terça-feira, 23 de outubro de 2012

Os Bastardos da Besta: Primal Rock Rebellion - Awoken Broken x Steve Harris - British Lion (CD - 2012)




Os Bastardos da Besta

A Donzela e Eu

Pouco mais de 20 anos se passaram desde que adquiri meu primeiro LP de Heavy Metal (some mais uns 5 anos se falarmos de rock em geral). Nesse espaço de tempo tive várias bandas favoritas – Black Sabbath, Deep Purple, Rainbow, Thin Lizzy, UFO, Judas Priest, Savatage, Testament, Nevermore...a lista é extensa, pois passado um período xiita, sempre procurei conhecer mais e mais bandas...

Mas nenhuma banda ocupou por mais tempo ou com igual intensidade meu carcomido cérebro com suas músicas do que o Iron Maiden. Sim, clichê dos clichês, eu sei. Geralmente se não é a Donzela é o Metallica (de quem nunca fui grande fã) quem causa esse tipo de efeito em novos Headbangers.


Eu ainda escutava Plunct Plact Zum, mas já era vidrado nessa capa!


No auge de meu fanatismo fui incapaz de aceitar que a Donzela pudesse produzir uma música ruim (talvez meus ouvidos ainda em desenvolvimento não captassem as ondas de Quest For Fire, Gangland, Mother Russia, The Assassin ou porcarias afins...). Ai de quem tentasse discutir isso comigo, de Beatles a Jota Cristo, ninguém podia com Eddie e seus pupilos...ao menos para mim.

Cheguei ao ponto de sair às ruas debaixo de uma chuva torrencial e com febre de 39 graus para outro bairro, de busum, só para comprar minha cópia do X Factor no dia em que chegou às lojas...só fui lembrar da febre depois de rodar a bolachinha umas 3 vezes seguidas, já em casa...


O tempo passou, conheci outras centenas de bandas e milhares de discos e obviamente minha visão sobre a banda mudou bastante. Mas ainda assim, embora já não escute mais os discos da besta com freqüência (afinal, as “partituras-letras-capas-e-coisas-escondidas-nas-capas- agradecimentos-dos-encartes” estão gravadas nos meus 2 neurônios catalépticos, obstruindo algum conhecimento mais importante, provavelmente) ainda tenho pelo Iron um certo carinho.



A Donzela Enferrujada

Mas o tempo foi cruel para a banda...Após um período conturbado sob a batuta de Blaze Bayley (acho o X factor muito bom, mas Virtual XI é um lixo comparável ao St Anger), o mundo metálico recebeu com inominável alegria o retorno de Bruce Dickinson e Adrian Smith à banda.


Veio o bom Brave New World (com alguns clássicos disputando espaço com encheção de lingüiça de terceira), mas daí para frente foi uma decepção atrás da outra, culminando com o fraquíssimo The Final Frontier...


The Final Frontier - Acredite, a capa é melhor que o conteúdo...


A empolgação (ou falta de) da banda no palco (ambiente onde outrora fora imbatível) mostrava claramente que alguma mudança precisava vir.

Só não fazia idéia que essa mudança de ares viria sobre a forma de projetos solo de dois membros da banda, produzidos sem muito alarde até a data de lançamento. E na verdade o mais surpreendente é que não se trata de mais um lançamento do workaholic Dickinson e sim de Adrian Smith (que não trabalhava solo desde o fracasso do Psycho Motel) e de, pasmem, Steve Harris, que nunca havia sequer citado essa possibilidade em nenhum ponto de sua carreira.


Aqui então irei tentar dissecar os dois lançamentos, ponto a ponto:



Nomes e Arte Gráfica


Vá lá, Adrian Smith se escondeu atrás de um nome interessante - Primal Rock Rebellion, provavelmente para não dar muita esperança ao típico fã xiita da donzela de que se trata de algo parecido com o som do Iron.


