Ghost - Prequelle |
Fasntasminha
Inspirado
Por Trevas
Prequelle é o quarto disco do outrora enigmático combo de
Shock Rock conhecido pela alcunha de Ghost.
Seu lançamento ocorreu após o rastro de polêmicas e acusações de ex-membros da
banda contra Tobias Forge, o vocalista sueco que (agora se
sabe) encarna os vários “Papas” presentes
no bestiário Ghostiano. As acusações
dos Nameless Ghouls? De que Forge
trapaceou e tomou para si as composições e (principalmente) as finanças da
banda. A resposta de Forge? O Ghost seria desde o início um projeto
criativo única e exclusivamente dele, e os músicos, meros contratados para
executar sua visão e estariam cientes disso. Veredito? Difícil dizer e complicado
até mesmo definir se esse bafafá todo não passou de mais uma estranha
estratégia de marketing, tal como a criação de mais um “Papa”, dessa vez uma figura canastrona que atende pela alcunha de Cardinal Copia. Diante desse cenário, fui conferir Prequelle, com sua belíssima capa e produção ao encargo do renomado
Tom Dalgerty (Siouxie, Simple Minds, Pixies e Killing Joke, dentre muitos) sem saber muito o que esperar.
Cardinal Copia ao centro, músicos sem rosto nas sombras, ao fundo. Assim dita o ego de Forge |
Ashes é a curta introdução
parte sussurrada parte orquestrada de filme de terror, que é seguida pela
apoteótica Rats. Absurdamente
grudenta e radiofônica, sem deixar de ser virulenta, em especial em sua letra
(um ataque aos ex-membros? Talvez), Rats
tem elementos que muito bem poderiam estar em discos do ABBA (leves pinceladas) e Blue
Öyster Cult (toneladas). Uma das faixas mais legais desse 2018.
Os riffs que remetem a filmes de horror barato prosseguem em Faith, e a capacidade de Forge de forjar (ops) melodias tão
grudentas que poderiam muito bem tomar nossos ouvidos em uma FM qualquer é
realmente impressionante. Duvida? Escute See
The Light e tente não sair cantando junto.
Miasma é uma instrumental com
tino de trilha sonora e com muita cara de progressivo final de anos 1970,
início dos 1980. Não sei a identidade dos músicos que acompanham Forge, mas certamente é tudo fera. A
destacar, como são legais os solos de todas as músicas. Ah, e por falar em
1980, Dance Macabre bem poderia ser do Survivor,
se os membros da banda frequentassem boates góticas.
Sobre o trabalho vocal, o Cardinal
Copia de Tobias Forge apresenta basicamente
a mesma coisa já mostrada nos discos anteriores. Quem curtiu, irá se deliciar,
pois as canções estão bem caprichadas. Mas se você é fã apenas de vocalistas
cheios de maneirismos e elasticidade, provavelmente terá uma síncope. Quem ama
a capacidade de interpretação ficará estarrecido com a beleza sutil da melodia de
números como a Jethro Tullesca Pro Memoria. Witch Image também é muito boa, apenas um cadinho menos impressionante do
que o material que a antecedeu. Helvetesfönster
é outra instrumental digna dos melhores momentos do Neo Progressivo, e prepara
o terreno para o encerramento com o belo hino Life Eternal.
Veredito
da Cripta
Pouco após o lançamento do
medíocre Infestissumam, cravei que
seja lá qual magia o Ghost tivesse,
ela havia sido efêmera, concentrada apenas no espetacular álbum de estreia e se
esvaído rapidamente a partir dali. Como de costume, uma previsão estúpida. Prequelle é ainda mais espetacular que Opus Eponymous, justamente por conseguir reinventar a banda em um
cenário quase Pop Rock, sem abandonar os elementos de Heavy Metal, Progressivo e Classic
Rock explorados até então. Um álbum perfeito,
daqueles raros, sobre o qual falaremos daqui a 20 anos, com melodias tão
simples e grudentas que ficamos estarrecidos por ainda não terem sido
inventadas antes.
NOTA: 10
Visite o The Metal Club |
Gravadora: Universal Records (nacional)
Prós: cada uma das músicas gruda no
cérebro instantaneamente
Contras: não é um disco calcado no peso
Classifique como: Heavy Metal, AOR, Shock
Rock
Para
Fãs de: Blue Öyster Cult, Mercyful Fate
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