Curtas: Kansas, Ihsahn, Resurrection, Khemmis |
Kansas - The Prelude Implicit |
Kansas
- The Prelude Implicit
Uma
Jornada Inesperada
Com um Line Up para lá de renovado, o Kansas
apostou no vocalista/tecladista Ronnie
Platt para refazer seu caminho em
estúdio, num inesperado retorno. Não que a banda estivesse parada, mas seu
afastamento das gravações desde o fim da era Walsh parecia deixar claro que o Phil Ehart e sua trupe
se contentavam em ser um circo itinerante de admirável nostalgia. Ledo engano.
The Prelude Implicit faz com
sucesso o cruzamento entre o AOR (With this Heart, que abre o
trabalho, que o diga) que garantiu a banda improvável sucesso ao final da
década de 1970 e início dos anos 1980 com o Rock Progressivo que
marcou seus discos mais festejados (espelhado em trechos instrumentais das
músicas ao longo do disco, mas mais claramente nos oito minutos de Voyage of the Eight Eighteen). Longe de ser um disco essencial, ao menos garante uma
viajem musical de uma hora de duração que dificilmente desagradará os fãs dos
dois mundos pelos quais a banda transitou.
NOTA:
7,89
Pontos
positivos: respeita o legado da banda sem medo de apresentar um novo caminho
Pontos
negativos: senti a falta de um pouco mais de energia
Para
fãs de: Kansas em todas as fases
Classifique como: Prog Rock, AOR, Classic Rock
Kansas redivivo |
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Ihsahn - Arktis |
Ihsahn
– Arktis (Cd-2016)
Ihsahn
Goes Pop?
O sexto disco da
carreira solo de Ihsahn, o cérebro
do Emperor, representa a primeira
vez que o multi-instrumentista norueguês se conteve nos experimentalismos.
Talvez uma resposta ao algo hermético Das
Seelenbrechen, de 2013. Mas não se
assuste, o capirotesco músico não compôs um disco da Lady Gaga, não. Seu som
continua aquela mistura bastante única de Black
com diversas vertentes do Metal Moderno, se utilizando de saxofone e outros
subterfúgios incomuns. Mas basta ouvir as duas ótimas faixas que abrem a
bolachinha, Disassembled (com seu
ex-parceiro de Emperor, Einar Solberg, na voz) e Mass Darkness (com o
fanboy Matt Heafy, do Trivium) para
chegarmos à conclusão que as esquisitices de Mr. Ihsahn nunca soaram tão coesas e acessíveis.
My Heart is of the North tem momentos de bela calmaria quebrados por riffs quebrados e
um Hammond. Until I Too Dissolve tem
seu riff inicial totalmente Hard Rock. Elementos eletrônicos dignos de Chelsea Wolfe dão as caras em South
Winds (excelente) e o tal saxofone
aparece em Crooked Red Line, mas nenhum desses elementos aparece no disco de forma
gratuita, tudo servindo em prol de boas canções. Talvez seja essa a maior
demonstração de evolução e maturidade de um músico. Enfim, se você até gostava
de alguns elementos das músicas do cara, mas achava o todo meio indigesto, Arktis talvez seja sua chance de
adentrar o estranho mundo de Ihsahn.
Duvida? Confira então a épica e bela Celestial
Violence, que encerra o trabalho e
tire suas conclusões. Mais um discaço!
NOTA:
8,85
Pontos
positivos: soa vanguardista sem ser hermético
Pontos
negativos: a aura talvez seja um pouco otimista demais para os fãs do estilo
Para
fãs de: Opeth, Devin Townsend, Emperor, Pain Of Salvation
Classifique como: Prog Metal, Black Metal,
Modern Metal
Ihsahn dando um gelo |
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Resurrection Kings |
Resurrection
Kings - Resurrection Kings (Cd-2016)
Melodic
Rock em Nome de Ronnie
Resurrection Kings
é o nome de um dos “Spin Offs” que sucederam o desmonte da banda solo do Ronnie James Dio após sua
morte, em 2010. O combo conta com o instrumental preciso de Craig Goldy nas guitarras (entre idas e vindas, o guitarrista mais
constante na carreira do Dio), Sean McNabb (Dokken, Great White, House of Lords
e Quiet Riot) no baixo e o mítico fiel escudeiro do mestre, o baterista Vinny Appice.
O começo da faixa de abertura,
a ótima Distant Prayer, já entrega aquele timbre de guitarra que era a cara do Dio fase Craig Goldy. Mas quem
apostaria num simulacro da sonoridade Dio tomará um susto quando entrar o vocal
de Chas West (Bonhan, Tango Down, Foreigner, Tribe of Gypsies e Lynch Mob). Totalmente voltado para o Melodic Rock/AOR, Chas acaba levando o material mais para esse lado do que para a
mistura Hard/Heavy típica de Dio, a
banda. Em relação às composições, a banda acerta mais do que erra, como na já
citada faixa de abertura, em Wash Away e Who Did You Run To. Mas quando erra,
como na melecosa Never Say Goodbye, o negócio desanda bonito. Uma bela estreia, que merece sua
atenção.
NOTA:
7,50
Pontos
positivos: boas composições e sonoridade com clima oitentista
Pontos
negativos: a voz de Chas West cansa com o tempo
Para
fãs de: Journey, Foreigner, Lynch Mob
Classifique como: Melodic Rock, AOR
Resurrection Kings |
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Khemmis - Hunted |
Khemmis
– Hunted (Cd-2016)
Enciclopédia
Doom
Os estadunidenses do Khemmis surgiram em 2012 e assim que
lançaram seu primeiro Ep, foram
saudados como uma das bandas mais promissoras da cena underground por lá. Seu
primeiro disco, Absolution (de
2015), representou uma boa estreia, mas aqui a coisa vai muito além. Basta
ouvir a introdução da faixa de abertura, Above
The Water, para perceber a palpável evolução da banda. As harmonias de
guitarra intrincadas, com fortes referências ao Metal Tradicional, se mesclam a
Riffs que flertam em igual simetria
com o Doom e o Stoner. O vocal aqui é limpo e sem maiores maneirismos, como na
segunda faixa, a igualmente ótima Candlelight.
Mas existem ainda momentos de urros que remetem aos primórdios do Doom britânico, o equilíbrio facilitado
pela presença de dois cantores principais, os guitarristas Phil e Ben.
A produção de Dave Otero conseguiu captar bem as qualidades do quarteto, soando
saturada nos riffs e límpida nas
melodias e harmonias de guitarra, com um Punch
perfeito. Todas as cinco faixas são pequenos épicos, a menor sendo a terceira, a
boa Three Gates, que soa até mesmo Uptempo
para uma banda de Doom. Beyond The Door compila quase
todas as vertentes do Doom Metal em seus 9 minutos de duração e o
disco fecha com a faixa título, um épico de 13 minutos com riffs suficientes
para garantir um disco inteiro e que já pode ser considerado o carro chefe dos
caras. Facilmente um dos melhores discos desse prolífico ano de 2016.
NOTA:
9,29
Pontos positivos: equilibra bastante bem as vertentes diferentes do Doom com o Metal Tradicional
Pontos
negativos: nada a destacar
Para
fãs de: Candlemass, Trouble, Solitude Aeturnus
Classifique como: Doom Metal
Khemmis pegando a estrada |
Khemmis fez um belo trabalho nesse álbum.
ResponderExcluirOlá, Leo
ExcluirFez sim, e ainda há espaço para evoluir mais. Banda promissora!
Abraço
T