Primal Rock Rebellion - Awoken Broken

Steve Harris colocou seu nomão à tapa, ainda que em termos de composição seu projeto funcione como uma banda, nada da suposta tirania de Harris aqui...

Steve Harris - British Lion
Bom, sou do tempo em que ainda se dava valor à arte de capa de um LP/CD, mas talvez isso soe datado atualmente. As capas são interessantes, cada qual a seu estilo, seja o dark caótico de Primal Rock Rebellion, seja o Leão classudo de Steve Harris. Os encartes também são bacanas, mas o conceito gráfico de PRR é mais criativo.

Origens e Membros


Projetos com Adrian Smith não são uma novidade. O guitarrista já havia tentado a sorte com o natimorto ASAP (Adrian Smith And Project – ver foto) e com o Psycho Motel (com dois discos). Ambos um tremendo fracasso comercial e razoável sucesso de crítica. O Psycho Motel (ver vídeo) até contava com um bom apoio da Castle, mas a gravadora entrou em colapso logo após o segundo disco dos caras e com ela se foi a banda.


ASAP - Ataque dos Mullets Assassinos



A nova empreita de Mr. Smith surgiu de um encontro casual do guitarrista com o vocalista Mikee Goodman, após Adrian ter assistido um show de sua banda, o SikTh. Impressionado com a sonoridade pesada e experimental da banda, e mais ainda com a performance que beirava a esquizofrenia de Mikee, Adrian começou uma troca de idéias musicais que amadureceu durante dois anos até tomar a forma de um EP de quatro faixas. A receptividade do material por parte da gravadora foi surpreendente e logo a dupla foi intimada a compor mais material, para lançamento de um álbum completo. Além de Mikee e Adrian (que gravou guitarras, baixo e backing vocals) o PRR traz o ex-SikTh Dan Foord na bateria. Cabe ressaltar que afora duas músicas que já foram entregues a Mikee prontas (Savage World e Search For Bliss), o restante foi composto em conjunto pela dupla. A bolachinha Awoken Broken também contou com a dupla na produção.

Reunião do AA? Primal Rock Rebellion
Steve Harris jamais havia posto algo que não levasse a chancela do Maiden na rua. Seu projeto nasceu quando ele resolveu adotar uma banda, o British Lion, emprestando seus conhecimentos no ramo para auxiliar o gerenciamento da carreira dos caras. A banda acabou se dissolvendo, mas a amizade tornou-se forte e Steve achou então que era chegada a hora de tentar algo fora do seu porto seguro, convocando seus agora amigos e se aventurando a compor no estilo do British lion, um hard rock moderno e melodioso. Os companheiros de banda são Richard Taylor (voz), David Hawkins (guitarras e teclados), Grahame Leslie (guitarras) e Simon Dawson (bateria). As composições trazem parcerias do veterano com todos da banda, segundo Mr. Harris, apesar de sua fama de tirano ele só sé sente confortável compondo como um grupo coeso. Em homenagem à finada banda que deu origem a empreitada, o disco foi batizado British Lion. A produção de British Lion ficou sob a batuta de Steve Harris, com mixagem ao encargo do arroz de festa Sul Africano Kevin Shirley.

Steve e seus pupilos

Músicas

Se existem coincidências na forma casual como os dois projetos tomaram forma, o mesmo não pode ser dito sobre a sonoridade encontradas aqui. Enquanto o PRR destila uma pancada atrás da outra de um metal moderno e algo experimental, ainda que grudento de uma maneira estranha, o BL simplesmente afunda num hard moderno melecoso e absolutamente genérico.


Basta escutar a ferocidade da dupla de abertura do PRR, as estranhas e ótimas No Friendly Neighbour e No Place Like Home (ver vídeos), com vocais esquizofrênicos e poderosos de Mikee (que pela primeira vez cantou linhas não extremas) e comparar com a falta de potássio da faixa de abertura de BL, o single This Is My God, com o vocal choroso e sem potássio de Richard Taylor para sabermos quem leva a melhor de cara.






