Sobre Lobos Tarados & Vikings Cansados
Texto e fotos: Trevas; Vídeos: Renato "Hellnatão" Marques
Powerwolf
Quem acompanha a Cripta sabe
que considero o Powerwolf uma espécie
de Guilty Pleasure. Mas confesso que não tinha a menor ideia de qual seria a
receptividade carioca ao Power Metal com toques sacros e piadas profanas dos
teutônicos. Essa dúvida terminou tão logo o som mecânico silenciou e gritos
ensurdecedores de “Powerwolf” ecoaram em uníssono por um Circo Voador que já
apresentava um bom público. Para surpresa do quinteto (eles se apresentam sem
baixista), o jogo estava ganho desde o primeiro minuto de Fire & Forgive. E
se o público está animado, o show do Powerwolf é uma delícia de se ver. Os
lobisomens teutônicos elevam à quinta potência o conceito de “música para
adestrar macaco” que dizem ter sido criado pelo Iron Maiden: é uma profusão de
“ôôô”, “Hey,Hey, Hey”, “Hu-Ha”, uma catarse heavy metal que se tornou
especialmente viciante dentro da privilegiada acústica do Circo Voador.
Impossível resistir a galhofagens como Werewolves Of Armenia e a pérola
Resurrection By Erection numa atmosfera dessas. Com grande movimentação de
todos (em especial do tecladista mico-de-circo Falk Maria Schlegel), visual bem
bolado e muito carisma (pontos extras para o ótimo vocalista Attila Dorn), o
Powerwolf conseguiu no mínimo angariar respeito até mesmo entre os mais céticos
e sisudos fãs do Amon Amarth em seu curto set de 10 músicas e pouco mais que 40
minutos. Showzaço (NOTA: 9,00)
Guarnição do Lobo Guará? Lupinos teutônicos em versão BR |
Amon Amarth
Com exatos 3 minutos de atraso em
relação ao horário anunciado, Run To The Hills toma de assalto o som mecânico,
com o Fade Out pós refrão dando espaço à tradicional introdução do show dos
Vikings suecos. Dessa vez com um palco mais ornado do que nas passagens
anteriores (mas ainda sem o praticado de elmo para a bateria e sem a profusão
de pirotecnias dos shows lá fora), o quinteto inicia os trabalhos com a
costumeira The Pursuit Of Vikings, para uma plateia ensandecida.
O gigante hirsuto
Johan Hegg é a alma do Amon Amarth, sua simpatia e carisma (com frases em um
surpreendente bom português), suficientes para que o público grite seu nome, e
não o da banda, nos intervalos entre as músicas. E que músicas! A despeito da
primeira canção, o repertório variou em relação às passagens anteriores, com belezuras como Death In Fire, Runes To My Memory e Asator nos pegando de
surpresa. O som estava perfeito, com a voz de Johan devidamente amparada com
delay e reverbs cavalares e as guitarras de Johan Söderberg e Olavi Mikkonen
cortando os tímpanos como machados. Mas há de se destacar a performance cavalar
do baterista Jocke Wallgren, numa clara evolução em relação às vindas
anteriores.
Com todos os elogios feitos, uma ressalva: se em anos anteriores os
músicos se mexiam o tempo inteiro pelo palco, interagindo com a plateia e não guardando posição por mais do
que alguns minutos, ontem já se via uma banda estática a maior parte do tempo.
Cansaço? Pode até ser. Afora o
vocalista, sempre sorridente e brincalhão, e sorrisos eventuais no rosto de Jocke, os
músicos restantes não pareciam demonstrar muita empolgação com o que estavam
vivenciando. Mas, mesmo sem a intensidade de outrora, o profissionalismo e
ótimo repertório ainda fazem com que um show do Amon Amarth seja garantia de
entretenimento de qualidade para qualquer fã de metal que se preze (NOTA: 8,50).
Renda-se Ivar, Johan está aqui! |
Show meu camarada, eu me realmente me arrependi de não ter ido somente por causa do Powerwolf. Amon Amarth, nada contra de fato,só é fora do meu estilo. Mas que bom que show de ambos foram impecáveis. Abração
ResponderExcluirFala, xibungo!
ExcluirFaltou você por lá!
Abraço
T