terça-feira, 29 de novembro de 2016

Sabaton – The Last Stand – Deluxe Edition (Cd + DVD-2016)

Sabaton - The Last Stand
Cansados de Guerra
Por Trevas

A vida dos suecos do Sabaton trafega em ritmo frenético. Galgando respeito e território à base e uma incessante e espartana (oops) agenda de shows, os efeitos dessa estratégia se mostrando na constante mudança de formação. E quando você acha que eles vão tirar um merecido tempo livre, lá vem o anúncio de um festival próprio ou de novo disco.

Sabaton no Circo Voador, 2016 (Foto por Daniel Croce)
O problema é que essa loucura por vezes cobra um preço alto. O disco anterior, Heroes já fora um passo algo burocrático criativamente e quando The Last Stand foi anunciado, confesso que mesmo sendo fã dos caras, fiquei com um pé atrás: será que a fórmula não está começando a se esgotar? Sem se afastar da costumeira temática bélica, dessa vez o disco tem como tema central batalhas históricas onde batalhões solitários se mostraram a última fronteira entre a vitória e a derrota em uma guerra.


Com esse tema em mente seria óbvio falar sobre os 300 de esparta, e é justamente Sparta que abre o disco, uma música eficaz, feita para o ambiente dos palcos, tal qual Last Dying Breath. Duas boas faixas, mas que não soam lá muito diferente do que a banda já fez.



E se cobramos que os caras se reinventem, temos gaitas de foles na chatinha Blood of Bannockburn, uma ode aos escoceses de Robert, The Bruce. Uma sessão rítmica feita de tiros, baionetas e explosões trazem um curioso tempero à boa The Lost Battalion. A produção de Peter Tagtgren deixou a voz e os teclados bem na cara e isso comprometeu o peso da bolachinha até aqui. Mas a boa Rorke’s Drift vem para relembrar que os suecos sabem soar pesados quando deixam.


Enfim, a faixa título talvez seja a mais fraca do disco, e o uso excessivo de corais piora ainda mais a situação. Ainda bem que Hill 3234 melhora o panorama, apostando novamente no peso e velocidade. Inspirada nos eventos históricos romantizados por Hollywood em O Último Samurai, Shiroyama é a única das faixas do material que eu apostaria ser um postulante a clássico. Realmente contagiante, apesar do arranjo meio “música do Jaspion”! 


Winged Hussars é outra faixa fabricada pensando nos shows e The Last Battle encerra os 44 minutos de música da edição padrão de maneira competente.


Sabaton 2016 - ainda querendo briga


Saldo Final

O Sabaton continua trilhando um terreno seguro, mas cuja paisagem vem se fazendo familiar demais. The Last Stand é divertido e vai fazer a felicidade daqueles que não se importam em ouvir uma fórmula ser repetida à exaustão. Mas, há de se convir, uma banda que já fez discos como The Art of War e, especialmente, Carolus Rex, pode muito mais que isso!


NOTA: 7,40


Edições Especiais
A bela edição brasileira conta ainda com duas faixas bônus: a divertida Camouflage (melhor que quase todas do disco) e uma competente versão para All Guns Blazing, do Judas Priest. Além disso temos um show inteiro da Turnê de Heroes em boa qualidade num DVD bônus e um encarte com impressão de primeira! Boa pedida! A edição em Earbook gringa traz ainda duas covers, uma para Afraid to Shoot Strangers, do Iron Maiden e Burn In Hell, do Twisted Sister.


Pontos positivos: disco fácil de se ouvir, com muita energia
Pontos negativos: a produção meio rococó e músicas que trilham fórmulas já esgotadas pela própria banda
Para fãs de: Powerwolf, Blind Guardian, Accept
Classifique como: Power Metal

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Metal Church – XI (Cd-2016)

Metal Church - XI
Hora da Missa!!!
Por Trevas

Prólogo – Uma Igreja Amaldiçoada

A banda estadunidense Metal Church surgiu em 1980, fruto da visão do chefe e guitarrista Kurdt Vanderhoof. A constante mudança de formação acabou por atrasar sua estreia, que só aconteceu mesmo em 1984. E que estreia, o disco homônimo, mesmo lançado de forma independente, vendeu mais de 70.000 cópias.

Metal Church, o disco, com sua icônica capa
O burburinho que a banda causou na cena atraiu a Elektra, que assinou com os caras. Reza a lenda, a contratação contou com suposta interferência dos colegas (e fãs declarados) da então emergente Metallica. O disco seguinte, The Dark, foi um sucesso e crítica e vendas e parecia indicar que a Metal Church se tornaria uma das maiores bandas de metal da história. Mas dali para frente tudo deu desmoronou. Kurdt abandonou o barco, David Wayne foi demitido e nada mais foi o mesmo. Para o lugar de Wayne, foi chamado o então vocalista da Heretic, um tal de Mike Howe. O excelente novo vocalista brilhou em três grandes discos que falharam em reproduzir o sucesso comercial dos dois primeiros.


