terça-feira, 22 de setembro de 2020

In Flames – Clayman: 20th Anniversary Edition (CD-2020)


 

Remodelando Um Clássico

Por Trevas

Não fosse a pandemia, 2020 seria um ano repleto de comemorações por parte dos suecos do In Flames. Os baluartes do Gothemburg Sound completam nada mais nada menos que 30 anos de existência. E Clayman, seu quinto disco de estúdio, completa 20 anos de lançamento. E Clayman representa muito para o quinteto: foi com esse disco que a banda galgou terreno para além de seu nicho original, o Death Metal Melódico, ganhando muitos fãs dentro da cena do metal moderno mundial.

Clayman em sua versão original

Clayman também é considerado o último disco do In Flames a apostar em sua proposta sonora original. Reroute To Remain chegaria pouco depois para causar uma imensa divisão entre os fãs, com muito do então chamado Nu Metal infiltrado em seu estilo sueco de Death Melódico. Eu fui um dos fãs que largou de mão da carreira dos caras à época (depois voltei com força total e passei a entender e curtir os rumos que escolheram). Mas escutando o disco hoje em dia, fica mais claro que a ruptura não foi tão drástica quanto pareceu, Clayman já era uma espécie de elo perdido entre o velho e o futuro In Flames. Originalmente produzido por Fredrik Nordström, o disco tem sua edição comemorativa remasterizada por Ted Jensen (Pantera, Gojira). E fica bem fácil notar que a escolha foi acertada, com a clássica Bullet Ride soando forte como nunca na abertura. E que abertura: seguem Pinball Map e a obrigatória Only For The Weak, um clássico instantâneo que curiosamente já escancarava a metamorfose que os suecos sofreriam no próximo disco.


E a destruição não para. A nem sempre lembrada As The Future Repeats Today é de uma urgência viciante, e o início da bem construída Square Nothing remete aos temas Folk vistos nos discos anteriores, mas com um arranjo mais maduro. A faixa título chega, e só não se faz como obrigatória nos sets atuais pois a tríade de abertura está num nível estratosférico e os caras precisam prestigiar os outros trabalhos.


O restante do disco não baixa nem um pouco a guarda, com a dinâmica do futuro In Flames dando as caras em coisas como Satellites And Astronauts e Suburban Me (com solo de Christopher Amott) e Swim merecendo um lugar entre os lados B favoritos dos caras. Com pouco mais de 40 minutos, Clayman continua um forte candidato a disco definitivo de um subgênero, e soa melhor que nunca no novo trabalho de remasterização. Clássico da Cripta, obrigatório!! 


Bônus Da Edição de 20 Anos

Para a nova edição, Clayman ganhou uma arte de capa nova. E cara, como ficou mais bonita. Também estão presentes cinco faixas gravadas atualmente (embora não fique claro no encarte a formação responsável pela gravação), produzidas por Howard Benson (Motörhead). A primeira delas é uma instrumental tocada pelo violoncelista Johannes Bergion (Diablo Swing Orchestra) e Björn Gelotte, uma espécie de medley de alguns temas do disco. Interessante, mas longe de obrigatória. De resto, temos as regravações de Only For The Weak, Bullet Ride, Pinball Map e Clayman. Não, nenhuma delas soa tão bem quanto as originais, embora fique claro que Anders Fridén usa melhor sua voz limitada hoje em dia. Ou seja, não fosse o ótimo trabalho de remasterização das faixas originais, não recomendaria a substituição da versão original do disco por essa edição comemorativa.


Gravadora: Shinigami Records (nacional)

Prós: O clássico do In Flames em seu melhor estado

Contras: As regravações não rivalizam com as originais

Classifique como: Melodic Death metal, Modern Metal

Para Fãs de: Soilwork, Arch Enemy, Dark Tranquillity 












2 comentários:

  1. Ótimo post. Tá faltando você fazer uma resenha do novo álbum do Deep purple e o do Marilyn Manson fica a dica ✌

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    Respostas
    1. Obrigado, Erica
      Sobre o Marilyn Manson, assim que eu escutar o novo trabalho com calma, entrará na pauta.
      Já o Deep Purple, infelizmente não consigo gostar de nada que a banda fez após o Purpendicular. E gostei menos ainda dos trabalhos recentes em parceria com o Bob Ezrin...o que ouvi do novo disco só reitera meus medos. Acho que dessa vez nem farei resenha para o Purple, pois já foi minha banda favorita no passado, falar mal deles me dói o coração hehehehe
      Ótima semana
      T

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