segunda-feira, 15 de julho de 2013

Megadeth – Super Collider (CD - 2013)


Megamouth Strikes again!

Dave Mustaine, uma das figuras mais polêmicas da cena metálica (ops) mundial é também um cara extremamente prolífico. Após um hiato por conta de problemas de saúde que quase o levaram a abandonar a carreira, Megadave colocou sua banda nos eixos e produzindo com uma certa frequência, com resultados que variam do excelente (o alucinante Endgame) ao apenas levemente interessante (a colcha de retalhos para cumprir tabela Th1rte3n). Após mais alguns episódios de verborragia contra Obama que resvalavam nas mais estranhas teorias conspiratórias, Dave (ou seria Megamouth) fez uma promessa pública ao resto da banda: iria manter suas opiniões políticas para si, de agora em diante suas entrevistas seriam mais controladas.

Dave Megamouth, rei das caganeiras verbais



Chamando Johnny K (produtor do Disturbed, Staind e do lixo Supercharged, o pior disco do Machine Head) para repetir o trabalho feito no disco anterior como produtor, assessorado pelo protegido do Motörhead, Cameron Webb como engenheiro de som, Dave grava então o “polêmico” Super Collider. “A banda está muito comercial”, “o som é moderno demais” e “é muito direto”, “ah, e tem o cara do Disturbed”, blá, blá, blá...

Difícil seria entender o porquê de tanta polêmica, mas vamos lá...

Superpolêmico?

Iniciando com o baixo de Ellefson, Kingmaker é pesadona e bem direta, mas falha em cativar com suas linhas melódicas mundanas e um refrão que passa quase despercebido numa primeira audição. Os bons solos estão lá, como em qualquer música, boa ou ruim, da formação atual da banda. Cortesia do Dave e do sempre espetacular Chris Broderick.


A faixa-título tem um quê de música comercial, o que não é novidade, o Megadeth faz músicas assim desde ao menos Countdown To Extintion. Falta um pouco de carisma no caso desta aqui, que não deslancha e nem deve chamar muita atenção comercialmente, mas é besteira dizer que a banda se vendeu. Se ela a fez, foi há mais de 20 anos...


Burn! Vem em seguida, pesadona, ainda que novamente direta. Uma opção melhor que as músicas anteriores, certamente. Built For War mantém o peso e vem um pouco mais quebrada que as faixas anteriores. Uma faixa que poderia bem estar em United Abominations, com seus ótimos riffs e solos. Off The Edge mantém a pegada mas talvez careça de uma linha melódica um pouco mais empolgante, ainda que os ótimos solos compensem bastante esse problema.

Não, não é o anticristo, é só David "uh-ah-ah-ha" Draiman.
A tão temida faixa vendilhona se chama Dance In The Rain, que insere de maneira tão sutil celos e violinos que os mesmos se tornam imperceptíveis aos desavisados numa primeira audição. a música em si é a melhor do álbum, e a tão temida participação de David Draiman (cristão convicto, menos militante e chato que Dave) também pode nem se fazer notar. Draiman abre mão de seus famosos “barulhos de macaco” e sua interpretação, restrita ao final da música, respeita tanto o estilo Megadave que você pode simplesmente entender se tratar do boca de croissant cantando com um pouco mais de efeito na voz que o normal.


Beginning Of Sorrow segue o estilo pesado, ainda que direto - algo que o Megadeth já fizera muito bem em discos como Youthanasia e Contdown To Extinction e não tão bem em Risk e Criptic Writings. Logo, carece de consistência a baboseira de que isso representaria uma mudança de ares na discografia do Megadeth. Boa faixa.

A reclamação sobre a suposta vendilhonice contry em The Blackest Crow soa de uma babaquice ímpar. A música é muito boa, totalmente heavy e a tal inserção de instrumentos e melodias do estilo apócrifo fica quase tão restrita quanto na excelente Ghost Walking do Lamb Of God. 

Megadeth, Megavendilhões?
Diferentemente de Forget To Remember, que tem sim um que de inspiração em bandas como The Cult em seu riff principal. Ótimo refrão e melodias, compostos por David Draiman, fazem que a faixa possa ser incluída como um dos destaques do disco. 

