Prólogo
– Sonho?
Olá Criptomaníacos! Desde
moleque encaro os grandes festivais do verão europeu como um sonho distante.
Devorava resenhas e vídeos de mídias especializadas ou bem-aventurados
Headbangers que haviam tornado realidade esse sonho. E minha esposa nutria a
mesma vontade, de ao menos uma vez nessa existência, experimentar um grande
festival. Mas, sabe-se lá por que, nunca achei que tivesse condições de eu
mesmo fazer a jornada. Perdi a conta de quantas vezes mandei e-mails para
empresas que vendem pacotes para o Wacken e ou Hellfest. Até que um dia,
programando a extensão de uma visita à Portugal, onde hoje reside um de meus
irmãos, entreolhei minha esposa e pensamos juntos, que tal tentarmos realizar
nosso sonho? Por questões de data e logística, acabamos por optar pelo Graspop
Metal Meeting (GMM), festival realizado anualmente na Bélgica e considerado um
dos grandes entre os grandes. Dividi a postagem em duas partes: a de agora, um
guia para quem pretende encarar o festival. A segunda, uma breve passagem por
cada um dos muitos shows que assistimos. Divirtam-se!
Trevas
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Dressa & Trevas, felizes que nem pintos no lixo |
O
GMM – Onde e Quando?
O GMM é realizado
desde 1996. Geralmente cai no início da última dezena do mês de junho, sempre
na pequenina cidade de Dessel, pouco mais de uma hora de distância de Bruxelas.
Seu cast geralmente é bem variado, com bandas modernas entremeadas com
clássicas, tendo espaço para todas as vertentes dentro da música pesada. A
edição de 2019 foi composta por 3 dias, com uma prévia do festival, com algumas
atrações interessantes, acontecendo na noite anterior ao primeiro dia, uma
maneira de testar a infraestrutura e possibilitar alguma atividade ao pessoal
que quer montar o acampamento antes da festa efetivamente começar. Em 2018 o
festival contou com 4 dias inteiros, mas a infraestrutura não deu conta. O formato
de 4 dias retorna agora em 2020, com a produção apostando ter aprendido a
lição.
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Fazendo amigos - a simpática belga Zelda nos fazendo companhia no caminho para Dessel |
Ingressos,
Como Comprar?
A venda de ingressos
é feita pela internet e tem início bem antes da divulgação do cast completo. Ao
contrário do que acontece com o Wacken e Hellfest, os ingressos não se esgotam
no mesmo dia do início das vendas (embora esse ano tenham se esgotado já na
virada de 2019/2020), não sendo necessário comprar de agências ou “cambistas”.
Existe a opção de ingresso por dia, ingresso por dois dias e o combi-ticket,
que inclui todos os dias do festival. O GMM não é considerado dos festivais
mais baratos, mas se compararmos o valor com os shows daqui (e com o preço
praticado no RIR), chega a ser covardia: eu e minha esposa pagamos cada um 210
euros pelos 3 dias de festival. Ao comprar o Ticket, a ser impresso em casa,
você ganha a opção de, por 10 euros, garantir a passagem de ida e volta de trem
até a cidade de Dessel, válida para qualquer horário dentro de um dia antes até
um dia depois do festival. Mas sobre isso falaremos no item: como chegar?
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As pulseirinhas da danação - sua entrada para o GMM |
Dessel
– Como Chegar?
Dessel pode ser
acessada por trem. Conforme escrevi anteriormente, a compra do ingresso te dá a
opção de garantir as passagens de trem de ida e volta por valor promocional.