Reformulações e reformulações...

A Igreja foi reformulada uma penca de vezes, sem grande sucesso. Com o vocalista original David Wayne (R.I.P.) não obtiveram o brilho esperado e o outro vocalista tentado (por duas vezes), Ronnie Munroe, também não foi lá muito feliz em seus lançamentos com a banda.


XI

XI é o 11º disco do Metal Church...ehr...dã. Bom, confesso que não andava muito afeito ao som da banda em sua última encarnação, com o Ronnie Munroe nos microfones. E como muitos, fiquei surpreso com o anúncio do retorno do vocalista Mike Howe e lançamento desse novo disco.

Metal Church versão 789
E o que poderia soar como uma infrutífera nostalgia gratuita cai por terra logo nas primeiras músicas: Reset é certeira, direta e com uma forte veia oitentista, mas é absolutamente impossível não banguear de cara com ela!


E quem tinha dúvidas se um cara recém-saído da aposentadoria poderia dar conta do recado, é só ouvir a performance de Mike Howe em qualquer das faixas que escolher. A voz rascante do cabrunco, que por vezes remete ao grande Bobby Blitz (do Overkill), combina perfeitamente com as composições de Kurdt. Particularmente tive esse primeiro contato com Killing Your Time, outra destruição total.


A sequência arregaçante ainda inclui a faixa de trabalho No Tomorrow e se estende até Sky Falls In. Mas não me entendam mal, o disco em nenhum momento fica ruim não. Mas é o momento de alternância entre faixas excelentes (Soul Eating Machine) com outras apenas boas (Needle and Suture).

Saldo Final

XI é figura fácil em qualquer lista de melhores do ano que envolva Heavy Metal. Simplesmente viciante, tem praticamente tudo que um fã do estilo pode esperar. E ainda melhor, suas vendas surpreederam e fizeram o Metal Church atingir sua melhor colocação nas paradas da Billboard desde o início da carreira (no número 57, nada mau para uma banda sem grande estratégia de marketing, hm?). Enfim, hora de voltar a ir à missa!!!!


NOTA: 9,21


Pontos positivos: ótimas músicas e excelente performance vocal de Howe
Pontos negativos: nada relevante a declarar aqui
Para fãs de: Overkill, Reverend, Megadeth
Classifique como: Heavy Metal

domingo, 27 de novembro de 2016

Grim Reaper - Walking in the Shadows (Cd-2016)

Grim Reaper - Walking in the Shadows

De Volta dos Mortos
Texto por Trevas


Um dos ícones perdidos da NWOBHM, o Grim Reaper sofreu imensamente com uma maldição que hoje é até difícil de explicar: uma longa briga jurídica entre banda, empresário e gravadora. 
Desmantelada após três ótimos discos (o terceiro já lançado dois anos após sua gravação por conta da tal briga), a banda viu seu legado minguar no relativo insucesso da carreira musical solo de seus principais ex membros.

Grim Reaper nos anos 1980, do jeito que o Beavis e o Butthead adoram
O ótimo guitarrista Nick Bowcott seguiu uma carreira longe dos palcos, escrevendo para a Circus e principalmente para a Guitar World, onde se tornou editor, inclusive. Em paralelo, trabalhou para a Marshall. Sua presença empunhando uma guitarra se fez cada vez mais rara, participando de um ou outro show de amigos (alguns deles do próprio Steve Grimmett).

Nick Bowcott antes de pendurar as chuteiras
Já o gorducho Steve Grimmett, um dos melhores vocalistas daquela safra, até tentou seguir em frente, tendo uma breve participação junto aos thrashers conterrâneos do Onslaught e depois obtendo relativo sucesso comercial por um tempo com seu combo de Hard Rock Lionsheart. Daí se passaram anos de muitas participações em discos tributo de qualidade duvidosa e projetos que nasciam e morriam sem chamar a menor atenção (Steve Grimmett Band, The Sanity Days, GrimmStine).

Grimmett e seu poodle de estimação na cabeça

A partir de 2006, após a resolução dos problemas judiciais que envolviam o nome Grim Reaper e após um acordo com Bowcott, Steve passou a excursionar pelo mundo usando a alcunha Steve Grimmett’s Grim Reaper. Sempre questionado nas entrevistas sobre a produção de novo material, Steve vinha falando sobre um novo disco, Walking in The Shadows, desde meados de 2014. E sabe-se lá por que, a gestação duraria mais dois anos até que a bolachinha visse a luz do dia. E cá estamos nós, na torcida de que a espera não tenha sido em vão.


Andando nas Sombras do Gorducho

Olha, de início confesso que fiquei com um pé atrás. Ao receber meu Cd, me deparei com uma capa horrorosa (ornada com o Steve Grimmett’s acima do logo do Grim Reaper), um encarte bem amador e com um cast para lá de desconhecido. No comando da mesa, Steve se dividiu com o guitarrista Ian Nash e um tal Pete Newbeck. Dos músicos, o único que achamos alguma informação mais consistente por aí é baterista Paul White, que tocou com o Blitzkrieg em 1996. Some isso a um marketing quase inexistente e esse retorno ameaça passar totalmente desapercebido do público. Dito isso, vamos ao som em si.

