Kamelot - The Shadow Theory |
A
Teoria Da Comida Requentada
Por Trevas
Primeiro disco após o
surpreendente anúncio da saída do baterista e colaborador de longa data Casey Grillo (substituído por Johan
Nunes), The Shadow Theory (12º disco da banda) vem ao mundo para tentar
manter a guinada da trupe do guitarrista Thomas
Youngblood rumo ao primeiro escalão
do metal mundial, escalada recomeçada após a turbulenta substituição do icônico
vocalista norueguês Roy Khan pelo talentoso sueco Tommy Karevik. Sem grandes expectativas diante das músicas de trabalho
lançadas no Youtube e da capa que
parece seguir uma receita de bolo repetida à exaustão em discos recentes, fui
checar o que os estadunidenses aprontaram dessa vez.
Bem que o disco poderia soar tão ameaçador quanto a foto... |
The Mission é uma introdução
instrumental e climática tão genérica que deve ter sido até difícil dar um nome
a ela. Phantom Divine é a típica faixa de abertura que se espera do Kamelot, ainda que isso não seja necessariamente
um elogio, já que não traz nada de realmente diferente e que garanta a existência
dela nos sets de futuras turnês. Até a presença dos vocais urrados competentes
da beldade Lauren Hart (Once Human) soam apenas mais
do mesmo.
Ravenlight segue
a mesma toada, mais uma boa canção, que mostra um Kamelot sem muita vontade de inovar, o que contraria a vocação do
passado da banda. Amnesiac até faz
uma ou outra graça em sua modernidade, mas as melodias passam sem ficar na
cabeça, o que é um crime dentro desse estilo. Que o diga Burns To Embrace, que estraga o promissor e inédito folk de seu
início (que depois inexplicavelmente morre no mix) num refrão para lá de
preguiçoso, com o hediondo clichê do “coro de crianças” terminando de sepultar
a música no final. Jennifer Haben (Beyond The Black) empresta sua personificação de Sharon Den Adel na baladinha In Twilight
Hours, mas pouco faz para conquistar
nossa atenção.
Chega a ser complicado fazer uma resenha faixa a faixa quando o que a
banda entrega parece uma sucessão de cópias pálidas de seus bons momentos do
passado. Músicas como Kevlar Skin, Stories Unheard, Vespertine e Mindfall
Remedy (novamente com Lauren), a despeito da perfeição da
produção de Sasha Paeth e da execução irretocável pelos
músicos, simplesmente falham em soar únicas. Impossível não sofrer a incômoda sensação
de Déjà Vu. Não ajuda em muito o fato de a cada momento o ótimo Tommy Karevik se contentar apenas a emular cada inflexão vocal de seu
antecessor no posto, mesmo sendo este o terceiro trabalho do sueco à frente da
banda.
Para nossa sorte ainda há algo
que se salve nesse “mais do mesmo”, como a bela Static. Mas logo depois The
Proud And The Broken e a indizível Ministrium devolvem a chatice aos
intermináveis 53 minutos da bolachinha.
Veredito
da Cripta
Um costumeiro oásis no estéril
território do Power Metal, é fato que desde que atingiu seu
ápice criativo com o matador The Black Halo o Kamelot sofre com
a qualidade inconstante em seus trabalhos. Por vezes acerta, como em Haven e Ghost Opera, por vezes
erra feio, como em Poetry For The Poisoned e Silverthorn. Mas até mesmo esses discos
ao menos tem uma identidade própria, um importante fator que falta a esse The Shadow Theory, que consegue soar
genérico do início ao fim. De longe o pior trabalho dos estadunidenses desde os
erráticos discos anteriores à chegada do Roy
Khan.
NOTA: 6,10
Visite o The Metal Club |
Gravadora: Hellion Records (nacional)
Prós: genérico, parece um punhado de Lados
B
Contras: ótima produção, músicos de
primeira
Classifique como: Power Metal, Metal
Sinfônico
Para Fãs de: Kobra And The Lotus, Mob Rules
Nenhum comentário:
Postar um comentário