Mas a retirada dos Tickets e tabela de horários dos trens só ficam disponíveis
no site da operadora cerca de um mês antes do evento. Mas não há nenhum
problema nisso, existem muitas opções de trens para lá. Da estação central de
Bruxelas, pega-se um trem até determinada cidade (já não lembro qual, mas
existem várias opções) e faz-se uma baldeação até Dessel. Na estação de trem as
informações de como chegar podem ser conseguidas numa simpática central de
informações. Não tem erro. O percurso demora em torno de 90 minutos. Ao chegar
na estação de Dessel, uns 20 metros adiante vemos a fila para o Shuttle (grátis)
que leva do centro da cidade até o festival, situado em uma espécie de fazenda.
A fila é descaralhada (belgas não ligam muito para ordem, na verdade parecem
curtir a vida num eterno estado de “foda-se, tá tudo tranquilo”), mas os
shuttles saem com frequência e em menos de 10 minutos estamos desembarcando no
festival. No retorno, mesma dinâmica, tudo sem maiores problemas. Para quem for de carro, existe bastante espaço para estacionamento próximo da área de desembarque dos shuttles, mas não sei como funciona a organização e/ou preço. Cabe ressaltar que o povo belga usa muito bicicletas, existindo uma imensa área para estacionamento das mesmas.
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Pela estrada afora...chegando no GMM |
Acampando
no GMM
O camping do GMM é
imenso e situado uns 10m da entrada principal da arena, uma área organizada por
“quarteirões”, nos quais você pode montar sua barraca desde a tarde anterior ao
primeiro dia principal do evento. Mas para quem não tem ou não quer ter que
viajar com a parafernália de acampamento, temos a opção de alugar uma barraca
pré-montada. Assim o fizemos, alugamos uma “Deluxe Tent” (há modalidade mais
barata), para duas pessoas. O preço? 240 euros, mais uma taxa de caução de 100
euros. As barracas pré-montadas ficam em um local específico, próximo da
entrada do camping.
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Um pequeno trecho do camping, a maior concentração de doidos por metro quadrado do planeta |
Ao chegar, tem que se dirigir a um guichê montado em um trailer,
apresentar o ingresso para o camping impresso, uma espécie de “check in”. Um
atendente te entrega uma lamparina elétrica (a ser devolvida no check out) e os
kits do camping: cada kit contendo uma bela toalha do festival, um travesseiro
com fronha do festival e um saco de dormir do festival. Todos esses itens ficam
contigo após o fim do evento e são bem bonitos. Nas tendas de merchandise são
vendidos separadamente a preço de ouro, diga-se. O atendente vai contigo até
sua tenda, que possui colchões infláveis daqueles que se vende nas lojas
americanas daqui, e mostra que está tudo ok. Cada tenda possui um número, e
levamos cadeado para garantir a segurança dos nossos pertences enquanto
passamos o dia no festival.
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A área das barracas alugadas |
Ao final do evento, é só chegar no guichê lá do início e solicitar o
check out. Pouco tempo depois aparece um funcionário na sua tenda para checar
se está tudo ok, lembrando que a lamparina e os colchões tem que ser
devolvidos. Com o ok do check out, o valor caução pago é estornado no seu
cartão de crédito.
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Visual das barracas alugadas de dois lugares, existem maiores |
Sobre a infraestrutura do camping: as barracas são ótimas, mas em uma
das noites fez bastante frio e não havia isolamento térmico abaixo dos
colchões. A friaca foi tensa, mas logo pelas 6 da matina o sol estava tão forte
que cozinhamos na barraca. Choque térmico hehehehe. Há três pavilhões
sanitários espalhados pelo camping, mas é muita gente, e filas se formam pela
manhã para a mítica “barrigada matinal”. Os sanitários parecem réplicas de
sanitários normais, longe daquela porcaria de banheiros químicos que
conhecemos. Há sempre papel disponível e a higiene é ok. Só não é perfeita pois
o camping é em terra batida e temos aquela desagradável laminha formando no
piso. Para os meninos, há estranhos mictórios abertos espalhados pelo camping.
Os pavilhões contém anexo com vários bebedouros coletivos, com água potável.
