Kvelertak - Nattesferd |
Kvelertak – Nattesferd (Cd-2016)
Mudando de Ares
Por Trevas
O novo disco dos noruegueses
veio coberto do sentimento de ruptura com os dois primeiros trabalhos, que
tornaram o Black’n’Roll da banda um
improvável Best Seller ao redor da Europa. Incubado desde sua concepção nos seios
de um selo que lhes deu todo o suporte, o mítico Roadrunner Records, em Nattesferd o
sexteto quebrou primeiramente a parceria com o ilustrador (e dono do Baroness) John Baizley e também
resolveu dispensar a produção e mixagem do companheiro Kurt Ballou, ambos
presentes nos dois discos anteriores.
O Hômi-Curuja brada: "Leve-me a seu líder!" |
E se em termos de ilustração a qualidade se manteve, havendo apenas a
nova estética no trabalho de capa proposto pelo ótimo Arik Roper (responsável
por capas que vão desde artistas mainstream como Black Crowes até mestres
do underground do naipe de Sleep, Sun O))) e Grand Magus), já na
produção a mudança não foi lá muito acertada não. Meio abafado e sem tanto
punch, o Kvelertak tentou apostar
suas fichas em carregar a mão no acento Retro-Rocker do vasto espectro de seu som. Não
que isso seja exatamente ruim, mas músicas como 1985 (ver vídeo) acabam soando meio tranquilas e previsíveis demais,
ainda que agradáveis.
E quem escutou os discos anteriores certamente vai estranhar a palavra “previsível”
sendo usada para o som dos caras. É que a produção de Nick Terry (Turbonegro) em conjunto com a banda, acabou
por amaciar e organizar o caos, causando um preocupante impacto inicial. Mas,
ei, não vá embora. Nattesferd, a
música (ver vídeo), mostra que o disco homônimo está longe de ser um fiasco. Facilmente
um dos sons do ano, ela vem para lembrar o motivo pelo qual o Kvelertak ter virado um queridinho da
imprensa especializada.
Daí para frente parece que a bolachinha resolve engrenar, ou ao menos
nossos ouvidos acabam por se acostumar à pegada mais carregada no Classic Rock
e menos caótica, como em Svartmesse (ver
vídeo) e Ondskapsen Galakse. Bronsegud traz um tiquinho de punk Rock à mistura, mas sem agredir
muito os ouvidos.
Berserkr finalmente joga
alguns Blast Beats nas nossas fuças, escapando por muito pouco de soar como novo
clássico dos caras. Heksebrann de
cara assusta por seu padrão algo Baroness/Mastodon, mas logo assume feições Kvelertakianas ao longo de seus 9
minutos de duração, se tornando o grande destaque do disco (junto à já elencada
faixa título), com seu refrão viciante embelezado por um sutil vocal feminino
(ver video).
Nekrodamus encerra de maneira
competente a bolachinha com um ar de Folk
Metal em suas guitarras, algo como
uma trilha sonora de um western empoeirado...só que rodado em Marte.
2016 - Mas cadê a Corujinha???? |
Saldo Final
Nattesferd é definitivamente um disco curioso: a
princípio um pouco decepcionante em razão da alta expectativa criada, acaba por
se tornar bastante bom com repetidas audições despojadas de comparação com o
passado. Ao que parece pelo direcionamento aqui encontrado, a tresloucada coruja
norueguesa vai tentar alçar vôos ainda maiores, rumo ao improvável estrelato
reservado ao igualmente idiossincrático Mastodon!
NOTA: 8,36
Pontos positivos: goste ou
não, soa diferente de qualquer coisa
Pontos negativos: produção
respeitosa demais com o lado Classic Rock
Para fãs de: Turbonegro, Baroness,
Mastodon, Kylesa
Classifique como: Black’n’Roll, Modern Metal, retro-Rock, Space-Metal, Punk'n'Roll...ah, caralho, sei lá!!!!!
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