Graveyard, Nightwish, Symphony X, Trivium |
Graveyard - Innocence & Decadence (Cd-2015) |
Graveyard – Innocence
& Decadence (Cd-2015)
Às Arvre Somos Nozes
Das 789 zilhões de
novas bandas suecas praticantes do famigerado (e inflado) Retro Rock, Graveyard conquistou meu carinho tão
logo esbarrei com uma belezura chamada Hisingen
Blues (ver história completa desse
romance Criptoniano aqui). O problema é que esse disco acabou por deixar minhas
expectativas muito altas para os futuros trabalhos dos caras. O bom é que eles
nunca chegam perto de decepcionar. Innocence
abre com Magnetic Shunk alternando entre o rock e o
boogie com maestria, e a faixa de trabalho The
Apple And The Tree (ver vídeo) é uma daquelas pérolas
de 1968 que pegaram uma máquina do tempo para a década atual.
Exit 97
é um blues melancólico e esfumaçado engrandecido por um belo hammond, o tipo de
música para compor o ambiente de um pub decadente repleto de facínoras. Never Theirs e Can’t Walk Out possuem uma aura de Proto
Metal, contendo pinceladas de Led (na primeira) e Doors (na segunda). O retorno de Truls Mörck, guitarrista e vocalista da formação original do Graveyard, se faz perceber em maior
grau quando este assume os microfones, na ótima From a Hole In The Wall – um Space Rock com Blast
Beats!!!. E nem mesmo a chocha música final, Stay for A Song,
consegue entornar o caldo. Quando ela aparece o jogo já está para lá de ganho. Innocence pode não ser um Hisingen Blues, mas mostra que o Graveyard
ainda consegue chutar sua murcha bunda retrô com galhardia.
NOTA: 83
Classifique como: Retro
Rock, Blues Rock, Stoner Rock
Para fãs de: Kadavar,
Monster Magnet, Withccraft
Passe longe se você for um maldito clubber
Graveyard: nossos queridos suecos mofados |
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Nightwish - Endless Forms Most Beautiful (Cd-2015) |
Nightwish – Endless Forms
Most Beautiful (Cd-2015)
Pretensão e Água
Benta...
Primeiro trabalho dos
finlandeses a contar com a vocalista holandesa Floor Jansen, Endless traz um conceito baseado na
obra do Biólogo e Evolucionista Richard
Dawkins, tudo isso ornado por uma
produção que envolve também uma orquestra e uma faixa de encerramento de 24
minutos. Quer um pouco mais de megalomania? Bom, pede lá para o mentor da
banda, o tecladista Tuomas Holopainen, que ele deve ter mais no
estoque sobrando. Shudder Before the Beautiful tenta com
afinco justificar toda a pompa numa explosão sinfônica bacana, mas algo
derivativa de trabalhos anteriores. Se na faixa de abertura Floor parece quase uma cópia da demissionária
Anette, no fantasmagórico libelo
anti-religião Weak Fantasy ela dá o verdadeiro ar de sua
graça, num show de interpretação engrandecido pelo toque folk do britânico Troy Donockley. Èlan,
primeira faixa de trabalho, é outra que poderia estar nos dois álbuns
anteriores, um bonito Folk Metal versão MTV (ver vídeo).
Enquanto
Yours Is An Empty Hope puxa pelo peso e dramaticidade, ainda que sem sucesso, Our Decades In The Sun bem poderia ser usada como música tema de princesa da Disney, e My Walden parece Enya com esteroides. Ainda bem que
depois temos a pesada e inspirada faixa título, a Power Ballad gótica Edema Rull (muito anos 1990) e Alpenglow,
que parece saída de Once. A
instrumental Eye Of Sharbat
saiu do toca discos de alguma loja que vende incensos indianos e prepara o
terreno para The Greatest Show On Earth: uma colcha de retalhos que dilui
alguns bons momentos entre narrativas de Dawkins,
sons de bichinhos selvagens e muita, muita pretensão. Barulhos de bichinhos? É,
talvez seja a hora de botar os pés no chão, Tuomas.
NOTA: 69
Classifique como:
Symphonic Metal, Power Metal, Gothic Metal
Para fãs de: Within
Temptation, Delain
Passe longe se: cara, barulhos de
bichinhos...sério, cara!!!!!!!!!!!
