Hatefulmurder - Red Eyes |
Com Sangue Nos Olhos
Por
Trevas
Segundo full length dos cariocas extremos, Red
Eyes já de cara traz uma novidade, a
ruiva Angélica Burns (ex-Diva, ex-Scatha), assumindo o microfone. Lembro perfeitamente
a primeira vez que vi Angélica em
ação, ela devia ter uns 17 anos e já era um fenômeno. Então não tive a menor
dúvida de que a banda estava fazendo uma escolha acertada. Mas ainda assim
restou a curiosidade de como a vocalista se sairia ao assumir os vocais de uma
banda com uma história pregressa respeitável na cena, sob a batuta de seu
antecessor.
Angélica ao vivo (foto por Alessandra Tolc) |
Com
a interessante arte de capa do tatuador grego Orge Kalodimas ornando
um belo encarte e produção de João Milliet e co-produção de Celo Oliveira, Red Eyes logo foi parar em alta rotação no
meu player. Mas vamos aos detalhes.
Hatefulmurder, com sangue nos olhos |
Silence Will Fall já se apresenta como
um brutal chute no rego dos machistinhas que infestam a cena, Angélica destroçando enquanto a banda
desfila entre um Death Metal mais direto e nuances de várias
vertentes do Metal moderno. Red Eyes (ver vídeo) joga seu refrão de bate-pronto no meio de nossas
fuças, e a trauletada come solta, com espaço para elementos mais dinâmicos no
arranjo, fazendo com que o material nunca corra o risco de cansar os ouvidos. Mas
se a nova vocalista passa no teste com louvor, o mesmo não pode se dizer dos
vocais limpos de Felipe Modesto. Esses são um ponto sensível na
produção. Apesar das linhas serem interessantes, o timbre do baixista não
funciona tão bem.
Tear Down (ver vídeo) foi escolhida como uma das faixas de trabalho, e
que escolha acertada. Pesada e ao mesmo tempo grudenta, conquista o ouvinte de
cara e apresenta boas linhas de baixo de Felipe,
mostrando que o negócio do cara são as cordas mesmo. E por falar em cordas, a
paulada Riot traz riffs para lá de
cortantes nas mãos de Renan Ribeiro.
The Meaning Of Evil continua o assalto
comandado pela levada violenta de Thomás
Martin na bateria, com uma
interessante queda no andamento no refrão trazendo um tempero diferente. Outro fenômeno
vocal da cena extrema brasileira, Mayara
Puertas (Torture Squad) empresta
seus urros em Time Enough At Last. My Battle
(ver vídeo) é bem diversificada e aposta num refrão forte, com grande potencial
para se tornar um dos destaques do set da banda ao vivo.
O
disco chega em sua reta final com a boa You’re
Being Watched (que baixo legal) e com a direta e mais tradicional Creature Of Sorrow, encerrando
meia hora de um metal extremo de muita qualidade.
Veredito da Cripta
Trazendo
como trunfo a mescla de agressividade e ecletismo dentro da música extrema
moderna com músicos excelentes e um fenômeno vocal, o Hatefulmurder tem tudo para alçar grandes voos com Red Eyes. E se pensarmos que a banda ainda tem espaço para evoluir, não
é exagero imaginar que logo venham a se tornar um dos maiores nomes de nossa
cena.
NOTA:
8,85
Gravadora:
Secret Service Records (nacional).
Pontos
positivos: curto e certeiro, trazendo peso mesclado a partes grudentas. Ah, e Angélica
detona.
Pontos
negativos: os vocais de Felipe Modesto ainda podem evoluir muito
Para
fãs de: Killswitch Engage, Arch Enemy
Classifique como: Melodic Death Metal, Metalcore
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