Obviamente não se trata de competição e minha torcida foi que os dois trabalhos fossem merecedores da expectativa que criaram. Mas se o nível de PRR raramente cai, com músicas que exalam criatividade, seja nas porradas Savage World, Search For Bliss e White Sheet Robes, seja nas mais calmas Tortured Tone (ver vídeo) e Mirror And The Moon (com traços de Led Zeppelin e The Cult), o mesmo não pode ser dito de BL.


As chorosas A World Without Heaven e Lost Worlds  tentam ser grudentas mas não emplacam, a tão propalada influência de UFO e Thin Lizzy dá as caras de longe (beeeem de longe) em The Chosen Ones e na alegrinha These Are The Hands, sem que nenhuma delas chame muito a atenção. E até as músicas mais promissoras e pesadas, Karma Killer e Judas se perdem nos vocais absolutamente corretinhos demais e sem pegada de Mr. Taylor. Além dessas duas últimas, destacaria também Us Against The World, ainda que sem muita convicção.




E a sova aqui pode ser estendida ao ramo da produção: enquanto Awoken Broken estoura os alto falantes com uma sonoridade pesada e moderna, sem que a porradaria se confunda com cacofonia, o British Lion soa polido demais e sem peso. Nenhuma novidade, tendo em vista que Steve Harris nunca havia acertado a mão como produtor antes, mas creio que essa falta de punch, somada ao estilo do vocalista (que não se encaixa muito na proposta da banda) tenha acabado com as chances de uma boa estréia por parte do veterano baixista.
Para não dizer que tudo são flores no front PRR, os vocais de Mikee Goodman são estranhos e podem não cair bem de primeira em ouvidos mais tradicionais. E por vezes a esquizofrenia de Awoken Broken (vide a faixa título e a intro As Tears Come Falling From The Sky) pode cansar.

Em relação aos traços Maidenianos, estes são muito melhor notados em British Lion, ainda que de forma homeopática (mais forte em Us Against The World) e mais relacionados a algumas linhas de baixo típicas de Mr. Harris. Já em Awoken Broken, raros são os momentos que podem ser relacionados a qualquer coisa em que Adrian Smith tenha colocado suas guitarras a serviço antes.

Sobre o futuro, Adrian Smith diz que trabalharia em outro projeto com Mikee, que além de ser seu amigo, mora próximo ao guitarrista, se a oportunidade e tempo permitirem. Entretanto, seus planos solo futuros estariam mais ligados ao lançamento de um disco instrumental (voltado ao metal) e outro a ser composto para outro vocalista com estilo diferente. Não há possibilidade de vermos o PRR ao vivo, ou ao menos não há planos para tal.


Steve Harris mostrou-se feliz com o resultado de BL, embora também esteja bastante reticente à idéia de colocar a banda na estrada. Sobre novos lançamentos solo, aparentemente haverá mais algum, mas somente após o futuro lançamento do Iron e sua turnê, ou seja, nada antes de 2015.




Receptividade

A Metal Hammer UK saudou Awoken Broken como um disco daqueles que você tem que escutar em 2012. As boas resenhas se estenderam à Classic Rock, Kerrang, Metal Hammer GR e Rolling Stone. Todos citam a modernidade e versatilidade do trabalho e alguns encontraram referências ao Tool e às maluquices do Devin Townsend.


Já o British Lion teve uma recepção menos calorosa. Curiosamente foi a imprensa inglesa, cuja animosidade com Harris já fez com que o mesmo compusesse Virus em “homenagem”, foi a mais complacente. A Classic Rock tascou um honroso 7 para a bolacha, e a Kerrang e a Metal Hammer Uk foram ainda mais longe, dando a mesma nota que deram ao PRR. Já fora do país, o disco se não foi linchado, chegou perto disso. A All Music chamou as músicas de esquecíveis e clichê, o Drowned In Sound execrou o vocalista, a Record Collector também achou o disco longe de ser memorável (embora também longe de ser um lixo) e a About.com criticou a quantidade de encheção de lingüiça na bolacha.
Em termos de vendagem, aparentemente nenhum dos dois mereceu grande atenção, com vantagem para o British Lion, até por trazer explicitamente a chancela de Steve Harris na capa.


