domingo, 24 de março de 2019

Overkill – The Wings Of War (CD-2019)



Batshitcrazy!!!
Por Trevas

Você pode acusar o quinteto estadunidense de Thrash Metal Overkill de um trilhão de coisas, menos de ser uma banda preguiçosa. Sim, pois The Wings Of War, o tardio título para um disco que já havia ficado pronto muitos meses antes de ganhar o mercado, é nada mais nada menos que a 19ª bolachinha de estúdio dos caras. Mas com tanto tempo de estrada, haveria ainda algo relevante a ser feito? DD Verni e Blitz, a dupla que comanda os negócios e é responsável também por boa parte da força criativa de uma discografia com mais altos que baixos, acredita que sim. Empolgados com a inesperada química musical que a banda teve em estúdio com o recém adicionado Jason Bittner (bateria, Shadows Fall), os veteranos contaram em entrevistas prévias ao lançamento do disco que havia algo diferente nele, como se a brutalidade do estilo do novo membro tivesse feito com que resgatassem instintivamente a ferocidade dos primórdios da banda. E lá vamos nós checar se isso há verdade nessas palavras ou se tudo não passa de mera bravata.

Vai encarar?

Quando Last Man Standing dá sua largada, após quase um minuto de introdução, fica claro que os caras falaram sério. Bem sério! A ferocidade dessa faixa é impressionante, mesmo se considerarmos que o Overkill vive desde Ironbound um segundo (e talvez maior) ápice na carreira. O refrão, virulento, as guitarras insanas, o baixo estalado de DD intacto...e a bateria? Uma máquina de demolição ligada no máximo.




Believe In The Fight, Head Of A Pin e Batshitcrazy mostram que a veia belicosa do novo Overkill pulsa forte, a faceta mais groovy da banda dando as caras de forma muito mais tímida do que o habitual (aparecendo mais claramente na totalmente 90s Distortion). A produção, nas mãos do próprio quinteto é bem mais crua e na cara, e a escolha tem seus méritos, com o único defeito residindo na voz de Bobby Blitz, com timbre mais rascante que o de praxe. E, convenhamos, o Bobby de praxe já incomoda muita gente...



A segunda metade da bolachinha continua firme com o pé no acelerador. A Mother’s Prayer é simples e acaba vencendo pelo ótimo refrão, Welcome To The Garden State é deliciosamente Punky e Where Few Dare To Walk retoma de maneira mais encardida o tom do disco anterior. Out On The Road-Kill é de longe a música mais fraca do disco (a despeito da pancadaria), mas Hole In My Soul chega e fecha o repertório com a merecida qualidade. A versão nacional, da Shinigami Records vem ainda com In Ashes, uma música bônus apenas ok, apresentada com qualidade de gravação muito inferior.



Veredito da Cripta

The Wings Of War pode ser o segundo maior fracasso de vendas (em sua terra natal) da história de uma banda que recentemente vinha vivendo seu melhor momento, mas não se deixe enganar, trata-se de um dos discos mais violentos e divertidos da discografia dos cabruncos encardidos de Nova Jérsei!  

NOTA: 8,98

Visite o The Metal Club
Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: virulento e Old School
Contras: produção bem na cara, deixou a voz de Bobby Blitz ainda mais encardida
Classifique como: Thrash Metal
Para Fãs de: Megadeth, Death Angel


sexta-feira, 22 de março de 2019

Saxon + Uncle Trucker – Latin American Tour 2019 (15.03.19 - Vivo Rio – Rio de Janeiro/RJ)



A Águia Enfim Pousou No Galeão
Texto Por Trevas, Fotos por Daniel Croce (Not So Lame Pics)

Ainda anestesiado pelo show perfeito dos baluartes da NWOBHM que vi ano passado (ler resenha), rumei com um grupo de amigos para o nada querido Vivo Rio, debaixo de uma chuva torrencial, com o coração apertado. A profusão de promoções de ingressos que duraram até a véspera do evento parecia um sério indicativo de que o primeiro show do Saxon em terreno carioca estava fadado ao fracasso. O que certamente afetaria a possibilidade de outros shows como esse passarem pela cidade. Além disso, o poderoso show do quinteto definitivamente não merece uma casa vazia...

