Curtas: Anvil + Monster Magnet + Death Angel + Deep Purple + Trivium + Whitesnake
Ano acabando e minha lista de melhores começa a ser elaborada. Faz um bocado de tempo que não posto por aqui, fim de ano complicado, então lá vai uma penca de resenhas, no atacado!
Anvil - Hope In Hell |
Anvil – Hope
In Hell (CD - 2013)
Mais do Mesmo
Segundo disco dos mestres do Speed/Thrash Metal canadense após o estouro do documentário History Of Anvil, Hope In Hell repete a dobradinha da banda com o renomado produtor Bob Marlette (Alice Cooper, Iommi, Seether). Infelizmente dessa vez sem o
mesmo sucesso do ótimo Juggernaut Of
Justice.
Ok, Lips, nós também gostamos de você. Mas vê se capricha mais na próxima! |
Não que falte garra a Lips, Reiner e Sal Italiano, o
Anvil continua com uma pegada bem pé
no acelerador, e nem falta também o obrigatório senso de humor, vide a
brincadeira com o riff e estrutura de Smoke
On The Water, que atende pelo nome de Through
With You. O que ficou faltando foram músicas memoráveis. Para se ter uma
ideia, somente na quarta música, a vigorosa The Fight Is Never Won é que o disco ameaça engrenar. E só ameaça,
pois afora a mencionada música e as duas bônus da edição limitada (Hard Wired e Fire At Will), o material do disco não empolga, embora também não
chegue a ser ruim. Como a banda está excursionando como nunca, dá a nítida
impressão que esse Hope In Hell foi
produzido apenas como desculpa para o retorno aos palcos. Se não se cuidar com
os próximos lançamentos, é possível que o Anvil
comece a traçar seu retorno ao ostracismo. Melhor caprichar, então!
NOTA: 6,5
Recomendado para: apenas para os fanáticos pelo Anvil e/ou completistas.
Passe longe se: quiser conhecer a banda, nesse
caso, a discografia dos caras tem coisas muito melhores, tente Juggernaut of Justice ou Metal On Metal...
Monster Magnet - Last Patrol |
Monster
Magnet – Last Patrol (CD - 2013)
(Not So) Hot Shit, Babe!
Após uma seqüência de grandes
discos que tornaram o Monster Magnet
provavelmente a banda mais bem sucedida e influente da história do Stoner Rock, o maluquete Dave Wyndorf sofreu uma overdose, e
então tudo desandou.
Seguiram-se os pouco inspirados 4 Way Diablo e Mastermind, que só chamaram a atenção dos fãs mais ardorosos. Dave parecia inclusive ter perdido a
centelha que movia a banda e suas histórias de proxenetas interplanetários e
drogas cósmicas (seria porque ironicamente sua overdose quase fatal fora de
remédios para dormir?).
Seria Dave Wyndorf = Sr. Madruga + LSD? |
Bom, quando poucos esperavam
alguma coisa da banda, foi anunciado esse Last Patrol, como uma audaciosa e
triunfal volta aos primórdios lisérgicos do MM. Seria verdade ou bravata?
Veremos.
Logo de início, na sombria faixa
de abertura (I Live Behind) e na
espacial faixa título que a segue, duas coisas ficam claras: 1. não, não é um
retorno a Superjudge ou Spine of God; 2. Certamente trata-se de
material muito melhor que o dos últimos dois discos.
Com uma sonoridade que fica entre
God Says No e Monolithic Baby, o disco segue com uma surpreendentemente boa
releitura para Three Kingfishers (do
Donovan), e com as boas Paradise e Hallelujah e a “MM no piloto automático” Mindless Ones (música de trabalho, que se parece outras 789 músicas
da banda). The Duke Of Supernature
torna o disco novamente interessante, seguida pelo rockão End Of Time. Stay Tuned encerra a bolachinha como que para nos
avisar de que Wyndorf tem planos
mirabolantes para os novos capítulos. Que assim seja, pois Last Patrol, embora longe das glórias de outrora, deixa os fãs
esperançosos para com o futuro do Monster
Magnet!
NOTA: 7,5
Recomendado para: fãs de Stoner e Space Rock em geral.
Passe longe se: o Monster Magnet morreu para você após Superjudge.
