Dividindo
e Conquistando
Por Trevas
O anúncio de que após
23 anos um novo trabalho do Sacred Reich veria a luz do dia pegou
praticamente a cena inteira de surpresa. Tendo testemunhado o impressionante
poder de fogo dos caras ao vivo recentemente, abri um sorriso. Mas apesar de
toda a esperança, bem no fundo pairava o medo de que o quarteto, que nunca
conseguiu vencer o status de Banda Cult, pudesse queimar seu prestígio perante
os fãs de Thrash, uma galera tão
fiel quanto cabeça fechada. O medo aumentou quando vi que o disco foi
antecipado por um monte de “não ouvi e não gostei” por parte dos direituchos
estadunidenses, magoadinhos com as posições progressistas e anti-Trump do vocalista/baixista Phil Rind. Mas convenhamos, se incomoda essa galera hipócrita, a
promessa é de que vem coisa realmente boa por aí. Vamos lá...
Phil e sua trupe ao ouvir mais um lamurio de Thrasher conservador |
Riff poderoso e seco com
a batera virulenta de um controlado polvo Dave
McClain (retornando após abandonar o
mala do Robb Flynn com seu take solo do Machine
Head) no comando, solos debulhando (Joey Radziwill e Wiley Arnett são os feras das seis cordas aqui), tudo soa muito bem. A
voz poderosa e urgente de Phil
convocando os fãs para o regresso da banda, numa abertura perfeita de disco que
promete detonar ao vivo também.
Divide & Conquer mantém a pegada, um
hino contra a estratégia das Fake News, que deram as caras no ressurgimento
mundial de uma imbecilizada extrema direita. Obviamente uma das faixas que
motivaram o chororô da parte mais conservadora do público headbanger. Um povo
que definitivamente parece desconhecer (ou que propositalmente quer esquecer,
ou pior, reescrever) a história do próprio Rock
and Roll. Vai entender....Música porreta, independente da mensagem. E que
fica ainda melhor justamente pela mensagem. Salvation parece querer arrefecer um pouco os ânimos com sua letra
de libertação pela música. Temática manjada, mas funciona bem demais. E se as
duas primeiras faixas indicavam um retorno bem Thrasher, daqui para frente eventualmente vemos que o Sacred Reich não renega discos bons e injustiçados como Independent e Heal, com seu Thrash’n’Roll
mesclado com elementos de rock mais moderno.
Manifest Reality retorna ao Thrash
mais puro, mas dessa vez não acertando tão bem o alvo. Killing Machine, com sua
letra antimilitarismo meio anos 1960, é uma excelente pedrada Rocker que por vezes remete ao Corrosion Of Conformity da era Keenan. O espírito COC (e toques de Classic
Rock) também infectou a gostosa Death Valley, que traz até mesmo uma penca de Cowbells à mistura. Aliás, que interessante é ouvir Dave
capitaneando de maneira Old School uma bateria, em contraste com o
estilo mais “polvo” de sua era no Machine
Head. Versatilidade e repertório,
que chama, né?
Revolution faz aumentar a
velocidade da bolachinha com sua pegada algo punk que deve funcionar melhor ao
vivo. Something To Believe in encerra com
pegada rocker e baixo gorduroso os
parcos (mas deliciosos) 31 minutos de um dos discos de retorno mais legais que
já escutei. Despretensioso e obrigatório (NOTA:
8,96)
Visite o The Metal Club |
Gravadora: Urubuz Records (Nacional)
Prós: despretensioso e viciante
Contras: a galerinha conservadora magoou
Classifique como: Thrash Metal, Heavy
Metal
Para Fãs de: Nuclear Assault, Corrosion Of
Conformity
Boooooa, Mr. Gimli Trevoso!
ResponderExcluirAgora é correr pra escutar la puerra roda!
Aquele abraço, mizifio!
ML
Fala, Marcello!
ExcluirManda brasa!
Abraço
T
Outro que roda direto aqui. Meus vizinhos até cantam junto...
ResponderExcluirkrill
ExcluirUm retorno virulento
T