Curtas da Cripta: Lord Vicar, Witherscape, Insomnium e Last in Line |
Lord Vicar - Gates of Flesh |
Lord
Vicar – Gates of Flesh (Cd-2016)
Jogando pelo Regulamento
A patota finlandesa
que atende pela alcunha de Lord Vicar mistura doses cavalares de Doom com pitadas de Stoner e até mesmo Gothic Metal, de maneira
bastante interessante, diga-se. Em alguns momentos chega a lembrar o Tiamat da era Wildhoney, o que é um baita elogio. E se você é fã de Doom e achou a voz algo familiar, é por
que ela realmente o é, quem canta aqui é Christian
"Chritus" Linderson, responsável pelos microfones do Count Raven e da fase C.O.D.
do mastodonte Saint Vitus. Já as guitarras ficam ao encargo
de Peter Vicar, o cabeça do Reverend
Bizarre.
Todas
as músicas aqui são legais e tem seu poderio amplificado por uma produção para
lá de vintage, que combina com a aura esfumaçada da bolachinha. Mas embora a
homogeneidade seja elogiável e garanta uma audição satisfatória do disco por
inteiro, senti falta de mais faixas que passassem do simples “bacana” para o
“memorável”. Aqui destacaria de longe a bela A Woman out Of Snow e o épico encerramento com Leper, Leper. Um bom disco.
NOTA:
7,91
Pontos
positivos: produção vintage como o som da banda pede
Pontos
negativos: com a exceção de A Woman Out Of Snow, faltam faixas memoráveis
Para
fãs de: Saint Vitus, Reverend Bizarre, Count Raven, Tiamat, My Dying Bride
Classifique como: Doom Metal
Lord Vicar: Jogando pelo regulamento |
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Witherscape - The Northern Sanctuary |
Witherscape – The Northern
Sanctuary (Cd-2016)
Dupla Metalneja de
Respeito
O projeto do criativo
sueco Dan Swanö (teclados, bateria e voz) com Ragnar Widerberg
(guitarras e baixo, Witchcraft) tem
um pé na morbidez, mas com nuances Prog e citações a quase todo e qualquer
subgênero dentro do Heavy Metal. Essa definição seria
praticamente a mesma que eu usaria para os trabalhos do norueguês Ihsahn, e o paralelo entre o trabalho
dos caras é inevitável, ambos tem a capacidade de soar diferente e vanguardista
sem perder um grau invejável de veia pop. E a veia pop é latente em faixas como
Wake of Infinity, In the Eyes of Idols e nas belíssimas The Examiner e Marionette.
Nem
tudo é perfeito, entretanto. A produção está aquém do poderio das músicas aqui
contidas, embora não chegue a comprometer. E é perceptível que o disco sofre de
uma pequena queda de qualidade em sua metade final, com a épica faixa título
não demonstrando fôlego suficiente para justificar seus 14 minutos de duração. Mas
ainda assim temos em mãos um trabalho de qualidade superior. Quando me
perguntam se eu odeio Prog Metal por conta da minha incapacidade
em escutar qualquer coisa do Dream Theater, posso responder com um disco
desses, isso sim é Prog Metal bem feito. Discaço!
NOTA:
8,78
Pontos
positivos: mistura de estilos dentro do Metal com muita criatividade
Pontos
negativos: algo na produção me incomoda
Para
fãs de: Ihsahn, Devin Townsend
Classifique como: Prog Metal
Banda em dupla dá guerra na hora de pagar o ensaio |
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Insomnium - Winter's gate |
Insomnium
– Winter’s gate (Cd-2016)
Fúria Gélida
Os suecos do Insomnium resolveram fazer como seus
conterrâneos e contemporâneos do Amon
Amarth e contar uma saga Viking em
seu sétimo disco de estúdio. Mas o enfoque aqui é bem menos brutal e mais
contemplativo. Na verdade Winter’s Gate é uma única faixa, dividida em
sete partes. Por Odin, não se
assuste, não estamos diante de mais uma daquelas diarreias progressivas
intelectualoides, não. Temos aqui um Death
melódico tipicamente, erh...sueco! O som dos caras deve bastante ao In Flames
de outrora, principalmente pelas intervenções folk e atmosféricas, obviamente
amplificadas pelo caráter conceitual do disco. Ah, e voz limpa de Ville Friman é cópia escarrada do Anders
Fridén de Whoracle e Colony.
