MYLES, THE CONSPIRATORS AND..........slash.
Prólogo - na fila com os fãs do Justin Bieber
A fila é quilométrica em frente à
Fundição Progresso, todos amontoados debaixo de uma fina e insistente garoa e
as conversas ao meu redor são o mais distante de animadoras que eu conseguiria
imaginar:
Beócio
fêmea 01: “Não, Axl não tem filhos,
ele ainda não me conheceu”
Nota do Trevas:
Troque o nome Axl por Justin Bieber ou Luan Santana, pois é...mesmo cérebro ou falta de...
.....................
Beócio 02: “Pô, cara, esse mala
desse vocalista do Slash toca numa
banda aí, mas caguei, não curto esses rock (sic) mainstream”
Nota do
Trevas: Sim, claro, Guns é o cúmulo
do underground, só se ouvia essa josta em programas obscuros como Fantástico ou em rádios piratas como a Cidade e Jovem Pan. GNR é tão
obscuro que GG Allin fazia covers de
Patience...
.....................
.....................
Beócio fêmea 03: “Pô, Axl é tudo, eu vim nesse show só para
ver o Slash, porque não há como se
comparar a um show do Guns com Axl”
Beócio 04: “Pô, fantástico, o
cara é uma estrela do rock, ele nem está aí com horário de show, o Axl sobe no palco na hora que tem que
subir, quando dá inspiração, o cara é artista mesmo”
Beócio 05: “Cara, mas o Axl não canta mais nada tem muito
tempo, né?”
Beócio fêmea 03 (com sangue nos
olhos): “Não fala merda, o Axl não
precisa cantar nada, ele é o Axl!!!!!!”
Beócio 04
(com voz sábia e reconciliadora): “É, cara, você não pode falar mal dele, ele é
tipo um mito! Axl é tipo banda
clássica, sabe? Tipo Pearl Jam!!!”
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....................
Bom, nem preciso dizer que havia
mais sapiência e conhecimento rocker na fila do show do Linkin Park com seus trocentos adolescentes do que na fila do show
do Slash com um bando de trintões
com cérebro de minhoca...fãs do Guns
em geral (eu disse em geral, claro que não é 100%, só uns 99%) tem muito mais
em comum com fãs de qualquer outro fenômeno pop de butique do que com os fãs
tradicionais de rock. A impressão é que eles não se importariam se Axl ficasse rebolando no palco sozinho
com seu short de lycra ao som de playback, talvez aliás, acreditassem ser o
mais próximo do valhalla do rock que poderiam aspirar...vai entender...
Sorte que independente disso, o que nos esperava
lá dentro compensaria todo o esforço!
Entra
a Banda no Palco e...?
Não sei quanto aos ingressos
comprados nas bilheterias, mas meu ingresso, comprado em uma loja e impresso em
uma máquina semelhante aquelas de cartão de crédito, não trazia o horário de
início do show, somente o da abertura dos portões. E tenho certeza, também não
trazia nada sobre uma suposta banda de abertura. Acredito que boa parte do
público (que já quase lotava a Fundição) foi pega de surpresa com o quarteto
que adentrou o palco às 20:00 sob o som lascivo de gemidos femininos e que começou
a detonar um bom hard rock.
A Banda Porn Queen, de Luxemburgo em bom português |
E Rola a Pelota
Pessoas melhor informadas que
este escriba garantem que o show seria transmitido pelo Multishow e que o horário marcado para tal seria 21:30. Eis que,
com poucos minutos de atraso (se fosse um show do GNR, seriam poucas HORAS de atraso, não?), Slash e sua trupe invadem o palco, ao som da empolgante Halo, do novo disco.
Resenha para Apocaliptic Love, aqui na Cripta
Resenha para Apocaliptic Love, aqui na Cripta
Flyer do show |
As três faixas solo que seguiram,
já com o som devidamente corrigido, demonstraram que o público se estendia para
muito além dos amebas que idolatram a cueca com marca de pneu de bicicleta do Axl, pois muita gente recebeu essas
faixas tão bem quanto as do GNR. A ótima
Been There Lately, do fracassado Snakepit, também ganhou o público,
ainda que com menor intensidade.