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O bocão, seu amigo das horas mais difíceis - esses são os banheiros químicos presentes no festival e camping |
Ainda nos pavilhões sanitários, temos os chuveiros. Cabines de plástico
resistente com água quente acionada por um botão temporizador. Cada banho custa
1/5 token (ver mais à frente, formas de pagamento e preços) e é tranquilo de
encarar. Curiosamente a fila de banho dos meninos sempre existe, já a das
meninas? Quase sempre vazia, hehehehe
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Um dos pavilhões sanitários do camping, com sua longa fila para a barrigada/banho matinais |
Além dos pavilhões sanitários, temos pavilhões médicos (muita gente bebe
até capotar, como bebe esse povo), concorridos totens para carregamento de
celulares, tendas para retirada de materiais de higiene e sacos de lixo, um
pavilhão de lanchonetes com área para café da manhã (levamos nossos suprimentos
para café da manhã comprados em um supermercado, estocamos na barraca), caixas
eletrônicos e lojinhas vendendo itens de camping, alugando carregadores
portáteis de celular, uma pequena loja de merchandise e uma prefeitura do
camping. Anexo ao camping, estão o Festival Fair e o Metal Markt. Depois
falarei sobre eles.
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Pavilhão médico e os estranhos mictórios quádruplos ao ar livre |
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Totem de recarga para celulares e outros eletro-eletrônicos |
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Área para café da manhã e suas lanchonetes |
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Caixas eletrônicos para compras de Tokens no Camping |
A estada no camping foi tranquila. O povo é muito louco e divertido, mas
nenhuma briga se vê por lá. O único problema é aturar os malucos gritando
“Slaaaayeeeer” e cantando Primo Victoria a noite inteira. De estranho, não há
absolutamente nenhum controle de quem entra ou sai da área de camping. Aqui não
daria certo. Lá, funciona.
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Juntando o lixo - um pouco de civilidade no camping |
Festival
Fair – Metal Markt
Ao lado do camping,
temos uma verdadeira feira Heavy Metal, o Festival Fair. São dezenas de barracas
que vendem CDs, camisetas de bandas, Patches e acessórios dos mais variados.
Muita coisa legal que não se acha nem à pau por essas bandas. Os preços variam
bastante, mas no geral, são bem justos.
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Caminhando pela Festival Fair - falência na certa! |
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Que caralhos? |
Já o Metal Markt é um pavilhão lotado de lojas de CDs, a maioria vinda
da Alemanha. Àqueles que ainda compram mídia física, um deleite. Todas as lojas
tinham promoções do tipo 5 CDs por 20 Euros. Infelizmente não me preparei o
suficiente e comprei bem menos do que gostaria. Vagar pela feira e pelo Metal
Markt é um passatempo bacana para preencher a parte da manhã, já que o dia em
que os shows começaram mais cedo teve início às 11 da manhã.
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Achei até meu amigo das profundezas por lá... |
Cadastramento
e Entrada
O cadastramento do
festival é bem organizado e com filas praticamente inexistentes. É chegar num
guichê, mostrar o ingresso impresso e ter uma pulseira afixada em seu pulso.
Essa pulseira, como em muitos festivais ao redor do mundo, tem uma plaqueta que
deve ser passada no leitor das catracas de entrada. Tudo simples e rápido. Nas
entradas, quem possui mochila e/ou bolsas passa por uma revista. No site está
explicitado o que pode ser carregado para dentro da arena. Também não existem
filas em nenhum momento para a entrada.
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Em frente à entrada - se você não vê fila, é por que realmente não existe |
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Dressa no guichê de cadastramento
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Usando
seu Dinheiro no Festival
Para desencorajar o
uso de dinheiro vivo no mundo de gente que frequenta diariamente o GMM, o mesmo
faz a conversão de seus Euros à moeda oficial do Festival, no formato de tokens
plásticos que podem ser quebrados pela metade. Os tokens podem ser comprados em
guichês de atendimento próximos à entrada da arena. Ou em caixas eletrônicos.
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Estamos ricos! uma cartela dos Tokens do Festival. |
Para favorecer a ideia de não se transitar pela confusão com dinheiro
vivo, a compra via cartão nos caixas contava com um “câmbio de conversão” mais
favorável do que o pagamento em dinheiro. Dentro da arena, todos os stands de
alimentação só aceitam os tokens. Mas o imenso (e confuso) stand de merchandise
oficial, esse trabalha somente com dinheiro e cartões de crédito/débito.
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Compra de Tokens: à esquerda, os guichês para compras em dinheiro. À direita, os caixas eletrônicos |
Preços
Como estamos falando
da forma de pagamento dentro do festival, vamos à dolorosa. Os alimentos e
bebidas na arena custam mais caro que na vida real belga. Mas, ainda que sejam caros,
não chega a ser absolutamente nada tão discrepante do que vemos em festivais e
shows aqui no Brasil, onde as coisas dentro de uma casa de show custam por
vezes o triplo do que fora. Uma cerveja (a oficial do evento é a Jupiler, mas
temos outras opções, veremos mais à frente), copo de 300ml, custa um token
(cerca de 2 Euros). Os lanches, em média 2 tokens.
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Um dos guichês, com uma tabela de conversão |
Já o merchandise oficial, esse segue os preços daqui: uma camisa custa
em média 20 Euros. Cada banda contou com pelo menos dois modelos de camisas,
sendo que algumas tinhas até 5 modelos. Dá vontade de levar tudo, mas haja
grana. Curiosamente, o Amon Amarth, banda que conta com imensa popularidade por
lá, tinha o Merchandise bem mais caro: 30 Euros cada camisa. E elas se
evaporaram em um dia.
Alimentação
e bebidas
Fácil, fácil mais de
uma centena de stands de alimentação/bebida estão espalhados pela arena.
Impressionantemente raramente se demorava mais de 5 minutos para sair do stand
com seu pedido em mãos. Além dos stands tradicionais, vendendo a onipresente
fritas belga com molho (regada e muito boa), pizzas e sanduíches e as marcas
oficiais de cerveja do Festival (cervejas Jupiler e uma Hoegarden frutada meio
xarope) e refrigerantes/sucos/chás, tinham duas áreas mais gourmet no festival, com culinária para lá de
variada. Stands de churrasco na grelha regado a Jack Daniels, outros de comida
vegana, massas, tinha de tudo lá. E sempre em porções caprichadas. Em média,
cada refeição saía em torno de R$30,00. Tudo muito bom, um pouco caro, mas mais
justo que nos festivais daqui.
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Um dos muitos stands de birita do festival |
Nas áreas gourmet também era possível comprar cervejas diversas das oferecidas
pelas marcas oficiais, e aí coloca-se todas aquelas belezuras belgas que são
vendidas à preço de ouro por aqui. O preço, 1,5 Token, mais caro que a Jupiler,
mas que o cervejeiro profissional paga com um sorriso no rosto ébrio.
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A estranha Hoegarden Rosee |
Quem fica no camping pode deixar compras na barraca, e isso pode fazer
com que a necessidade de comprar coisas na arena ao longo do dia diminua,
proporcionando uma baita economia. Não se pode entrar com alimentos na arena,
mas o camping fica ao lado. Bateu uma fome moderada, volte à barraca e mande
brasa. Salgadinhos, bebidas, chocolates, bolos, o que resistir fora da
geladeira é válido. Fizemos isso com nosso café da manhã, o que deve nos ter
economizado uns bons 20 euros por dia.
Banheiros/Água
Diversos pavilhões
com banheiros, mictórios e bebedouros coletivos estão espalhados pelo festival.
As filas raramente duram mais que 2 minutos. As cabines, que mais se assemelham
a um banheiro normal (com privada bonitinha e papel sempre disponível) estão
miraculosamente sempre limpíssimas. Dá para encarar uma barrigada sem sustos.
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Um dos pavilhões sanitários do festival: bebedouro em azul, ao fundo a fila para os banheiros |
Água fresquinha está sempre disponível nos bebedouros. Como não se pode
andar por lá portando garrafas (nem das plásticas), compramos uma daquelas
garrafas que são tipo um saco. Manter-se hidratado é questão de ordem, o calor,
acima dos 30º somado à biritagem de boas cervejas, é uma mistura fatal caso não
se tenha cuidado.
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Cada pavilhão sanitário tem pencas desses mictórios, o que provavelmente garante as privadas limpas |
Merchandise
O grande ponto
negativo de todo o festival. Um stand longitudinal onde se formavam aglomerados
imensos e desorganizados para a compra de um sem-número de opções. Acima do
imenso stand, painéis expunham boa parte do material disponível com um código
(para facilitar a identificação do produto na hora do atendimento) e preço.
Como o espaço de exposição é limitado, geralmente a cada dia ficava exposto o
material das bandas do dia + exposição constante do material dos headliners. A
desorganização para comprar qualquer item era tamanha que acabei por me limitar
a pegar uma camisa oficial do festival. Se bem que meus bolsos agradeceram
hehehehe.
Atrações
Alternativas
Vimos por lá tendas de
patrocinadores, que faziam jogos com premiações diversas, uma roda gigante (o ingresso era ganho mediante a coleta de X copos plásticos) e
torres de recarga de celulares (disputadas à tapa). Em alguns locais da arena,
devidamente indicados no mapa oficial, disponibilidade de Wi-fi aberto. Uma
área refeitório coberta para se fugir do forte sol. Existe também uma pequena
arquibancada, na qual se pode acompanhar de frente os shows de um dos palcos
principais e descansar os pés.
Próximo aos palcos principais,
um stand para sessões de autógrafos, com os horários e bandas sendo informados
em um painel eletrônico.
Na entrada da área do
festival, existe uma espécie de boate, com atividades musicais até às 6:00 da
matina. A ideia é manter entretido o visitante que não está acampado e não tem
como voltar para casa até que as linhas de ônibus e trem voltem a circular.
Dentre as atrações, bandas locais cover/autorais, discoteca e karaokê. Não
aproveitamos nada dessa tenda, sempre lotada e aparentemente animada.
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Roda gigante e o local do Palco Marquee ao fundo |
O
APP Do festival
Já tem alguns anos que o GMM disponibiliza um
aplicativo oficial para celular (IOS e ANDROID). Nele você vê informações sobre
cada atração, mapa da arena e grade de horários. A maior funcionalidade é uma
que se chama MY GMM: você escolhe as bandas que você quer ver e ele te monta a
grade personalizada de cada dia, te mandando lembretes do início (e local) de
cada atração 10 minutos antes. MUITO interessante.
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Interface do APP Oficial |
As
arenas de shows
O principal: são 5
arenas de shows. Duas delas, as principais (Main Stage 1 & 2), são geminadas e
alternam os shows principais do dia. Mesma operação que vimos no Maximus por
aqui, enquanto o palco da direita tem uma atração tocando, o da esquerda está
sendo aprontado para o show seguinte, com um intervalo médio de 10 minutos
entre o fim de uma atração e início da outra.
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O Main Stage 2, com Anthrax rolando |
Três palcos menores estão espalhados mais próximos da entrada. Dois
deles em pavilhões cobertos e fechados nas laterais (Red Bull Metal Dome e
Marquee), um deles uma versão menor dos palcos principais (Jupiler Stage). Por
“menores”, me refiro à comparação com os gigantescos palcos principais: cada
uma das três arenas menores é maior que um palco de qualquer casa de grande
porte daqui. Som sempre perfeito, telões laterais para os gnomos (como eu e
Dressa), pontualidade britânica e capricho visual. Os sets dos shows “menores”
geralmente variavam de 45 a 80 minutos. Muitos deles tão ou mais disputados
pela galera quanto algumas das atrações dos palcos principais.