Grim Reaper 2016 - a beleza continua não sendo o forte da banda...

Wings of Angels parece uma mistura de tudo o que o vocalista andou fazendo nos últimos tempos, com mais pitadas do Lionsheart do que do próprio GR. Talvez não devesse ter sido escolhida para reapresentar a banda aos antigos fãs, mas ainda assim é uma faixa muito boa! Daí se segue a faixa título, com seu ótimo e grudento refrão, mostrando enfim uma cara bem própria do velho ceifador.



E com exceção de Thunder, que novamente remete ao Lionsheart, de resto temos uma avalanche de músicas que bem poderiam ter feito parte do abortado quarto disco de estúdio da banda nos anos 1980. E o que é melhor, tirando o encerramento com Come Hell Or High Water e a fraca Now You See Me, o material é bastante agradável, com destaque para as ótimas Temptation e Blue Murder.



Claro que existem problemas. A voz de Grimmett envelheceu bem, mas seu timbre mais rouco, utilizado desde os anos 1990, pode acabar assustando os incautos que pararam no material antigo. Ah, e se a grande parte das faixas é bem legal, também fica claro que falta um algo a mais para que o disco se torne memorável. Talvez a produção seja corretinha demais, com a voz muito na cara e com uma ferocidade contida demais. Ou talvez seja culpa de Ian Nash. Não em entendam mal, o cara é competente e funciona muito bem ao vivo, mas está longe de produzir solos espetaculares como fazia Bowcott.

Saldo Final

Walking in the Shadows é um retorno digno e muito bem-vindo, um disco daqueles que se escuta de cabo a rabo sem cansar. Fico imaginando o que não poderia ter sido essa bolachinha nas mãos de um produtor como Andy Sneap...mas, voltando ao mundo real, pode ouvir sem medo, bem legal!

NOTA: 8,00

Pontos positivos: Metal Tradicional bem honesto, com um vocalista bem acima da média
Pontos negativos: a produção é um pouco contida demais
Para fãs de: NWOBHM em geral
Classifique como: Heavy Metal Tradicional

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Hell In Rio (05 e 06/11/16 - Terreirão do Samba - Rio de Janeiro/RJ)




Boa noite, Criptomaníacos!
Quem tem amigos tem tudo, certo? Pois então, mesmo impossibilitado por questões diversas de acompanhar a realização da histórica primeira edição do  Hell In Rio, pude contar coma ilustríssima colaboração de Fred Krill, nosso enVIADO especial da Cripta!!!! E que resenha, meus cotovelos urram de dor ao ler as palavras do grande camarada...que venham novos eventos como esse!!

Divirtam-se com a resenha!!!
Trevas


Convidado da Cripta: Fred Krill

Biólogo e Maidenmaníaco, Krill testemunhou mais shows nessa existência do que você comeu meleca na sua infância, e isso merece respeito. 
Nas horas vagas, Mr. Krill é um renomado e dedicado professor cujo humor e peso da mão na correção de provas variam consideravelmente de acordo com o que está rolando no aparelho de som. 





HELL IN RIO, DIA 1 (MAS PODE CHAMAR DE HELL IN RAIN)



Cheguei ao Terreirão do SAMBA sob uma chuva torrencial, que começou a cair pouco antes de uma hora da abertura dos portões, prevista para as 16h, mas que foram abertos às 16:30h! A revista, muito rigorosa e demorada, fez com que pudesse chegar ao palco apenas na segunda música da primeira banda... Mas vamos aos shows:

Reckoning Hour: Formada em 2012 no Rio de Janeiro e composta por JP (vocal), Philip Leander & Lucas Brum (guitarras), Johnny Kings (bateria) e Cavi Montenegro (baixo), a banda aposta numa sonoridade agressiva, calcada num death metal que foge dos padrões do estilo mais visceral, aproximando-se do chamado melodic death metal. Começaram sua apresentação às 16:40h. Boas composições, boa presença de palco e um som que começou muito bem o festival, para a alegria de poucos bangers encharcados que conseguiram chegar a tempo de vê-los.


Reckoning Hour
Perc3ption: Não está escrito errado não... Fundada em 2007 em São Paulo e já com dois CDs lançados, a banda executa com muita correção seu Prog / Power Metal. Iniciaram sua apresentação às 17:20h, executando melodias bem trabalhadas, em composições muito bem tocadas. A influência de Dream Theater é muito evidente. Destaque para a coesão da banda (Dan Figueiredo (Vocal), Wellington Consoli (Baixo), Rick Leite / Glauco Barros (Guitarras) e Peferson Mendes (Bateria)), não tem como ficar indiferente ao som deles! Um set curtinho, de apenas quatro músicas (“Persistence Makes The Difference”, “Magnitude 666” “Oblivion’s Gate” e “Surrender”), mas que agitou e serviu para esquentar os (ainda poucos) bangers ainda mais encharcados (SIM!, a chuva tinha apertado!!!).

