Spiritual Beggars - Sunrise to Sundown (Cd-2016) |
A Uriah PurpleThing
Por
Trevas
O Spiritual Beggars surgiu em 1994, quando Michael
Amott ainda empunhava as guitarras
junto ao lendário Carcass. A ideia
era emular o som dos anos 1960/1970, com requintes de metal, num monstrinho Stoner que seguiu produção bienal até
os idos de 2002, contando com um misto de convidados e membros não tão fixos
assim, com destaque para os vocalistas Spice
e JB (Grand Magus). A partir
daí a produção passou a ser ainda mais esporádica, muito relacionado ao sucesso
assustador que o Arch Enemy (filhote principal de Amott) angariou ao redor do globo. Em
2010, com a chegada do vocalista grego Apollo
Papathanasio, muito menos limitado
que seus antecessores, a sonoridade do SB
ganhou ares de retro rock, expandindo sua base de fãs (e perdendo alguns Stoner Heads mais puristas). Sunrise
to Sundown é o terceiro rebento dessa fase, novamente gravado sem
muito alarde no meio das pausas da lotada agenda do AE.
O Dream Team circa 2016 |
A primeira metade do disco é absolutamente deliciosa, com a faixa título
trazendo à tona um som setentista que lembra algo entre o Purple fase Coverdale e
os melhores momentos do Uriah Heep. Diamond Under Pressure nos presenteia com o som de Hammond
bem na cara de Per Wiberg (Candlemass, Opeth) numa
música viciante (ver vídeo). What Doesn’t Kill You lembra as
origens metálicas do pessoal envolvido, com destaque ao sempre competente Apollo Papathanasio (ex Firewind),
que possui um timbre perfeito para esse estilo e para os duelos entre órgão e
as guitarras de Mr. Amott na segunda
metade da música. A produção, ao encargo de Steffan Karlsson (Firewind, Arch Enemy, Grand Magus) tenta capturar a essência do rock setentista, mas deixa tudo
um pouquinho sujo demais quando a bateria nervosa de Ludwig Witt (Firebird, Grand Magus) ataca os
pratos. Completa o timaço o sempre ótimo baixista Sharlee D’Angelo (Arch Enemy, Witchery, Mercyful Fate).
O disco segue e Hard Road (ver vídeo) e No Man’s Land são outras duas pérolas
intercaladas pela quase tão boa Still Hunter. Curiosamente, é a partir da
razoável I Turn to Stone que a banda tenta reeditar um
pouco da sonoridade stoner de outrora e o padrão de qualidade começa a variar. Lonely Freedom é uma tentativa de soar como uma jam espacial, mas vai o
nada ao lugar algum, parecendo apenas um canal para bons solos do patrão. E nessa
altura até mesmo a rocker You’ve Been Fooled acaba por errar o alvo.
Por
sorte ainda temos faixas acima da média como Dark Light Child e o encerramento com a igualmente
bacana Southern Star para manter o interesse na bolachinha.
Saldo Final
Quando
comecei a escutar Sunrise to Sundown,
tive a certeza de estar diante do melhor trabalho dos suecos. Infelizmente a
bola baixa um pouquinho na reta final. Mas não se engane, mesmo as músicas
menos inspiradas da bolachinha não chegam a incomodar e nem de longe eclipsam a
qualidade da maioria do material. A melhor definição do rumo que a banda
escolheu eu li numa revista inglesa: se antes eles queriam ser o Monster Magnet, agora querem ser o Deep
Purple. Talvez isso assuste alguns
fãs, mas ainda assim, o cd é muito bom!
NOTA: 82
Para fãs de: Uriah Heep,
Deep Purple
Fuja se: estiver à procura
apenas de material puxado para o stoner
Classifique como: Retro
Rock
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