The Temperance Movement - White Bear (Cd-2016) |
Urso Branco Abstêmio Sacode O Esqueleto
Por Trevas
Prólogo: beba com moderação
Bom, geralmente começo minhas resenhas sobre um
disco falando um pouco sobre a história da banda. No caso do Temperance Movement, não há muito a
falar. A banda teve início nos idos de 2011, quando o vocalista escocês Phil Campbell (não, não é o galês do Motörhead) se juntou aos guitarristas Luke Potashnick e Paul Sayer. Logo encontraram sua cozinha no ex-baixista do Jamiroquai
Nick Fyffe e no baterista
australiano Damon Wilson. Todos
fissurados pela sonoridade do rock e R&B do final dos anos 1960/início dos
anos 1970, acordaram trilhar esse caminho. O nome da banda, esquisito e complicado
de falar para os tupiniquins aqui, é uma irônica referência a um movimento de
origem nos idos de 1820, que apregoava o combate ao uso de bebidas alcóolicas
através de campanhas e sanções de leis que limitassem a produção e venda desses
produtos.
A banda lançou um ep em 2012,
sendo rapidamente catapultada a sensação pelas revistas especializadas. Chegou
inclusive a apresentar três faixas do ep ao vivo na Sunflower Jam (evento musical beneficente de grande porte que
costuma envolver grandes nomes da música britânica), no magnífico Royal Albert Hall. Contratada pela Earache, lançou em 2013 seu primeiro
disco, uma pedrada homônima que rendeu convites para abrir dois shows do Rolling Stones. Ou seja, dá para
perceber que, tal qual os colegas americanos do Rival Sons, o TM tem um início
de carreira meteórico e para lá de promissor. Como dizem por aí que o segundo
disco de uma banda é sempre um desafio, esse White Bear foi anunciado sob imensa expectativa. Vamos checar a
bolachinha, ora pois!
O Urso Branco
Three
Bulleits (ver
vídeo) abre o disco já apontando o forte dos britânicos: um blues rock
envenenado circa 1969, com riffs diretos e a voz rascante de Phil Campbell ditando linhas melódicas
e refrães que fariam Paul Rodgers sorrir
o maior dos sorrisos.
Get Yourself Free (ver vídeo) tem aquele ritmo algo suingado e um
refrão que fará a alegria das viúvas do grande Black Crowes. A pleasant
Peace I Feel é uma daquelas power ballads sessentistas com uma mistura de
música grudenta e estrutura de jam com leves toques psicodélicos, num belo
exemplo de arranjo cuidadoso em uma música supostamente simples. Aliás, talvez a
diferença desse disco para o primeiro resida na produção intencionalmente menos
vintage, mas que em nenhum momento transforma a bolachinha em algo pasteurizado
e inócuo.
Modern Massacre (ver vídeo) é uma paulada Retro-Rock com veia
punk calcada principalmente no talento vocal de Mr. Campbell, um vocalista à moda antiga (pitadas de Bon Scott são claramente percebidas). Battle Lines é um blues rock encardido e dançante e a faixa título
traz um pouco de Led à mistura em uma power ballad bacana.
Oh Lorraine (ver vídeo) tem um riff viciante e é tão grudenta
que apenas a produção nova em folha faz você acreditar que não se trata de um
clássico dos anos 1970. Magnify é um
pouco sem graça, mas a curta e algo psicodélica The Sun and Moon Roll Around Too Soon logo volta a trazer a diversão
ao ouvinte. A bolachinha encerra seus parcos 39 minutos com a melancólica I Hope I’m Not Losing My Mind, deixando
nossos ouvidos querendo mais.
The Temperance Movement 2016 |
Saldo Final
Tal qual os estadunidenses do Rival Sons, os britânicos do Temperance Movement engrandecem o
movimento do Retro Rock com obras certeiras que tem como grande trunfo agradar
tanto aos nostálgicos quanto aos neófitos. Altamente recomendado para qualquer
fã de rock em seu estado mais puro.
NOTA: 87
Indicado
para:
Fãs
da fase Black Crowes, Rival Sons, Blues Pills, Free, Bad Company.
Fuja
se:
Você
só digere coisas modernas
Classifique
como: Blues Rock, Retro-Rock, Classic Rock
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