quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Hatefulmurder - Red Eyes (Cd-2017)

Hatefulmurder - Red Eyes


Com Sangue Nos Olhos
Por Trevas

Segundo full length dos cariocas extremos, Red Eyes já de cara traz uma novidade, a ruiva Angélica Burns (ex-Diva, ex-Scatha), assumindo o microfone. Lembro perfeitamente a primeira vez que vi Angélica em ação, ela devia ter uns 17 anos e já era um fenômeno. Então não tive a menor dúvida de que a banda estava fazendo uma escolha acertada. Mas ainda assim restou a curiosidade de como a vocalista se sairia ao assumir os vocais de uma banda com uma história pregressa respeitável na cena, sob a batuta de seu antecessor.

Angélica ao vivo (foto por Alessandra Tolc)
Com a interessante arte de capa do tatuador grego Orge Kalodimas ornando um belo encarte e produção de João Milliet e co-produção de Celo Oliveira, Red Eyes logo foi parar em alta rotação no meu player. Mas vamos aos detalhes.

Hatefulmurder, com sangue nos olhos 
Silence Will Fall já se apresenta como um brutal chute no rego dos machistinhas que infestam a cena, Angélica destroçando enquanto a banda desfila entre um Death Metal mais direto e nuances de várias vertentes do Metal moderno. Red Eyes (ver vídeo) joga seu refrão de bate-pronto no meio de nossas fuças, e a trauletada come solta, com espaço para elementos mais dinâmicos no arranjo, fazendo com que o material nunca corra o risco de cansar os ouvidos. Mas se a nova vocalista passa no teste com louvor, o mesmo não pode se dizer dos vocais limpos de Felipe Modesto. Esses são um ponto sensível na produção. Apesar das linhas serem interessantes, o timbre do baixista não funciona tão bem.


Tear Down (ver vídeo) foi escolhida como uma das faixas de trabalho, e que escolha acertada. Pesada e ao mesmo tempo grudenta, conquista o ouvinte de cara e apresenta boas linhas de baixo de Felipe, mostrando que o negócio do cara são as cordas mesmo. E por falar em cordas, a paulada Riot traz riffs para lá de cortantes nas mãos de Renan Ribeiro.


The Meaning Of Evil continua o assalto comandado pela levada violenta de Thomás Martin na bateria, com uma interessante queda no andamento no refrão trazendo um tempero diferente. Outro fenômeno vocal da cena extrema brasileira, Mayara Puertas (Torture Squad) empresta seus urros em Time Enough At Last. My Battle (ver vídeo) é bem diversificada e aposta num refrão forte, com grande potencial para se tornar um dos destaques do set da banda ao vivo.




O disco chega em sua reta final com a boa You’re Being Watched (que baixo legal) e com a direta e mais tradicional Creature Of Sorrow, encerrando meia hora de um metal extremo de muita qualidade.

Veredito da Cripta

Trazendo como trunfo a mescla de agressividade e ecletismo dentro da música extrema moderna com músicos excelentes e um fenômeno vocal, o Hatefulmurder tem tudo para alçar grandes voos com Red Eyes. E se pensarmos que a banda ainda tem espaço para evoluir, não é exagero imaginar que logo venham a se tornar um dos maiores nomes de nossa cena.  


NOTA: 8,85


Gravadora: Secret Service Records (nacional).
Pontos positivos: curto e certeiro, trazendo peso mesclado a partes grudentas. Ah, e Angélica detona.
Pontos negativos: os vocais de Felipe Modesto ainda podem evoluir muito
Para fãs de: Killswitch Engage, Arch Enemy
Classifique como: Melodic Death Metal, Metalcore



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