domingo, 14 de setembro de 2014

Curtas: California Breed – California Breed/ Gus G. – I Am The Fire





Curtas: California Breed – California Breed/ Gus G. – I Am The Fire



California Breed
California Breed – California Breed - Deluxe Edition (Cd+DVD – 2014)

Depois da triste lavagem de roupa suja via mídias digitais que marcou o fim do Black Country Communion (ver história aqui na Cripta), Glenn Hughes resolveu não perder tempo e começar um novo projeto. Com Jason Bonham a tiracolo, iniciou uma busca incessante por um guitarrista prodigioso que pudesse estar à altura do desafeto Joe Bonamassa. Boatos do recrutamento de figuras como Zakk Wylde e Richie Kotzen foram publicados aqui e acolá, mas o posto foi finalmente ocupado pelo americano Andrew Watt, apenas 23 anos, mas alma totalmente vintage. Apresentado a Glenn Hughes por ninguém menos que Julian Lennon, Watt conquistou a confiança do veterano de imediato, e o falastrão workaholic não tardou a alardear aos quatro ventos que lançaria seu melhor trabalho em todos os tempos. Coisa que Glenn faz toda semana, claro.

Bonham, Hughes e Watt, antes de lavar roupa suja
Com Dave Cobb na produção, o trio partiu rapidamente para o estúdio e gravou 13 canções (uma somente na edição deluxe) diretas e que reverenciam o retro-rock em voga atualmente (não por acaso, Cobb fora responsável pelo premiado Pressure And Time do Rival Sons). Elementos da carreira solo de Hughes, doses homeopáticas de Zeppelin, bons riffs, vocalizações inspiradas e uma bateria bem na cara fazem dessa estreia um disco agradável, mas que começa a perder sua força a partir de sua segunda metade.


Faixas como The Way, Sweet Tea, The Grey e Midnight Oil se destacam dentre as mais roqueiras, enquanto Chemical Rain reina solitária dentre as mais calmas. A edição deluxe traz ainda uma faixa bônus, Solo, bem interessante, além de um DVD contendo um making of correto e os clipes para The Way e Sweet Tea, nada que vá fazer muita falta.


Gostaria de poder dizer se tratar de uma estreia promissora de um grande projeto, mas pouco depois do lançamento da bolachinha, Jason brigou com Hughes, de maneira idêntica ao ocorrido no entrevero Hughes-Bonamassa, com Joey Castillo (ex-Queens Of The Stone Age) assumindo as baquetas. O futuro da banda atualmente está em cheque, mas mesmo que esse venha a ser o único rebento do California Breed, merece uma conferida.

NOTA: 7,5

I Am The Fire
Gus G. – I Am The Fire (Cd-2014)

Kostas Karamitroudis (aka Gus G) já havia brilhado junto aos headbangers mais fiéis com o Dream Evil e capitaneando o Firewind (ver história aqui na Cripta), mas foi só ao virar o mais novo escudeiro de Ozzy Osbourne que seu talento nas seis cordas foi finalmente reconhecido por um público mais amplo.

Gus G
Aproveitando os holofotes e as atividades de Ozzy junto ao Black Sabbath, Gus se uniu a alguns colegas e produziu seu primeiro trabalho solo. E quem esperava um Cd típico de guitarrista virtuose, cheio de temas instrumentais autoindulgentes, quebrou a cara: I Am The Fire é um disco calcado em sua maioria em canções Hard/Heavy, oitentista em intenção, apesar da ótima produção que dá um toque preciso de modernidade à obra.


Com bela arte de capa pelo brasileiro Gustavo Sazes, o disco traz solos e riffs inspiradíssimos do guitarrista grego, o que era de se esperar. Mas o destaque mesmo fica para os músicos convidados. Mats Levén (Therion, Candlemass, Malmsteen) comanda os vocais nas ótimas My Will Be Done e Blame It On Me dentre outras. O duo Devour the Day marca sua participação na faixa título, a mais moderna do pacote.


Billy Sheehan e David Ellefson fazem companhia a Gus nas duas faixas instrumentais do disco, e Jeff Scott Soto revive o Talisman em Summer Days.


Ainda nas participações especiais vocais, temos Jacob Bunton (Adler), Tom Englund (Evergrey) e Alexia Rodriguez (Eyes Set To Kill), além do gaiato Michael Starr (Steel Panther) se levando a sério em Redemption. I Am The Fire é um disco muito bom, muito bem produzido e bem mais variado e acessível que os trabalhos anteriores de Gus G. Uma bela estreia cujo sucesso (aliado à saída do vocalista Apollo) já põe em dúvida o futuro do Firewind.

NOTA:8



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