domingo, 7 de abril de 2013

Sobre Painside, Lacuna Coil e Anneke Van Giersbergen


Prólogo: a Cripta Offline

Sim, quem passa os olhos frequentemente ou bissextamente por este Blog certamente reparou que nada é postado por essas bandas tem muito tempo. Não é por falta de ideias e/ou material a ser resenhado. Apenas estou sem computador e venho utilizando a internet com parcimônia, algo que deve mudar no próximo mês. No mais, nesse período de ausência, pude assistir três bandas em dois eventos que serão comentados a seguir.
Abraços
Trevas

LACUNA COIL + PAINSIDE – Circo Voador/RJ - 01.03.13


Sexta feira chuvosa na Lapa, longa fila, espera ainda mais longa. A qualidade de som e luzes nos espetáculos de pequeno/médio porte no Rio de Janeiro melhorou exponencialmente na última década, mas o mesmo infelizmente não pode ser dito em relação ao respeito com os horários. Mais de uma hora após o anunciado os portões finalmente são abertos. Hora de conferir a primeira atração da noite, a promissora Painside.

PAINSIDE: Um Acidente com Desfecho Épico

Poderia ser um problema a distância estilística entre o metal moderno, porém com raízes no power metal e metal tradicional praticado pela Painside em relação ao Pop Metal de raízes góticas da atração principal. Mas não o foi. Desde o início do set, a plateia que já se amontoava a frente do palco não só respeitou a banda, como prestou bastante atenção à mesma. Talvez fruto do ótimo trabalho de grandes músicos, fermentado por uma forte divulgação em redes sociais com uso de material visual que transpira profissionalismo e bom gosto.

Sevens, do Painside: uma prece ao Deus-Metal?
Boas músicas como Reject The Silence, Collapse The Lies e A Caustic Romance formaram um impressionante cartão de visitas para quem nunca havia escutado a Painside antes. Contando com uma cozinha bastante forte (cortesia de Eduardo Julião e Thiago D), grandes guitarristas (o sempre ótimo Leandro Carvalho fazendo par com Carlos Saione) e um vocalista com personalidade e muito carisma, na figura de Guilherme Sevens (cujo timbre me recorda uma versão moderna do subestimado Lizzy Borden), a banda vem trabalhando em novo material para seu segundo cd, e mostrou nesse show que não fica a dever em qualidade em relação ao novo material de estúdio que vem sendo apresentado em seus sites. 

Dois dos guerreiros do Painside

E a aceitação do público, correta e respeitosa, cresceu absurdamente diante de um fato que poderia ter acabado com o show. Já na reta final do set, Guilherme sai às pressas do palco, sob olhares incrédulos tanto do público quanto da banda. Pouco depois chega a notícia: a causa da retirada emergencial fora um ombro deslocado. O restante da banda segura a batuta com muita simpatia e simplesmente o mágico acontece: o público, mesmo após todo o atraso debaixo da chuva não só foi compreensivo como também ajudou a banda – com uma garra impressionante -  a se reerguer, fazendo do final desse curto show algo épico e único. Coisas dessas que só acontecem em um show de Heavy Metal. Quanto ao futuro do Painside, esse promete. Como diria o velho desenho animado: Stay Tuned!!!!

No Pain(side) no Gain! Sevens segura as pontas na raça!

LACUNA COIL: Profissionalismo e Simpatia

Com um primor de iluminação e som beirando a perfeição, os italianos do Lacuna Coil tomaram de assalto o Circo Voador, usando como armas uma tríade de músicas de seus últimos dois álbuns (na minha opinião, os dois melhores). Dark Adrenaline e Shallow Life, diga-se de passagem, foram os discos que dominaram o longo set dessa noite. 

Dupla Nada Sertaneja
O show do Lacuna Coil é um primor de profissionalismo, tudo é muito bem pensado, cada movimento no palco devidamente estudado. Christina Scabbia, sonho de consumo de 9 entre 10 moleques que se vestem de preto, tem uma voz pequena, mas bonita e cheia de personalidade. Andrea ferro, um dos caras mas feios do showbusiness, não é um dos vocalistas mais talentosos do mundo, mas tem muito carisma e canta com uma garra impressionante. O restante da banda, a saber, os guitarristas Marco Biazzi e Cristiano Migliori e o baterista substituto Ryan Folden (o titular, Cristiano Mozzati não pode participar dessa parte da turnê), assumem sem nenhuma vergonha seus papéis de meros coadjuvantes. A ausência do baixista Marco Zelati rendeu talvez a grande polêmica da noite. Em seu lugar a banda se utilizou de bases pré-gravadas de baixo. O fato do Lacuna Coil utilizar samplers contendo efeitos eletrônicos, linhas de baixo e até mesmo alguns backing vocals chegou a render algumas acusações veladas de que o show inteiro não passara de uma tétrica exibição de mero playback. Nem tanto amiguinhos, nem tanto.

