quinta-feira, 24 de março de 2016

Iron Maiden + Anthrax + The Raven Age (HSBC Arena, 17/03/2016)


Poster da Turnê de 2016






Bah, os infortúnios dessa existência. Sabe quando você tem noção de que um show vai ser imperdível e que deveria fazer de tudo para comparecer ao mesmo, mas ao mesmo tempo o universo parece conspirar para que você fracasse em sua missão. Pois bem, esse foi o caso com o show do Iron. Por sorte, um grande amigo e Maidenmaníaco, Señor Freddy Krill, biólogo e professor de respeito (sic), tornou-se o enVIADO especial da Cripta nas longínquas terras da Barra da Tijuca, e nos contou o que aconteceu por lá. resta agradecer ao cabrunco (e à Srta Claudia Speroto) e passar um pouco mais de gelol nos meus doloridos cotovelos. 
Divirtam-se!

Trevas


INTRO: ENFIM, CHEGOU NOSSA VEZ!!!
(texto por Freddy Krill, fotos por Krill e Claudia Speroto)

Desde que o “The Book of Souls” foi lançado, em setembro/2015, que a expectativa criada por uma nova turnê por estas plagas só fazia aumentar. Enfim, sai o anúncio oficial: a 11ª passagem da Donzela pelo Brasil está CONFIRMADA! Começou a vender? Compramos! Seria meu 10º show (só não estive presente ao épico concerto do Rock in Rio de 1985)...   


Nota do Trevas: o equivalente Krillzístico do Santo Graal
A banda resolveu enveredar por um caminho muito progressivo, desde o “Dance of Death”. Composições longas, complexas e de difícil palatabilidade (por vezes) arrefeceram aquele entusiasmo juvenil pela minha banda predileta.
The Book of Souls” não fugiu a essa “nova” regra... É Iron Maiden, mas não é “aquele” Iron Maiden de antanho... Enfim... Sem muitas digressões...
Depois de toda a zika (com bastante trocadilho) envolvendo a perna sul-americana da turnê (Ed Force One avariado no Chile; Eddie levando um tombo no palco na Argentina), CHEGOU O DIA!!! Como tudo aqui na terra de Big Foot “tá tranquilo, tá favorável”, no mesmo dia a Barra teria Simply Red (no redivivo Metropolitan) e Wesley Safadão (no Barra Music). Aquele trânsito, maravilhoso por ele, foi tornado ainda mais gostoso pelas obras olímpicas... Alternativa? Sair muito cedo de casa! Após um curto trajeto Tijuca-Barra de 1:35h pela Linha Amarela, chegamos!!! Estacionamento fácil, mas um curral insano, onde todos eram separados de acordo com sua lotação, para serem reunidos na rampa de acesso e separados DE NOVO lá em cima...

Praticamente um senhor de idade, pagando esse "Kong" (foto por Claudia Speroto)
THE RAVEN AGE: Nada como ser filho do homem...

Originalmente previsto para iniciar às 19h, eram ainda 18:48h quando o THE RAVEN AGE, banda de George Harris, filho caçula do “The Boss” adentrou o palco. De cara, o baterista Jai Patel inicia uma surra impiedosa nos surdos, enquanto rolava a intro no background. A banda entra e... A impressão era estar num show do famigerado Avenged Sevenfold!!! Tá certo que não há novidades no metal, mas... Aquela batida pesada e pegajosa, que não empolga nem dá vontade de botar pra correr do palco...O vocalista Michael Burrough (que veio com um visual de Jack Bauer - felizmente não foram 24h de show!) canta bem, de verdade. George na guitarra solo é muito eficiente! Seu parceiro Dan Wright e o baixista Matt Cox mostram que a banda tem MUITO potencial, mas precisa urgentemente encontrar um norte! Um set curto, com menos de 30 minutos de duração, em que tocaram seu EP (auto-intitulado) na íntegra (mais uma música), que agradou as meninas e os fãs-não-tão-troos-de-coração-de-melão...Lauren Harris nos deu o Richie Faulkner. Talvez eles façam melhor daqui para frente...



- Nota: 6,5. 

- Indicado para: quem curte A7X. 

- Fuja se: você não admite nepotismo e/ou “meritocracia”. 