Uncle Trucker

E tal temor se tornou certeza quando adentramos a casa de shows e a banda de abertura iniciou a noite para uma casa com menos de um quarto da capacidade. Vinda de Franca/SP, a Uncle Trucker foi a banda certa na noite errada. Competente e contando com um carismático frontman, a banda destilou uma mistura de músicas de seus três discos com pinceladas de covers (rolou até um para lá de deslocado Motley Crue...) para tentar conquistar a pequena e apática plateia. Mas o som do quinteto, calcado num Hard nada condizente com o Metal Tradicional da atração principal, e muito prejudicado pelo habitual péssimo som do Vivo Rio, pouco reverberou nos ouvidos cariocas, que ao menos mantiveram a civilidade, respeitando o evidente esforço e profissionalismo da rapaziada (NOTA: 6,00).  


Saxon

Com cerca de dez minutos de atraso em relação ao horário anunciado, o Saxon adentra o palco, ainda ao som da introdução Olympus Rising. Thunderbolt toma nossos ouvidos de assalto, ainda que sofrendo com a péssima acústica da casa, que para minha surpresa, nesse momento já apresentava um bom público, majoritariamente composto por gente que já chegou aos seus “entas”. E se essa galera não liga muito para o que a banda vem fazendo atualmente, deve ter ficado muito feliz, pois afora Battering Ram, Sacrifice e They Played Rock And Roll, o set list apresentado teve muito mais em comum com a turnê vindoura de comemoração dos 40 anos de banda do que o que vinha sendo apresentado na Thunderbolt Tour.

Biff e Paul, sacudindo esqueletos direto do asilo (por Daniel Croce)
E o mais bacana é que o quinteto, liderado por um quase septuagenário e monstruosamente carismático Biff Byford, consegue montar um repertório que alterna tiros certos como Wheels Of Steel, Crusader e Heavy Metal Thunder com lados B do quilate de To Hell And Back Again e Backs To The Wall com maestria, deixando os fãs de carteirinha com um sorriso na cara.

Biff tentando resgatar alguém vivo (por Daniel Croce)
Ah, falei em fãs? Aí reside o único senão da noite. Os carcomidos britânicos detonaram com muita energia por 110 minutos para uma plateia que, salvo raros momentos, parecia estar no meio de um jogo de tênis, tamanha a apatia. Talvez fruto da faixa etária elevada, mas que chegou a ser constrangedora, em especial quando Biff tentou “colocar para jogo” a escolha de duas músicas do set. A cada nome de opção de música que ele falava, e estamos tratando de clássicos do porte The Eagle Has Landed, a reação da plateia parecia saída de um funeral. Talvez por isso o show do Rio tenha apresentado um repertório duas músicas mais curto do que nas outras datas brasileiras. E assim ficamos sem ouvir Dogs Of War, uma das favoritas da freguesia aqui e tocada em todas as outras noites da turnê sul americana. Mas deixado de lado a bundasujice carioca, o quinteto fez o que sabe, com a energia de sempre (Paul, aliás, parecia ter tomado uma overdose de catuaba, tamanha a empolgação): o melhor show de Heavy Metal tradicional que o dinheiro pode pagar! (NOTA:10).

Set List por SetListFM

Paul Quinn, doido de catuaba (por Daniel Croce)




sábado, 9 de março de 2019

Evergrey – The Atlantic (Cd-2019)



Navegando Por Mares Sombrios
Por Trevas

Você pode gostar ou não dos suecos do Evergrey, mas definitivamente não tem como negar que o Prog Metal melancólico dos caras não tem paralelos na cena. Com uma sonoridade repleta de elementos modernos, baseada mais em climas sombrios, riffs gordos e voz carregada (por vezes um tanto quanto chorosa) do que no exibicionismo gratuito e estéril da vertente Dream Theater do subgênero, o quinteto parece ter encontrado na parceria com o produtor Jacob Hansen a chave para reencontrar seus melhores dias. Sim, após o excelente Inner Circle, a banda se perdeu em discos para lá de genéricos até a trilogia iniciada com o magistral Hymns For The Broken, em 2014. The Atlantic é o mais novo (e derradeiro) capítulo dessa trilogia, que mostra em sua temática lírica a jornada do líder e vocalista/guitarrista Tom Englund para longe do momento sombrio de sua vida.