Perc3ption

O Satânico Dr. Mao & Os Espiões Secretos: Não tive a chance de ver os Garotos Podres ao vivo, embora sempre tenham sido uma de minhas bandas prediletas, desde quando comecei a escutar metal, punk e seus congêneres, lá pelo início dos ‘80. Quando ela se desmanchou, pensei: já era... Mas eis que Mao e Cacá Saffiotti lançaram esta empreitada que, na prática, continua sendo... Garotos Podres! Acompanham os dois Uel (baixo) e Rodrigo Japa (bateria). Pra começar os trabalhos (às 18:05h), vem logo “Garoto Podre”. Emendam sem muito falatório, porque o tempo de apresentação era escasso, “Agente Secreto”, “Aos Fuzilados da CSN”, “Anarkia Oi!”, “Repressão Policial (Instrumento Do Capital)”, “Um Grito Em Meio À Multidão”, “Avante Camarada” “ A Internacional” (RACISTAS, FASCISTAS, NÃO PASSARÃO!!! – muito apropriado para nosso momento...), “Papai Noel Filho da Puta” e, para fechar, “Johnny”. Faltaram tempo e mais clássicos como “Batman”, “Subúrbio Operário”, “Vou Fazer Cocô”, “Rock de Subúrbio”, “Fernandinho Veadinho”, “Verme”,...


O Satânico Dr. Mao & Os Espiões Secretos

Oitão: Esqueça Masterchef, 200 Graus e Rolê do Chef... O Henrique Fogaça que subiu ao palco mascarado a La Slipknot às 18:50h não era o cozinheiro renomado, mas o vocalista de uma das mais brutais bandas de thrashcore do Brasil! Até a chuva parou para ver os caras!!! Letras diretas, que tratam das mazelas sociais deste País, do controle de mídia e sua lavagem cerebral e um som que se assemelha a socos do bom e velho Mike Tyson diretos no queixo e estômago! Completam a banda Ciero na guitarra (que fez questão de homenagear Carlos Lopes e Dorsal Atlântica), Ed Chavez (baixo) e Marcelo BA (bateria). Fecharam com covers de “Vida Ruim” (Ratos de Porão) e “Isto É Olho Seco” (Olho Seco). Chef Fogaça no palco? Parece um orangotango expulso da Socila por mau comportamento!!! Como diria aquele sábio filósofo contemporâneo... CRASSE A!!!!


Oitão
Claustrofobia: De Leme/SP, para o mundo, desde 1994! A primeira vez que os vi foi no extinto “Fúria MTv”, tocando no estúdio em 2000. Desde então, acompanho a carreira deles com bastante atenção, mas ainda não tinha tido chance de vê-los ao vivo. Assim, saber de sua escalação para o festival me deixou certo de que desta vez não teria como escapar! Subindo ao palco às 19:45h, os irmãos Marcus e Caio D’Angelo (guitarra/voz e bateria, respectivamente), Daniel Bonfogo (baixo) e o “novato” Douglas Prado (guitarra solo) entraram rasgando com seu death/thrash visceral, cru, nervoso e direto! Petardos em sequência, que abriram verdadeiros clarões na pista (finalmente cheia! Tá, parcialmente...), em rodas insanas e violentas! Lançando o novo CD, executaram “Download Hatred”, “Curva”, “Metal Malóka”, dentre outras desgraceiras sonoras. Faltaram “Terror and Chaos” e “Thrasher”, mas o festival tinha horários bem rigorosos que, PASMEM!, foram respeitados!

Claustrofobia
Hibria: Direto de Porto Alegre, com 20 anos de estrada, fazendo um thrash melódico, muito trabalhado nas melodias. Agradam em cheio os apreciadores de bandas como Helloween (era “Keepers”), Viper e Angra. Subiram ao palco às 20:54h, e não há como ignorar a presença de Iuri Sanson (vocal, que infelizmente abusa de gritinhos e falsetes, por vezes desnecessários), Abel Camargo e Renato Osório (guitarras) e da cozinha formada por Ivan Beck (debulhando um baixo de seis cordas) e Eduardo Baldo (bateria, muito parecido com Gene Hoglan (Dark Angel, Death, Testament) na aparência e jeito de tocar). Levantaram o público com uma apresentação energética, provando que são perfeitamente capacitados a tocar em grandes eventos (fizeram o Rock in Rio de 2013) e abrir para medalhões como Black Sabbath, Metallica e Ozzy Osbourne. Ótimo show!