E~D: Dan Wright-Michael Burrough-Jai Patel
E~D: George Harris-Jai Patel-Matt Cox-Dan Wright
ANTHRAX: Baixei o “For All Kings” só pra irritar o Scott Ian…

Quando estiveram por aqui, não consegui ir. Sempre por captação deficiente de ativos voláteis no mercado financeiro... Mas dessa vez não escaparam! Após uma rápida preparação, eram 19:50h quando os bacilos mais extremos do thrash pisaram o palco! Pra começar, entra o onipresente John Dette na bateria, substituindo o operado/convalescente Charlie Benante (que sofre de síndrome do túnel do carpo... ÓTIMO para um baterista!). Antes de qualquer coisa, e por dever de justiça: TOCA MUITO!!! Aliás, ele detém o recorde mundial de se apresentar com o Anthrax e o Slayer NA MESMA NOITE!!!... Estrearam o novo guitarrista solo Jonathan Donais, absolutamente preciso!
Isto posto, vamos ao show: começam logo mandando três petardos absolutos: Caught In A Mosh, Got The Time e Antisocial!!! Suores heteros rolaram pelas minhas vistas... Scott Ian, cada vez mais careca e barbudo... Frank Bello, cada vez mais insano e ritmado... Joey Belladona (O VOCALISTA do Anthrax! – sorry Neil Turbin, John Bush & Dan Nelson...), cada vez mais com o cabelo parecendo arame... Seguiram mandando Fight ‘em ‘til You Can’t (do Worship Music, originalmente gravado pelo Nelson mais bizarro citado acima...), Evil Twin (do novo For All Kings), Medusa (Spreading the Disease) e Breathing Lightning (For All Kings). Para encerrar, o mega clássico Indians, em que alguns mosh-pits foram abertos, para desespero de velhos rock’n’rollers presentes na Arena... Faltaram Madhouse e I Am The Law, mas não se pode ter tudo... Prometeram voltar em 2017 para um show completo...
-    Nota: 9,0.
-    Indicado para: bangers velhos, senis e decrépitos como eu.
-    Fuja se: você queria estar no Barra Music.





An-fuckin-thrax!!!!!
Caught In A Moooosh
IRON MAIDEN: OLÊ, OLÊ, OLÊ, OLÊ…

À medida que se via o palco sendo preparado, aumentavam a expectativa e o “amassation of the wicked”... Black Sabbath & AC/DC rolando baixinho no som da Arena tornavam o clima mais elétrico. Até que, às 21:15h... DOCTOR DOCTOR entra rugindo nas caixas! Todo Maidenmaníaco SABE que (1) Esta música prenuncia a entrada da Besta; (2) Steve Harris morre de raiva de não tê-la composto; (3) Steve Harris morre de raiva de ter colocado o Blaze para cantá-la...



Tensão máxima... O palco é liberado dos panos que cobrem os adereços... Um templo Maia surge. Sobre a bateria, uma pira começa a soltar fumaça... É a deixa para um etéreo Bruce Dickinson iniciar If Eternity Should Fail quase Acapella... Se alguém tinha dúvidas de que o câncer descoberto após as gravações do novo disco (quem mandou botar a boca onde DEVIA???) teria detonado sua voz... Nada! Confira no vídeo:






Na sequência vem a mais rápida e enérgica do “Book”: Speed Of Light, seguida por uma belíssima (e cada vez mais indispensável) Children Of The Damned, em que o duo Smith / Dickinson prova ser IMPRESCINDÍVEL à Donzela! Tears Of A Clown homenageia Robin Williams, enquanto The Red And The Black mostra um vigor ao vivo insuspeito na gravação!
The Trooper (uma das eternas do set) e Powerslave (meu mega clássico absoluto!) provam que o passar dos anos em nada tirou seu brilho, peso e adoração por parte dos fãs!
(Uma bandeira Brasileira é atirada no palco. Bruce a pega, abre, diz que a tem visto muito na CNN e que “espera que os ‘bad guys’ se fodam, quem quer que sejam”... Difícil saber por quem começar... Os ‘good guys’ certamente estão entre os ‘worse guys’... O Tempora, O Mores...).
Death Or Glory é muito boa, mas poderia ter dado lugar a outra mais antiga... (The Evil That Men Do ou Killers... Sempre vou esperando por esta última... Sei que não rolará, mas vai que...). Daí vem a faixa título e, como dito por Bruce, a “última do disco novo que tocaremos”... Uma daquelas faixas destinadas a virar clássico eterno, que depois dessa turnê nem eles sabem se voltará a ser apresentada... Hora do Eddie no palco (sem tombos!) e Bruce Dickinson: Vocalista, Historiador, Esgrimista, Piloto Profissional de aviões comerciais e Cirurgião Cardíaco:


Pausa. Um sino começa a tocar junto ao dedilhado de Dave Murray. Hallowed Be Thy Name chegou! É de longe a minha predileta do “Number”. Bruce se enforca cenograficamente sobre a bateria, surrando os pratos com a corda durante o solo e regendo um extático e abarrotado HSBC Arena. Nunca mais a tirem do set, seus putos!!!
Fear Of The Dark é aquela que digo não aguentar mais... Junto com The Trooper e The Number Of The Beast, está em TODO set, de todas as turnês... Faço beicinho, digo que não canto / pulo mais, mas... Ôô.. ôôôôôô... ôôôôôô...
Iron Maiden traz o segundo Eddie. Hino absoluto.


