terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Curtas: Graveyard, Nightwish, Symphony X, Trivium

Graveyard, Nightwish, Symphony X, Trivium



Graveyard - Innocence & Decadence (Cd-2015)
Graveyard – Innocence & Decadence (Cd-2015)

Às Arvre Somos Nozes

Das 789 zilhões de novas bandas suecas praticantes do famigerado (e inflado) Retro Rock, Graveyard conquistou meu carinho tão logo esbarrei com uma belezura chamada Hisingen Blues (ver história completa desse romance Criptoniano aqui). O problema é que esse disco acabou por deixar minhas expectativas muito altas para os futuros trabalhos dos caras. O bom é que eles nunca chegam perto de decepcionar. Innocence abre com Magnetic Shunk alternando entre o rock e o boogie com maestria, e a faixa de trabalho The Apple And The Tree (ver vídeo) é uma daquelas pérolas de 1968 que pegaram uma máquina do tempo para a década atual.


Exit 97 é um blues melancólico e esfumaçado engrandecido por um belo hammond, o tipo de música para compor o ambiente de um pub decadente repleto de facínoras. Never Theirs e Can’t Walk Out possuem uma aura de Proto Metal, contendo pinceladas de Led (na primeira) e Doors (na segunda). O retorno de Truls Mörck, guitarrista e vocalista da formação original do Graveyard, se faz perceber em maior grau quando este assume os microfones, na ótima From a Hole In The Wall – um Space Rock com Blast Beats!!!. E nem mesmo a chocha música final, Stay for A Song, consegue entornar o caldo. Quando ela aparece o jogo já está para lá de ganho. Innocence pode não ser um Hisingen Blues, mas mostra que o Graveyard ainda consegue chutar sua murcha bunda retrô com galhardia.

NOTA: 83

Classifique como: Retro Rock, Blues Rock, Stoner Rock
Para fãs de: Kadavar, Monster Magnet, Withccraft
Passe longe se você for um maldito clubber

Graveyard: nossos queridos suecos mofados
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Nightwish - Endless Forms Most Beautiful (Cd-2015)
Nightwish – Endless Forms Most Beautiful (Cd-2015)

Pretensão e Água Benta...

Primeiro trabalho dos finlandeses a contar com a vocalista holandesa Floor Jansen, Endless traz um conceito baseado na obra do Biólogo e Evolucionista Richard Dawkins, tudo isso ornado por uma produção que envolve também uma orquestra e uma faixa de encerramento de 24 minutos. Quer um pouco mais de megalomania? Bom, pede lá para o mentor da banda, o tecladista Tuomas Holopainen, que ele deve ter mais no estoque sobrando. Shudder Before the Beautiful tenta com afinco justificar toda a pompa numa explosão sinfônica bacana, mas algo derivativa de trabalhos anteriores. Se na faixa de abertura Floor parece quase uma cópia da demissionária Anette, no fantasmagórico libelo anti-religião Weak Fantasy ela dá o verdadeiro ar de sua graça, num show de interpretação engrandecido pelo toque folk do britânico Troy Donockley. Èlan, primeira faixa de trabalho, é outra que poderia estar nos dois álbuns anteriores, um bonito Folk Metal versão MTV (ver vídeo).


Enquanto Yours Is An Empty Hope puxa pelo peso e dramaticidade, ainda que sem sucesso, Our Decades In The Sun bem poderia ser usada como música tema de princesa da Disney, e My Walden parece Enya com esteroides. Ainda bem que depois temos a pesada e inspirada faixa título, a Power Ballad gótica Edema Rull (muito anos 1990) e Alpenglow, que parece saída de Once. A instrumental Eye Of Sharbat saiu do toca discos de alguma loja que vende incensos indianos e prepara o terreno para The Greatest Show On Earth: uma colcha de retalhos que dilui alguns bons momentos entre narrativas de Dawkins, sons de bichinhos selvagens e muita, muita pretensão. Barulhos de bichinhos? É, talvez seja a hora de botar os pés no chão, Tuomas.

NOTA: 69

Classifique como: Symphonic Metal, Power Metal, Gothic Metal
Para fãs de: Within Temptation, Delain
Passe longe se: cara, barulhos de bichinhos...sério, cara!!!!!!!!!!!