Hibria
Dead Fish: Os capixabas já têm 25 anos de carreira. Só que para a proposta do festival, funcionaram como alça de penico (deslocados e totalmente por fora)... Era certo que seriam hostilizados. Subiram ao palco às 22:15h, sob coros de “vai tomar caju!” “Rodrigo, chiado!” e por aí... Rodrigo, o vocalista, estava um tanto puto com a situação e chegou a se alterar num dado momento com parte da plateia... Completam o time Ric (guitarra), Alyand (baixo) e Marcão (bateria). Quanto ao som, agrada a quem aprecia o estilo hardcore melódico / poppy punk, o que não é meu caso... Fizeram um show correto, que satisfez seus fãs presentes no Terreirão (sim, eles estavam lá!) com suas letras de forte conteúdo social e crítico. Quero crer que sua inclusão no cast foi para atrair mais público. Talvez tenha funcionado. Ou não... Digna de nota foi a expressão facial do Fogaça, vestindo uma camisa do Cólera, parado no fosso vendo a apresentação deles...

Dead Fish
Almah: Pensem numa historinha, mais ou menos assim: “vocalista semidesconhecido, batalhador de bandas underground obscuras, recebe o convite para ingressar numa banda já estabelecida, cujo carismático vocalista havia saído... Nas apresentações ao vivo, fazer seu próprio material era tranquilo, mas cantar o antigo era espinhoso... Sem ter o mesmo timbre nem alcance vocal de seu antecessor, começa a ser hostilizado pelos fãs mais antigos... As coisas vão piorando. Discos sem expressão são lançados, inevitáveis conflitos com os demais integrantes, até a óbvia saída/demissão”. Essa é a história de Blaze Bay... ooops... Edu Falaschi no Angra. Verdadeiro rabo de foguete substituir Andre Matos. Ele fez seu melhor, mas não foi o suficiente... Some à historinha acima problemas de saúde que detonaram sua garganta, uma lamentável apresentação no Rock in Rio de 2011 e patéticas declarações posteriores (que ele reconhece e por que já se desculpou)... Então, o que esperar do Almah, que era seu projeto paralelo desde 2006 e que se tornou sua banda definitiva? UM PUTA MEGA ULTRA BLASTER show!!!! Edu e seus asseclas entraram no palco às 23:30h, pegando um público já bastante cansado mas ainda disposto a agitar mais um pouco! Como não conhecia nada de seu material, assisti atentamente a uma irretocável apresentação de Power metal, Melodic metal, whatever... A voz de Edu está totalmente recuperada, e ele está cantando de forma soberba! O que falar de Marcelo Barbosa, além de que é certamente um dos melhores guitarristas do Brasil na atualidade (tanto que substituiu ninguém menos que o Megadethico Kiko Loureiro no Angra!), secundado por Diogo Mafra. O baixão “gordo” de seis cordas do Raphael Dafras e a bateria rolo compressor de Pedro Tinello fazem uma banda muito coesa e que interpreta magistralmente suas composições! Do Angra, Edu cantou “Nova Era” (em dueto com Fabio Lione) e Heroes of Sand (ambas do magistral Rebirth). Fica a dica de um show fortemente recomendado, não apenas para os “trooozões” apreciadores do estilo.

Almah
Sepultura: Após enorme demora na entrada, decorrente de problemas no sistema de PA’s, eis que adentram, às 01:15h de domingo, os quatro integrantes da maior banda de metal do Brasil. Se você é “viúva dos Cavalera”, pode parar de ler aqui. Se não for, continue... Aos 32 anos de idade, a banda tem identidade e maturidade próprias e uma base leal de fãs (incluo-me entre eles). Com um novo disco (“Machine Messiah”), a ser lançado em janeiro, a banda fecha sua turnê comemorativa de 30 anos. Assim, foram petardos clássicos tocados de forma magistral! Abrindo com “Troops Of Doom”, despejaram na sequência “Slave New World”, “Desperate Cry”, a nova “I Am The Enemy”, “The Vatican”, “Territory” (com uma interpretação demolidora de Eloy Casagrande – nada contra o Jean Dolabella mas, SIM!, o Sepultura tem baterista, de novo!!!), “Beneath The Remains”, “Arise”, “Refuse/Resist”, “Ratamahatta” e, para encerrar, “Roots Bloody Roots”. Então você poderia pensar assim “que puta show foi esse!”. Foi, mas... A banda estava pouco comunicativa com a plateia, intervalos muito longos se repetiam entre as músicas, com o Andreas virando-se de costas para o público (cansado demais até para vaiar uma pombagirice dessas!) em todos. Isso, a meu ver, serve só para irritar e distanciar os fãs, dando munição para o Max falar as groselhas que fala em toda entrevista... Pra quem tem tanta estrada, este comportamento foi IMPERDOÁVEL!!
Sepultura



HELL IN RIO, DIA 2 


Chegamos ao Terreirão às 13:45h, e nos deparamos com uma fila de... UM CABOCLO!!!! (se sábado tinha tido um público fraco, muito abaixo da expectativa, este domingo prometia ser um fiasco total). Os portões foram abertos às 14:30h! De novo a revista foi rigorosa e demorada... E vamos aos shows:


Público do HIH
Hatefulmurder: Formada no RJ em 2008, esta banda já passou por várias situações traumáticas, sendo a pior a morte de seu baixista e fundador por câncer em 2012. Depois, em 2015, perderam seu vocalista de longa data, que saiu às portas da gravação do novo álbum... Apesar disso, seguiram em frente, escalando a ruiva Angélica Burns para os vocais (completam o time Renan Campos (guitarra), Felipe Modesto (baixo) e Thomás Martin (bateria)). E que guturais ela dispara!!!! A banda aposta num brutal death metal que agrada em cheio os apreciadores do estilo (este escriba incluso), além dos óbvios atributos da bela cantora... Entraram no palco perto das 15h, fazendo um set curto, mas muito energético, agitado e nervoso, que satisfez bastante os poucos presentes.