Saldo Final

Temos em mãos dois discos tão diversos entre si quanto o são do Iron Maiden. E acredito que isso seja um ponto para lá de positivo.

Mas enquanto o Primal Rock Rebellion prima por algo novo e talvez mais difícil a um primeiro contato, mas com muito peso, o British Lion pisa em terreno bastante mais manjado, apostando com tudo no tino comercial de suas composições, mas sem nunca acertar ao alvo.

No final das contas o PRR com seu Awoken Broken se mostrou uma tremenda surpresa, um disco que cresce a cada audição. Já o primeiro tento de Steve Harris, esse não chega a ser um desastre, é bem feitinho e correto, mas escutá-lo de ponta a ponta sem se distrair com qualquer outra coisa não é uma tarefa das mais fáceis. Em suma, um forte candidato a catador de poeira (ou a arquivo a ser apagado do HD para ganhar espaço) em sua coleção.


NOTAS:

Primal Rock Rebellion – Awoken Broken – 8


Steve Harris – British Lion – 6


Ficha Técnica

Banda (Nacionalidade): Primal Rock Rebellion (ING)

Título (ano de lançamento): Awoken Broken (2012)

Mídia: CD (CD)

Gravadora: Hellion Records (Nacional)
Faixas: 12
Duração: CD – 53’

Rotule como: Heavy Metal, Metal Alternativo, Metal de Vanguarda, Prog Metal

Indicado para: Fãs de Metal Moderno com muita mistura de subestilos

Passe longe se: Modernidade não for o seu forte


Banda (Nacionalidade): Steve Harris (ING)

Título (ano de lançamento): British Lion (2012)

Mídia: CD (CD)
Gravadora: EMI (Nacional)
Faixas: 10
Duração: CD – 52’

Rotule como: Hard Rock Moderno, Melodic Hard Rock, Rock Alternativo Atual

Indicado para: Apenas para colecionadores completistas e curiosos

Passe longe se: Preferir um pouco de potássio no seu rock

7 comentários:

  1. Bom, parafraseando o imortal Jack, vamos por partes:

    1) Final Frontier é "bom" (de boca murcha); AMOLAD é estranho; Dance of Death tem bons momentos; Brave New World é MUITO BOM (de boca cheia). Todos eles perdem de qualquer Maiden pré Seventh Son e esmerilham o "troféu vergonha alheia" Virtual XI. É minha opinião xiita, sou Maidenmaníaco, com 9 shows na cacunda e não será um verme rastejante como o senhor que mudará minha opinião, nem JC (hehehehe). Up the Irons! O que creio é que, como citado no texto, eles já estão há muito tempo na "zona de conforto" = milionários, com uma legião de fãs muito bem estabelecida, shows que vendem mais que banana na feira e DVD's super caprichados. Assim, "vamos compor qualquer merda que os manés compram!" E COMPRO MESMO!!! Hahahahaha...

    2) Não ouvi o PRR. Contudo, acho o Psycho Motel lastimável e o ASaP passável ("Silver & Gold" & "Blood Brothers" são canções bem bacanas, que rolavam direto no finado "Guitarras" da finada Fluminense FM (com um nome tchola desses tinha mesmo que ir pro saco...). Refrões tão grudentos, que estão aderidos até hoje aos meus 37 neurônios.