Profusa distribuição de brindes. Após segundos de intervalo, aquela voz cavernosa proclama “Woe to You, O Earth and Sea (…)” enquanto um Capetão inflável sobe no fundo do palco. É hora de The Number Of The Beast:


Blood Brothers segue após um discurso de Bruce, proclamando que “Impérios se levantam, mas sempre caem! O que permanece são os laços de sangue, porque nós somos Irmãos de Sangue!”. Certamente uma das melhores do Brave New World, e muito bem recebida por um público já cansado, mas disposto a mais!
So, understand... Don’t waste your timeWasted Years fecha de forma improvável o show, após quase duas horas ininterruptas! Sorrisos, agradecimentos, fotos, palhetas, peles, munhequeiras, baquetas, tudo voa… E voltamos para casa certos de mais um espetáculo que só senhores sessentões (quase todos) sabem proporcionar.
Bruce Dickinson é Bruce Dickinson, Dave Murray é Dave Murray. Sem mais. Adrian Smith é a cola que une a banda. O melhor e mais técnico dos guitarristas, melódico e absolutamente preciso nas composições, linhas base e solos. Simples assim... Janick Gers? Claro... Está lá! Neste show fez muito menos presepada... Rodou a guitarra nos braços, jogou pro alto, pegou... Zoou o Eddie... O de sempre... Mas nos solos... PQP... O “Ovelha bem nascido” DEBULHOU como NUNCA vi!!!... Steve Harris, com seus 60 completos e cabelos escuros tal qual um adolescente cavalga as quatro cordas, corre de um lado pro outro, faz backing vocal... O HEAVY METAL SÓ MORRERÁ COM ELE!!! Lemmy & Dio Live Forever!!! Nicko McBrain é o enfermo de sempre! Técnico e preciso, mas lamentavelmente cada vez mais lento, compensando com doses cavalares de mão de pedra na bateria.
UP THE IRONS!!!!
-    Nota: 10,0.
-    Indicado para: UP THE IRONS!!!!
-    Fuja se: UP THE IRONS!!!!
Setlist: http://www.setlist.fm/setlist/iron-maiden/2016/hsbc-arena-rio-de-janeiro-brazil-7bf0c238.html

NT: Os The Airumeidi!!!
NT: Filhodopínton, recuperadíssimo!!
NT: o show é tão bom que o Capiroto em pessoa vem prestigiar
NT: e aí, babou com o visual do novo palco?
NT: nosso enVIADO especial em seu momento groupie assanhada (foto por "Rédibênzi Desconhecido")

10 comentários:

  1. Chorei! Que resenha fantástica!!! Transportei-me para o show!!!
    Mas, por dever de justiça, a última foto não foi feita pela Claudia Speroto, mas por um cabrunco qualquer perdido na pista... Hahahaha

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  2. "Suor hétero " !!! Excelente resenha , me senti lá .... Infelizmente fugi dos diversos obstáculos e não fui , espero que todos sobrevivam e retornem ao Rio!

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    1. Olá, Lilian
      Também adorei a resenha, embora saiba que vou me arrepender dos elogios, o ego do Señor Krill já está do tamanho do Godzilla, hehehehhehehe
      Bjos
      T

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    2. Tragam um Pulitzer para este mito!!! Hahahahaha

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  3. Aí, Trevaz
    Esse maluco escreve muito melhor que você e não gosta dessas merdas moderninhas, deixa ele no comando por aqui, kkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Abrá do Danilo

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    1. Porra, Danilo, VTNC!! Já demiti o chimpanzé que escrevia minhas resenhas, vou contratar um chinês
      Vou mandar o Krill te fazer uma visita aí, vista algo confortável sua groupie imunda!
      bjundis
      T

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  4. Tragam DOIS Oscar para este mito!!! Vai que ele perde um!!! Hahahahaha

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  5. Caraca!!! Perfeita essa resenha...fui relembrando de cada momento do show!! Na falta de uma máquina do tempo, essa resenha ajudou a reviver um pouco a emoção!! Valeu demais!!!! Abraços, Alê :) :)

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