Flyer do Show |
Doom The Night Away!!
Texto e fotos por Trevas
Um dos baluartes (e pioneiros) do
Doom Metal, o Candlemass é
daquelas bandas que amo e que já havia riscado da minha lista de show a
assistir. Imaginei que nunca os veria por aqui. Vejam só, depois da banda ter
anunciado o fim das atividades eis que não só sou surpreendido pela notícia de
uma turnê de retorno, mas também com o anúncio de que essa turnê passaria pelo
Brasil, com uma data no Teatro Odisseia.
Odisseia, te odeio!
Aviso ao incauto leitor, se quiser saber mais
sobre o show em si, pule esse parágrafo, um mero muro de lamentações em relação
ao local do show. Já falei trocentas vezes aqui e repetirei quantas vezes for:
como o Teatro Odisseia é ruim! Além da visibilidade precária para os gnomos
(meu caso), o som é bem ruim 789% das vezes. Mas além disso somos sempre
obrigados a conviver com a inexplicável fila na entrada mesmo quando a casa
está vazia, além dos preços medonhos das cervejas vendidas por lá. E os preços
dos ingressos não acompanham a falta de qualidade do local, vide o valor quase
equivalente para se assistir o Symphony X no Circo (com som e estrutura um
bilhão de vezes superiores). Até compreendo a falta de opções de casas de shows
desse porte, mas após ter assistido My
Dying Bride, Sabaton e Anneke no ótimo Teatro Rival (de
capacidade semelhante e bem próximo dali) fica difícil aceitar pagar caro no
Odisseia, sorry.
Backdrop digital projetado ao fundo do palco |
A Missa Negra
Bom, vamos ao que interessa: às 21:20 a marcha
fúnebre toma de assalto os combalidos ouvidos de um público majoritariamente de
meia idade. E dali para frente o que se viu foi uma missa negra onde cada
palavra e até mesmo guitarra emitidos pelos pastores sombrios eram fielmente
replicados pelos súditos. Um raro caso onde 100% da plateia conhecia o material
executado de cabo a rabo.
Candlemass e seus súditos |
Começar
a apresentação com a dobradinha Mirror
Mirror e Bewitched foi como
anotar um gol de bicicleta logo aos 5 minutos de jogo. O que viesse dali para
frente já deixaria todo mundo feliz. Mas felizes mesmo ficaram os suecos ao ver
a nova Prophecy ser cantada com
tanta avidez quanto os clássicos. O cinquentão Mats Leven (Malmsteen, At vance, Therion, Krux) pode não ser a escolha que eu faria para a banda, mas mantém
seu gogó afiadíssimo, executando à sua maneira algo estridente músicas de todas
as fases com resultados melhores do que Robert
Lowe conseguiu.
Mats Levén recuperando o fôlego com o gigante Lord K ao fundo |
Muitos
foram surpreendidos pela ausência do patrão Leif Edling no palco. Acometido
por enfermidade, Leif vem abdicando
dos palcos não só com o Candlemass
quanto com o Avatarium. Aqui no
Brasil o escolhido para representar Mr. Edling
foi o carismático grandalhão Lord K
(nome artístico do sueco Kentha Phillipson, multi-instrumentista do Project Hate). O resto da banda, os
comparsas de longa data Mats
"Mappe" Björkman (único original no palco) e Jahn Lindh demonstravam imensa felicidade de estar ali, ainda mais
após os problemas no show da Argentina, onde a apresentação foi interrompida
por quedas de luz e teve que ter seu som diminuído por solicitação da polícia
local. O canhoto Lars Johansson,
outro membro da formação clássica, debulhou sua guitarra com aquela sonoridade
típica dos grandes guitarristas dos primórdios do Heavy Metal.
Lars, ou como disse Mr. Croce, o canhotinha de ouro do Candlemass |
Sobre
o repertório, é bem complicado resumir 30 anos de uma banda de Doom Metal,
repleta de longas músicas, em cerca de uma hora e meia de apresentação.
Belezuras obrigatórias como A Sorcerer's
Pledge e At the Gallows End se
misturaram com algumas surpresas como Emperor
Of the Void (faixa de abertura do melhor disco da fase Lowe, mas curiosamente a de pior recepção) e A Cry From the Crypt (Cripta, alguém falou Cripta???). Claro que
cada um dos presentes tem suas preferidas e faria opção diferente, mas garanto
que se jugarmos o show pelo que foi tocado (e não pelo que não foi), colheremos
só sorrisos. Sorrisos esses que quase viraram choro compulsivo quando a banda
iniciou a estupenda Solitude. Nela fica
claro que Mats tem problemas nas
partes mais graves das músicas, mas ninguém deu a mínima, ele nem precisava se
esforçar, o público cantou a plenos pulmões cada sílaba. O fim da missa se
aproximava, e após aquela encenação básica, a banda finge estar atendendo
excepcionalmente a pedidos dos fãs (eles fizeram isso em todos os shows da
turnê, mas poxa como nos sentimos especiais, hehehe) e então executam Samarithan. E fez-se Doom, e cada um
dos presentes voltou para casa feliz com a aula sombria que presenciou. Um showzaço
(NOTA 9).
Class Dismissed!!! |
De vez que estou começando a conhecer o repertório da banda, achei o show muito fueda!
ResponderExcluirConcordo - em parte - com as críticas quanto ao Odisseia: a fila e os preços são ridiculamente péssimos!!! Quanto ao som, tenho que dizer que não vejo tantos problemas assim. UFO, Velhas Virgens, Nuclear Assault e Glenn Rugas estavam ótimos... O Candlemass achei meio embolado no início, mas depois consertou... E como não sou gnomo, vejo bem shows lá... Hehehehehe
Mas quanto ao show, em si, de novo achei fodástico!!! E CONSEGUIR A TATUAGEM DO LORD K, NA NÁDEGA DIREITA, foi a cereja do bolo!!! Hahahahahahaha
Doom that rock and roll, Trevolilson!!!
Jundas
Freddy K (quase Lord)...
Krillzudo
ExcluirO UFO realmente estava com som bom, mas a regra ali é 90% das vezes som embolado e vocal inaudível. E os preços dos shows ali são inaceitáveis a se considerar a estrutura.
E não, não é um lugar Gnomo-friendly!
Legal o Lord K ter assinado Leif na tua nádega, gwhahahahahahahaha
Vai buscar a discografia dos caras que vale muito à pena.
Abracetas
T