Christina solta o gogó
Após 9 bem recebidas músicas a banda anuncia uma breve pausa e se retira do palco, que é modificado para receber um segundo set, dessa vez acústico. Uma boa ideia, o set acústico nos mostra a qualidade das canções dos italianos, valoriza a boa (ops) voz de Christina e coloca o simpático Andrea em uma enrascada, já que nesse set fica ainda mais clara a limitação técnica do vocalista. Shallow Life encerra o quarto número desse segundo set, e então a banda novamente se retira.

Pegue seu banquinho...acústico gótico?
O retorno ao formato plugado levantou o já cansado público e novamente fomos agraciados com os maiores sucessos da banda tocados com precisão cirúrgica. O grande final ficou por conta de uma emocionante My Spirit, anunciada como uma homenagem póstuma ao ídolo e amigo da banda, Peter Steele. A banda se despede com um misto de felicidade e cansaço estampados nos rostos. Fica a promessa de um retorno em breve, que tomando pela recepção do público, será um retorno muito aguardado.

Christina e Andrea, a linha de frente italiana

ANNEKE VAN GIERSBERGEN – RIO ROCK & BLUES 17.03.13


Chuva torrencial em uma noite de domingo na Lapa. Nova demonstração de desrespeito ao público carioca: os portões do simpático rio Rock & Blues, previstos para serem abertos às 18:30h, permanecem fechados até as 20:00h. A estreita calçada da Rua do Riachuelo somada à costumeira falta de educação dos motoristas cariocas foi suficiente para deixar o pacato público que esperava pacientemente do lado de fora da casa encharcado, a despeito do uso de guarda chuvas. Público que pagou caro para assistir ao show. Triste.


Desrespeito de lado, a pequena, bela e extremamente simpática Anneke sobe ao palco com sua banda armada de seu contagiante e onipresente sorriso e da bela I Feel Alive, de seu mais recente trabalho.


Sua imagem quase élfica, a belíssima voz e seu carisma arrebatador conquistaram o público de imediato e em um fato raro as músicas atuais da holandesa, de teor muito mais pop e alegre que o restante da carreira da cantora, foram tão bem recebidas quanto os clássicos do The Gathering, banda pela qual Anneke se tornou mundialmente conhecida.

Anneke: toda sorrisos
Muitos sorrisos, declarações de amor vindas do público, 17 músicas (delas 4 do The Gathering, um cover do Eurythmics e outro do Devin Townsend) e pouco mais de uma hora e quinze minutos depois, Anneke se despede, deixando todos com aquele sentimento de que poderiam assistir ao show por horas e horas à fio sem cansar.

Como de praxe, meia hora após sua saída do palco, Anneke recebeu a todos os que quiseram esperar para fotos, autógrafos e até mesmo para um bom papo. Tudo com uma simpatia pra lá de incomum, a felicidade daqueles que amam o que fazem e principalmente, que amam e respeitam aqueles possibilitam a ela viver o sonho: os fãs. Certamente todos os presentes aguardarão ansiosamente a oportunidade de retribuir o carinho mais uma vez.

Anneke feliz, fãs ainda mais felizes!


4 comentários:

  1. Muito bom os textos pequeno, a banda Painside de abertura do Show superaram minhas expectativas, o instrumental da banda é muito boa, sem falar do jogo de cintura do vocal! O cara apesar do acidente mandou super bem.

    Os Shows do lacuna Coil, da Anneke e da companhia da pessoa que amo absurdamente, não tenho palavras para traduzir de como foram momentos especiais pra mim!!!!

    Te amo!

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    1. Olá, pequena
      Poe apostar que cada showzinho ao teu lado também é um evento pra lá de especial para mim!
      bjos, te nhamo
      T

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  2. Respostas
    1. Porra, Leandro
      A banda é boa pacas, mesmo, então nada de agradecimentos, hehe
      abração
      T

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