Curtas: Volbeat, Audrey Horne, The Winery Dogs & Judas Priest
Por Trevas
Volbeat - Outlaw Gentlemen & Shady Ladies |
Volbeat -
Outlaw Gentlemen & Shady Ladies (CD - 2013)
Evocando o Rei Elvis com a
benção do Rei Diamante
Banda dinamarquesa de ascensão meteórica na cena
européia, o Volbeat faz uma mistura
de Punk Rock, Rockabilly, Heavy Metal
e country, tendo conquistado uma
horda de admiradores dentre os colegas músicos. Apadrinhados por James Hetfield (que se refere à banda
como sendo uma espécie de “Elvis Metal”)
e agora contando com Rob Caggiano (ex-Anthrax) na guitarra solo, sempre sob a
batuta de Michael Poulsen (guitarra
e voz), os dinamarqueses prepararam com cuidado seu quinto rebento, o sucessor
do multiplatinado Beyond Hell/Above Heaven.
Volbeat 2013 |
Tendo encontrado seu som logo em
seu debut, o Volbeat não muda muito
a fórmula no novo disco, excelentemente produzido por Caggiano. Após a abertura tipicamente western, temos duas boas
canções radiofônicas, Pearl Hart e Nameless One. A ótima Dead But Rising puxa a mistura um
pouquinho mais para o lado metálico da coisa e o primeiro single, Cape Of Our Hero, pode não ser a melhor
faixa do disco, mas exala “hit” por todos os poros. E se o estilo de Poulsen em muito se inspira no Rei Elvis, temos a participação de outro “Rei”
em Room 24: King Diamond. O mestre do falsete, o produto tipo exportação mais
conhecido do metal dinamarquês (ah, ta, tem o mala do Lars...), faz dessa música (que em muito lembra os melhores
momentos do Mercyful Fate) um dos
destaques absolutos do disco. Os demais destaques ficam para as pesadas The Hangman’s Body Count, Black Bart e Doc Hollyday, assim como para a participação de Sarah Blackwood em Lonesome Rider. Com sua temática calcada nos vilões míticos da
história Norte Americana, Outlaw
Gentlemen & Shady Ladies é um disco divertido e que deverá agradar até
mesmo àqueles não familiarizados com estilos mais pesados dentro do rock.
NOTA: 8
Recomendado para: fãs de rockabilly, punk rock, metal e de rock
em geral...
Passe longe se: não curtir muito misturas de estilos.
____________________________________________________________________________
Audrey Horne - Youngblood |
Audrey
Horne - Youngblood (CD - 2013)
Uma pérola da saturada cena Retro-rock
Inicialmente talhado como um projeto paralelo de
membros da cena extrema da Noruega (contando com gente de bandas como Enslaved,
Gorgoroth, Coldseed e Sahg) com o intuito de homenagear as bandas clássicas do
rock pesado, o Audrey Horne, exatamente por se tratar de um projeto, passou por
mudanças de formações constantes desde sua criação. Essas mudanças ocasionaram
também um contínuo desenvolvimento da sonoridade da banda, que sorrateiramente
migrou para a cada vez mais saturada cena retro-rocker/stoner que virou a
modinha musical do momento, em especial na Escandinávia.
Audrey Horne, em Twin Peaks era mais bonita |
Mas basta a audição de poucos
segundos de Redemption Blues (ver vídeo) para nos certificarmos estar diante de
um produto que se destaca dentro da cena. Doses cavalares de Thin Lizzy, UFO, Kiss
e Foghat permeiam cada uma das dez excelentes canções de Youngblood (treze na
edição digipack). A trinca inicial, com a já citada Redemption Blues, Straight
Into your Grave e a faixa título sozinhas já valeriam o disco, mas nenhuma das
outras faixas fica muito atrás, não. As guitarras harmonizadas, o baixo
pulsante e bem destacado, a bateria solta e, sobretudo os ótimos refrãos tornam
Youngblood um dos melhores discos de 1978 lançados em 2013.
NOTA: 9
Recomendado para: fãs de Thin Lizzy, Foghat e “classic rock” em geral
Passe longe se: estiver muito saturado de Retro Rock e Stoner...
___________________________________________________________________________
The Winery Dogs |
The Winery Dogs (CD - 2013)
Supergrupo nada recomendado
para diabéticos
Nos últimos anos muito se ouviu falar sobre uma
nova encarnação do Blue Murder, contando com John Sykes (Whitesnake, Blue Murder, Tygers Of Pan Tang, Thin
Lizzy) na guitarra e voz, aliado aos novos membros Mike Portnoy (ex-Dream Theater
e 789 projetos) e Billy Sheehan (Talas, Mr. Big, Dave Lee Roth) no
lugar dos originais Carmine Appice e
Tony Franklin. Bom, esse Winery Dogs é o supergrupo nascido do
fracasso em reavivar o combo oitentista. Alegando falta de comprometimento de Sykes, Sheehan e Portnoy
recrutaram o talentoso Richie Kotzen
(Poison, Mr. Big) para o posto de vocalista/guitarrista do Power trio.
