Gotthard - Bang! |
Gotthard
– Bang! (Cd-2014)
Atirando Na Direção
Certa
Quatro anos após a
morte do insubstituível Steve Lee, o
Gotthard lança seu 11º disco, Bang! Segundo a contar com os vocais do
australiano Nic Maeder, Bang! tenta reascender a chama da
banda, depois do apagado Firebirth.
Após uma breve introdução, a sequência com a faixa título e Get Up’n’Move On parece indicar que a
banda novamente não irá conseguir voltar aos trilhos. Nic possui uma voz comum e algo sem sal, mas a culpa
definitivamente reside nas composições. A power balada e primeiro single, Fell What I Feel (ver vídeo),
radiofônica e inspirada, mostra que há esperança.
A
balada seguinte, C’est La Vie, é
chatinha, mas a partir daí, temos um show de hard rock nos moldes daqueles que
os suíços nos acostumaram a ouvir em discos como Dial Hard e Lipservice.
A sequência com Jump The Gun, Spread Your Wings, I Wont Look Down e My Belief
trazem aquele som calcado em Whitesnake,
Aerosmith e pitadas de Led e Purple que fizeram a fama da banda. A melecosa Maybe estraga o ritmo, mas temos outra boa saraivada de hardões com
Red on A Sleeve, What You Get e Mr. Ticket Man. O final fica aos cuidados da passável Thank You, que se estende por longos 10
minutos, graça ao arranjo grandioso com vários solos de guitarra. A edição
limitada inclui dois bônus desnecessários. Enfim, apesar do repertório
desigual, Bang! Trará de volta
aquele sorriso no rosto dos fãs de Gotthard.
Quem sabe no próximo álbum os caras não fazem um novo clássico?
NOTA: 7
Gotthard - caminhando na direção certa. |
Prós:
Boas melodias e
maior pegada que nos discos anteriores.
Contras:
Um pouco longo
demais.
Classifique
como: Hard Rock
Para Fãs de: Whitesnake,
Aerosmith
Hammerfall - (r)Evolution |
Hammerfall
– (r)Evolution – (Cd-2014)
Generic Metal sem
concessões
Depois de chegar a
anunciar o fim das atividades, diante da fraca receptividade a Infectious (de 2011), o Hammerfall se reúne para lançar seu 9º disco,
prometendo um retorno às origens. A capa, genérica até a medula, mostra que o
curioso título é um engodo total. Aos primeiros instantes de Hector’s Hymn fica claro que não
encontraremos nenhuma revolução aqui, apenas aquele Power Metal com influências
de NWOBHM e gang vocals em profusão. Com uma produção cristalina que só peca no
mix dos ditos gang vocals, tão altos que chegam a destoar, o novo tento dos
suecos fará a alegria dos órfãos do decadente metal melódico.
Uma
pena que petardos como a faixa de abertura e a excelente Bushido não encontrem companhia à altura. Coisas como Winter Is Coming, Live Life Loud e a faixa título estão bem abaixo da capacidade da
banda. E é impossível não achar graça da voz agudinha e limpa de Joacim Cans se anunciando como “Demon
From Hell” na bacaninha Ex Inferis. A
edição limitada ainda traz Demonized,
melhor que a maioria das músicas da edição normal. Em suma, originalidade em
baixa, mas parece que os fãs não se importaram, a bolachinha atingiu o primeiro
lugar nas paradas suecas. Indicado somente para os tarados pelo estilo.
NOTA: 6
Hammerfall - Muita pose, pouca inspiração |
Prós:
Bons riffs,
Hector’s Hymn e Bushido são muito boas.
Contras:
Faltam bons
refrães, Gang Vocals muito altos na mixagem.
Classifique
como: Power Metal, Metal Melódico
Para
Fãs de: Metal Melódico sem grandes expectativas.
