A
Águia Enfim Pousou No Galeão
Texto Por Trevas, Fotos por
Daniel Croce (Not So Lame Pics)
Ainda anestesiado pelo show perfeito
dos baluartes da NWOBHM que vi ano
passado (ler resenha), rumei com um grupo de amigos para o nada querido Vivo
Rio, debaixo de uma chuva torrencial, com o coração apertado. A profusão de
promoções de ingressos que duraram até a véspera do evento parecia um sério
indicativo de que o primeiro show do Saxon
em terreno carioca estava fadado ao fracasso. O que certamente afetaria a possibilidade
de outros shows como esse passarem pela cidade. Além disso, o poderoso show do quinteto
definitivamente não merece uma casa vazia...
Uncle
Trucker
E tal temor se tornou certeza
quando adentramos a casa de shows e a banda de abertura iniciou a noite para
uma casa com menos de um quarto da capacidade. Vinda de Franca/SP, a Uncle Trucker foi a banda certa na noite errada. Competente e contando
com um carismático frontman, a banda destilou uma mistura de músicas de seus
três discos com pinceladas de covers (rolou até um para lá de deslocado Motley Crue...) para tentar conquistar a pequena e apática plateia. Mas o
som do quinteto, calcado num Hard
nada condizente com o Metal Tradicional da atração principal, e muito
prejudicado pelo habitual péssimo som do Vivo
Rio, pouco reverberou nos ouvidos
cariocas, que ao menos mantiveram a civilidade, respeitando o evidente esforço e
profissionalismo da rapaziada (NOTA:
6,00).
Saxon
Com cerca de dez
minutos de atraso em relação ao horário anunciado, o Saxon adentra o palco, ainda ao som da introdução Olympus Rising. Thunderbolt toma
nossos ouvidos de assalto, ainda que sofrendo com a péssima acústica da casa, que
para minha surpresa, nesse momento já apresentava um bom público,
majoritariamente composto por gente que já chegou aos seus “entas”. E se essa
galera não liga muito para o que a banda vem fazendo atualmente, deve ter
ficado muito feliz, pois afora Battering
Ram, Sacrifice e They Played Rock And Roll, o set list apresentado
teve muito mais em comum com a turnê vindoura de comemoração dos 40 anos de
banda do que o que vinha sendo apresentado na Thunderbolt Tour.
Biff e Paul, sacudindo esqueletos direto do asilo (por Daniel Croce) |
E o mais bacana é que o quinteto, liderado por um quase septuagenário e
monstruosamente carismático Biff Byford, consegue montar um repertório
que alterna tiros certos como Wheels
Of Steel, Crusader e Heavy Metal Thunder com lados
B do quilate de To Hell And Back Again e Backs To The Wall com maestria, deixando os fãs de carteirinha com um sorriso na
cara.
Biff tentando resgatar alguém vivo (por Daniel Croce) |
Ah, falei em fãs? Aí reside o único senão da noite. Os carcomidos
britânicos detonaram com muita energia por 110 minutos para uma plateia que,
salvo raros momentos, parecia estar no meio de um jogo de tênis, tamanha a
apatia. Talvez fruto da faixa etária elevada, mas que chegou a ser
constrangedora, em especial quando Biff
tentou “colocar para jogo” a escolha de duas músicas do set. A cada nome de opção de música que ele falava, e estamos
tratando de clássicos do porte The Eagle
Has Landed, a reação da plateia parecia saída de um funeral. Talvez por
isso o show do Rio tenha apresentado um repertório duas músicas mais curto do
que nas outras datas brasileiras. E assim ficamos sem ouvir Dogs Of War, uma das
favoritas da freguesia aqui e tocada em todas as outras noites da turnê sul
americana. Mas deixado de lado a bundasujice carioca, o quinteto fez o que
sabe, com a energia de sempre (Paul,
aliás, parecia ter tomado uma overdose de catuaba, tamanha a empolgação): o
melhor show de Heavy Metal tradicional que o dinheiro pode
pagar! (NOTA:10).
Paul Quinn, doido de catuaba (por Daniel Croce) |
Show, Trevas! Noite memorável! O público não estava dos mais animados, mesmo , mas não estava tão morto assim he he Pra mim, a maior "cachalotada" da noite foi preferir "Ride Like the Wind" do que "Motorcycle Man", essa foi forte. E curti MUITO a casa. O som estava bom. Pelo menos , de trás e mais pro meio ;)
ResponderExcluirFala, Creiz!
ExcluirCara, eu estava ficando puto com o quanto pequeno afro parecia não estar em sintonia com a energia de Biff e sua turma. Achei a galera mortinha, e se comparar com o que vi na Escócia poucos meses atrás, uma plateia que também era majoritariamente coroa agitando e gritando e cantando a cada segundo, aí então nem se fala...
O som começou bem ruim, voz do Biff enterrada, melhorou no decorrer do set mas nunca chegou a ficar realmente bom. E isso é praxe na casa. Além disso, a ausência de "degraus/bancadas" prejudica a quem é cotoco que nem eu, em especial quando se tem pista vip impedindo chegar mais perto do palco.
Ah, e sim, trocar Motorcycle Man por pararararara-pa-pa-papaaaa foi demais...
Abraço
T
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"Este comentário foi removido pelo autor."
ExcluirQue bicha
Seu Pequeno Cotoco From-Hell!!!
ResponderExcluirO som (????) foi uma bosta perpétua! Tomara que vocês tenham ouvido melhor do que eu lá nos gragumilo, depois de mais de 30 anos esperando pra ver esses putos! O povo da premium até agitou direitinho, e o show foi duca!!! Mas trocar Motorcycle Man por Christopher Cross foi coisa do Chimbinha!!!!
Uncle Trucker, pra falar a verdade, achei uma caca. Com direito a grãos de milho, como você diz. Não tenho como gostar de bandas que vêm com calcetas coladas nos gambitos e chapéu de Yves Passarel no Cornopital Inicial... Me julgue!
Mr. Kriiiiill! (com a voz do Ozzy)
ExcluirO som não ficou exatamente bom em nenhum momento, mas no início estava bem pior. Aliás, o som nunca fica bom no Vivo Rio.
O povo da Premium se não agitar merece uma surra de cintaralho. Eles e mais meia dúzia estiveram vivos durante o show, de resto, neguinho estava de bracinho cruzado com vergonhinha de gritar até na hora do intervalo para o bis. Triste.
Abraço por trás
T
O Saxon mata a pau!, Parabéns pelo blog
ResponderExcluirOlá, Erica!
ExcluirObrigado pelo elogio, Saxon detona mesmo!
Saudações
T