Sweet & Lynch - Only To Rise (Cd-2015) |
Improvável Aliança
Por
Trevas
Lá vamos nós de novo.
A improvável junção dos talentos de Michael
Sweet (eterno vocalista do combo de Metal Cristão Stryper) e George Lynch
(o monstro das seis cordas da era de ouro do Dokken e líder do Lynch Mob,
além de inúmeros projetos) foi arquitetada pelo italiano Serafino Perugino (ver RevolutionSaints), o chefão da Frontiers
Records. Se tal projeto, inicialmente financiado via campanha pelo site Pledge Music, já pareceria suficientemente
interessante para os fãs de hard oitentista, que tal adicionar a equação os
nomes de Brian Tichy (bateria: Whitesnake, Foreigner) e James Lomenzo
(baixo: White Lion, Megadeth, Black Label Society)? Dá para ter grandes expectativas com o
resultado final, não?
Sweet & Lynch |
Only To Rock
A primeira música a
ver a luz do dia, September (ver
vídeo), assustou um pouco os fãs de Sweet
com sua levada marcial, temática densa (11 de setembro) e riff que parece fazer
referência à Wasted Years do Iron Maiden. Um musicaço, mas que pouco
representa o restante do material (em termos estilísticos, ao menos).
O disco começa mesmo é com The
Wish, que apesar da cara moderna, representa exatamente o somatório da
bagagem dos dois veteranos. Ótimo trabalho de guitarras e Michael cantando em seu tradicional tom estratosférico no grudento
refrão. Se você conseguir sobreviver à breguice atroz de versos como “Girl I
Wanna Love you Just Like Hollywood – Like a New York Times Best Selling
fairytale”, então não tem como não se divertir aqui.
Dying Rose (ver vídeo) parece
fabricada lá pelos idos de 1987. Grudenta, algo maliciosa e efetiva, muito bem
trabalhada e com um quê de Badlands.
A ótima Love Stays é tão Def Leppard que Joe Elliott deveria perder uns minutinhos de seu dia para tentar
reaprender como se faz uma power balada. A beleza e simplicidade do solo de Lynch aqui demonstra que ficaram para
trás os tempos de egolatria e exibicionismo.
Time Will Tell lembra tanto os
trabalhos de Magnus Karlsson que fui
olhar no encarte. Alarme falso, todas as músicas aqui foram compostas pela
dupla principal. Quanto ao processo de composição, Lynch levava riffs e ideias básicas, Sweet trabalhava melodias e estruturas em cima dessas ideias e
então Tichy e Lomenzo complementavam os arranjos. A produção ficou ao encargo de Michael Sweet mesmo, e crédito tem que
ser dado, a sonoridade aqui ficou excelente.
Michael Sweet indo para a missa |
Rescue Me desce um pouquinho a
qualidade do material, que ganha doses cavalares de açúcar com Me Without You, baladinha que poderia
matar um elefante diabético. Com o perdão do trocadilho, Recover chega para recuperar a bolachinha, num Hard envenenado com Sweet atingindo notas tão altas no
refrão que chega a impressionar. Quem acha que Lynch anda pegando leve vai curtir seus solos nessa faixa. Há algo
levemente Zeppeliano na bacaninha Divine,
mas é a já citada September que faz
a alegria do ouvinte.
A guitarra de tigrinho de Lynch até que casa com as cores do Stryper |
Strenght In Numbers vence pelo refrão inspirado, enquanto Hero-Zero passa desapercebida. A edição
normal do disco fecha com a Dokkeniana faixa título, que de tão anos 1980,
chega a destoar do restante do material. Algumas edições contam ainda com uma
versão quase acústica para Me Without
You, mas seu médico certamente não recomendaria.
Saldo Final
Um
bom disco de Melodic Rock, que em seus momentos mais inspirados mostra que a
dupla pode e deve repetir a dose. E ao que tudo indica os coroas irão pegar a
estrada juntos, fazendo um punhado de shows em território norte americano. Mais
uma vez a Frontiers dá uma tremenda
bola dentro, para a felicidade dos fãs de Hard e AOR.
NOTA:
7,5
Prós:
Algumas grandes
músicas e músicos inspirados.
Contras:
Duas ou três
faixas bem abaixo do restante.
Classifique
como: Hard Rock, Melodic Rock
Para Fãs de: Dokken,
Lynch Mob, Stryper
Ficha Técnica
Banda: Sweet
& Lynch
Origem: EUA
Site Oficial: http://www.sweetandlynch.com/
Disco (ano): Only
To Rise (2015)
Mídia: CD
Lançamento: Frontiers
Records
Faixas
(duração): CD - 12 (48’).
Produção: Michael
Sweet
Arte de Capa: Stan
W Decker
Formação:
Michael Sweet –
Guitarra e voz;
George Lynch –
Guitarra;
James Lomenzo –
baixo;
Brian Tichy –
bateria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário