quarta-feira, 1 de maio de 2019

Grave Digger – Tour Of The Living Dead (25.04.19 – Teatro Odisseia – Rio de Janeiro/RJ)



Ainda Cavando Covas
Texto e Fotos Por Trevas

Tenho que ser bastante honesto: relutei muito em encarar o show do Grave Digger no Rio. Nem tanto por ser na mesma semana do Nuclear Assault (embora saiba que isso fez muita gente ter que efetuar uma indigesta Escolha de Sofia), mas por que faz muito tempo que os teutônicos não geram um rebento minimamente apresentável. Para ser mais exato, nada lançado desde o disco homônimo (do longínquo ano de 2001) me chamou a atenção por mais de uma ou duas músicas. E o último trabalho, The Living Dead, soou como uma das piores coisas que os caras já fizeram. Mas a insistência de um grande amigo (fanzaço do Cava Cova) aliada ao fato de jamais ter visto a banda ao vivo, me arrastou ao Odisseia. E que bom que eu resolvi ir...

Chris Boltendahl, o belo
Respeitando o horário previsto, o Ceifador em pessoa sobe ao palco de um Teatro Odisseia ridiculamente vazio, prenúncio de que o show começaria. O mítico Chris Boltendahl (um dos frontmen mais feios da história do Rock) mostra logo o proverbial poderio do Grave Digger nos palcos: mesmo apresentando de cara as muquiranas Fear Of The Living Dead, Tattooed Rider e The Clans Will Rise Again, o pequeno público já cantava a plenos pulmões cada palavra. E se o jogo já parecia ganho com as nada empolgantes novas músicas, o que dizer quando clássicos do quilate de Lionhheart, The Bruce e The Curse Of Jacques tomam nossos ouvidos?



Chris e Axel

A banda definitivamente passa longe do virtuosismo, mas esse nunca foi mesmo o charme dos alemães, vide a voz roufenha do patrão (que canta ao vivo deliciosamente tão mal quanto em estúdio, diga-se). Axel Ritt toca com uma pegada única e muita empolgação, enquanto Jens Becker e Marcus Kniep mostram que a nova cozinha segura muito bem o tranco. Ah, e Chris sempre lida de maneira muito simpática com a plateia, parecendo pouco se importar com a casa vazia.

Axel e Chris
Mas a magia ali reside mesmo nos refrães grudentos e no poderio dos riffs, um hall de músicas simples e quase sempre irresistíveis ao vivo (mesmo quando soam como pedaços de cocô nos discos). O repertório, em muito calcado nos lançamentos mais recentes, também teve algumas surpresas (Circle Of Witches, imponente) e alguns clássicos absolutos do estilo: Excalibur, Rebellion, Dark Of The Sun e Heavy Metal Breakdown. Suficientes para perdoarmos a inclusão da pavorosa Zombie Dance no set. Mas o resultado final foi um show de Heavy Metal tão empolgante que duvido que alguns dos pouco numerosos, mas para lá de empolgados fãs tenham saído do Odisseia insatisfeitos. Imaginem só o que o quarteto não faria com uma casa cheia e mais clássicos no set? Muito bom! (NOTA: 8,50


O repertório...




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