Tuomas finalmente acha uma vocalista do tamanho do seu ego, só que mais forte
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Symphony X - Underworld (Cd-2015)
Symphony X – Underworld (Cd-2015)

Aventuras sombrias de uma banda barroca

Desde Paradise Lost os estadunidenses vinham carregando no peso, temática sombria e nos timbres modernos, afastando um pouquinho os fãs antigos de seu Power Metal Neoclássico com toque Sinfônico/Progressivo. O conceito sombrio por detrás de Underworld, baseado na Divina Comédia, poderia ser indicativo de que novamente trilhariam o caminho do peso e força bruta no novo disco. E faixas como Kiss Of Death, Nevermore (ver vídeo) e Charon, todas ótimas e presentes na primeira metade da bolachinha, até pendem mais para esse lado. Mas daí para frente, Underworld toma uma outra forma.


To Hell And Back coloca os teclados, tímidos nas primeiras faixas, na linha de frente. A estrutura mais progressiva e com toques de AOR se repete na razoável Swan Song e nas boas Run With the Devil e In My Darkest Hour. Mas ao chegar ao final da jornada, com Legend, fiquei com a impressão de que tivesse a banda seguido a toada da primeira metade do disco, estaríamos diante de seu provável melhor trabalho. Um grande disco, ainda assim.

NOTA: 84

Classifique como: Power Metal, Prog Metal, Symphonic Metal
Para fãs de Malmsteen, Fates Warning, Dream Theater
Passe longe se tiver alergia a devaneios neoclássicos


O gigolô Russell Allen e seus colegas do Symphony X
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Trivium - Silence In The Snow (Cd-2015)
Trivium – Silence In the Snow (Cd-2015)

Let It Go, Let It Goooo

Há não muito tempo atrás, os garotos do Trivium apareceram como a linha de frente da NWOAHM, reais postulantes ao trono de maior banda de Heavy metal em atividade quando os Maidens e Priests da vida pendurassem as jaquetas de couro. Bom, a história foi um pouco diferente e bem menos benevolente com os já não tão garotos. Sem conseguir emplacar comercialmente como era esperado e também sofrendo um pouco com os narizes torcidos da velha guarda de metaleiros troozões, o Trivium vem tentando disco após disco achar seu espaço. E se você é um dos tantos que não gostou do direcionamento de Vengeance Falls, provavelmente vai gostar menos ainda do que temos aqui. Após uma intro absolutamente desnecessária composta e tocada pelo mestre Ihsahn (sim, aquele do Emperor, ídolo de Matt Heafy), a razoável faixa título traz um resumo do direcionamento da bolacha: metal tradicional direto, polido e com vocais limpos. Não, nada de peso em excesso e estruturas complexas.


Matt disse recentemente à Metal Hammer inglesa que sempre quis cantar como vocalista de metal clássico, como Dio e Dickinson, e que assim tentaria daqui para frente, mesmo sabendo das limitações de sua voz. E foi num metal clássico e algo radiofônico que a banda centrou esforços, com produção cristalina de Michael Elvis Baskette, conhecido pelo seu trabalho com o Alter Bridge. O novo enfoque mais direto pode ter minado o poderio de fogo da banda, mas em termos de composições, os caras parecem ter achado seu nicho. Blind Leading the Blind, Dead And Gone (com groove caprichado) e a ótima (ainda que algo farofa) faixa de trabalho Until The World Goes Cold provavelmente farão parte dos shows vindouros sem que ninguém reclame e temos toneladas de Iron Maiden nas bacaninhas Pull Me From the Void e The Thing That’s Killing Me. Ao que parece, a recepção do novo trabalho foi quase tão fria quanto sua temática visual, mas ainda assim Silence In The Snow merece uma conferida. Um bom disco, mas os caras podem fazer melhor!

NOTA: 78

Classifique como: Heavy Metal, Melodic Metalcore
Para fãs de: Bullet For My Valentine, Avenged Sevenfold
Passe longe se a capa e o nome do disco te derem vontade de assistir Frozen de novo... 

Let it Go, Let It Gooo, Silence in the Snooow

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