quinta-feira, 4 de junho de 2015

Judas Priest - Defenders Of The Faith - Special 30th Anniversary Deluxe Edition (3Cds – 1984/2015)

Defenders Of the Faith - Special Anniversary Deluxe Edition
Uma Edição à Altura do Clássico
Por Trevas

Junho de 1983, o Judas Priest vivia um momento especial. Duas semanas antes a banda havia tocado para nada menos que meio milhão de espectadores no US Festival. Screaming For Vengeance havia catapultado a carreira do Priest em território estadunidense, com uma vendagem já superior a 2 milhões de discos (Screaming chegaria posteriormente à marca de 5 milhões). Deveria a banda, excursionando e gravando ininterruptamente desde 1974, dar uma pausa nas atividades ou deveriam os britânicos aproveitar a maré e entrar novamente em estúdio? A escolha parecia óbvia, e o quinteto rumou então para o mesmo estúdio do disco anterior, sem uma linha escrita, para tentar aproveitar o momento.

O Priest no US Festival, em 1983
Chegando ao Ibiza Sound Studios, na Espanha, uma surpresa: os donos do estúdio, chafurdando em dívidas, haviam perdido tudo para os credores. O estúdio estava vazio. Não só de equipamentos, nem as janelas e portas haviam sobrevivido ao espólio judicial. A maré era tão favorável à banda que os caras resolveram simplesmente remontar pacientemente o estúdio, peça por peça. E isso com um disco a ser composto do zero, sob o escrutínio da Atlantic Records, que estava ávida por um sucesso do quilate de You’ve Got Another Thing Coming e havia estipulado um cronograma apertado para a feitura do novo trabalho.

No meio desse clima que navegava entre a pressão absoluta e a descontração comedida, Defenders Of The Faith foi composto e gravado. A propósito, dentro do cronograma estipulado!

Defenders, faixa a faixa

Freewheel Burning – Música de trabalho, gerou um clipe moderno para a época (ver vídeo). Veloz e direta, tornou-se um clássico da banda, mas falhou retumbantemente em suceder os hits Breaking the Law e You’ve Got Another thIng Coming nas paradas americana e britânica.

Jawbreaker – Feroz e certeira, outro clássico inconteste. Sua letra seria esclarecida anos depois por Rob como sendo explicitamente gay. Jawbreaker seria uma gíria comum no mundo gay que faria referência à felação num membro demasiadamente avantajado. Leia a letra depois de saber disso e seu mundo nunca mais será o mesmo. (Ganhou um bom cover pelos teutônicos do Rage e recentemente voltou aos sets do JP).

Rock Hard Ride Free – reinserida no set na turnê do Nostradamus, essa ótima faixa é uma perfeita mistura entre Hard e Heavy, algo que sempre destacou o Priest dentro do mundo do metal.

The Sentinel – Metal até a medula, Sentinel é perfeita. Os duelos nos solos antecipariam o deleite guitarrístico das faixas de Painkiller. Uma das músicas mais populares do Priest, ganhou ótimos covers pelo Machine Head e pelo extinto Heavens Gate.

Love Bites – essa música, um clássico imediato, abriria a turnê vindoura e ganhou um clipe que mostrava o novo design de palco dos shows da banda (ver vídeo). Foi recentemente adicionada ao set do JP, mas somente em algumas ocasiões. Ganhou um cover bem diferente nas mãos dos americanos do Nevermore.


Eat Me Alive – controversa e extremamente pesada para a época, seria colocada no top 3 de músicas subversivas pela Parents Music Resource Center, co-capitaneada por Tipper Gore, esposa de Al Gore, por seu teor lírico sadomasoquista. Por conta da polêmica, foi a única faixa do disco que só ganharia exibição ao vivo muito tempo depois, mais especificamente na turnê de Nostradamus.

Some Heads Are Gonna Roll – repetição da parceria com Bob Halligan Jr. Que havia rendido bons frutos com take These Chains no disco anterior, Some Heads... misturava Hard e Heavy com grande êxito, ficando no repertório até a turnê de Ram It Down.

Night Comes Down – mais um exemplo da capacidade do Priest em compor boas baladas, Night Comes Down é facilmente uma das melhores já escritas pela banda nesse quesito.

Heavy Duty/Defenders Of The Faith – na verdade são uma só música, apesar de fisicamente separadas, e representam uma ode ao heavy metal e seu público. Com um andamento bastante calcado no que a banda fizera na década anterior, mais especificamente em Hell Bent For Leather, a dupla seria o ponto baixo de um disco até então perfeito. Não, não são ruins, apenas aquém do restante.