Hatefulmurder
Eros: Formado em 1985, participaram da segunda onda do metal carioca, apresentando-se onde desse: Caverna, Circo Voador, Garage... Encerraram atividades em 1992 e resolveram retomar a carreira em 2013. Presentes no cast por ser a banda de um dos produtores do evento (o guitarrista e vocalista Themis Barros). Entraram no palco às 15:42h. Lamentavelmente, seu speed thrash soa muito datado, e é de se esperar e torcer que seu novo disco, que está sendo gravado, não aposte tanto nos velhos chavões do estilo...

Eros
John Wayne: O “Palhaço Assassino” John Wayne Gacy deve estar muito arrependido do que fez, lá pelas bandas das terras de Belzebu... Esta banda de SP, formada em 2011, o homenageia... Entraram no palco às 16:34h, apostando num hardcore com vocais berrados todo o tempo (que inapelavelmente acabam irritando...), aliado a uma muralha sonora confusa e muito misturada. Só para apreciadores die-hard, mesmo... De positivo, a interação do berralista Fabio Figueiredo, que desceu ao fosso e se pendurou na grade, bem ao meu lado, como prova a foto... Completam a banda Rogerio Torres (guitarra/voz), Junior Dias (guitarra), Denis Dallago (baixo/voz) e Edu Garcia (bateria).

John Wayne
Project 46: A proposta desta banda de SP, fundada em 2008 como Slipknot cover, passou a ser fazer um hardcore com fortes raízes fincadas no thrash. Entraram no palco às 17:36h, e de cara mostraram muita coesão e adequação ao estilo. Os vocais são berrados, mas o vocalista Caio MacBeserra não abusa, cantando até mesmo limpo por vezes, o que torna sua performance bem mais agradável. Aliado a ele, destaque para o duo de guitarras, com Vini Castellari e Jean Patton, e a cozinha de Baffo Neto (Baixo) e Henrique Pucci (Bateria). Bom e enérgico show, que levantou a galera, especialmente a mais thrash.

Project 46
Velhas Virgens: Às 18:35h chegou a vez dos ébrios mais sacanas do Brasil. Em meio à turnê “Garçons do Inferno” (supostamente a última), as Velhas Virgens adentram o palco dispostos a fazer o que sabem de melhor: rock básico, que fala de bebedeiras, porres, sacanagem e mulher. Receita de sucesso, testada e aprovada há 30 anos!!!! Desfilaram alguns de seus grandes hits, como “Siririca Baby”, “Uns Drinks”, “Madrugada e Meia”, “Beijos de Corpo”, “Tamo Indo pra Zona”, “Só Pra Te Comer”, “O Que É Que A Gente Quer (B.U.C.E.T.A.)”, fechando com seu hit máximo, “Abre Essas Pernas”. A banda, que se orgulha de ser a maior independente do Brasil, superou o óbvio deslocamento da proposta geral do festival e fez mais um brilhante show aqui no Rio, apresentando os fundadores Paulão Carvalho (vocais) e Alexandre Cavalo (guitarra), Tuca Paiva (baixo), Simon Brow (bateria), Felipe Cirilo (seu novo guitarrista, ainda um tanto tímido) e a irrequieta vocalista Juliana Kosso, num modelito periguete e fazendo coreografias de tirar o fôlego! TOMARA que não seja o fim das Velhas Virgens!!!

Velhas Virgens
Korzus: Com 33 anos de thrash nas costas, sem concessões a modinhas, eram 19:59h quando rolou a introdução e o baterista Rodrigo Oliveira subiu para seu kit. Prenúncio da insanidade!!! Na sequência, entraram os guitarristas Heros Trench e Antonio Araujo para, por fim, virem os GUERREIROS DO METAL Dick Siebert e Marcello Pompeu... Iniciaram com “Guilty Silence”, emendada com “Raise Your Soul”. E os petardos seguem: “Never Die”, “Bleeding Pride”, “What Are You Looking For”, “Discipline Of Hate”, “Vampiro”, “Truth”, “Correria”, “Guerreiros Do Metal” e fechando com “Legion”. Durante o show, Pompeu e Dick desceram ao fosso, interagindo insanamente com a galera da grade (eu, inclusive). Ao final, Antonio, Heros e Dick desceram e vieram conversar e tirar fotos com o pessoal do gargarejo. Muito respeito pelos camaradas que levantam a bandeira do thrash brasileiro mundo afora!

