Sabaton - The Last Stand |
Cansados de Guerra
Por
Trevas
A vida dos suecos do Sabaton trafega em ritmo frenético.
Galgando respeito e território à base e uma incessante e espartana (oops)
agenda de shows, os efeitos dessa estratégia se mostrando na constante mudança
de formação. E quando você acha que eles vão tirar um merecido tempo livre, lá
vem o anúncio de um festival próprio ou de novo disco.
Sabaton no Circo Voador, 2016 (Foto por Daniel Croce) |
O
problema é que essa loucura por vezes cobra um preço alto. O disco anterior, Heroes já fora um passo algo
burocrático criativamente e quando The
Last Stand foi anunciado, confesso que mesmo sendo fã dos caras, fiquei
com um pé atrás: será que a fórmula não está começando a se esgotar? Sem se
afastar da costumeira temática bélica, dessa vez o disco tem como tema central
batalhas históricas onde batalhões solitários se mostraram a última fronteira
entre a vitória e a derrota em uma guerra.
Com esse tema em
mente seria óbvio falar sobre os 300 de esparta, e é justamente Sparta que abre o disco, uma música
eficaz, feita para o ambiente dos palcos, tal qual Last Dying Breath. Duas boas faixas, mas que não
soam lá muito diferente do que a banda já fez.
E se cobramos que os caras se reinventem, temos gaitas de foles na
chatinha Blood of Bannockburn, uma ode
aos escoceses de Robert, The Bruce. Uma sessão rítmica feita de tiros, baionetas e explosões trazem
um curioso tempero à boa The Lost Battalion. A produção de Peter
Tagtgren deixou a voz e os teclados
bem na cara e isso comprometeu o peso da bolachinha até aqui. Mas a boa Rorke’s Drift vem para relembrar que os suecos sabem soar pesados quando
deixam.
Enfim, a faixa título talvez seja a mais fraca do disco, e o uso
excessivo de corais piora ainda mais a situação. Ainda bem que Hill 3234 melhora o panorama, apostando novamente no peso e velocidade. Inspirada
nos eventos históricos romantizados por Hollywood
em O Último Samurai, Shiroyama é a única das faixas do
material que eu apostaria ser um postulante a clássico. Realmente contagiante,
apesar do arranjo meio “música do Jaspion”!
Winged Hussars
é outra faixa fabricada pensando nos shows e The Last Battle encerra os 44 minutos de música
da edição padrão de maneira competente.
Sabaton 2016 - ainda querendo briga |
Saldo Final
O
Sabaton continua trilhando um
terreno seguro, mas cuja paisagem vem se fazendo familiar demais. The Last Stand é divertido e
vai fazer a felicidade daqueles que não se importam em ouvir uma fórmula ser
repetida à exaustão. Mas, há de se convir, uma banda que já fez discos como The Art of War e, especialmente, Carolus Rex, pode muito mais que isso!
NOTA: 7,40
Edições Especiais
A
bela edição brasileira conta ainda com duas faixas bônus: a divertida Camouflage (melhor que quase todas do
disco) e uma competente versão para All
Guns Blazing, do Judas Priest. Além disso temos um show
inteiro da Turnê de Heroes em boa
qualidade num DVD bônus e um encarte
com impressão de primeira! Boa pedida! A edição em Earbook gringa traz ainda duas covers, uma para Afraid to Shoot Strangers, do Iron Maiden e Burn In Hell, do Twisted Sister.
Pontos positivos: disco fácil
de se ouvir, com muita energia
Pontos negativos: a
produção meio rococó e músicas que trilham fórmulas já esgotadas pela própria
banda
Para fãs de: Powerwolf,
Blind Guardian, Accept
Classifique como: Power Metal
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