A sombria tripulação do Evergrey
E que início de jornada nos proporciona A Silent Arc. Um épico que transita com maestria por um peso monolítico e por uma grande sensibilidade nas melodias e na construção da canção. A produção de Hansen com o líder da patota resulta numa sonoridade encorpada e cheia de dinâmica. A banda, reconhecidamente formada por músicos extremamente técnicos, se preocupa em fazer o que a música precisa, o feeling aqui fala mais alto, como podemos sentir nos belos e (aparentemente) simples solos de guitarra. Mas o que salta aos ouvidos de cara é o quanto Tom evoluiu como cantor. Não me entendam mal, voz ele sempre teve, mas costumava se perder num chororô melodramático que deixava todas as melodias meio parecidas (em especial em discos como Torn e Glorious Collision). Aqui o jogo vira. Menos histriônico, Tom parece uma versão Heavy Metal de Steve Hogarth, do Marillion. A interpretação de cada palavra repleta de maturidade e emoção. Enfim, só a abertura já valeria uma audição do disco, mas havia mais por vir.


Weightless joga na nossa cara a modernidade em seus riffs e nos presenteia com um refrão grudento e que poderia ser chamado de radiofônico, não fosse o peso do invólucro que é o restante da música. All I Have tem uma pegada Doom, quase Sludge, irresistível, mas seu refrão algo choroso diminui um bocadinho a empolgação.


A Secret Atlantis é outra pérola cujo refrão cola como piche em nossa massa cinzenta, com o baixo de Johan Niemann achando um belo espaço para engordurar ainda mais os riffs de Englund e Danhage. Aliás, como a dupla de guitarristas está inspirada, cada faixa com ao menos um solo memorável. A viajante The Tidal é um interlúdio criado pelo tecladista Rikard Zander que prepara nossos ouvidos para End Of Silence, melancólica e bonita, mas não tão empolgante.



Currents coloca a pressão de volta, direta e virulenta. Apesar da roupagem ser moderna, essa é uma canção tipicamente oitentista de Hard/Heavy em sua essência. Talvez para confrontar a “simplicidade” da faixa anterior, Departure chega repleta de sutilizas. Seja a linha trabalhada de baixo, sejam as melodias de Tom, das mais belas e trabalhadas que ele já escreveu, tudo aqui faz dessa faixa o mais próximo do Marillion de Seasons End que uma banda de Heavy Metal já chegou. E a interpretação do vocalista aqui faz por merecer uma lembrança ao final do ano.



A dupla que encerra os 54 minutos da bolachinha resgata o peso, The Beacon lembrando e alguma maneira o Savatage da fase Dead Winter Dead e This Ocean, mais intrincada, servindo de um digno Gran Finale para a trilogia que trouxe os suecos de volta à luz.


Veredito da Cripta

Se alguém quer um exemplo de como uma banda pode amadurecer seu som sem soar meramente pretensiosa, reserve uma hora de seu tempo e embarque em The Atlantic. Um disco colossal, ao mesmo tempo pesado, denso e sensível. Isso sem nunca soar piegas. Fácil, fácil estará em muitas listas de melhores do ano, e digo isso sem medo de errar.


NOTA: 9,18

Visite o the Metal Club
Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: Som perfeito, muito peso e maturidade
Contras: como tudo dos suecos, pode soar enfadonho a quem só curte música alegrinha.
Classifique como: Prog Metal, Modern Metal
Para Fãs de: Fates Warning, Pain Of Salvation


sexta-feira, 1 de março de 2019

Melhores de 2018 Pela Cripta do Trevas




Olá, Criptomaníacos!

Novamente com atraso, chega mais uma lista de melhores do ano.

Faço essa lista desde 2012 e confesso que embora eu sempre me pegue impressionado com a qualidade do material ao final de cada um dos anos, dessa vez me surpreendi demais. 2018 foi o ano em que minha nota de corte para o 20º colocado foi tão alta que quase estendi a lista para 25 ou 30.