O dedilhado bluesy logo é quebrado por um rif cortante na última faixa autora de Super Collider, a apenas ok Don’t Turn Your Back On A Friend. Curiosamente, a banda resolveu encerrar o disco com o cover da excelente, porém para lá de batida Cold Sweat do imortal Thin Lizzy. Um bom cover, talvez respeitoso demais com a original, mas que tem muito pouco com o estilo do resto do disco.

Saldo Final

A eterna verborragia imbecilóide de Dave Mustaine muitas vezes acaba por fazer uma espécie de marketing prejudicial ao Megadeth. Só assim para explicar o porque de tanta polêmica envolvendo esse Super Collider. Aqui temos o Megadeth fazendo o que se acostumou desde Contdown To Extinction, um Heavy Metal direto e bem feito, com boas melodias, bons riffs e ótimos solos.

Afinal, afora o espetacular Endgame, que restaurou um pouco o lado Thrash da banda, e o fraco Risk, que derramou um pouco mais de lodo pop no som do que o recomendado, SC não foge muito ao que a banda já fez. A participação de David Draiman trouxe somente coisas boas, e é preciso ser muito cri-cri para realmente se revoltar com isso.

Enfim, Super Collider estilisticamente está bem próximo do disco anterior, Th1rte3n, só que com uma maior coesão no material apresentado. Talvez você goste, talvez prefira reclamar e lembrar o longínquo tempo em que a banda era um dos baluartes do Thrash metal, mas esqueça as polêmicas: SC é um bom disco de Heavy Metal. Nada mais, nada menos.

NOTA: 7,5

Ficha Técnica

Banda (nacionalidade): Megadeth (EUA)
Mídia: CD
Faixas: 11
Duração: 45’

Lançamento: Universal Records (nacional)

Rotule Como: Heavy Metal

Indicado para: Quem curte o Megadeth de Countdown em diante e não se importa com as diarreias verbais de Dave Megamouth...

Evitar se: você é um cri-cri tão chato quanto o cabelo de poodle ou é uma viúva do Rust In Peace...

10 comentários:

  1. Esses fãs xiitas malas sem alças do heavy metal nunca morrem. Tem sempre um disco novo pra ficar reclamando hehe

    Eu gostei do SC. É um bom disco, mas de Hard Rock não de Heavy Metal, e não tem nada de errado nisso. Achei ele um pouco parecido com Criptic Writings (que eu gosto) com algumas faixas flertando com metal, e com a maioria acertando na veia do Hard Rock mesmo.

    O Megadeth continua com um excelente média desde que "voltou"

    Abs

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    1. Fala, Brunão
      Sim, tem uma veia hard e mais simples que lembra o CW. Certamente os fãs xiitas estragam e muito a cena, mas faz parte.
      Abraço
      T

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  2. Megadeth nunca foi minha praia, esse aí muito menos!!!

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    1. Caro Anônimo
      Para quem já não curte a banda, com certeza não achará nada aqui que faça mudar de ideia!
      abraço
      T

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  3. tava todo mundo falando mal desse cd e nem empolguei de ouvir,mas depois de ler aqui resolvi baixar. Nem de perto é ruim como falam, é legal até, mas acho que podia seguir aquela linha lá do endgame, né?
    publica alguma coisa aí do manowar, valeu?

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    1. Prezado Anônimo
      Cara, realmente não entendi o porquê de tanto auê com o novo disco, pensei até que os caras tinham feito algo com o tal dubstep ou axé, sei lá.
      Sobre o Manowar, pretendia publicar algo sobre o Lord Of Steel, mas na minha nunca escrita parte II dos Melhores de 2012...só que viria nas decepções de 2012, os marombados de tanguinha estão devendo um disco que preste tem tempo!
      abraço
      T

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  4. Quero mais é que se foda!

    Holy Wars tocando agora...

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  5. Megamerda é uma bosta! Viva Metallica!
    VTNC Deive Musteine

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    1. Eita
      Parece que o "Deive Musteine" te deixou irritado, prezado anônimo.
      Bem, o "Fecallica" não lança nada que preste desde, hm, Black Album. Isso se vc também não for um desses que acham o disco pop demais.
      Bom, de qualquer forma, valeu pela mensagem revoltada
      T

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