Megamouth
Strikes again!
Dave Mustaine, uma das figuras
mais polêmicas da cena metálica (ops) mundial é também um cara extremamente
prolífico. Após um hiato por conta de problemas de saúde que quase o levaram a
abandonar a carreira, Megadave colocou sua banda nos eixos e produzindo com uma
certa frequência, com resultados que variam do excelente (o alucinante Endgame)
ao apenas levemente interessante (a colcha de retalhos para cumprir tabela
Th1rte3n). Após mais alguns episódios de verborragia contra Obama que
resvalavam nas mais estranhas teorias conspiratórias, Dave (ou seria Megamouth)
fez uma promessa pública ao resto da banda: iria manter suas opiniões políticas
para si, de agora em diante suas entrevistas seriam mais controladas.
Dave Megamouth, rei das caganeiras verbais |
Chamando Johnny K (produtor do
Disturbed, Staind e do lixo Supercharged, o pior disco do Machine Head) para
repetir o trabalho feito no disco anterior como produtor, assessorado pelo
protegido do Motörhead, Cameron Webb como engenheiro de som, Dave grava então o
“polêmico” Super Collider. “A banda está muito comercial”, “o som é moderno
demais” e “é muito direto”, “ah, e tem o cara do Disturbed”, blá, blá, blá...
Difícil seria entender o porquê de tanta
polêmica, mas vamos lá...
Superpolêmico?
Iniciando com o baixo de Ellefson, Kingmaker é
pesadona e bem direta, mas falha em cativar com suas linhas melódicas mundanas
e um refrão que passa quase despercebido numa primeira audição. Os bons solos
estão lá, como em qualquer música, boa ou ruim, da formação atual da banda. Cortesia do Dave e do sempre espetacular Chris Broderick.
A faixa-título
tem um quê de música comercial, o que não é novidade, o Megadeth faz músicas
assim desde ao menos Countdown To Extintion. Falta um pouco de carisma no caso
desta aqui, que não deslancha e nem deve chamar muita atenção comercialmente,
mas é besteira dizer que a banda se vendeu. Se ela a fez, foi há mais de 20
anos...
Burn!
Vem em seguida, pesadona, ainda que novamente direta. Uma opção melhor que as
músicas anteriores, certamente. Built For War mantém o peso e vem um pouco mais
quebrada que as faixas anteriores. Uma faixa que poderia bem estar em United
Abominations, com seus ótimos riffs e solos. Off The Edge mantém a pegada mas
talvez careça de uma linha melódica um pouco mais empolgante, ainda que os
ótimos solos compensem bastante esse problema.
Não, não é o anticristo, é só David "uh-ah-ah-ha" Draiman. |
A tão
temida faixa vendilhona se chama Dance In The Rain, que insere de maneira tão
sutil celos e violinos que os mesmos se tornam imperceptíveis aos desavisados
numa primeira audição. a música em si é a melhor do álbum, e a tão temida
participação de David Draiman (cristão convicto, menos militante e chato que Dave) também pode nem se fazer notar. Draiman abre mão
de seus famosos “barulhos de macaco” e sua interpretação, restrita ao final da
música, respeita tanto o estilo Megadave que você pode simplesmente entender se
tratar do boca de croissant cantando com um pouco mais de efeito na voz que o
normal.
Beginning Of Sorrow segue o
estilo pesado, ainda que direto - algo que o Megadeth já fizera muito bem em
discos como Youthanasia e Contdown To Extinction e não tão bem em Risk e
Criptic Writings. Logo, carece de consistência a baboseira de que isso
representaria uma mudança de ares na discografia do Megadeth. Boa faixa.
A reclamação sobre a suposta vendilhonice contry
em The Blackest Crow soa de uma babaquice ímpar. A música é muito boa,
totalmente heavy e a tal inserção de instrumentos e melodias do estilo apócrifo
fica quase tão restrita quanto na excelente Ghost Walking do Lamb Of God.
Megadeth, Megavendilhões? |
Diferentemente
de Forget To Remember, que tem sim um que de inspiração em bandas como The Cult
em seu riff principal. Ótimo refrão e melodias, compostos por David Draiman,
fazem que a faixa possa ser incluída como um dos destaques do disco.
