segunda-feira, 18 de junho de 2012

Grand Magus – The Hunt (2012)




DEFINITIVAMENTE FINCANDO AS GARRAS NO METAL TRADICIONAL

Prólogo – mudanças no front sueco
O ano de 2011 trouxe um bocado de mudanças para os suecos do Grand Magus. Mas a saída do baterista Sebastian Sippola e a assinatura de um contrato com a maior gravadora especializada em Heavy Metal do mundo (Nuclear Blast) haveriam de ser apenas dois marcos de uma mudança ainda mais ampla.
A banda Grand Magus surgiu no final da década de 1990, trazendo uma sonoridade bastante voltada para o Doom Metal, na veia de um dos baluartes do gênero, o conterrâneo Candlemass. Mas se o primeiro lançamento chamara a atenção apenas dos mais aficionados pelo gênero, o segundo álbum, Monument (2003), já mostrava ao mundo uma banda com potencial de galgar muitos e muitos degraus de popularidade na comunidade metálica. Curiosamente, a banda só começou a ganhar terreno com os inspirados Iron Will (2008) e Hammer of The North (2010), que gradativamente começaram a mudar a sonoridade da banda de um Doom algo melancólico para algo mais voltado para o metal tradicional, com temáticas inclusive beirando o true metal.
Tais mudanças na sonoridade trouxeram um inesperado boom de popularidade para a banda. Mas também deixaram alguns fãs mais antigos com a pulga atrás da orelha: será que a banda iria abrandar ainda mais sua sonoridade?
Creio que os primeiros minutos de The Hunt respondem em cheio a essa pergunta. E a resposta é SIM. 

Fox, JB e Ludwig em um momento bem "Vergonha alheia"

The Hunt – uma caçada ao metal tradicional
Mas seria um exagero dizer que tal mudança de sonoridade é perniciosa para o grupo.
A faixa de abertura, Starlight Slaughter, já deixa bem evidente o caminho seguido pela banda - um heavy metal tradicional mid tempo, com letra para lá de clichê (nesse caso, sobre lobisomens), vocais corretos, bateria reta, solo bacana e eficaz. Tudo embalado por uma produção bastante competente, com som cristalino e límpido.  A segundona, Sword of The Ocean é igualmente interessante, seguindo a mesma fórmula, um tipo de metal com raízes fortemente fincadas nos anos 1980.
Após duas boas faixas e uma brevíssima introdução de teclado, surge o destaque absoluto do disco, Valhalla Rising, épica como o nome sugere e possuindo um riff bastante interessante e pesado, além de boa interpretação por parte do vocalista e guitarrista JB.

Aliás, JB representa bastante bem o que é o Grand Magus. O líder da banda é um vocalista correto, conhecedor de suas limitações (que não são poucas), mas que possui um bom timbre e aproveita bastante bem seu vibrato (bastante similar ao de seu ídolo Messiah Marcolin, o monge insano e balofo da melhor fase do Candlemass) para criar uma identidade própria, prontamente reconhecível, o que talvez seja a maior conquista para um vocalista. Assim o é a música do Grand Magus, talvez algo datada e tecnicamente tacanha, mas divertida e com bastante identidade.
O ataque metálico continua com um pouco mais de velocidade com Storm King, mas não espere nenhum speed metal. A bateria do novato Ludwig aparece na mixagem com um bocado de destaque e tem seus momentos nessa faixa e na seguinte, Silver Moon, sempre emulando um estilo bem old school, me lembrando em algo o braço de marreta Vinny Appice. Baixista e co-fundador da banda, Fox aparece com um mínimo de destaque na introdução da faixa título, a segunda melhor do disco, e possuidora de um riff e refrão matadores.



Dividida no encarte do cd em duas partes, a faixa Son of the Last Breath, com seus quase sete minutos de duração, foi obviamente forjada para ser o épico do disco. Começando com uma introdução contando com violão e cordas (essas, tocadas pelo baixista Fox) e um registro mais grave da voz de JB em sua suposta primeira parte, a faixa logo descamba para o mesmo padrão de todas as outras – um metalzão mid tempo que faria qualquer fã de Accept e Manowar feliz, mas dessa vez contando com a ajuda dos vocais de Johnny Hedlund (da banda sueca de death metal Unleashed). Mas se Son of The Last Breath falha em ser o épico prometido, os seus últimos dedilhados praticamente emendam com Iron Hand, a faixa mais acelerada da bolachinha e facilmente um de seus destaques.
Draksaad traz tudo de volta ao mundo do metal mid tempo, mas vem com um leve toque de outros tempos, mais exatamente dos anos 1970, mas que dura tão somente até a ponte, oitentista até a medula, culminando em mais um refrão bacana.

Saldo Final da caçada
Não há nada de novo em The Hunt, assim como não há nada que vá desagradar a quem goste de um heavy metal simples e bem executado. Talvez um pouco mais de agressividade tornasse o disco ainda melhor, e isso fica evidente ao analisarmos a edição limitada, que contém um belo patch da banda e três faixas bônus. Essas faixas bônus são versões demo para faixas contidas no repertório do disco, representadas em boa gravação, quase tão boa quanto a original. Mas o diferencial fica por conta de uma abordagem ligeiramente menos perfeccionista, em especial nos vocais, menos tratados e mais soltos. Essa abordagem, caso seguida na produção final do disco, talvez tornasse The Hunt um dos melhores trabalhos da banda. Mas, de qualquer forma, a caçada dos suecos é divertida o suficiente para quem quer apenas curtir o bom e velho metal tradicional e aposto que a popularidade da banda há de aumentar cada vez mais.

NOTA: 7,5

Ficha Técnica
Banda (Nacionalidade): Grand Magus (SUE)

Título (ano de lançamento): The Hunt (2012)

Mídia: CD

Gravadora: Nuclear Blast (importado)

Faixas: 9 (12 na edição limitada)
Duração: 45’ (58’ na edição limitada)


Rotule como: Heavy Metal, Metal Tradicional
Indicado para: Fãs de metal tradicional em geral.
Passe longe se: tiver aversão a vikings ou preferir caçadas mais modernas.




4 comentários:

  1. Hahahaha... Resolvi postar um reply só pra você não morrer de solidão, seu bucha!

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    1. Que nada caro Krill, não consegue ouvir os grilos? cri cri cri cri...
      abracetas
      Trevas

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  2. Esse conheci por sua causa, nem sabia de tal existência hehehe
    Muy Bueno!

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    1. Conheci essa por conta de meus amiguinhos lixebas Rodrigol e Bean.
      Se não fosse por eles, não tinha dado chance ao GM.
      bjos - Te Amo
      T

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