sábado, 23 de abril de 2016

Candlemass - 30 Years/Latin American Tour (20/04/16 - teatro Odisseia - Rio de Janeiro/RJ)

Flyer do Show
Doom The Night Away!!
Texto e fotos por Trevas

Um dos baluartes (e pioneiros) do Doom Metal, o Candlemass é daquelas bandas que amo e que já havia riscado da minha lista de show a assistir. Imaginei que nunca os veria por aqui. Vejam só, depois da banda ter anunciado o fim das atividades eis que não só sou surpreendido pela notícia de uma turnê de retorno, mas também com o anúncio de que essa turnê passaria pelo Brasil, com uma data no Teatro Odisseia.

Odisseia, te odeio!

Aviso ao incauto leitor, se quiser saber mais sobre o show em si, pule esse parágrafo, um mero muro de lamentações em relação ao local do show. Já falei trocentas vezes aqui e repetirei quantas vezes for: como o Teatro Odisseia é ruim! Além da visibilidade precária para os gnomos (meu caso), o som é bem ruim 789% das vezes. Mas além disso somos sempre obrigados a conviver com a inexplicável fila na entrada mesmo quando a casa está vazia, além dos preços medonhos das cervejas vendidas por lá. E os preços dos ingressos não acompanham a falta de qualidade do local, vide o valor quase equivalente para se assistir o Symphony X no Circo (com som e estrutura um bilhão de vezes superiores). Até compreendo a falta de opções de casas de shows desse porte, mas após ter assistido My Dying Bride, Sabaton e Anneke no ótimo Teatro Rival (de capacidade semelhante e bem próximo dali) fica difícil aceitar pagar caro no Odisseia, sorry.

Backdrop digital projetado ao fundo do palco
A Missa Negra

Bom, vamos ao que interessa: às 21:20 a marcha fúnebre toma de assalto os combalidos ouvidos de um público majoritariamente de meia idade. E dali para frente o que se viu foi uma missa negra onde cada palavra e até mesmo guitarra emitidos pelos pastores sombrios eram fielmente replicados pelos súditos. Um raro caso onde 100% da plateia conhecia o material executado de cabo a rabo.

Candlemass e seus súditos
Começar a apresentação com a dobradinha Mirror Mirror e Bewitched foi como anotar um gol de bicicleta logo aos 5 minutos de jogo. O que viesse dali para frente já deixaria todo mundo feliz. Mas felizes mesmo ficaram os suecos ao ver a nova Prophecy ser cantada com tanta avidez quanto os clássicos. O cinquentão Mats Leven (Malmsteen, At vance, Therion, Krux) pode não ser a escolha que eu faria para a banda, mas mantém seu gogó afiadíssimo, executando à sua maneira algo estridente músicas de todas as fases com resultados melhores do que Robert Lowe conseguiu. 

Mats Levén recuperando o fôlego com o gigante Lord K ao fundo 
Muitos foram surpreendidos pela ausência do patrão Leif Edling no palco. Acometido por enfermidade, Leif vem abdicando dos palcos não só com o Candlemass quanto com o Avatarium. Aqui no Brasil o escolhido para representar Mr. Edling foi o carismático grandalhão Lord K (nome artístico do sueco Kentha Phillipson, multi-instrumentista do Project Hate). O resto da banda, os comparsas de longa data Mats "Mappe" Björkman (único original no palco) e Jahn Lindh demonstravam imensa felicidade de estar ali, ainda mais após os problemas no show da Argentina, onde a apresentação foi interrompida por quedas de luz e teve que ter seu som diminuído por solicitação da polícia local. O canhoto Lars Johansson, outro membro da formação clássica, debulhou sua guitarra com aquela sonoridade típica dos grandes guitarristas dos primórdios do Heavy Metal.

Lars, ou como disse Mr. Croce, o canhotinha de ouro do Candlemass
Sobre o repertório, é bem complicado resumir 30 anos de uma banda de Doom Metal, repleta de longas músicas, em cerca de uma hora e meia de apresentação. Belezuras obrigatórias como A Sorcerer's Pledge e At the Gallows End se misturaram com algumas surpresas como Emperor Of the Void (faixa de abertura do melhor disco da fase Lowe, mas curiosamente a de pior recepção) e A Cry From the Crypt (Cripta, alguém falou Cripta???). Claro que cada um dos presentes tem suas preferidas e faria opção diferente, mas garanto que se jugarmos o show pelo que foi tocado (e não pelo que não foi), colheremos só sorrisos. Sorrisos esses que quase viraram choro compulsivo quando a banda iniciou a estupenda Solitude. Nela fica claro que Mats tem problemas nas partes mais graves das músicas, mas ninguém deu a mínima, ele nem precisava se esforçar, o público cantou a plenos pulmões cada sílaba. O fim da missa se aproximava, e após aquela encenação básica, a banda finge estar atendendo excepcionalmente a pedidos dos fãs (eles fizeram isso em todos os shows da turnê, mas poxa como nos sentimos especiais, hehehe) e então executam Samarithan. E fez-se Doom, e cada um dos presentes voltou para casa feliz com a aula sombria que presenciou. Um showzaço (NOTA 9).




Class Dismissed!!!

2 comentários:

  1. De vez que estou começando a conhecer o repertório da banda, achei o show muito fueda!

    Concordo - em parte - com as críticas quanto ao Odisseia: a fila e os preços são ridiculamente péssimos!!! Quanto ao som, tenho que dizer que não vejo tantos problemas assim. UFO, Velhas Virgens, Nuclear Assault e Glenn Rugas estavam ótimos... O Candlemass achei meio embolado no início, mas depois consertou... E como não sou gnomo, vejo bem shows lá... Hehehehehe

    Mas quanto ao show, em si, de novo achei fodástico!!! E CONSEGUIR A TATUAGEM DO LORD K, NA NÁDEGA DIREITA, foi a cereja do bolo!!! Hahahahahahaha

    Doom that rock and roll, Trevolilson!!!

    Jundas

    Freddy K (quase Lord)...

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    Respostas
    1. Krillzudo
      O UFO realmente estava com som bom, mas a regra ali é 90% das vezes som embolado e vocal inaudível. E os preços dos shows ali são inaceitáveis a se considerar a estrutura.
      E não, não é um lugar Gnomo-friendly!
      Legal o Lord K ter assinado Leif na tua nádega, gwhahahahahahahaha
      Vai buscar a discografia dos caras que vale muito à pena.
      Abracetas
      T

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