    3) Escutei o British Lion sem expectativas, talvez já sabendo que não seria Maiden. Afinal, pra que lançar um solo se vai ser "mais do mesmo"? (Hummm... Acho que ouvi o Ross the Boss gritando...). Mas dizia. O CD em si não é ruim. Ruim é o "vocalista". Nem eu consigo ser tão dispensável quanto ele (e olha que me esforço pra cantar mal. Mentira. É inerente...). As músicas realmente não emplacam, na maioria. Mas, TALVEZ, a diferença esteja no fato de que o Adrian compôs músicas NOVAS, usando um vocalista aparentemente insano, claramente egresso do NarAnon (pela cara...), enquanto Mr. Harris gravou um catadão de músicas que já possuíam até 10 anos de vida. E em 10 anos o mundo girou algumas vezes. Talvez tenham faltado: (a) sensibilidade para perceber que algumas faixas eram ótimas pra dar de presente pro Latino; (b) uma produção mais cascuda; (c) um vocalista...

    4) Não sei em qual MUNOD você vive. Mas no meu MUNDO, WORLD não é WOLRD... Hahahaha...

    Jundas!

    ResponderExcluir
  2. Estava esperando vc descer a lenha, Krill, hehehe
    Vamos lá:
    1) Você é o único fã antigo do Iron que gostou do Final Frontier que conheço. Ah, e obrigado pelo verme, fiquei lisonjeado, hehe. Também compro quase tudo o que eles lançam, só os ao vivo não dá mais de maneira nenhuma, já tenho 789 zilhões de versões de The Number Of The Beast, Iron Maiden e Hallowed Be Thy Name, grato.

    2) Você tem o ASAP??? Nunca encontrei para vender...o Psycho Motel já tive um dos dois discos e era muito ruim, o Pablo (bêbado) tem esse cd até hj, acho.

    3)Concordo em gênero número e grau com vossa observação. Mas acho que só dei nota 6 porque gosto do tio Harris...

    4)EU VIOV NMU MUNOD OEND SE DIGIAT MUTIO MAL!
    ABRAÇO
    T

    ResponderExcluir
  3. Grande Renato Treveta! Por favor me permita dizer algo, ressalto que eu não quero iniciar um debate, mas eu preciso dizer isso para alguém e esse me parece um ótimo momento: Final Frontier é pior que o Virtual XI. Fernando Motta

    ResponderExcluir
  4. MOTHRA!!!
    Sem essa de debate e o escambau, desde que a mãe de ninguém esteja envolvida no post, tudo bem... hehe
    Acho o Virtual XI o pior disco da Donzela, mas o Final Frontier realmente não fica muito a dever em ruindade não. Estaria fácil no top 3 invertido, hehe
    abracetas e fica com o dedo
    T

    ResponderExcluir
  5. Krill, MSc. e Mothra,
    Só para tocar fogo nesse papo, lá vai minha lista de preferência em relação aos discos do Iron Maiden (levando em consideração apenas os lançamentos de estúdio):
    1. Powerslave:
    2. Iron Maiden;
    3. Piece Of Mind;
    4. Somewhere In Time;
    5. The Number Of The Beast;
    6. The X Factor
    7. Fear Of The Dark;
    8. Killers;
    9. Seventh Son Of A Seventh Son;
    10. Brave New Wolrd;
    11. No Prayer For The Dying;
    12. A Matter Of Life And Death:
    13. Dance Of Death
    14. The Final Frontier;
    15. Virtual XI.

    E a de vcs?
    Abracetas
    T

    ResponderExcluir
  6. 1. Powerslave.
    2. Iron Maiden.
    3. The Number Of The Beast.
    4. Killers.
    5. Piece Of Mind.
    6. Seventh Son Of A Seventh Son.
    7. Fear Of The Dark.
    8. The X-Factor.
    9. Somewhere In Time.
    10. Brave New World.
    11. Dance Of death.
    12. A Matter Of Life And Death.
    13. The Final Frontier.
    14. No Prayer For The Dying.
    15. Virtual XI.

    Middle fingers UP!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Até que não foi TÃO diferente, concordamos em 6 posições...
      abracetas
      T

      Excluir