Sheehan, Portnoy & Kotzen - virtuoses açucarados |
O disco resultante dessa união deve
ser o detentor do recorde de convenções por minuto, como se precisássemos a
todo o tempo ser lembrados da evidente proficiência do trio em seus respectivos
instrumentos. Mas o mais curioso é que a bolachinha, apesar das demonstrações
explícitas de virtuosismo, é guiada por canções e pela bela voz de Kotzen (que remete um pouco ao Chris Cornell, mas bem poderia nos
deixar longe dos maneirismos à lá Prince),
lembrando em muito o material solo do talentoso rapaz. Como acontece na maior
parte do trabalho do guitarrista, temos aqui um Hard Pop polido e repleto de influências de Soul e Funk, tudo muito
certinho e um tanto quanto açucarado demais. Elevate e a balada I’m No Angel
puxam o resto do disco a reboque, numa audição que se torna mais cansativa a
cada minuto. Se o Winery Dogs seguir o tradicional caminho de dissolução
meteórica, o que acomete 99% dos supergrupos, a tomar por esse debut não teremos
grandes motivos para chorar a perda.
NOTA: 6
Recomendado para: fãs de punhetagem explícita e da açucarada
carreira solo de Kotzen.
Passe longe se: for diabético.
____________________________________________________________________________
Epitaph - Cartaz de Cinema |
Judas Priest - Epitaph (Blu Ray - 2013)
Despedida de Gala em Alta
Definição
Gravado no último show da Epitaph World Tour, esse é o primeiro registro em alta definição
para um show de uma das mais influentes bandas de Heavy Metal da história. Aos desavisados, a Epitaph Wolrd Tour marcou a despedida do Judas Priest das turnês mundiais, tendo sido anunciado que a partir
de agora a banda tocará eventualmente em festivais, sempre em território
europeu. E para comemorar essa despedida, o Priest preparou uma produção de palco caprichada, coroando a
escolha de um repertório que passa por cada um dos lançamentos da banda sob o
comando de Rob Halford. Cada um dos
quatorze discos que contaram com o Metal
God nos vocais possuem ao menos um representante aqui.
Quem teve o prazer de assistir a
banda nessa turnê aqui no Brasil já sabe o que esperar, 22 hinos do metal
perfeitamente interpretados em mais de duas horas, com iluminação de primeira,
efeitos visuais bacanas e alguma pirotecnia. Halford está em sua melhor forma vocal desde seu retorno à banda, e
a despeito dos problemas de coluna que em muito limitam sua movimentação (e que
atualmente deixaram o careca em uma cadeira de rodas por algum tempo), o sexagenário
tem aqui uma performance de fazer inveja a 99% dos aspirantes a vocalistas com
metade de sua idade ao redor do mundo. Com Dio
em outro plano astral, Rob passa a
ser o maior vocalista de Heavy Metal
em atividade. O restante da banda faz seu trabalho com esmero, e a adição do
britânico (e bem mais jovem) Richie
Faulkner (da banda de Lauren Harris,
filha do Sr. Iron Maiden) no lugar
do demissionário KK Downing acabou por
se tornar uma grata surpresa, trazendo um bocado de vitalidade e virtuosismo ao
show do Priest.
De negativo, há de se destacar a
ausência de extras e o uso desnecessário de um ou outro efeito de edição. De resto,
um show excelente, com qualidade de imagem e som perfeitos. Cabe ressaltar que
aqui no Brasil esse show só está disponível em DVD.
NOTA: 9,5
Recomendado para: qualquer fã de metal que se preze...
Passe longe se: seu negócio for John Mayer...
Nada falo das duas primeiras. Não as conheço. Volbeat só sei que existe por causa do Caggiano.
ResponderExcluirJá me encheu ossaco essa história do Portnoy criar megaultratopfuderous rock bands e sair logo depois, dizendo que não tem "tempo" para se dedicar. Pura dor de corno de ter sido chutado do DT.
Priest é Priest. Nothing else matters...
Krill'Em All
ExcluirPortnoy é um pela...fato! E a maior parte dos projetos dele são chatos mesmo.
Volbeat é legal, acho que vale uma tentativa. Audrey Horne, essa você tem que escutar, lição de casa!
E Priest é Priest, e vice-versa!
jundis
T