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O Mapa do GMM |
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Dressa devidamente abastecida no intervalo entre shows no "pequeno" palco Marquee |
Clima
Alto verão na
Bélgica, pegamos temperaturas girando em torno de 30º durante os dias. Mas ao
que parece o verão foi mais quente que o normal. Os dias são muito longos,
temos o sol dando as caras até próximo de meia noite, reaparecendo umas 5 e
pouca da matina. Mas não se enganem, a variação térmica é notada claramente ao
fim do dia, e em uma das noites deve ter feito uns 15º, passamos um pouco de
frio. Curiosamente às 6 da matina na manhã seguinte já era difícil aguentar o
calor dentro da barraca, hehehehe. Sempre bom levar um casaquinho na mochila
para quem é friorento, para não ter que retornar à barraca ao longo do dia. Um isolante
térmico na barraca ou roupas quentes para dormir se fazem recomendáveis.
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Céu de meia noite em Dessel |
Público
Os belgas são
animadíssimos, gente gigante (e surpreendentemente bonita) sempre bêbada e
sorridente. Pessoas andando de cueca, calcinha e sutiã eram tão comuns de se
ver quanto os tradicionais bangers de corpse paint e roupa pesada. Todo mundo
MUITO amistoso a despeito do clima de loucura e da quantidade inumana de bebida
ingerida. ZERO confusão. Muita gente de outros países também. Esbarramos com
uma penca de grupos de brasileiros também. As meninas que andavam quase peladas
(o pessoal lá aproveita cada raio do verão) não eram importunadas. Pessoas
deixavam seus pertences nas cangas no gramado para comprar bebida e, ao voltar... MILAGRE, tudo continuava lá.
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Dressa relaxando enquanto assiste um show. Essa é a toalha que vem no kit da barraca de camping! |
Convivência entre tribos? Superpacífica. No
primeiro dia, o headliner foi o Within Temptation, com o Slayer e sua turnê
final em seguida. Nenhum babacoide troozão encheu o saco. Bandas modernas e Old
School se sucediam com as pessoas mais preocupadas em assistir e se divertir do
que encher o saco. Muita animação e cantoria. E nos shows mais pesados, MUITO crowd
surfing e mosh. Cada vez que assisto um show lá fora, cai por terra aquele mito
de que o pessoal aqui é louco. Na verdade, hoje somos muito comportados, isso
sim. Quem quiser socializar, é fácil fazer amizade com os belgas e outros
visitantes. De negativo, a galera joga absolutamente TUDO no chão. Mas ao final
de cada dia, várias máquinas passavam pelas montanhas de copos e embalagens
jogadas no chão, fazendo pacotes compactados que eram retirados da arena. No
dia seguinte, tudo limpinho de novo.
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Povo figura? Tem sim sinhô! |
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um lugar seguro para se guardar seu copo em meio ao show do Amon Amarth |
Avaliação
Final
Me faltam
comparativos com outros festivais de lá, mas conversando com pessoas que estavam por
lá e que frequentam ouros gigantes, geralmente as avaliações eram favoráveis: o
GMM parece ser dos mais organizados festivais do verão europeu. Toda a equipe
de produção te atende com muita cordialidade, tudo funciona e é absolutamente
fantástico estar em meio a tanta gente e poder se preocupar unicamente em se
divertir. Não dá nem para o começo tentar comparar com qualquer festival grande que eu tenha visto por aqui.
Uma experiência fantástica que, se o dinheiro permitir, pretendo
repetir mais vezes. Amanhã, postarei sobre os shows em si. Quem quiser saber
algum detalhe que não tenha sido explicado á contento aqui, só perguntar!
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Felizes na grade do início do último dia, para o show do FM! Sonho realizado! Valeu! |