Death Angel - The Dream Calls For Blood |
Death Angel
– The Dream Calls For Blood (CD - 2013)
Absolutamente Destruidor
Um raro caso de segunda chance na história do
Metal, o Death Angel, banda promissora de Thrash a surgir na segunda leva da
cena da Bay Area, retornou com sangue nos olhos em 2004. De lá para cá produziu
três obras que facilmente suplantam em qualidade os três discos de sua
encarnação original. E o quarto rebento desse ressurgimento, The Dream Calls
For Blood já chama a atenção de primeira, graças à belíssima ilustração de
Brent Elliot White que adorna sua capa, facilmente a mais bacana de 2013.
Death Angel - 2013 |
Mas de nada adiantaria se o
conteúdo, produzido pelo guitarrista e principal compositor do D.A., Rob Cavestany e Jason Suecof (Trivium, Firewind, Six Feet under) não fizesse frente à bela arte de capa. Ah e como
faz. Left For Dead, Son Of The Morning e Fallen formam uma trinca de derrubar
tanque de guerra.
Mark Osegueda está usando sua voz peculiar (que poderia bem servir
a uma banda sleaze, por exemplo) como nunca. Rob Cavestany e Ted Aguilar
são os culpados por uma chuva de riffs e solos memoráveis e a cozinha de Damien Sisson (baixo) e Will Carroll (bateria) não deixam pedra
sobre pedra.
O ritmo cai com a faixa título,
somente em velocidade, já que a mesma cheira a clássico. E não para por aí,
somos presenteados com uma pedrada após a outra, com destaque para Caster Of Shame e Empty. A edição limitada, além de um DVD com o Making Of do
álbum, ainda vem com uma ótima versão para Heaven
And Hell, do Black Sabbath.
Em suma, o Death Angel nos entregou o disco de Thrash de 2013!
NOTA: 9
Recomendado para: fãs de thrash, seja ele old ou new school.
Passe longe se: seu ideal musical tenha algo com
Jack Johnson e John Mayer...
Deep Purple - Now What?! |
Deep Purple
– Now What?! (CD - 2013)
Cuma?
O tempo pode ser cruel com alguns artistas. Mas
com outros pode ser ainda pior. Esse é o caso do Deep Purple, que aos poucos se tornou uma caricatura hedionda do
outrora seminal grupo do Rock britânico. Com seu último grande disco datando de
1984 (Perfect strangers), a fase
atual da banda, com o enfadonho Steve
Morse na guitarra, até começou com um brilhareco, sob a figura do
corretinho Pupendicular, mas depois
desceu uma interminável ladeira. E se você caiu na propaganda enganosa desse
novo disco, de que o produtor Bob Ezrin
(que produzira o the Wall, do Pink Floyd, dentre outros...) teria
conseguido efetuar um milagre, esqueça. A ladeira Purpleniana realmente
não tem fim...
Não, ainda não descobri se ali é o Gillan ou o Bill Murray... |
Sim, acho um absurdo a banda ter
mudado seu som para se encaixar no estilo do “novo” guitarrista, mas seria
demais colocar toda a culpa por todas as mazelas da banda nas costas de Steve Morse. Na verdade, a saída de Blackmore representa muito mais que a
mudança de um guitarrista. Representou a saída do compositor de 90% do material
da banda. E disso o Purple nunca se
recuperou. Atualmente a banda parece muito mais com um misto de projeto solo de
Gillan e/ou Morse. Fato ainda mais acentuado após a saída do saudoso Jon Lord.
E não ajuda em nada o fato de Ian Gillan, outrora a voz mais
prodigiosa dos anos 1970 hoje soar ridículo, com seu timbre anasalado que
irrita até monge budista.
Bom, o que esse Now What?! Traz de novo, então? Bob Ezrin ajudou em todas as
composições do disco, e orientou a banda a compor em forma de Jam. O álbum traz
uma produção encorpada, com bastante punch e um clima progressivo que permeia
todas as faixas. Um bom começo, desde que as faixas demonstrassem alguma
qualidade. Não é o caso. A despeito de boas passagens instrumentais, inclusive
com uma referência a ELP (Uncommon Man, homenagem à homenagem do ELP a Aaron Copland), o que
temos aqui é um ótimo som tentando esconder músicas envelhecidas e
desinteressantes. Curiosamente a melhorzinha da safra vem sob a figura da
esquisitona Vincent Price, uma ode
bacana aos filmes de horror do passado. Sintomaticamente, horror é quase o que
temos aqui.
NOTA: 5
Recomendado para: não consegui pensar em ninguém para
recomendar isso aqui...
Passe longe se: for fã do Deep Purple!
Trivium - Vengeance Falls |
Trivium – Vengeance Falls (CD - 2013)
Rumo Ao topo
Surgida como a possível cereja do
bolo dentro da cena que vem sido chamada de New Wave Of American Metal, a banda Trivium
acabou por ver sua carreira ratear para longe do topo, enquanto o Avenged Sevenfold era catapultado à
estratosfera.