Sim, pois o resultado final deixou de fora discos excelentes de gente respeitável, como Unleashed, Imago Mortis (o melhor disco Brasuca de 2018), Metal Church, Burning Witches, Clutch e grande elenco...

Mas lista é assim mesmo, sujeita a falhas, supostas injustiças e muito xingamento gratuito à progenitora do infame “redator” hehehehe

Claro que preparei também uma Playlist no Spotify com uma música de cada disco avaliado por aqui, para quem quiser fazer uma tardia retrospectiva sonora de 2018.

No mais, espero que se divirtam.
Saudações
Trevas


A PLAYLIST


Blu-Ray/DVD

Sim, o outrora promissor mercado de Blu-rays e DVDs, que chegou (ainda que momentaneamente) a servir de válvula de escape para as Gravadoras diante da crescente queda de venda dos Cds, diminuiu estrondosamente. A enxurrada de Home-vídeos do início dos anos 2000 praticamente secou. O bom disso é que as bandas perceberam que precisam colocar algo realmente especial e relevante nesse restrito mercado. Esse ano tivemos alguns bons exemplos, como o documentário/show The Pursuit Of Vikings, do Amon Amarth. Ou Messe Noire, que coloca toda a capirotagem do Behemoth apresentando sua obra máxima ao vivo. Ainda tivemos o ineditismo de ver um show completo do Ayreon saindo do papel no ótimo Ayreon Universe. E a habitualmente confusa mistura orquestra/banda de rock enfim funcionando com Symphonic Terror, do Accept. Mas nada se comparou ao esmero dos lusos do Moonspell com o para lá de abrangente Lisboa Under The Spell: uma megaprodução em três atos divididos entre os clássicos Wolfheart, Irreligious e o então último trabalho, Extinct. Um pacote que ainda conta com ótimos extras e que merece o título de melhor lançamento audiovisual de 2018.



Bomba e Decepção

Sempre bom lembrar a diferença entre bomba e decepção: algo só nos decepciona quando desse algo esperamos bons resultados. Da bomba não necessariamente esperamos nada. E esse ano tivemos algumas decepções que não chegam a ferir os ouvidos: Machine Head perde o pé no confuso Catharsis, Doro entrega um disco duplo bem sem graça, Magnum e Kamelot enfim erram o alvo após anos e anos de bons serviços prestados.  Ah, e Steve Perry faz de seu improvável retorno uma viagem adocicadamente sonolenta. Mas se as decepções não mataram ninguém, não posso falar o mesmo da bomba inconteste de 2018: uma josta triplamente qualificada, um horror Lovecraftiano vomitado das profundezas do mau-gosto chamado The Three Tremors! Roubando a ideia original abandonada nos anos 2000, de unir três grandes vocalistas de Metal (Dio+Halford+Bruce Dickinson), alguém teve a infeliz sacada de fazer uma versão disso, só que comprada no Ali Express: os insuportáveis cacarejadores Sean Peck (Cage, Denner/Shermann) e Tim Owens (Judas Priest e outros 789 projetos de onde é sempre demitido) se juntam ao subestimado Harry Conklin (Jag Panzer) num disco absolutamente impossível de ser ouvido por mais de torturantes dois minutos. Sinceramente, nem latido de poodle soa tão irritante e intragável.

Três decepções e uma aberração
Os 20 Melhores:














20. Saxon – Thunderbolt
A primeira metade dos curtos quarenta minutos de Thunderbolt é tão arrasadora que chega a empalidecer (injustamente) o restante do disco. Mais um ótimo trabalho de uma das bandas mais prolíficas e equilibradas de sua geração.














19. Behemoth – I Loved You At Your Darkest
O sucessor do brilhante The Satanist é de uma fúria e perfeição absurdos. Mais direto e menos inventivo, ILAYD definitivamente não é tão genial quanto seu irmão, mas ainda assim está facilmente entre os melhores discos dos poloneses.
