E tratar o disco como uma
única música aqui passa longe de ser uma artimanha para parecer mais artístico,
como é comum em bandas de Prog Metal. Realmente há temas e climas que
interligam as faixas e a audição do todo faz bem mais sentido do que a das
peças em separado. Embora eu não seja o maior fã do mundo do formato, quando o
mesmo funciona, o que é muito raro, acaba por nos proporcionar obras bem
interessantes. E esse é o caso aqui, um disco pesado, diferente e ao mesmo
tempo bonito de se ouvir. Excelente.
NOTA:
9,20
Pontos
positivos: peso e intervenções atmosféricas se entremeando em harmonia
Pontos
negativos: um disco feito exclusivamente para se ouvir de ponta a ponta
Para
fãs de: In Flames antigo, Dark Tranquility, Amon Amarth
Classifique como: Melodic Death Metal, Viking
Metal
Hm, não foi aqui que o Immortal gravou aquele vídeo? |
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Last In Line - Heavy Crown |
Last
In Line – Heavy Crown (Cd-2016)
Mais Um Belo legado De Ronnie
O quinteto que atende pelo nome Last In Line, é mais um Spin Off da banda de Ronnie James Dio. Sim, qual o Resurrection Kings, temos aqui uma mistura de ex-integrantes da banda solo do saudoso gnomo com um talentoso vocalista. Os culpados aqui são o baterista Vinny Appice, o baixista Jimmy Bain (que faleceria antes do lançamento do disco), o tecladista Claude Schnell e o guitarrista Vivian Campbell. Todos fizeram parte da primeira formação do Dio (Schnell apenas ao vivo). Para assumir a imensa responsabilidade que é o posto de vocalista em qualquer coisa que faça referência a uma das maiores vozes da história do Rock, o escolhido foi Andrew Freeman. Freeman cantou no Hurricane e Lynch Mob, além de ter tocado guitarra com...The Offspring? Isso sim é surpreendente.
O quinteto que atende pelo nome Last In Line, é mais um Spin Off da banda de Ronnie James Dio. Sim, qual o Resurrection Kings, temos aqui uma mistura de ex-integrantes da banda solo do saudoso gnomo com um talentoso vocalista. Os culpados aqui são o baterista Vinny Appice, o baixista Jimmy Bain (que faleceria antes do lançamento do disco), o tecladista Claude Schnell e o guitarrista Vivian Campbell. Todos fizeram parte da primeira formação do Dio (Schnell apenas ao vivo). Para assumir a imensa responsabilidade que é o posto de vocalista em qualquer coisa que faça referência a uma das maiores vozes da história do Rock, o escolhido foi Andrew Freeman. Freeman cantou no Hurricane e Lynch Mob, além de ter tocado guitarra com...The Offspring? Isso sim é surpreendente.
Mais surpreendente ainda é ver
Vivian Campbell capitalizando em cima da morte de Ronnie Dio, após passar
décadas desancando o baixinho. Como Vivian
faz rios de dinheiro com o Def Leppard, quero acreditar se tratar de
um pedido de desculpas. A despeito da pouca simpatia que tenho pelo guitarrista,
tenho que admitir que o trabalho que Vivian
apresenta aqui é fenomenal, com doze músicas que fazem justiça ao legado de Dio sem parecer mera cópia.
Excelentemente produzido por Jeff Pilson (também ex-membro do Dio), o disco traz grandes performances
individuais e faixas maravilhosas como Devil
in Me, Martyr, Already Dead e Starmaker. Mas
dentre todas as feras que fabricaram essa bolachinha o destaque maior fica por
conta justamente de Freeman, que
canta demais, por vezes lembrando Zak
Stevens em seus melhores momentos, honrando
o legado do baixinho. Um ótimo disco que resenho aqui já com a notícia que o segundo
rebento já está a caminho. Vem mais coisa boa por aí!
NOTA:
8,90
Pontos
positivos: ótima produção, Vivian inspirado e grande performance de Andrew
Freeman
Pontos
negativos: não dá para não pensar em como Campbell é mal aproveitado no Def
Leppard
Para
fãs de: Dio, Lynch Mob
Classifique como: Hard Rock, Heavy Metal
Last In Line ainda com o saudoso Jimmy Bain...RIP |