Myles e Slash - Foto do Multishow |
O baixista maluquete Todd Kerns, outro a contar com
excelente presença de palco, assume o posto de Lemmy Kilmister na pérola Dr.
Alibi. Para surpresa de alguns, assume também os vocais em You’re Crazy, do GNR,
mostrando que imita Axilas Rosas
melhor do que o original consegue se imitar atualmente.
Seguem No More Heroes e a chatíssima quase sertaneja Starlight e então Slash
se mexe um pouco, vai até o centro do palco e começa uma Jam instrumental (com Myles assumindo uma das guitarras) para
demonstrar seus atributos guitarrísticos. Slash
está longe de ser um guitarrista impecável, engasga algumas notas e erra outras
tantas, mas tem personalidade em seu som e possui uma imagem quase hipnótica. Apesar
de sua performance quase displicente, que na maior parte do tempo lembra o Mick Mars, Keith Richards ou uma múmia (o que dá no mesmo), atrai os olhares e
simpatia de todos os presentes.
Anastasia, a melhor faixa de seu último disco, mostra mais um bom
solo do cabeludo, com ótimo desempenho de Myles.
You’re a Lie também detona. E ao
terminar essa última, Slash abre um sorriso
(não, ele não é de cera), faz mistério, anda até o meio do palco e inicia a
detestável Sweet Child O’Mine, para
delírio de quase toda a fundição e choro compulsivo de alguns. Não preciso nem
dizer que Myles Kennedy canta a
faixa em questão umas 789 vezes melhor que a original. O Velvet Revolver dá as caras na efusivamente bem recebida Slither e termina então a primeira
parte do show.
A banda retorna ao palco, Slash, agora saltitante, cochicha ao
ouvido de Myles, que dá de ombros e
se retira. O cabra da cartola avisa ao público que estava impressionado com a
receptividade (o público estava realmente insano) e que por isso fariam algo um
pouco diferente: Todd Kerns então
assume as vozes de novo e a banda detona Welcome
To The Jungle, o que me deixou com a pulga atrás da orelha: por que diabos
alguém gastaria um centavo para ver aquela vergonha alheia que atende pelo nome
de GNR depois de assistir a esse
show? Ao invés daquele cabide de empregos que mais se assemelha a uma banda de
apoio de Lady Gaga que Axl montou, os Conspirators (a saber, além dos já citados: Brent Fitz na bateria e Frank
Sidoris na guitarra base) do Slash
detonam, e muito!
Saldo Final
kkkkkkkkkkkkkkk clap clap
ResponderExcluirOs beócios foram os melhores mesmo, aliás haviam vários beócios como vc citou hilários, não entendem nada nem dos p´róprios vulgos ídolos rsrrs
A banda que compõem o Slash realmente mata a pau, Só achei que faltou mais empolgação do próprio Slash no palco, parecia q ele estava contando as horas pra terminar, só se empolgou nas músicas finais... Mas o resto da banda, na minha opinião foi um baita show!
É Pequena
ExcluirTambém achei um baita show e tinha cada figura naquela fila que pelo amor de Deus...
Mas o Slash ao que parece tem essa pose de "Não estou nem aí" como uma de suas marcas, mesmo...
bjos
T
Foi fodão o show mesmo. Valeu muito a pena ter mudado de ideia e ir. Até tentei te procurar lá na entrada, mas já que vc falou da banda de abertura (que eu não vi) tu já devia estar lá dentro quando eu cheguei.
ResponderExcluirAcho que rolou um pouco de GNR demais pro meu gosto (achei My Michelle e You're Crazy dispensáveis) mas o foco no ultimo disco garantiu a noite, apesar do meu melhor momento pra mim ter sido a dobradinha Back from Cali/Been There Lately.
O engraçado é que mesmo não sendo fã de GNR, nessas horas vc ve como ainda assim eles fizeram parte de alguma coisa na sua história musical. Acho Sweet Child O'Mine e Welcome to the Jungle insurpotáveis, mas cantei elas do início ao fim no show hehe
Abs
Fala, Brunão
ExcluirUma pena não termos nos encontrado por lá, mas entrei cedo mesmo.
Concordo com "GNR demais pro meu gosto" e concordo com o legado da banda, embora concorde ainda mais com a insuportabilidade de Welcome To The Jungle e Sweet Child O'Mine, hehehehe
Abração
T