18. Halestorm – Vicious
O Halestorm estava nos devendo um Cd à altura de seus poderosos shows. Estava. Vicious enfim mostra ao mundo um som encorpado e com produção que faz justiça a natureza rocker e rebelde do quarteto. E Lzzy, essa coloca novamente suas garras de fora e vai galgando espaço aos poucos no panteão das grandes mulheres da história do Rock. Um baita disco.















17. We Sell The Dead – Heaven Doesn't Want You And Hell Is Full
E de onde eu menos esperava saiu um disco simples, único e viciante. Um disco conceitual unindo figuras tão díspares Niclas Engelin (guitarrista do In Flames, Engel e Passenger), Apollo Papathanasio (voz, ex-Firewind, atual Spiritual Beggars), Jonas Slättung (baixo e voz, Drömriket) e Gas Lipstick (bateria, ex-HIM). Difícil dizer se há conteúdo para se levar o We Sell The Dead para além desse álbum de estreia, mas se ficar só nele, a junção dos suecos já terá valido à pena.















16. King Witch - Under The Mountain
Imensamente suja e intensa em seus parcos 43 minutos, Under The Mountain é uma estreia para lá de invejável e promissora desse barulhento quarteto escocês. Recomendadíssimo para qualquer fã de Doom Metal que se preze!














15. Lucifer – Lucifer II
Lucifer II é um demônio completamente diferente daquele conjurado por Sadonis e sua trupe no primeiro trabalho. Menos pesado e solene, mais melodioso e versátil. A única linha que une por completo os dois discos é a da qualidade, que se mantém para lá de alta. Outro excelente trabalho de uma das melhores bandas da atualidade.















14. Powerwolf – The Sacrament Of Sin.
O Power Metal, geralmente um pária aos ouvidos deste escriba aqui, acabou por ganhar um representante na minha lista de melhores discos de 2018. Sacrament Of Sin é o renascimento dos lobisomens teutônicos e provável postulante a melhor trabalho de suas carreiras. Um disco deliciosamente brega e divertido.















13. Rolo Tomassi – Time Will Die And Love Will Bury It
Se você anda a procura de uma banda única, encontrou. Aqui a parada é densa e para lá de complexa, exigindo bastante do ouvinte. Pode não parecer um prato para todos, e realmente não é. Mas para quem curte, ainda que vez ou outras, sons desafiadores, e estiver disposto a embarcar na viagem dos irmãos Spencer, eis um trabalho cuja audição pode se tornar imensamente gratificante.















12. Corrosion Of Conformity – No Cross No Crown
Parece que o longo hiato só fez bem ao casamento Pepper Keenan/COC. No Cross No Crown é um disco que beira a perfeição e que deixará os fãs de Stoner/Southern com lágrimas nos olhos. Figura certa nas listas de melhores do ano, a audição desse novo disco não é somente recomendada, é uma obrigação.














11. Wytch Hazel – II: Sojourn
O segundo Full-length dos britânicos do Wytch Hazel é um deleite aos ouvidos mais afeitos à sonoridade de eras passadas: guitarras dobradas com a cara do Thin Lizzy, melodias simples e grudentas com aquela cadência algo folk de um Jethro Tull e uma cozinha impressionante. Tudo na bolachinha cheira à anos 1970, e se a abertura com Devil Is Here não for o suficiente para te convencer que os caras falam à sério, tente sobreviver ao ataque seguinte, com Save My Life. Impossível, não? Que bom que não são exceções à regra num disco surpreendente e matador.















10. Uriah Heep – Living The Dream
Living The Dream é uma grata surpresa, um disco repleto de criatividade e vigor vindo de uma banda com tantas décadas de estrada nas costas. Talvez seja o sangue novo trazido já a alguns discos por Gillbrook e Rimmer, talvez seja o dedo do produtor. Seja lá o que for, esse ingrediente secreto faz desse Living The Dream um dos melhores discos da história Heepiana pós fase clássica. Excelente!














09. Fifth Angel – The Third Secret
Os estadunidenses acertaram em cheio nesse disco de retorno, atualizando seu Hard & Heavy tipicamente oitentista para a era atual, com uma produção moderna e com punch suficiente para derrubar um mamute. Sinceramente, não me lembro de um comeback tão impactante desde o já clássico Blood Of The Nations do Accept.