As Novidades da Edição Comemorativa

A edição importada tem um visual bem caprichado, com um slipcase recortado que permite apenas a visualização do rosto do monstro-tanque Metallium. Os três discos ficam bem alojados num digipack robusto, nada de ter que arrastar e arranhar seus disquinhos naqueles envelopes apertados, o digipack tem os miolinhos para encaixe dos discos. Sonoramente, está tudo perfeito e muito mais alto que nas edições anteriores em CD. O pacote foi lançado em edição nacional, mas ainda não esbarrei com a mesma e não sei se mantém a mesma qualidade.

Edição Importada
As liner notes do encarte são bem sucintas e nada trazem de novo. No mais, temos os créditos e algumas belas fotos do evento que aparece como grande bônus dessa edição: um show completo gravado em maio de 1984 na Long Beach Arena, contendo 21 faixas! Esse show foi originalmente transmitido ao vivo para uma estação de rádio estadunidense e aparece aqui com uma qualidade sonora excelente e é um representante fidedigno do Priest à época. O set list é monstruoso, tal qual a pegada da banda. E trata-se de um ao vivo mais interessante que o Priest Live, por ser muito mais vigoroso e direto, e sem retoques em estúdio: erros pequenos da banda e uma certa rouquidão de Halford (no auge do vício em cocaína e birita) dão um toque de honestidade e ferocidade no material. Muito bom, mesmo!

Priest no show da Long Beach Arena
Saldo Final
Defenders falharia retumbantemente em repetir o sucesso de vendas de Screaming For Vengeance, ainda que tenha suplantado o milhão de cópias vendidas e tenha atingido disco de ouro. Ainda assim é um dos meus trabalhos favoritos de uma e minhas bandas favoritas em todos os tempos. Essa reedição, além de trazer uma remasterização perfeita do material original e belo trabalho gráfico, conta também com um registro ao vivo muito bom. Ou seja, se você ainda não tem essa pérola, essa é a hora. E para quem tem a versão antiga em CD, faça-se um favor, presenteie um amigo com tua bolachinha velha e pegue essa edição, sem falta!

NOTA: CLÁSSICO DA CRIPTA!!!!OBRIGATÓRIO!!!!!!

Indicado para:
Qualquer ser vivo que se diga fã de Heavy Metal.

Fuja se:
Sua ideia de mundo perfeito passe por músicas da Vanessa Da Mata.

Classifique como: Heavy Metal, Hard Rock.

Para Fãs de: Iron Maiden, Saxon.
Ficha Técnica
Banda: Judas Priest
Origem: ING
Site Oficial: judaspriest.com/
Disco (ano): Defenders Of The Faith  - Special 30th Anniversary Deluxe Edition (1984/2015)
Mídia: 3CDs
Lançamento: Epic (existe versão nacional)

Faixas (duração): CD 1 - 10 (38’).

Produção: Tom Allom
Arte de Capa: Doug Johnson

Formação:
Rob Halford – voz;
KK Downing – Guitarras;
Glenn Tipton – Guitarras;
Ian Hill – baixo;
Dave Holland – bateria.

7 comentários:

  1. Trevas
    Até que um dia você posta algo que preste aqui. Esse disco marcou muito meus primórdios de guri headbanger, é foda e fica pau a pau com o British Steel e o Scriming For Vengence. Eu desenhava o metalion em tudo o que era caderno. Vou arranjar essa versão aí, sabe onde eu encontro?
    Danilo Z.

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    1. Gwhahahaha, fala Danilo
      Porra, tu está uma velha mimizenta mesmo.
      Cara, comprei na galeria do Rock, a versão importada. Saiu em edição nacional, cd triplo, mesmo. Só não sei a qualidade do pacote gráfico. Assim que souber informo aqui.
      Abraço
      Trevas

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  2. Muito boa a matéria! Bom, o álbum é duca, um dos melhores do gênero. Peguei o seu lançamento... fui correndo comprar, mas claro, o meu preferido de todos, não só do Judas, mas do heavy metal, é o Screaming ;)

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    1. Olá!
      Obrigado! O Screaming é realmente excelente e teve um relançamento bem interessante também, com um DVD ao vivo bom pacas!
      Abraço
      Trevas

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  3. Melhor disco do JP na minha opinião, e meu favorito dentre tudo que eles lançaram. Esta edição de 30 anos de DOTF está ótima, assim como as edições dos discos anteriores British Steel e Screaming for Vengenace, que formam com DOTF uma perfeita trilogia da banda nos anos 80. O bom é que seis anos depois do DOTF e de mais dois discos não tão bons quanto, o grupo se reergueu com Painkiller, no início dos anos 90.

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    1. Olá, Igor
      Confesso que também acho esse disco um dos meus favoritos dentro da história do metal.
      Abraço
      T

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    2. Pra você também, meu amigo! É nóis!

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