terça-feira, 25 de setembro de 2018

Kamelot – The Shadow Theory (Cd-2018)

Kamelot - The Shadow Theory

A Teoria Da Comida Requentada
Por Trevas

Primeiro disco após o surpreendente anúncio da saída do baterista e colaborador de longa data Casey Grillo (substituído por Johan Nunes), The Shadow Theory (12º disco da banda) vem ao mundo para tentar manter a guinada da trupe do guitarrista Thomas Youngblood rumo ao primeiro escalão do metal mundial, escalada recomeçada após a turbulenta substituição do icônico vocalista norueguês Roy Khan pelo talentoso sueco Tommy Karevik. Sem grandes expectativas diante das músicas de trabalho lançadas no Youtube e da capa que parece seguir uma receita de bolo repetida à exaustão em discos recentes, fui checar o que os estadunidenses aprontaram dessa vez.

Bem que o disco poderia soar tão ameaçador quanto a foto...
The Mission é uma introdução instrumental e climática tão genérica que deve ter sido até difícil dar um nome a ela. Phantom Divine é a típica faixa de abertura que se espera do Kamelot, ainda que isso não seja necessariamente um elogio, já que não traz nada de realmente diferente e que garanta a existência dela nos sets de futuras turnês. Até a presença dos vocais urrados competentes da beldade Lauren Hart (Once Human) soam apenas mais do mesmo.



Ravenlight segue a mesma toada, mais uma boa canção, que mostra um Kamelot sem muita vontade de inovar, o que contraria a vocação do passado da banda. Amnesiac até faz uma ou outra graça em sua modernidade, mas as melodias passam sem ficar na cabeça, o que é um crime dentro desse estilo. Que o diga Burns To Embrace, que estraga o promissor e inédito folk de seu início (que depois inexplicavelmente morre no mix) num refrão para lá de preguiçoso, com o hediondo clichê do “coro de crianças” terminando de sepultar a música no final. Jennifer Haben (Beyond The Black) empresta sua personificação de Sharon Den Adel na baladinha In Twilight Hours, mas pouco faz para conquistar nossa atenção.  





Chega a ser complicado fazer uma resenha faixa a faixa quando o que a banda entrega parece uma sucessão de cópias pálidas de seus bons momentos do passado. Músicas como Kevlar Skin, Stories Unheard, Vespertine e Mindfall Remedy (novamente com Lauren), a despeito da perfeição da produção de Sasha Paeth e da execução irretocável pelos músicos, simplesmente falham em soar únicas. Impossível não sofrer a incômoda sensação de Déjà Vu. Não ajuda em muito o fato de a cada momento o ótimo Tommy Karevik se contentar apenas a emular cada inflexão vocal de seu antecessor no posto, mesmo sendo este o terceiro trabalho do sueco à frente da banda.





Para nossa sorte ainda há algo que se salve nesse “mais do mesmo”, como a bela Static. Mas logo depois The Proud And The Broken e a indizível Ministrium devolvem a chatice aos intermináveis 53 minutos da bolachinha.  

Veredito da Cripta
Um costumeiro oásis no estéril território do Power Metal, é fato que desde que atingiu seu ápice criativo com o matador The Black Halo o Kamelot sofre com a qualidade inconstante em seus trabalhos. Por vezes acerta, como em Haven e Ghost Opera, por vezes erra feio, como em Poetry For The Poisoned e Silverthorn. Mas até mesmo esses discos ao menos tem uma identidade própria, um importante fator que falta a esse The Shadow Theory, que consegue soar genérico do início ao fim. De longe o pior trabalho dos estadunidenses desde os erráticos discos anteriores à chegada do Roy Khan.   


NOTA: 6,10

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Gravadora: Hellion Records (nacional)
Prós: genérico, parece um punhado de Lados B
Contras: ótima produção, músicos de primeira
Classifique como: Power Metal, Metal Sinfônico
Para Fãs de: Kobra And The Lotus, Mob Rules




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