O dedilhado
bluesy logo é quebrado por um rif cortante na última faixa autora de Super
Collider, a apenas ok Don’t Turn Your Back On A Friend. Curiosamente, a banda
resolveu encerrar o disco com o cover da excelente, porém para lá de batida
Cold Sweat do imortal Thin Lizzy. Um bom cover, talvez respeitoso demais com a
original, mas que tem muito pouco com o estilo do resto do disco.
Saldo Final
A eterna verborragia imbecilóide
de Dave Mustaine muitas vezes acaba por fazer uma espécie de marketing
prejudicial ao Megadeth. Só assim para explicar o porque de tanta polêmica
envolvendo esse Super Collider. Aqui temos o Megadeth fazendo o que se
acostumou desde Contdown To Extinction, um Heavy Metal direto e bem feito, com
boas melodias, bons riffs e ótimos solos.
Afinal, afora o espetacular
Endgame, que restaurou um pouco o lado Thrash da banda, e o fraco Risk, que
derramou um pouco mais de lodo pop no som do que o recomendado, SC não foge
muito ao que a banda já fez. A participação de David Draiman trouxe somente
coisas boas, e é preciso ser muito cri-cri para realmente se revoltar com isso.
Enfim, Super Collider
estilisticamente está bem próximo do disco anterior, Th1rte3n, só que com uma
maior coesão no material apresentado. Talvez você goste, talvez prefira
reclamar e lembrar o longínquo tempo em que a banda era um dos baluartes do
Thrash metal, mas esqueça as polêmicas: SC é um bom disco de Heavy Metal. Nada
mais, nada menos.
NOTA: 7,5
Ficha Técnica
Banda (nacionalidade): Megadeth (EUA)
Mídia: CD
Faixas: 11
Duração: 45’
Lançamento: Universal Records (nacional)
Rotule Como: Heavy Metal
Indicado para: Quem curte o
Megadeth de Countdown em diante e não se importa com as diarreias verbais de
Dave Megamouth...
Evitar se: você é um cri-cri tão chato quanto o
cabelo de poodle ou é uma viúva do Rust In Peace...
Esses fãs xiitas malas sem alças do heavy metal nunca morrem. Tem sempre um disco novo pra ficar reclamando hehe
ResponderExcluirEu gostei do SC. É um bom disco, mas de Hard Rock não de Heavy Metal, e não tem nada de errado nisso. Achei ele um pouco parecido com Criptic Writings (que eu gosto) com algumas faixas flertando com metal, e com a maioria acertando na veia do Hard Rock mesmo.
O Megadeth continua com um excelente média desde que "voltou"
Abs
Fala, Brunão
ExcluirSim, tem uma veia hard e mais simples que lembra o CW. Certamente os fãs xiitas estragam e muito a cena, mas faz parte.
Abraço
T
Megadeth nunca foi minha praia, esse aí muito menos!!!
ResponderExcluirCaro Anônimo
ExcluirPara quem já não curte a banda, com certeza não achará nada aqui que faça mudar de ideia!
abraço
T
tava todo mundo falando mal desse cd e nem empolguei de ouvir,mas depois de ler aqui resolvi baixar. Nem de perto é ruim como falam, é legal até, mas acho que podia seguir aquela linha lá do endgame, né?
ResponderExcluirpublica alguma coisa aí do manowar, valeu?
Prezado Anônimo
ExcluirCara, realmente não entendi o porquê de tanto auê com o novo disco, pensei até que os caras tinham feito algo com o tal dubstep ou axé, sei lá.
Sobre o Manowar, pretendia publicar algo sobre o Lord Of Steel, mas na minha nunca escrita parte II dos Melhores de 2012...só que viria nas decepções de 2012, os marombados de tanguinha estão devendo um disco que preste tem tempo!
abraço
T
Quero mais é que se foda!
ResponderExcluirHoly Wars tocando agora...
Mr Krill
ExcluirHoly Wars pode tocar sempre, ora bolas!
Abracetas
T
Megamerda é uma bosta! Viva Metallica!
ResponderExcluirVTNC Deive Musteine
Eita
ExcluirParece que o "Deive Musteine" te deixou irritado, prezado anônimo.
Bem, o "Fecallica" não lança nada que preste desde, hm, Black Album. Isso se vc também não for um desses que acham o disco pop demais.
Bom, de qualquer forma, valeu pela mensagem revoltada
T