Death Penalty |
Death
Penalty – Death Penalty (Cd-2014)
Gaz Jennings revive a
NWOBHM
Com o fim das
atividades do Cathedral, instituição
britânica do Doom Metal, muito se perguntaram quando teríamos a oportunidade de
ouvir novamente os riffs monolíticos do sempre inspirado Gaz Jennings. Bom, esse Death
Penalty (nome dado em homenagem ao famoso disco do Witchfynder General) é a resposta. Gaz capturou os talentos do baterista Fredrik “Cozy” Cosemans e da ótima vocalista Michelle Nocon, ambos da banda belga Serpentcult. Completa o elenco o baixista belga Raf Meukens. A introdução do disco
homônimo dá a clara impressão de que teremos um combo Doom, mas Howling At The Throne Of Decadence nos acerta
em cheio com um heavy metal tradicional calcado na NWOBHM de bandas como Angel
Witch e Satan. O Doom aqui serve
apenas como um tempero a mais.
A
banda soa coesa e pesada, com destaque absoluto para os riffs de Gaz e para a voz de Michelle, que lembra por vezes uma
versão mais agressiva da Doro dos
tempos de Warlock. E as composições
são todas muito boas, com destaque para Eyes
Of The Heretic, Children Of The
Night, Written By the Insane e Immortal
By Your Hand. A épica She’s A Witch
nos presenteia com flashes do velho Cathedral.
Gaz Jennings e sua trupe definitivamente
acertaram a mão nesse que pode ser considerado o melhor Debut do ano.
NOTA: 8
Death Penalty - uma estreia promissora |
Prós:
Muito peso,
ótimos riffs e solos e uma grande vocalista.
Contras:
Nada a destacar.
Classifique
como: Heavy Metal com elementos de Doom e NWOBHM
Para Fãs de: Metal tradicional
e NWOBHM
Joe Bonamassa - Different Shades Of Blue |
Joe
Bonamassa – Different Shades Of Blue (Cd-2014)
Finalmente Errando o
Alvo
Entra ano, sai ano e
a única coisa certa na vida é que Joe
Bonamassa lançará alguma coisa nova, seja um disco solo, um ao vivo ou
participação em algum projeto. Eis que 2014 não é diferente: Smokin’ Joe solta seu 11º disco de
estúdio. Como que para enganar os desavisados, Joe inicia DSOB com a única
cover do repertório, a curta Hey Baby
(do Hendrix). Daí para diante temos propositalmente
apenas faixas autorais, algumas delas contando com a cooperação de Jonathan Cain, do Journey. Apesar de Oh Beautiful,
com sua pegada mais rocker, o álbum é mais calcado em Blues do que os últimos
lançamentos do americano. Bonamassa continua
tocando como poucos, cantando bem e suas composições, mesmo quando longe da
genialidade, são agradáveis.
O
problema com o novo disco parece o mesmo que arruinou seu segundo lançamento
com Beth Hart: arranjos repletos de
sopros, percussão e teclados, deixando tudo com cara de big band. Tais arranjos
soam desnecessários e acabam por diluir os bons momentos guitarrísticos de
faixas como Love Ain’t No Love Song e
Living On The Moon. Se você gosta do
Bonamassa tocando nesse formato
(como no Live at Royal Albert Hall),
não verá nenhum problema e esse disco pode te agradar. Prefiro mil vezes Joe tocando com uma pegada mais Blues
Rock à Lá Gary Moore e Rory Gallagher (como em Live From New York) e esse DSOB definitivamente falhou em me
cativar. Segundo consta no encarte, a partir de agora Joe diminuirá consideravelmente seu ritmo de trabalho. Espero que da
próxima vez ele venha com mais sangue nos olhos.
NOTA: 6
Joe Bonamassa dessa vez errou a mão |
Prós:
Joe continua
tocando muito.
Contras:
Arranjos irritantes,
pouca pegada.
Classifique
como: Blues
Para
Fãs de: um Blues mais comportado.