08. Earthless – Black Heaven
Black Heaven é o melhor disco de Retro-Rock que escuto desde o fenomenal Hisingen Blues, do Graveyard. E esse não é um elogio tolo. Uma adição obrigatória à coleção e qualquer fã de rock setentista que se preze.














07. Khemmis – Desolation
O terceiro disco em três anos do Khemmis (algo incomum para os dias atuais) é excepcional, como fora seu antecessor. Se em Hunted eles encontraram seu som, aqui eles consolidam o mesmo com muita personalidade, galgando terreno para fora do underground e se tornando também uma de minhas bandas favoritas da atualidade. Fenomenal.


A PARTIR DE AGORA, CONSIDERO TODOS OS DISCOS EMPATADOS 




Satan – Cruel Magic
Quantas bandas conseguem depois de um hiato tão longo replicar a magia de seus primórdios em uma trinca de discos tão forte? Um fenômeno raro, mas aqui o Satan ainda foi mais longe, buscando toques de progressivo e de timbres setentistas para produzir algo ainda mais raro: um disco único. Nada soa como esse Cruel Magic.


Primordial – Exile Amongst The Ruins
A crise de meia idade fez um imenso bem aos Irlandeses. Diante da necessidade de se reinventar, o Primordial conseguiu criar uma obra densa e difícil de ser rotulada. Um trabalho daqueles que acabam por proporcionar uma atmosfera absolutamente imersiva, um louvável e incomum resultado. Um dos melhores discos de 2018 e forte concorrente a disco de cabeceira deste escriba aqui.


Ghost – Prequelle
Pouco após o lançamento do medíocre Infestissumam, cravei que seja lá qual magia o Ghost tivesse, ela havia sido efêmera, concentrada apenas no espetacular álbum de estreia e se esvaído rapidamente a partir dali. Como de costume, uma previsão estúpida. Prequelle é ainda mais espetacular que Opus Eponymous, justamente por conseguir reinventar a banda em um cenário quase Pop Rock, sem abandonar os elementos de Heavy Metal, Progressivo e Classic Rock explorados até então. Um álbum perfeito, daqueles raros, sobre o qual falaremos daqui a 20 anos, com melodias tão simples e grudentas que ficamos estarrecidos por ainda não terem sido inventadas antes.



Orange Goblin - The Wolf Bites Back
Bom, se os ingleses queriam realmente provar ao mundo seu valor com seu 9º disco, conseguiram. The Wolf Bites Back é ao mesmo tempo o disco mais visceral, versátil e inspirado da carreira dos caras. Um petardo de um Heavy Metal feio, ogroide e delicioso que veio direto para o topo de minha lista de melhores de 2018.



Amorphis – Queen Of Time
Uma das bandas mais originais de sua geração, o Amorphis finalmente encontrou um novo sopro de vida nos últimos dois discos. Queen Of Time é realmente bombástico e ambicioso, como seus membros haviam prometido. Mas está muito longe e sucumbir ao exagero e pompa de alguns artistas que resolvem incorporar elementos alienígenas em profusão ao seu som. Pesado, solene e sofisticado, Queen Of Time não é só um dos melhores discos de 2018. Aos poucos está também se tornando um forte postulante a um dos meus discos favoritos em todos os tempos.


Judas Priest – Firepower
O Heavy Metal em sua vertente mais tradicional parecia esquecido no tempo, as velhas bandas do estilo vivendo de raros lampejos (com exceções...ok, Accept e Saxon?), e as novas se limitando a copiar de forma pálida e diluída o que já fora feito melhor no passado. Aí vem um dos titãs do estilo e lança, aos mais de 40 anos de estrada, uma obra que não só se contenta em não fazer feio frente ao passado, como também é capaz de rivalizar com os melhores momentos de sua vitoriosa carreira. Firepower não é só o melhor disco do Judas Priest em décadas. É também o melhor disco de Metal Tradicional que escutei nos últimos cinco anos (talvez mais). Se esse realmente for o canto de cisne de uma das maiores bandas em todos os tempos, será uma saída triunfal de cena. Forte candidato a futuro clássico.