De
Volta à Ponte Aérea
Por Trevas
Criado em 2007 como mera
brincadeira entre os Soilworkianos Björn Strid e David Andersson durante os momentos de tédio
de uma turnê pelos EUA, a The Night Flight Orchestra (a
partir daqui, TNFO) virou um canal
para os dois exercitarem composições voltadas para o Classic Rock/AOR, brincando nas letras com situações
diversas que aconteciam durante as turnês, em especial envolvendo os baratos e
infalíveis “voos noturnos” e os casos de uma noite só com mulheres de todos os
países. Em determinada turnê conjunta com o Arch Enemy, o duo ganhou
o reforço de Sharlee D’Angelo, e em 2012, uma pequena gravadora
italiana topou lançar Internal Affairs, o descompromissado (e bom!) rebento
dessa junção. Em 2015 a brincadeira ganhou um ótimo segundo capítulo (Skyline Whispers), mas tudo ainda era feito de maneira nada ambiciosa. Vide
que, em 2016, ganhei um Meet & Greet com o Soilwork no
show do Rio e levei, em meio aos encartes dos discos da banda, dois dos discos
do TNFO. A cara de surpresa de Strid
e David foi impagável! Foi só em
2017, quando Gemini (com ajuda da Nuclear Blast) catapultou Amber Galatic ao grande público, que a coisa
engrenou. O sucesso foi tão avassalador que eclipsou até mesmo o trabalho com o
próprio Soilwork. O pessoal não
perdeu tempo e já em 2018 soltou Sometimes
The World Ain’t Enough, esse já numa versão algo diluída
da fórmula que tinha ganho atenção. Quando foi anunciado esse novo Aeromantic, não me empolguei. Achei que
a brincadeira já estava perdendo um bocado da graça e charme, mas vim conferir
assim mesmo.
Kitsch? Nah, que isso? Impressão sua |
Estática. Falas femininas em outras línguas. Introdução que fica entre o
Prog e o AOR. A bela produção de Thomas Plec Johansson saltando
aos ouvidos e temos então Servants Of The
Air trazendo de volta o charme dos
dois primeiros trabalhos! Dessa vez quase todas as canções ficaram nas mãos de David Andersson, mas é justamente numa das duas músicas de Strid (um dos meus “vocal heroes”, que
novamente se sente em casa nos vocais limpos) que temos a brilhante Divinyls, uma das melhores canções que
o agora sexteto já fez.
A pegada impressionantemente inspirada continua com as grudentas e para
lá de vivas If Tonight Is The Only
Chance e This Boy’s Last Summer.
Curves infelizmente nos faz lembras
das pisadas na bola que afetaram os dois discos anteriores, com seu refrão
irritante derivado de alguma banda Z do AOR
oitentista, mas é seguida com precisão pela belíssima Transmissions (com direito a solo de violino).
A faixa título se parece demais com materiais anteriores, tal como Sister Mercurial, mas Taurus
(contribuição do guitarrista Sebastian
Forslund), Carmencita Seven, Golden
Swansdown e o encerramento com a magistral Dead of Winter colocam o novo trabalho como
forte postulante ao mais equilibrado do projeto, que recuperou a vitalidade de
seus primeiros discos e é tão agradável que mal se percebe seus quase 57 minutos de duração. Se você curte aquele Rock que cheira a algum lugar no tempo entre 1978 e 1983, não precisa
procurar mais, só colocar Aeromantic
para rodar. (NOTA: 9,18)
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Gravadora: Shinigami Records (Nacional)
Prós: ótima produção, músicas inspiradas e
grudentas
Contras: sim, é bem kitsch
Classifique como: Melodic Hard Rock, AOR
Para
Fãs de: Meat Loaf, Kansas, Journey
É meu camarada, valeu pela dica. Sharlee D'angello não para mesmo é um workahollic.
ResponderExcluirFala, Moshilão1
ExcluirE aqui o baixo é beeem destacado
Abraço
T
Até hoje não sei se gosto ou não desse "projeto"; não foi feito pra se levar a sério, é óbvio, mas quando a pegada pesa no AOR, fica realmente insuportável (ao menos pra mim, que tenho verdadeira ojeriza a esse tipo de música cafona em sua essência, extremamente estilizado, FMzado e pasteurizado).
ResponderExcluirNa verdade, escutei todos os discos, inclusive esse, mas somente uma vez cada um, e as músicas relamente não "colaram", a ponto de eu nem lembrar do que escutei.
Talvez, futuramente, eu pare pra dar mais atenção e faça uma coletânea do tipo "best of", se tiver realmente algo do tipo nos discos...
Abração, mizifio!!
ML
Fala Lacerda!
ExcluirTe entendo perfeitamente...
Então, eu tenho pouca tolerância a AOR, mas da mesma maneira do que acontece com o Steel Panther, sei lá por que prefiro as bandas "piadas" aos originais "homenageados" por elas
Abraço
T