Tuomas finalmente acha uma vocalista do tamanho do seu ego, só que mais forte |
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Symphony X - Underworld (Cd-2015) |
Symphony X – Underworld
(Cd-2015)
Aventuras sombrias de
uma banda barroca
Desde Paradise Lost os estadunidenses vinham carregando no peso, temática sombria
e nos timbres modernos, afastando um pouquinho os fãs antigos de seu Power
Metal Neoclássico com toque Sinfônico/Progressivo. O conceito sombrio por
detrás de Underworld, baseado na Divina
Comédia, poderia ser indicativo de que novamente trilhariam o caminho do peso e
força bruta no novo disco. E faixas como Kiss
Of Death, Nevermore (ver
vídeo) e Charon, todas ótimas e
presentes na primeira metade da bolachinha, até pendem mais para esse lado. Mas
daí para frente, Underworld toma uma
outra forma.
To Hell
And Back coloca os teclados, tímidos nas primeiras faixas, na linha de
frente. A estrutura mais progressiva e com toques de AOR se repete na razoável Swan Song e nas boas Run With the Devil e In My
Darkest Hour. Mas ao chegar ao final da jornada, com Legend, fiquei com a impressão de que tivesse a banda seguido a
toada da primeira metade do disco, estaríamos diante de seu provável melhor
trabalho. Um grande disco, ainda assim.
NOTA: 84
Classifique como: Power
Metal, Prog Metal, Symphonic Metal
Para fãs de Malmsteen, Fates
Warning, Dream Theater
Passe longe se tiver
alergia a devaneios neoclássicos
O gigolô Russell Allen e seus colegas do Symphony X |
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Trivium - Silence In The Snow (Cd-2015) |
Trivium – Silence In the
Snow (Cd-2015)
Let It Go, Let It Goooo
Há não muito tempo
atrás, os garotos do Trivium
apareceram como a linha de frente da NWOAHM,
reais postulantes ao trono de maior banda de Heavy metal em atividade quando os
Maidens e Priests da vida pendurassem as jaquetas de couro. Bom, a história
foi um pouco diferente e bem menos benevolente com os já não tão garotos. Sem
conseguir emplacar comercialmente como era esperado e também sofrendo um pouco
com os narizes torcidos da velha guarda de metaleiros troozões, o Trivium vem tentando disco após disco
achar seu espaço. E se você é um dos tantos que não gostou do direcionamento de
Vengeance Falls, provavelmente vai gostar menos ainda do que temos aqui. Após
uma intro absolutamente desnecessária composta e tocada pelo mestre Ihsahn (sim, aquele do Emperor, ídolo de Matt Heafy), a razoável
faixa título traz um resumo do direcionamento da bolacha: metal tradicional
direto, polido e com vocais limpos. Não, nada de peso em excesso e estruturas
complexas.
Matt disse recentemente à Metal Hammer inglesa que sempre quis cantar como vocalista de metal
clássico, como Dio e Dickinson, e que assim tentaria daqui
para frente, mesmo sabendo das limitações de sua voz. E foi num metal clássico
e algo radiofônico que a banda centrou esforços, com produção cristalina de Michael Elvis Baskette,
conhecido pelo seu trabalho com o Alter
Bridge. O novo enfoque mais direto
pode ter minado o poderio de fogo da banda, mas em termos de composições, os
caras parecem ter achado seu nicho. Blind
Leading the Blind, Dead And Gone (com groove
caprichado) e a ótima (ainda que algo farofa) faixa de trabalho Until The World Goes Cold provavelmente farão parte dos shows vindouros sem que ninguém
reclame e temos toneladas de Iron Maiden nas bacaninhas Pull Me From the Void e The Thing That’s Killing Me. Ao que parece, a recepção do novo
trabalho foi quase tão fria quanto sua temática visual, mas ainda assim Silence In The Snow merece uma conferida. Um bom
disco, mas os caras podem fazer melhor!
NOTA: 78
Classifique como: Heavy
Metal, Melodic Metalcore
Para fãs de: Bullet For My
Valentine, Avenged Sevenfold
Passe longe se a capa e o nome do disco te derem
vontade de assistir Frozen de novo...
Let it Go, Let It Gooo, Silence in the Snooow |
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