quarta-feira, 8 de abril de 2015

Sweet & Lynch – Only To Rise (Cd – 2015)

Sweet & Lynch - Only To Rise (Cd-2015)
Improvável Aliança
Por Trevas

Lá vamos nós de novo. A improvável junção dos talentos de Michael Sweet (eterno vocalista do combo de Metal Cristão Stryper) e George Lynch (o monstro das seis cordas da era de ouro do Dokken e líder do Lynch Mob, além de inúmeros projetos) foi arquitetada pelo italiano Serafino Perugino (ver RevolutionSaints), o chefão da Frontiers Records. Se tal projeto, inicialmente financiado via campanha pelo site Pledge Music, já pareceria suficientemente interessante para os fãs de hard oitentista, que tal adicionar a equação os nomes de Brian Tichy (bateria: Whitesnake, Foreigner) e James Lomenzo (baixo: White Lion, Megadeth, Black Label Society)? Dá para ter grandes expectativas com o resultado final, não?

Sweet & Lynch
Only To Rock

A primeira música a ver a luz do dia, September (ver vídeo), assustou um pouco os fãs de Sweet com sua levada marcial, temática densa (11 de setembro) e riff que parece fazer referência à Wasted Years do Iron Maiden. Um musicaço, mas que pouco representa o restante do material (em termos estilísticos, ao menos).


O disco começa mesmo é com The Wish, que apesar da cara moderna, representa exatamente o somatório da bagagem dos dois veteranos. Ótimo trabalho de guitarras e Michael cantando em seu tradicional tom estratosférico no grudento refrão. Se você conseguir sobreviver à breguice atroz de versos como “Girl I Wanna Love you Just Like Hollywood – Like a New York Times Best Selling fairytale”, então não tem como não se divertir aqui.



Dying Rose (ver vídeo) parece fabricada lá pelos idos de 1987. Grudenta, algo maliciosa e efetiva, muito bem trabalhada e com um quê de Badlands. A ótima Love Stays é tão Def Leppard que Joe Elliott deveria perder uns minutinhos de seu dia para tentar reaprender como se faz uma power balada. A beleza e simplicidade do solo de Lynch aqui demonstra que ficaram para trás os tempos de egolatria e exibicionismo.


Time Will Tell lembra tanto os trabalhos de Magnus Karlsson que fui olhar no encarte. Alarme falso, todas as músicas aqui foram compostas pela dupla principal. Quanto ao processo de composição, Lynch levava riffs e ideias básicas, Sweet trabalhava melodias e estruturas em cima dessas ideias e então Tichy e Lomenzo complementavam os arranjos. A produção ficou ao encargo de Michael Sweet mesmo, e crédito tem que ser dado, a sonoridade aqui ficou excelente.

Michael Sweet indo para a missa
Rescue Me desce um pouquinho a qualidade do material, que ganha doses cavalares de açúcar com Me Without You, baladinha que poderia matar um elefante diabético. Com o perdão do trocadilho, Recover chega para recuperar a bolachinha, num Hard envenenado com Sweet atingindo notas tão altas no refrão que chega a impressionar. Quem acha que Lynch anda pegando leve vai curtir seus solos nessa faixa. Há algo levemente Zeppeliano na bacaninha Divine, mas é a já citada September que faz a alegria do ouvinte.

A guitarra de tigrinho de Lynch até que casa com as cores do Stryper
Strenght In Numbers vence pelo refrão inspirado, enquanto Hero-Zero passa desapercebida. A edição normal do disco fecha com a Dokkeniana faixa título, que de tão anos 1980, chega a destoar do restante do material. Algumas edições contam ainda com uma versão quase acústica para Me Without You, mas seu médico certamente não recomendaria.

Saldo Final

Um bom disco de Melodic Rock, que em seus momentos mais inspirados mostra que a dupla pode e deve repetir a dose. E ao que tudo indica os coroas irão pegar a estrada juntos, fazendo um punhado de shows em território norte americano. Mais uma vez a Frontiers dá uma tremenda bola dentro, para a felicidade dos fãs de Hard e AOR.

NOTA: 7,5

Prós:
Algumas grandes músicas e músicos inspirados.
Contras:
Duas ou três faixas bem abaixo do restante.

Classifique como: Hard Rock, Melodic Rock

Para Fãs de: Dokken, Lynch Mob, Stryper

Ficha Técnica
Banda: Sweet & Lynch
Origem: EUA
Disco (ano): Only To Rise (2015)
Mídia: CD
Lançamento: Frontiers Records

Faixas (duração): CD  - 12 (48’).

Produção: Michael Sweet
Arte de Capa: Stan W Decker

Formação:
Michael Sweet – Guitarra e voz;
George Lynch – Guitarra;
James Lomenzo – baixo;
Brian Tichy – bateria.

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