quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Rival Sons – Great Western Walkyrie (Cd – 2014)

Great Western Walkyrie
Escalando O Olimpo
Por Trevas

O Pacote Completo
Desde o segundo disco, Pressure And Time, o retro-rock dos californianos do Rival Sons vem galgando terreno rumo ao topo do olimpo da cena rocker americana. Com um som inspirado em Doors, The Who, Free e congêneres, o Rival Sons parece ter o pacote completo: o visual, o talento e principalmente, boas composições. Produzido novamente por Dave Cobb (cooptado por Glenn Hughes para produzir o California Breed justamente pelo resultado de sua parceria com o grupo), após uma excursão com Sammy Hagar, esse é o primeiro disco da banda a não contar com o baixista e principal compositor, Robin Everhart.

Rival Sons circa Pressure And Time
Electric Man (ver vídeo) começa a todo o vapor, distorcida e com Jay Buchanan encarnando os grandes vocalistas de décadas passadas em um rockão contagiante. O trio Good Luck, Secret e Play The Fool mostra que o período junto a Sammy Hagar (Buchanan compôs inclusive algumas músicas para o disco mais recente do Red Rocker) parece ter surtido efeito em termo de direção musical, o novo disco soa mais direto e conciso que o trabalho anterior. Mas não fique preocupado, o som dos caras continua com os dois pés fincados num blues rock envenenado e repleto de elementos que remetem ao final dos anos 1960.


E falando em mudança, o novo baixista Dave Beste fechou com o Mike Miley uma cozinha de respeito. O guitarrista Scott Hollyday continua despejando riffs e solos direto de um túnel esfumaçado do tempo. Ah, e Jay Buchanan continua com o vozeirão repleto de feeling, como pode ser ouvido na contagiante balada Good Things (Ver vídeo) e no primeiro single, a ótima e algo Zeppeliana Open My Eyes (Ver vídeo).



Rich And The Poor traz aquele clima de Western Spaghetti à lá Morricone (presente em boa parte do disco anterior), acrescentando uma dose de psicodelismo à mistura. Belle Starr, cujo trecho da letra dá nome ao disco, traz uma curiosa miscelânea. Seu riff inicial é puro Zeppelin, logo caindo para uma melodia vocal que parece escrita por Jon Anderson, do Yes. Mas depois a faixa assume a forma do rock típico do Rival Sons. Uma puta música, com uma dinâmica digna dos grandes grupos do passado.

Rival Sons - indo para a missa?
Where I’ve Been tem cara daquelas baladas que o Paul Rodgers compunha para o Free e Bad Company, repleta de soul e nuances country.  Destination On Course termina a jornada com um clima épico Zeppeliano e um show de interpretação por conta do excelente Jay Buchanan.

Saldo Final

Longe das infusões de Hard Rock californiano que permearam Pressure And Time e segurando a mão nas viagens sessentistas exacerbadas em Head Down, o Rival Sons finalmente encontrou seu ponto de equilíbrio. Sem um minuto sequer que possa ser chamado de dispensável, Great Western Walkyrie tem tudo para catapultar o quarteto ao estrelato em definitivo em seu país natal. Se contarmos que a onda de retro-rock floresceu com força em boa parte da Europa, o momento não poderia ser mais propício para que a conquista venha a ser global. Um discaço que fará a alegria dos fãs de rock, sejam eles saudosistas ou não.

NOTA: 9

Charts
Great Western Walkyrie atingiu o topo da parada heatseeker da Billboard, assim como da BBC em sua parada voltada ao Rock (tendo ficado em 14º nas paradas Britânicas no geral). No resto do mundo figurou no top 10 em todos os países escandinavos (onde a onda retro-rock impera) e top 50 em diversos países europeus.

Prós:
Composições inspiradas, vocais e instrumental repletos de feeling e referências a bandas do passado.

Contras:
Pode soar como purgante para aqueles que não curtem o rock mais clássico.

Classifique como: Retro-rock, Hard Rock, Blues Rock, Classic Rock

Para Fãs de: Free, Bad Company, The Doors, The Who, Led Zeppelin

Ficha Técnica
Banda: Rival Sons
Origem: EUA
Disco (ano): Great Western Walkyrie (2014)
Mídia: CD
Lançamento: Earache (Importado)

Faixas (duração): CD  - 10 (47’).

Produção: Dave Cobb

Formação:
Jay Buchanan – voz;
Scott Holliday – Guitarra;
Dave Beste – baixo;
Mike Miley – bateria.

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