DEFINITIVAMENTE FINCANDO AS
GARRAS NO METAL TRADICIONAL
Prólogo – mudanças no front
sueco
O ano de 2011 trouxe um bocado de
mudanças para os suecos do Grand Magus.
Mas a saída do baterista Sebastian
Sippola e a assinatura de um contrato com a maior gravadora especializada
em Heavy Metal do mundo (Nuclear Blast) haveriam de ser apenas dois marcos de
uma mudança ainda mais ampla.
A banda Grand Magus surgiu no final da década de 1990, trazendo uma
sonoridade bastante voltada para o Doom Metal, na veia de um dos baluartes do
gênero, o conterrâneo Candlemass. Mas
se o primeiro lançamento chamara a atenção apenas dos mais aficionados pelo
gênero, o segundo álbum, Monument (2003),
já mostrava ao mundo uma banda com potencial de galgar muitos e muitos degraus
de popularidade na comunidade metálica. Curiosamente, a banda só começou a ganhar
terreno com os inspirados Iron Will (2008)
e Hammer of The North (2010), que gradativamente
começaram a mudar a sonoridade da banda de um Doom algo melancólico para algo
mais voltado para o metal tradicional, com temáticas inclusive beirando o true
metal.
Tais mudanças na sonoridade trouxeram
um inesperado boom de popularidade para a banda. Mas também deixaram alguns fãs
mais antigos com a pulga atrás da orelha: será que a banda iria abrandar ainda
mais sua sonoridade?
Creio que os primeiros minutos de
The Hunt respondem em cheio a essa
pergunta. E a resposta é SIM.
Fox, JB e Ludwig em um momento bem "Vergonha alheia" |
The Hunt – uma caçada ao metal
tradicional
Mas seria um exagero dizer que
tal mudança de sonoridade é perniciosa para o grupo.
A faixa de abertura, Starlight Slaughter, já deixa bem evidente
o caminho seguido pela banda - um heavy metal tradicional mid tempo, com letra
para lá de clichê (nesse caso, sobre lobisomens), vocais corretos, bateria reta,
solo bacana e eficaz. Tudo embalado por uma produção bastante competente, com
som cristalino e límpido. A segundona, Sword of The Ocean é igualmente
interessante, seguindo a mesma fórmula, um tipo de metal com raízes fortemente
fincadas nos anos 1980.
Após duas boas faixas e uma
brevíssima introdução de teclado, surge o destaque absoluto do disco, Valhalla Rising, épica como o nome
sugere e possuindo um riff bastante interessante e pesado, além de boa
interpretação por parte do vocalista e guitarrista JB.
Aliás, JB representa bastante bem o que é o Grand Magus. O líder da banda é um vocalista correto, conhecedor de
suas limitações (que não são poucas), mas que possui um bom timbre e aproveita
bastante bem seu vibrato (bastante similar ao de seu ídolo Messiah Marcolin, o monge insano e balofo da melhor fase do Candlemass) para criar uma identidade
própria, prontamente reconhecível, o que talvez seja a maior conquista para um
vocalista. Assim o é a música do Grand
Magus, talvez algo datada e tecnicamente tacanha, mas divertida e com bastante
identidade.
O ataque metálico continua com um
pouco mais de velocidade com Storm King,
mas não espere nenhum speed metal. A bateria do novato Ludwig aparece na mixagem com um bocado de destaque e tem seus
momentos nessa faixa e na seguinte, Silver
Moon, sempre emulando um estilo bem old school, me lembrando em algo o
braço de marreta Vinny Appice. Baixista
e co-fundador da banda, Fox aparece
com um mínimo de destaque na introdução da faixa título, a segunda melhor do
disco, e possuidora de um riff e refrão matadores.
Dividida no encarte do cd em duas
partes, a faixa Son of the Last Breath,
com seus quase sete minutos de duração, foi obviamente forjada para ser o épico
do disco. Começando com uma introdução contando com violão e cordas (essas,
tocadas pelo baixista Fox) e um
registro mais grave da voz de JB em sua suposta primeira parte, a faixa logo
descamba para o mesmo padrão de todas as outras – um metalzão mid tempo que faria
qualquer fã de Accept e Manowar feliz, mas dessa vez contando
com a ajuda dos vocais de Johnny Hedlund
(da banda sueca de death metal Unleashed).
Mas se Son of The Last Breath falha
em ser o épico prometido, os seus últimos dedilhados praticamente emendam com Iron Hand, a faixa mais acelerada da
bolachinha e facilmente um de seus destaques.
Draksaad traz tudo de volta ao mundo do metal mid tempo, mas vem
com um leve toque de outros tempos, mais exatamente dos anos 1970, mas que dura
tão somente até a ponte, oitentista até a medula, culminando em mais um refrão
bacana.
Saldo Final da caçada
Não há nada de novo em The Hunt, assim como não há nada que vá
desagradar a quem goste de um heavy metal simples e bem executado. Talvez um
pouco mais de agressividade tornasse o disco ainda melhor, e isso fica evidente
ao analisarmos a edição limitada, que contém um belo patch da banda e três
faixas bônus. Essas faixas bônus são versões demo para faixas contidas no
repertório do disco, representadas em boa gravação, quase tão boa quanto a
original. Mas o diferencial fica por conta de uma abordagem ligeiramente menos
perfeccionista, em especial nos vocais, menos tratados e mais soltos. Essa abordagem,
caso seguida na produção final do disco, talvez tornasse The Hunt um dos melhores trabalhos da banda. Mas, de qualquer
forma, a caçada dos suecos é divertida o suficiente para quem quer apenas
curtir o bom e velho metal tradicional e aposto que a popularidade da banda há
de aumentar cada vez mais.
NOTA: 7,5
Ficha Técnica
Banda (Nacionalidade): Grand
Magus (SUE)
Título (ano de lançamento): The
Hunt (2012)
Mídia: CD
Gravadora: Nuclear Blast
(importado)
Faixas: 9 (12 na edição limitada)
Duração: 45’ (58’ na edição
limitada)
Rotule como: Heavy Metal, Metal
Tradicional
Indicado para: Fãs de metal
tradicional em geral.
Passe longe se: tiver aversão a
vikings ou preferir caçadas mais modernas.
Hahahaha... Resolvi postar um reply só pra você não morrer de solidão, seu bucha!
ResponderExcluirQue nada caro Krill, não consegue ouvir os grilos? cri cri cri cri...
Excluirabracetas
Trevas
Esse conheci por sua causa, nem sabia de tal existência hehehe
ResponderExcluirMuy Bueno!
Conheci essa por conta de meus amiguinhos lixebas Rodrigol e Bean.
ExcluirSe não fosse por eles, não tinha dado chance ao GM.
bjos - Te Amo
T