quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Ghost – Prequelle (CD-2018)

Ghost - Prequelle
Fasntasminha Inspirado
Por Trevas

Prequelle é o quarto disco do outrora enigmático combo de Shock Rock conhecido pela alcunha de Ghost. Seu lançamento ocorreu após o rastro de polêmicas e acusações de ex-membros da banda contra Tobias Forge, o vocalista sueco que (agora se sabe) encarna os vários “Papas” presentes no bestiário Ghostiano. As acusações dos Nameless Ghouls? De que Forge trapaceou e tomou para si as composições e (principalmente) as finanças da banda. A resposta de Forge? O Ghost seria desde o início um projeto criativo única e exclusivamente dele, e os músicos, meros contratados para executar sua visão e estariam cientes disso. Veredito? Difícil dizer e complicado até mesmo definir se esse bafafá todo não passou de mais uma estranha estratégia de marketing, tal como a criação de mais um “Papa”, dessa vez uma figura canastrona que atende pela alcunha de Cardinal Copia. Diante desse cenário, fui conferir Prequelle, com sua belíssima capa e produção ao encargo do renomado Tom Dalgerty (Siouxie, Simple Minds, Pixies e Killing Joke, dentre muitos) sem saber muito o que esperar.

Cardinal Copia ao centro, músicos sem rosto nas sombras, ao fundo. Assim dita o ego de Forge 
Ashes é a curta introdução parte sussurrada parte orquestrada de filme de terror, que é seguida pela apoteótica Rats. Absurdamente grudenta e radiofônica, sem deixar de ser virulenta, em especial em sua letra (um ataque aos ex-membros? Talvez), Rats tem elementos que muito bem poderiam estar em discos do ABBA (leves pinceladas) e Blue Öyster Cult (toneladas). Uma das faixas mais legais desse 2018.



Os riffs que remetem a filmes de horror barato prosseguem em Faith, e a capacidade de Forge de forjar (ops) melodias tão grudentas que poderiam muito bem tomar nossos ouvidos em uma FM qualquer é realmente impressionante. Duvida? Escute See The Light e tente não sair cantando junto.



Miasma é uma instrumental com tino de trilha sonora e com muita cara de progressivo final de anos 1970, início dos 1980. Não sei a identidade dos músicos que acompanham Forge, mas certamente é tudo fera. A destacar, como são legais os solos de todas as músicas. Ah, e por falar em 1980, Dance Macabre bem poderia ser do Survivor, se os membros da banda frequentassem boates góticas.



Sobre o trabalho vocal, o Cardinal Copia de Tobias Forge apresenta basicamente a mesma coisa já mostrada nos discos anteriores. Quem curtiu, irá se deliciar, pois as canções estão bem caprichadas. Mas se você é fã apenas de vocalistas cheios de maneirismos e elasticidade, provavelmente terá uma síncope. Quem ama a capacidade de interpretação ficará estarrecido com a beleza sutil da melodia de números como a Jethro Tullesca Pro Memoria. Witch Image também é muito boa, apenas um cadinho menos impressionante do que o material que a antecedeu. Helvetesfönster é outra instrumental digna dos melhores momentos do Neo Progressivo, e prepara o terreno para o encerramento com o belo hino Life Eternal.




Veredito da Cripta
Pouco após o lançamento do medíocre Infestissumam, cravei que seja lá qual magia o Ghost tivesse, ela havia sido efêmera, concentrada apenas no espetacular álbum de estreia e se esvaído rapidamente a partir dali. Como de costume, uma previsão estúpida. Prequelle é ainda mais espetacular que Opus Eponymous, justamente por conseguir reinventar a banda em um cenário quase Pop Rock, sem abandonar os elementos de Heavy Metal, Progressivo e Classic Rock explorados até então. Um álbum perfeito, daqueles raros, sobre o qual falaremos daqui a 20 anos, com melodias tão simples e grudentas que ficamos estarrecidos por ainda não terem sido inventadas antes.


NOTA: 10


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Gravadora: Universal Records (nacional)
Prós: cada uma das músicas gruda no cérebro instantaneamente
Contras: não é um disco calcado no peso
Classifique como: Heavy Metal, AOR, Shock Rock
Para Fãs de: Blue Öyster Cult, Mercyful Fate



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