Korzus
Matanza: O countrycore de Jimmy London e companhia já é uma lenda dentro do cenário metal brasileiro! Eram 21:35h quando adentrou o quarteto, com “O Chamado Do Bar”, que abre suas apresentações, emendada com “Ressaca Sem Fim”. E vieram mais e mais porradarias, Jimmy sacaneando o “veinho” guitarrista Maurício Nogueira (esperava que o Donida tocasse também, mas não rolou...), o batera Jonas Cáffaro e o novato baixista Dony “Don” Escobar. É impossível não curtir um show deles, e o mosh-pit se abriu diversas vezes em rodas bastante intensas! O público interage com a banda de forma extrema, com direito a uma menina (ao lado da Claudia) que atirou (duas vezes) o sutiã na direção do palco, saltou a grade (única invasão de todo o festival), quase estourou o chifre na caixa de som, mostrou as peitchola pro Jimmy, foi expulsa, voltou, subiu nos ombros de um maluco e... Mostrou as peitchola de novo!!! A galera foi à loucura!!! Jimmy foi sacaneado pela plateia, revidou com bom humor, mas o show seguia quase sem tempo pra respirar, com “Clube Dos Canalhas”, “Pé Na Porta E Soco Na Cara”, “Eu Não Gosto De Ninguém”, até chegarmos ao final, com “Ela Roubou Meu Caminhão”, “Estamos Todos Bêbados” e “Interceptor V6”. Você sempre sabe o que receberá num show do Matanza!

Matanza
Angra: O último show da noite era aguardado com ansiedade. Agora que apenas Rafael Bittencourt resta da formação original, vamos conferir o que têm a dizer Felipe Andreolli (baixo de seis cordas), Bruno Valverde (bateria), Marcelo Barbosa (guitarra), Fabio Lione (vocais) e o percussionista Dedé Reis, que fez uma apresentação de capoeira durante o show!!! A entrada de Lione devolveu à banda a possibilidade de apresentar canções que Edu Falaschi não conseguia fazer com a correção e agudos necessários, como “Nothing To Say”, “Make Believe” e “Time”. Além destas, foram apresentadas músicas como “Rebirth” e “Nova Era” que, em tese, fecharia o show. Mas a plateia estava insana, urrando por “Carry On”. A banda já havia se retirado, mas ninguém arredava o pé! Eis que o apresentador Bruno Sutter volta ao palco, pergunta se “a galera quer mesmo aquela música” e completa dizendo que “ia ver o que conseguia fazer”... Felipe Andreolli aparece e diz que, “se ele quiser, VAI TER QUE CANTAR!!!”. Como ele já havia cantado no início do dia (“Holy Diver” e “Run To The Hills” no playback) mandou um “eu canto essa porra!”... Volta a banda e o que acontece é apoteótico!!! “Carry On” com vocais divididos entre Sutter (que canta MUITO BEM, para quem não souber) e Lione, e total êxtase da plateia!!! Suores heteros rolaram de meus olhos, porque essa é minha favorita do Angra!!! AGORA PODE ACABAR!!

Angra


SALDO FINAL DO FESTIVAL 



O medo que eu sentia sobre o festival era quanto à organização: a THC Produções é novata, mas já está anunciando Moonspell para o ano que vem. Lógico, veio logo à mente também aquele fiasco do Metal Open Air em São Luis/MA em 2012... Mas, nem pensar em problemas! A produção foi IMPECÁVEL! Cito como ponto negativo apenas a demora excessiva e inexplicável na abertura dos portões. 

(1) A escolha do Bruno “Detonator” Sutter como apresentador foi muito boa. Ele é divertido, interage bastante com o pessoal, cantou no domingo (mais playback) antes do Hatefulmurder e do Matanza e assistiu à maior parte do show do Angra (o “crush” dele, palavras próprias) no fosso, perto de onde eu estava, tirando fotos e zoando com o pessoal da grade). 

(2) O som esteve sempre com qualidade muito boa, instrumentos claros e vozes normalmente audíveis. Problemas existiram, mas pontuais. 

(3) O palco era simples, mas de bom tamanho, permitindo boas evoluções dos músicos. 

(4) Os banheiros deram conta do recado com tranquilidade. 

(5) Os bares tinham boas opções de comida (não provei nada) e cerveja Heineken sempre gelada a cinco lascas reais a lata (como optei por ficar na grade nos dois dias, bebi bem pouco). Garçons circulavam por toda a pista e fosso oferecendo o néctar! 

(6) Segurança eficiente e cortês, e socorristas sempre a postos para levar algum bebum para o posto médico (no sábado vi atrás de mim um caboclo sair carregado na maca). 

