Curtas da Cripta |
Nordic Union – Second Coming
(Cd-2018)
União
Sonolenta
Por Trevas
O segundo trabalho
que une os talentos do multi-instrumentista sueco Erik Martensson (Eclipse, WET) com o veteraníssimo vocalista dinamarquês Ronnie Atkins (frontman
do Pretty Maids) traz 11 faixas inéditas e escritas pela própria dupla. Mas
vem com um problema à tiracolo: se a primeira bolachinha tinha como trunfo unir
o lado AOR do Pretty Maids com a
expertise da ala moderna do estilo de Erik,
aqui fica evidente que a fonte está começando a secar.
O AOR algo tristonho da bolachinha (que remete ao Starbreaker de Tony Harnell e Magnus Karlsson) combina bem com os talentos da dupla, mas faltam músicas
mais marcantes, e terminar a audição de um disco de AOR sem ter um punhado de refrãos imediatamente grudados na mente
definitivamente não é um bom indicativo. Ainda assim, Second Coming está longe
de ser um disco ruim, apenas não tem nada que o eleve do patamar do competente
para o memorável.
NOTA: 6,96
Gravadora: Frontiers Records (importado)
Prós: boa produção, sonoridade
interessante
Contras: parece feito para cumprir tabela
Classifique como: AOR
Para Fãs de: Starbreaker
Erik, erh...acho que você deve prestar mais atenção na sua esposa... |
The Night Flight Orchestra –
Sometimes The World Ain’t Enough (Cd-2018)
Mullet-Rock
Por Trevas
Mais um capítulo do
incrível projeto paralelo que se tornou gigante, o novo disco da NFO mergulha ainda mais naquele AOR que parece feito em algum momento
entre 1978 e 1985. A fórmula já não é mais nenhuma surpresa, mas a capacidade
de escrever canções grudentas de Bjorn
e David Andersson (os cabeças do projeto, direto do Soilwork) permanece aguçada.
A produção impressiona, cada
timbre e arranjo mergulhado em glitter e calçado em polainas, como deveria ser
para as intenções do projeto. Os músicos são todos excelentes, mas Bjorn e Sharlee D’Angelo
impressionam ainda mais pela capacidade de expressar seu talento de maneira tão
absurda num estilo totalmente diferente daquele que catapultou seus nomes na
cena. De negativo, apenas a impressão de que a cada disco que passa dessa
patota e temos menos músicas talhadas para sobreviver ao teste do tempo. Talvez
devessem dar um espaço maior entre os discos. Ainda assim, um Cd que é daqueles
Guilty Pleasures para o banger troozão!
NOTA: 7,72
Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: te coloca numa máquina do tempo
direto para o tempo dos mullets
Contras: músicas divertidinhas, mas a
banda vem perdendo poder de fogo
Classifique como: AOR
Para Fãs de: Foreigner, Journey, Survivor
Alô, poderiam enviar mais um carregamento de polainas por favor? |
Visigoth – Conqueror’s Oath
(Cd-2018)
Barbaridade!
Por Trevas
Os bárbaros de Salt
Lake City chegam ao temido segundo disco tendo que lidar com as altas
expectativas criadas diante do improvável sucesso do Debut The Revenant King. Mas é só colocar para rodar a
faixa de abertura, Steel And Silver, que o headbanger mais tradicionalista abrirá um sorriso
maior que a ferida feita por um machado afiado. O som dos caras transita entre
o metal tradicional oitentista e cargas de sonoridade épica que tornam a
mistura algo polarizadora. Os vocais operísticos adornados por corais bem
macho-man de Jake Rogers por exemplo, a depender do
ouvido receptor, podem soar como uma benção ou como a coisa mais ridícula do
planeta. E as letras são aquela coisa capa e espada nada cerebral regurgitada
de novo e de novo desde o início dos tempos por bandas do estilo.
Mas para quem curte esse tipo
de Heavy Metal forjado na linha tênue entre a breguice e a genialidade, fica
difícil resistir aos charmes de faixas como Hammerforged, Blades In The
Night e Warrior Queen. E o que
dizer das épicas Traitor’s Gate e a faixa título? Metal épico de
primeira, gravado com esmero e feito sob medida para a galera cantar junto nos
shows, com punhos e cervejas em riste.
NOTA: 8,69
Gravadora: Urubuz Records (nacional)
Prós: mais épico que a tanguinha de
guaxinim do Joey de Maio
Contras: vai dizer que tu não foi olhar a
foto da tanguinha de guaxinim?
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Grand Magus, Hammerfall
Minhas férias na floresta, parte 666 |
Lords Of Black – Icons Of The
New Days (2Cds – 2018)
Fechando
A Trilogia
Por Trevas
O terceiro disco dos
espanhóis do Lords Of Black
marcaria o canto de cisne do vocalista chileno Ronnie Romero junto à
banda. Sua saída foi anunciada pouco após o lançamento da bolachinha, que
ganhou edição especial repleta de bônus espalhados por dois discos. Uma pena,
já que sua voz rascante, a exata mistura de Dio com Freddie Mercury (conforme palavras do patrão do
chileno, Ritchie Blackmore), combina muito bem com o
Metal dos espanhóis, uma espécie de Heavy/Power moderno que deve tanto ao Kamelot e Masterplan quanto ao próprio Rainbow.
A despeito da estrela do cantor, o dono da bola é o guitarrista Tony Hernando, que assina todas as 12 faixas do repertório da edição
padrão.
O disco é menos sombrio que
seus antecessores, mas continua a apostar em faixas midtempo repletas de
dramaticidade e sem grandes arroubos de virtuosismo, tudo aqui é feito em prol
da musicalidade. A produção de Roland
Grapow é seca e moderna, e todos os
músicos aparecem com igual destaque. As doze faixas são boas, mas a faixa
título e a longa e pesadíssima King’s
Reborn fazem as vezes de grandes
destaques. No disco bônus, boas covers para Edge Of The Blade (Journey), Innuendo (Queen), Only (Anthrax) e Tears Of The Dragon (Bruce Dickinson) e mais duas inéditas. Resta desejar
boa sorte para a banda, pois um vocalista como Romero não se acha todo dia.
NOTA: 8,35
Gravadora: Frontiers Records (importado)
Prós: bem construído e com ótimos vocais
Contras: menos impactante que seus
antecessores
Classifique como: Heavy Metal, Power Metal
Para Fãs de: Kamelot, Masterplan
Ronnie fazendo sua última aparição com os amigos espanhóis |
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