Curtas: California Breed – California Breed/ Gus G. – I Am The Fire
California Breed |
California
Breed – California Breed - Deluxe Edition (Cd+DVD – 2014)
Depois da triste
lavagem de roupa suja via mídias digitais que marcou o fim do Black Country Communion (ver história
aqui na Cripta), Glenn Hughes
resolveu não perder tempo e começar um novo projeto. Com Jason Bonham a tiracolo, iniciou uma busca incessante por um
guitarrista prodigioso que pudesse estar à altura do desafeto Joe Bonamassa. Boatos do recrutamento
de figuras como Zakk Wylde e Richie Kotzen foram publicados aqui e
acolá, mas o posto foi finalmente ocupado pelo americano Andrew Watt, apenas 23 anos, mas alma totalmente vintage.
Apresentado a Glenn Hughes por ninguém
menos que Julian Lennon, Watt conquistou a confiança do veterano
de imediato, e o falastrão workaholic não tardou a alardear aos quatro ventos
que lançaria seu melhor trabalho em todos os tempos. Coisa que Glenn faz toda semana, claro.
Bonham, Hughes e Watt, antes de lavar roupa suja |
Com Dave Cobb na produção, o
trio partiu rapidamente para o estúdio e gravou 13 canções (uma somente na
edição deluxe) diretas e que reverenciam o retro-rock em voga atualmente (não
por acaso, Cobb fora responsável pelo
premiado Pressure And Time do Rival Sons). Elementos da carreira solo
de Hughes, doses homeopáticas de Zeppelin, bons riffs, vocalizações
inspiradas e uma bateria bem na cara fazem dessa estreia um disco agradável,
mas que começa a perder sua força a partir de sua segunda metade.
Faixas como The Way, Sweet Tea, The Grey e Midnight Oil
se destacam dentre as mais roqueiras, enquanto Chemical Rain reina solitária dentre as mais calmas. A edição
deluxe traz ainda uma faixa bônus, Solo, bem interessante, além de um DVD contendo
um making of correto e os clipes para The Way e Sweet Tea, nada que vá fazer
muita falta.
Gostaria
de poder dizer se tratar de uma estreia promissora de um grande projeto, mas
pouco depois do lançamento da bolachinha, Jason
brigou com Hughes, de maneira
idêntica ao ocorrido no entrevero Hughes-Bonamassa,
com Joey Castillo (ex-Queens Of The Stone Age) assumindo as
baquetas. O futuro da banda atualmente está em cheque, mas mesmo que esse venha
a ser o único rebento do California
Breed, merece uma conferida.
NOTA: 7,5
I Am The Fire |
Gus
G. – I Am The Fire (Cd-2014)
Kostas Karamitroudis (aka Gus G) já havia brilhado junto aos headbangers
mais fiéis com o Dream Evil e
capitaneando o Firewind (ver história
aqui na Cripta), mas foi só ao virar o mais novo escudeiro de Ozzy Osbourne que seu talento nas seis
cordas foi finalmente reconhecido por um público mais amplo.
Gus G |
Aproveitando os holofotes e as atividades de Ozzy junto ao Black Sabbath,
Gus se uniu a alguns colegas e
produziu seu primeiro trabalho solo. E quem esperava um Cd típico de guitarrista
virtuose, cheio de temas instrumentais autoindulgentes, quebrou a cara: I Am The Fire é um disco calcado em sua
maioria em canções Hard/Heavy, oitentista em intenção, apesar da ótima produção
que dá um toque preciso de modernidade à obra.
Com bela arte de capa pelo brasileiro Gustavo Sazes, o disco traz solos e riffs inspiradíssimos do
guitarrista grego, o que era de se esperar. Mas o destaque mesmo fica para os músicos
convidados. Mats Levén (Therion, Candlemass, Malmsteen)
comanda os vocais nas ótimas My Will Be
Done e Blame It On Me dentre
outras. O duo Devour the Day marca
sua participação na faixa título, a mais moderna do pacote.
Billy Sheehan e David Ellefson fazem companhia a Gus nas duas faixas instrumentais do
disco, e Jeff Scott Soto revive o Talisman em Summer Days.
Ainda
nas participações especiais vocais, temos Jacob
Bunton (Adler), Tom Englund (Evergrey) e Alexia Rodriguez
(Eyes Set To Kill), além do gaiato Michael Starr (Steel Panther) se levando a sério em Redemption. I Am The Fire
é um disco muito bom, muito bem produzido e bem mais variado e acessível que os
trabalhos anteriores de Gus G. Uma
bela estreia cujo sucesso (aliado à saída do vocalista Apollo) já põe em dúvida o futuro do Firewind.
NOTA:8
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