Mas então tudo foi assim tão bom? Não. O problema foi... O PÚBLICO!!! Minguado no sábado, mais presente no domingo, foi certamente o ponto negativo. Depois temos que ouvir o mimimimi de que “no Rio não tem show”... Quando tem um senhor festival como foi o Hell in Rio, num local central, cheio de condução para vir e voltar, com preço muito justo (R$ 120 + 2kg de alimento para os dois dias), com 17 shows de bandas medalhonas e iniciantes e produção de primeira, é fiasco... Assim fica difícil defender a “cena metal” desta Cidade. Mas esperemos que aconteçam outros festivais como esse. Há muita banda boa para se apresentar por aqui, ainda! 

É isso, então. Espero que tenham gostado! Fred Krill.


Nosso sorridente enVIADO especial ao lado de sua igualmente sorridente senhorita


Setlists:


domingo, 6 de novembro de 2016

Sabaton – The Last Tour + Armahda (30/10/2016 – Circo Voador – Rio de Janeiro/RJ)


E a Cobra Fumou!
Texto por Trevas. Foto do Armahda, em péssima qualidade, também.
Fotos detonantes do Sabaton por Daniel Croce (Notsolame Pictures) – Valeu, Croce!!!!


Dois anos depois da excelente primeira passagem dos suecos pelo Rio de Janeiro (ver resenha aqui), temos a oportunidade de perceber claramente o quanto a banda está crescendo de popularidade em todo o mundo: se em 2014 o show foi no bacana, mas acanhado, Teatro Rival, agora o Sabaton carrega um bom público ao Circo Voador, com direito a show de abertura.

Armahda

Muitas vezes ficamos com a nítida impressão de que a banda de abertura caiu de para quedas no evento, o que faz com que a receptividade por parte do público seja menos do que respeitosa. Esse não é o caso. Os paulistas da Armahda fazem um power metal com temática totalmente alinhada com a atração principal e seu bom show foi muito bem recebido pelo público, que gritou efusivamente o nome da banda ao final do mesmo.

Sorry, Armahda, vocês mereciam foto melhor...(foto por Trevas)
Trazendo uma sonoridade que lembra em muito os melhores momentos do Blind Guardian e entoando letras que fazem referência a momentos históricos do nosso país, a Armahda deixou o palco do circo com a sensação de ter angariado mais um punhado de fãs. Os músicos são muito bons e as músicas são daquelas que conquistam nossos ouvidos de imediato. O talentoso vocalista Maurício Guimarães talvez devesse se concentrar mais em tons mais baixos, pois é ali onde reside o real poderio de sua voz, e não nos agudos forçados, que graças a Odin já não se fazem tão obrigatórios assim no estilo. Enfim, um bom show de uma banda que necessita de mais quilometragem nos palcos para atingir por completo seu potencial. Mas que tem tudo para ser um dos grandes nomes de nossa cena. (NOTA:7,5)

Sabaton

Ghost Division, como de costume, inicia o repertório dos suecos, que tem como uma de suas principais características fazer um show fisicamente intenso. Então não deixa de ser curioso reparar que o Pit-Bicha do metal, Joakin Brodén trocou seu físico atlético por uma silhueta mais roliça, uma bobagem que cobrou um pouco o preço ao longo do show.

Brodén e sua nova aquisição, um avantajado pânceps
Logo após somos apresentados a dois sons do novo disco sem seguida, Sparta e Blood Of Bannockburn, deixando claro que: 1. Os sons ficam melhores sem a magra produção da bolachinha; 2. O público sabia cantar as duas perfeitamente. O novo guitarrista, Tommy Johansson, é apresentado e a apresentação segue com a matadora sequência de Swedish Pagans, Carolus Rex e 40:1.

O batalhão sueco em ação
Como na outra apresentação, a felicidade pela resposta calorosa do público está estampada nos rostos de todos da banda, em especial nos dos dois membros fundadores, Brodén e seu fiel escudeiro e baixista, Pär Sundström, que a todo momento se entreolham balançando negativamente a cabeça, como que não acreditando no que estão vendo e ouvindo.

Brodén inventando de bancar o Chimbinha
Mas o show teve também seus defeitos. O som, por exemplo, nunca chegou a estar perfeito, e Brodén também pareceu ter problemas para manter o fôlego em sua tradicional performance agitada, demonstrando evidente cansaço. O repertório também esteve enxuto demais, com a apresentação, de parcos 75 minutos, começando a parecer insuficiente conforme a discografia se estende. Mas qualquer defeito fica para trás quando a simbiose público/banda atinge o patamar visto na trinca apresentada no bis, com uma matadora Night Witches seguida pela apoteótica Smoking Snakes, suas partes em português cantadas a plenos pulmões por todos os presentes. E Primo Victoria, essa já nasceu pensando nos coros dos fãs. Fim de papo, resta o cansaço e simpatia por parte de uma banda feliz, absolutamente retribuídos por um público igualmente cansado e feliz. Outro grande show. Que venha o próximo. (NOTA:8,5

Batalha vencida, como sempre!
Croce, nosso fotógrafo espião, entregando o Set List!