terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Curtas: Lord Vicar, Witherscape, Insomnium e Last In Line

Curtas da Cripta: Lord Vicar, Witherscape, Insomnium e Last in Line
Lord Vicar - Gates of Flesh
Lord Vicar – Gates of Flesh (Cd-2016)


Jogando pelo Regulamento



A patota finlandesa que atende pela alcunha de Lord Vicar mistura doses cavalares de Doom com pitadas de Stoner e até mesmo Gothic Metal, de maneira bastante interessante, diga-se. Em alguns momentos chega a lembrar o Tiamat da era Wildhoney, o que é um baita elogio. E se você é fã de Doom e achou a voz algo familiar, é por que ela realmente o é, quem canta aqui é Christian "Chritus" Linderson, responsável pelos microfones do Count Raven e da fase C.O.D. do mastodonte Saint Vitus. Já as guitarras ficam ao encargo de Peter Vicar, o cabeça do Reverend Bizarre.




Todas as músicas aqui são legais e tem seu poderio amplificado por uma produção para lá de vintage, que combina com a aura esfumaçada da bolachinha. Mas embora a homogeneidade seja elogiável e garanta uma audição satisfatória do disco por inteiro, senti falta de mais faixas que passassem do simples “bacana” para o “memorável”. Aqui destacaria de longe a bela A Woman out Of Snow e o épico encerramento com Leper, Leper. Um bom disco.

NOTA: 7,91

Pontos positivos: produção vintage como o som da banda pede
Pontos negativos: com a exceção de A Woman Out Of Snow, faltam faixas memoráveis 
Para fãs de: Saint Vitus, Reverend Bizarre, Count Raven, Tiamat, My Dying Bride
Classifique como: Doom Metal

Lord Vicar: Jogando pelo regulamento

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Witherscape - The Northern Sanctuary

Witherscape – The Northern Sanctuary (Cd-2016)

Dupla Metalneja de Respeito

O projeto do criativo sueco Dan Swanö (teclados, bateria e voz) com Ragnar Widerberg (guitarras e baixo, Witchcraft) tem um pé na morbidez, mas com nuances Prog e citações a quase todo e qualquer subgênero dentro do Heavy Metal. Essa definição seria praticamente a mesma que eu usaria para os trabalhos do norueguês Ihsahn, e o paralelo entre o trabalho dos caras é inevitável, ambos tem a capacidade de soar diferente e vanguardista sem perder um grau invejável de veia pop. E a veia pop é latente em faixas como Wake of Infinity, In the Eyes of Idols e nas belíssimas The Examiner e Marionette.



Nem tudo é perfeito, entretanto. A produção está aquém do poderio das músicas aqui contidas, embora não chegue a comprometer. E é perceptível que o disco sofre de uma pequena queda de qualidade em sua metade final, com a épica faixa título não demonstrando fôlego suficiente para justificar seus 14 minutos de duração. Mas ainda assim temos em mãos um trabalho de qualidade superior. Quando me perguntam se eu odeio Prog Metal por conta da minha incapacidade em escutar qualquer coisa do Dream Theater, posso responder com um disco desses, isso sim é Prog Metal bem feito. Discaço!

NOTA: 8,78

Pontos positivos: mistura de estilos dentro do Metal com muita criatividade
Pontos negativos: algo na produção me incomoda 
Para fãs de: Ihsahn, Devin Townsend
Classifique como: Prog Metal


Banda em dupla dá guerra na hora de pagar o ensaio
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Insomnium - Winter's gate
Insomnium – Winter’s gate (Cd-2016)

Fúria Gélida

Os suecos do Insomnium resolveram fazer como seus conterrâneos e contemporâneos do Amon Amarth e contar uma saga Viking em seu sétimo disco de estúdio. Mas o enfoque aqui é bem menos brutal e mais contemplativo. Na verdade Winter’s Gate é uma única faixa, dividida em sete partes. Por Odin, não se assuste, não estamos diante de mais uma daquelas diarreias progressivas intelectualoides, não. Temos aqui um Death melódico tipicamente, erh...sueco! O som dos caras deve bastante ao In Flames de outrora, principalmente pelas intervenções folk e atmosféricas, obviamente amplificadas pelo caráter conceitual do disco. Ah, e voz limpa de Ville Friman é cópia escarrada do Anders Fridén de Whoracle e Colony.

E tratar o disco como uma única música aqui passa longe de ser uma artimanha para parecer mais artístico, como é comum em bandas de Prog Metal. Realmente há temas e climas que interligam as faixas e a audição do todo faz bem mais sentido do que a das peças em separado. Embora eu não seja o maior fã do mundo do formato, quando o mesmo funciona, o que é muito raro, acaba por nos proporcionar obras bem interessantes. E esse é o caso aqui, um disco pesado, diferente e ao mesmo tempo bonito de se ouvir. Excelente.

NOTA: 9,20

Pontos positivos: peso e intervenções atmosféricas se entremeando em harmonia
Pontos negativos: um disco feito exclusivamente para se ouvir de ponta a ponta  
Para fãs de: In Flames antigo, Dark Tranquility, Amon Amarth
Classifique como: Melodic Death Metal, Viking Metal


Hm, não foi aqui que o Immortal gravou aquele vídeo?
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Last In Line - Heavy Crown
Last In Line – Heavy Crown (Cd-2016)

Mais Um Belo legado De Ronnie
O quinteto que atende pelo nome Last In Line, é mais um Spin Off da banda de Ronnie James Dio. Sim, qual o Resurrection Kings, temos aqui uma mistura de ex-integrantes da banda solo do saudoso gnomo com um talentoso vocalista. Os culpados aqui são o baterista Vinny Appice, o baixista Jimmy Bain (que faleceria antes do lançamento do disco), o tecladista Claude Schnell e o guitarrista Vivian Campbell. Todos fizeram parte da primeira formação do Dio (Schnell apenas ao vivo). Para assumir a imensa responsabilidade que é o posto de vocalista em qualquer coisa que faça referência a uma das maiores vozes da história do Rock, o escolhido foi Andrew Freeman. Freeman cantou no Hurricane e Lynch Mob, além de ter tocado guitarra com...The Offspring? Isso sim é surpreendente.

Mais surpreendente ainda é ver Vivian Campbell capitalizando em cima da morte de Ronnie Dio, após passar décadas desancando o baixinho. Como Vivian faz rios de dinheiro com o Def Leppard, quero acreditar se tratar de um pedido de desculpas. A despeito da pouca simpatia que tenho pelo guitarrista, tenho que admitir que o trabalho que Vivian apresenta aqui é fenomenal, com doze músicas que fazem justiça ao legado de Dio sem parecer mera cópia. Excelentemente produzido por Jeff Pilson (também ex-membro do Dio), o disco traz grandes performances individuais e faixas maravilhosas como Devil in Me, Martyr, Already Dead e Starmaker. Mas dentre todas as feras que fabricaram essa bolachinha o destaque maior fica por conta justamente de Freeman, que canta demais, por vezes lembrando Zak Stevens em seus melhores momentos, honrando o legado do baixinho. Um ótimo disco que resenho aqui já com a notícia que o segundo rebento já está a caminho. Vem mais coisa boa por aí!   

NOTA: 8,90

Pontos positivos: ótima produção, Vivian inspirado e grande performance de Andrew Freeman
Pontos negativos: não dá para não pensar em como Campbell é mal aproveitado no Def Leppard  
Para fãs de: Dio, Lynch Mob
Classifique como: Hard Rock, Heavy Metal



Last In Line ainda com o saudoso Jimmy Bain...RIP



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