terça-feira, 10 de março de 2020

Amon Amarth + Powerwolf – Berserker Latin America '20 (08.03.20 - Circo Voador – Rio de Janeiro/RJ)



Sobre Lobos Tarados & Vikings Cansados
Texto e fotos: Trevas; Vídeos: Renato "Hellnatão" Marques

Powerwolf

Quem acompanha a Cripta sabe que considero o Powerwolf uma espécie de Guilty Pleasure. Mas confesso que não tinha a menor ideia de qual seria a receptividade carioca ao Power Metal com toques sacros e piadas profanas dos teutônicos. Essa dúvida terminou tão logo o som mecânico silenciou e gritos ensurdecedores de “Powerwolf” ecoaram em uníssono por um Circo Voador que já apresentava um bom público. Para surpresa do quinteto (eles se apresentam sem baixista), o jogo estava ganho desde o primeiro minuto de Fire & Forgive. E se o público está animado, o show do Powerwolf é uma delícia de se ver. Os lobisomens teutônicos elevam à quinta potência o conceito de “música para adestrar macaco” que dizem ter sido criado pelo Iron Maiden: é uma profusão de “ôôô”, “Hey,Hey, Hey”, “Hu-Ha”, uma catarse heavy metal que se tornou especialmente viciante dentro da privilegiada acústica do Circo Voador. 



Impossível resistir a galhofagens como Werewolves Of Armenia e a pérola Resurrection By Erection numa atmosfera dessas. Com grande movimentação de todos (em especial do tecladista mico-de-circo Falk Maria Schlegel), visual bem bolado e muito carisma (pontos extras para o ótimo vocalista Attila Dorn), o Powerwolf conseguiu no mínimo angariar respeito até mesmo entre os mais céticos e sisudos fãs do Amon Amarth em seu curto set de 10 músicas e pouco mais que 40 minutos. Showzaço (NOTA: 9,00)

Guarnição do Lobo Guará? Lupinos teutônicos em versão BR


Amon Amarth

Com exatos 3 minutos de atraso em relação ao horário anunciado, Run To The Hills toma de assalto o som mecânico, com o Fade Out pós refrão dando espaço à tradicional introdução do show dos Vikings suecos. Dessa vez com um palco mais ornado do que nas passagens anteriores (mas ainda sem o praticado de elmo para a bateria e sem a profusão de pirotecnias dos shows lá fora), o quinteto inicia os trabalhos com a costumeira The Pursuit Of Vikings, para uma plateia ensandecida.



O gigante hirsuto Johan Hegg é a alma do Amon Amarth, sua simpatia e carisma (com frases em um surpreendente bom português), suficientes para que o público grite seu nome, e não o da banda, nos intervalos entre as músicas. E que músicas! A despeito da primeira canção, o repertório variou em relação às passagens anteriores, com belezuras como Death In Fire, Runes To My Memory e Asator nos pegando de surpresa. O som estava perfeito, com a voz de Johan devidamente amparada com delay e reverbs cavalares e as guitarras de Johan Söderberg e Olavi Mikkonen cortando os tímpanos como machados. Mas há de se destacar a performance cavalar do baterista Jocke Wallgren, numa clara evolução em relação às vindas anteriores. 



Com todos os elogios feitos, uma ressalva: se em anos anteriores os músicos se mexiam o tempo inteiro pelo palco, interagindo com a plateia e não guardando posição por mais do que alguns minutos, ontem já se via uma banda estática a maior parte do tempo. Cansaço? Pode até ser.  Afora o vocalista, sempre sorridente e brincalhão, e sorrisos eventuais no rosto de Jocke, os músicos restantes não pareciam demonstrar muita empolgação com o que estavam vivenciando. Mas, mesmo sem a intensidade de outrora, o profissionalismo e ótimo repertório ainda fazem com que um show do Amon Amarth seja garantia de entretenimento de qualidade para qualquer fã de metal que se preze (NOTA: 8,50).

Renda-se Ivar, Johan está aqui!









2 comentários:

  1. Show meu camarada, eu me realmente me arrependi de não ter ido somente por causa do Powerwolf. Amon Amarth, nada contra de fato,só é fora do meu estilo. Mas que bom que show de ambos foram impecáveis. Abração

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