Quebrando a parceria de longa data com o
produtor Jason Suecof (ver resenha
sobre o novo do Death Angel, nesse
mesmo post), os garotos assumiram a atitude do “ou vai ou racha”. Só que muitos
estranharam quando foi anunciado o novo produtor: David Draiman, mais conhecido pelo posto de vocalista no
controverso Disturbed.
Pelas orelhas de Matt Heafy! Esse disco é bom mesmo! |
Mas não se desesperem caros
amigos, a presença de Draiman não
fez que Matt Heafy passasse a imitar
orangotangos em suas linhas melódicas. Muito pelo contrário, a presença do
diminuto careca fez com que finalmente Matt
encontrasse sua voz, não mais pecando pelo excesso de referências a seus
ídolos. A maior preocupação com as melodias vocais não tirou o foco das
guitarras, que permanecem excelentes. Matt
e Corey Beaulieu formam uma dupla de
respeito, e não faltam solos e riffs memoráveis no novo disco. E o fato das
músicas estarem mais diretas, isso não deveria assustar, já que In Waves já mostrava essa tendência.
Sem sequer uma música ruim, fica
difícil apontar os momentos de destaque no novo disco, mas a tríade composta
pela faixa título, Strife (a melhor)
e No Way To Heal devem se tornar
obrigatórias nos shows. O encerramento com a épica Wake (The End Is Nigh) deixa o ouvinte com aquela sensação de que
poderia escutar mais uma hora de material desse nível. A apontar de negativo
(se é que dá para considerar isso como negativo), apenas uma presença um pouco
forte demais de Disturbed em algumas
composições (como nos versos da boa To Believe,
por exemplo). No mais, um grande salto de qualidade na carreira do Trivium e um dos melhores discos do
ano.
NOTA: 9
Recomendado para: fãs de metal tradicional em geral.
Passe longe se: prefere músicas mais intrincadas
e/ou extremas.
Whitesnake - Made In Japan |
Whitesnake –
Made In Japan (Blu Ray - 2013)
Rugas e Farofa em HD!
Após ter passado seu período de
maior sucesso sem soltar sequer um disco ao vivo, o Whitesnake resolveu capitalizar
na última década, lançando um atrás do outro. Não que isso seja ruim,
David Coverdale nunca foi bobo e sempre se cercou da nata do hard/Heavy,
fazendo com que uma apresentação da banda seja quase sempre certeza de sucesso.
Quase por um simples motivo, de alguns anos para
cá a voz do tiozão anda pagando o preço de décadas de birita e muito cigarro. Como
visto esse ano nos últimos shows da banda em território tupiniquim, Coverdale
alterna bons shows com outros nos quais parece ter feito gargarejo com giletes.
Pode admitir, ele parece alguma tia sua, vai... |
Para nossa sorte, nesse Blu Ray
(com edições em DVD e CD duplo), que imortaliza a participação da banda no festival
Loud Park de 2011 (realizado na Saitama Super Arena, Tóquio), a voz de Coverdale está no melhor estado que
sua idade permite atualmente. Somos agraciados com um set curto (cerca de 80
minutos), mas matador, contando com alguns clássicos misturados a faixas do
ótimo Forevermore e do bom Good To Be Bad. Doug Aldrich e Reb Beach arregaçam
as guitarras, como sempre. Brian Tichy é um tremendo baterista e dá até para
não passar o solo do rapaz. Michael Devin pode não ser tão famoso quantos eus
colegas, mas segura as pontas com louvor. E Coverdale, esse é um dos maiores
frontmen da história, esbanjando vigor e simpatia, além de possuir uma das mais
belas vozes do rock. Tudo isso coroando uma imagem cristalina
(podemos ver as rugas de tio Cobrabranca com perfeição), e um som que em nada
deve a essa imagem.
A reclamar, somente a escassez de
extras de verdade. Se considerarmos que o show é bem curto e Blu Ray ainda
custa um bocado para os incautos cucarachas, temos a relação custo/benefício um bocado
prejudicada. Ainda assim, trata-se de um grande registro de uma grande banda.
NOTA: 8
Recomendado para: amantes de boas vozes e grandes
guitarras...
Passe longe se: tem alergia ao verbete “Love”
Poxa nenhum mereceu 10?? rsrs
ResponderExcluirAmo-te!
WHAHAHAHHA
ExcluirNão, esse ano está difícil arranjar um 10!
te amo
Bjos
T