A
Dança da Bruxas Suíças Flamejantes
Por Trevas
Dance With the Devil é o terceiro disco
do combo suíço de metal tradicional formado somente por mulheres. O quinteto já
havia vencido a desconfiança daqueles que implicam com bandas 100% femininas no
gênero, seja com a qualidade bacana dos trabalhos anteriores, seja cimentando
sua reputação com apresentações repletas de energia. Mas o boom de popularidade bem poderia ser prejudicado com o péssimo Timing da saída da ótima Seraina Telli dos vocais. Quase que prontamente foi feito o anúncio de Laura Guldemond para o posto e logo em seguida fomos informados que Dance With The Devil já estava a caminho. A bolachinha
conta com produção do gente boa Schmier,
arte gráfica bacanuda do Gyula Havancsák (Destruction, Accept, Annihilator) e lançamento nacional nas
mãos da Shinigami. Vamos ao que
interessa...
Gaiola das bruxas |
The Incantation é apenas uma introdução climática que prepara o terreno
para a paulada Lucid Nightmare. Pesadona e repleta de bons
riffs e harmonias de guitarra, a voz de Laura
só dando as caras lá pelos 40 segundos. E a moça chuta bundas, com uma pegada
mais rasgada mas belo timbre limpo quando necessário, Laurinha põe por terra qualquer dúvida quanto ao acerto na escolha
da substituta de Seraina. A faixa
título começa com uma profusão de solos de guitarra, cortesia de Romana e Sonia, uma dupla que anda merecendo mais carinho dos fãs da cena. A
música é um daqueles hinos metálicos grudentos, que deve fazer sucesso ao vivo,
ainda que o refrão se repita um pouco mais do que deveria.
Wings Of Steel vem atropelando
tudo logo em seguida, feroz e grudenta, possivelmente a melhor do disco. Aqui já
dá para se ter uma noção da produção de Schmier:
som bacana, com muito punch, num bom
casamento entre o tradicional e moderno. Mas os barulhinhos e backing demoníacos em profusão por
vezes beiram a elefantíase na bolsa escrotal.
Six Feet Underground é outra faixa matadora,
que salienta ainda mais a capacidade da estreante Laura, numa performance para lá de absurda. E se não falei ainda da
cozinha, não é por que não tem seu destaque não. Jay pode até jogar para o time e não aparecer tanto a maior parte do
tempo, mas sua companheira, Lala,
destrói impiedosamente na bateria. O ritmo aqui estava violento e incessante, aí
vem a baladinha Black Magic e parece que fomos jogados no meio
de um novo volume daquelas coletâneas melecosas tipo Lovy Metal. Mas Laura e sua interpretação sensuélen
seguram o interesse, a balada é xarope, mas é bonitinha sim, vamos lá!
Chegamos a Sea Of Lies
e, confesso, comecei a ficar “preocupado”. Outra faixa de Metal-Metal para
nenhum fã botar defeito. A “preocupação” aumenta com as ótimas Sisters Of Fate (mais roqueira),
Necronomicon (mais dark e pesada) e The Final Fight (tradicional
e grudenta).
O nível só rateia, ainda que sensivelmente, com a razoável Threefold Return e a desnecessária cover para a manjada Battle Hymn (com Ross The Boss e Michael Lepond como convidados). Mas a “preocupação” citada é das boas. É que
eu já havia gostado dos trabalhos anteriores da banda, e tal. Mas cara, não
estava preparado para o nível desse disco,
definitivamente incorri no erro de subestimar as meninas. Esse Dance With The Devil é um dos discos mais legais de
Metal tradicional que escuto em tempos. Recomendo! (NOTA: 9,10)
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Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: uma penca de petardos de metal
tradicional em sequencia
Contras: Para que Battle Hymn?
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Judas Priest, Iron Maiden, Accept