
tem lá seus trunfos. Em especial nas recentes Sacred Blood Divine Lies, Show
Me Your Hands e na apoteótica Lost
On The Road To Eternity, com memorável dueto entre Bob e Tobias Sammet, mentor do Avantasia. Ah, e Don’t Wake
The Lion retorna de maneira triunfante ao repertório da banda. Em suma, um
disco divertido, mas que definitivamente não se faz obrigatório dentro da
extensa oferta de registros ao vivo presentes na discografia do Magnum. (NOTA: 7,00)
Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: boa mistura de clássicos com novos
destaques
Contras: Bob está ficando claramente com o
gogó gasto
Classifique como: AOR, Hard Rock
Para Fãs de: Avantasia, Meat Loaf, Asia
Caraca,valeu pela dica meu camarada. Abração
ResponderExcluirfala, Moshilão!
ExcluirAbraços
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