Halestorm - Vicious |
Mostrando
As Garras
Por Trevas
Uma potência da nova
cena rocker estadunidense, o quarteto Halestorm,
capitaneado pelos irmãos Lzzy e Arejay Hale, conseguiu respeito tanto junto aos fãs mais tradicionais do
Hard Rock quanto com a galera do mainstream, tudo baseado em shows repletos de
energia e pegada. Mas se em cima dos palcos a banda é vista com ótimos olhos,
em estúdio a história é diferente. Seus três discos anteriores diluíram boas
composições em uma produção pasteurizada que deixou a voz de Lzzy sempre muito acima na mixagem. Com
a missão de enfim conseguir canalizar o poderio visto nos shows para o estúdio,
o Halestorm compôs o novo disco, Vicious, ao lado do renomado Nick Raskulinecz.
Joan Jett and the Heartbreakers? |
Black
Vultures chega chutando a porta, uma delícia de Hard moderno,
pesado e grudento. Como já vi esse filme antes segui em frente bangueando, mas com
o pé atrás.
O início pop de Skulls parece
querer corroborar meu medo, mas logo fica claro que aparentemente até os momentos
mais radiofônicos o Halestorm enfim
soa com uma pegada rocker, lembrando o que a banda faz ao vivo. Bela música,
por sinal. Uncomfortable, primeiro
single, é um pouco menos legal, mas mantém a pegada firme.
Lzzy Hale, o fenômeno vocal encarna a rebelde rocker nas letras, em
grande maioria inteligentemente provocativas, como em Buzz e na funky, ótima e quase erótica Do Not Disturb. Nela a beldade, bissexual assumida, convida um
estranho a uma noite de amor no quarto de hotel antes dela ir embora para outra
cidade, dizendo ainda que é para trazer a namorada, pois a três é melhor que a dois.
Ehr, mais tarde termino a resenha...
Conflicted quase esbarra nos
problemas do disco anterior e Killing
Ourselves To Live tem sem eu refrão pegajoso algo que me remete ao Poppy
Punk muito em voga nos anos 1990, com belo solo de Hottinger. A produção de Raskulinecz
deixou o disco com uma sonoridade excelente e na cara, sem polimentos
desnecessários. A voz de Lzzy
impressiona, mas não está acima de tudo e todos como aconteceu no disco
anterior. O maninho Arejay tem tudo
para se tornar um Drum Hero para uma nova geração e Josh Smith talvez tenha
realmente menos espaço nos arranjos, mas seu baixo é correto e joga para o
time.
Mas Lzzy, essa é realmente uma
em um milhão, e quem duvidar experimente lidar com o feeling e potência da voz
da moça na emocionante faixa acústica Heart
Of Novocaine. Dá para sentir o coração na ponta do microfone. Painkiller volta a atacar no Hard moderno
com guitarras espertas e ótimas melodias.
White Dress é a declaração de intenções
musicada da vocalista/guitarrista em abraçar um estilo de vida distante do que
se espera. A faixa título é quase uma versão Heavy Metal de algo que
poderia estar num trabalho do Black Eyed Peas, mas funciona muito bem. Os pouco mais de 40 minutos do disco
terminam com chave de ouro com a excelente The
Silence, com ar setentista adornado
pela bela voz da senhorita Lzzy.
Veredito
da Cripta
O Halestorm estava nos devendo um Cd à altura de seus poderosos
shows. Estava. Vicious enfim mostra
ao mundo um som encorpado e com produção que faz justiça a natureza rocker e
rebelde do quarteto. E Lzzy, essa coloca
novamente suas garras de fora e vai galgando espaço aos poucos no panteão das grandes
mulheres da história do Rock. Um baita disco.
NOTA: 9,03
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Gravadora: Warner (nacional)
Prós: Boas músicas, e enfim com pegada
Contras: é um Hard Rock moderno, pouco
afeito a maneirismos do passado
Classifique como: Hard Rock
Para Fãs de: Joan Jett, Stone Sour, Crucified
Barbara
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